sábado, 31 de outubro de 2015

Biografia São Cipriano Parte 1

São Cipriano, ou Cipriano de Antióquia, como era chamado foi um poderoso mago e feiticeiro, nascido na Fenícia.  Seus pais de Cipriano eram pagãos e percebendo nele poderes que o diferenciavam dos outros homens, destinaram-no para servir as suas divindades que exigiam sacrifícios e assim ele foi desde cedo iniciado nos profanos conhecimentos e mistérios daquele tempo.


Com trinta anos, foi para a Babilônia onde deveria aprender a astrologia e os mais profundos mistérios dos caldeus, ao mesmo tempo em que se entregava a uma vida impura e escandalosa. Para poder estar mais ligado aos demônios estudou magia e chegou a associar-se à velha Bruxa Évora, conhecida como a mais poderosa cartomante e interpretadora de sonhos.


Quando a Bruxa morreu, já com bastante idade, deixou-lhe todos os seus segredos e descobertas, cuidadosamente compilados em seus manuscritos, material que seria de grande utilidade para Cipriano.

Imediatamente Cipriano foi se tornando o mais famoso feiticeiro, e cada vez mais ávido por conhecimentos, passava os dias e as noites debruçado sobre os manuscritos estudando alquimia e todos as suas novas descobertas eram anotadas nos mais diferentes lugares (mesas, cadeiras, paredes etc.) isso para não correr o risco de esquecê-los e também para que se tornasse mais fácil qualquer consulta.


Cipriano tinha um companheiro chamado Euzébio, conhecera-o nos bancos escolares. Euzébio era cristão e não cansava de censurá-lo sobre a sua má vida, e fazia todos os esforços para arrancá-lo daquele abismo. Mas Cipriano ridicularizava-o bem como os virtuosos professores da lei cristã, e seu 6dio chegou a tal ponto que uniu-se aos bárbaros perseguidores, a fim de obrigar os cristãos renunciarem o evangelho e renegarem a Nosso Senhor Jesus Cristo.


Mas quis a infinita misericórdia Divina que vivesse em Antióquia, uma bela e rica donzela de nome Justina, educada pelos pais ao paganismo e suas superstições. Jus-tina era dotada de qualidades excepcionais e não podia aceitar aquele modo de vida e certa vez, vende Praialo, diácono de Antióquia, pregar, imediatamente renunciou ao paganismo, convertendo-se ao catolicismo, chegando mesmo a converter seus próprios pais.


Justina passou a consagrar sua virgindade e virtudes, entregando-se a orações e ao retiro. Aglaide, um jovem que vendo-a tomou-se imediatamente de amores pela donzela, que embora tendo os consentimentos dos pais para namorá-lo, ela o repudiou.


Aglaide procurou Cipriano, solicitando-lhe que empregasse todos os seus conhecimentos para dar-lhe Justina. Os mais terríveis e abomináveis sacrifícios foram oferecidos aos demônios e estes logo prometeram satisfazer os caprichos do jovem enamorado e passaram a perseguir Justina com terríveis visões fantasmagóricas. Porém ela não se intimidou — estava por demais fortalecida em Deus para sucumbir e sobretudo com seu fervor a Santíssima Virgem Maria (a quem ela chamava sua mãe amantíssima), conseguiu sair-se sempre vitoriosa.


Cipriano ficou indignado, afinal havia encontrado uma frágil e jovem criatura que o havia derrotado. E assim falou Cipriano ao demônio: "Tu que tanto te jactas do teu poder e de obrar prodigiosas maravilhas, nada podeis fazer contra uma simples donzela. Falai-me: de onde provém as armas daquela jovem virgem que inutiliza todos os meus esforços?”.


E o demônio explicou que a arma de Justina era uma cruz da qual não se separava. Por isso não chegava nem se aproximar da jovem e a cruz obrigava-o afastar-se.


“Se assim é — replicou Cipriano, — seria eu um louco em não estar servindo a um Senhor mais poderoso que tu”. Se a cruz, em que morreu o Deus dos cristãos, tem o poder de fazer-te fugir, não quero mais estar a serviço de ti e renuncio inteiramente os teus sortilégios, esperando da bondade do Deus de Justina para me redimir de todo o meu mal e ter-me como seu humilde servo''.


Daí em diante, Cipriano teve seu corpo tomado dos mais terríveis demônios, mas saiu-se completamente vitorioso, seu coração já estava habitado pelo Deus de Jus-tina e este Deus deu-lhe a suprema vitória. O demônio era mais urna vez derrotado e derrotado por um dos seus mais fervorosos adeptos.


Neste transe terrível, Cipriano foi muito ajudado pelo seu amigo Euzébio, que sempre o encorajava dizendo que Deus Todo Poderoso não desampara seus filhos, e ele, Cipriano, não devia jamais deixar de invocar o nome de Jesus, fazer o sinal da cruz e pedir a assistência da Santíssima Virgem Maria.


Já convertido, Cipriano apressou-se em distribuir os seus bens aos necessitados e seus manuscritos, bem como os apontamentos da Bruxa Évora, ele os guardou no fundo de uma grande arca, trancando-a com poderoso cadeado. Muito embora Cipriano reconhecia que os mesmos não tinham nenhum valor contra o Deus Todo Poderoso, adorado por Justina e Euzébio, ele reconhecia que aqueles documentos poderiam, no futuro emancipar muitas dúvidas e elucidar certos mistérios.


Daí por diante, a vida de Cipriano mudou por completo, passou a dedicar-se ao estudo da medicina e religião, e pelos sentimentos humanitários, começou a proteger os pobres e praticando curas milagrosas.


Cipriano também conseguiu converter Aglaide, o apaixonado de Justina e ambos foram batizados pelo bispo. Justina vendo aquele maravilhoso milagre operar-se diante dos seus olhos, comovida com a misericórdia de Deus, não titubeou em cortar os cabelos em sinal do sacrifício que fazia a Deus da sua virgindade e repartiu com os pobres todos os seus bens.


A fim de redimir dos seus pecados, Cipriano passava horas a fio, no interior da igreja, prostrado e rogando a todos os fiéis que implorassem a Deus a absolvição de todos os seus pecados. Sua humildade chegou a tal ponto de pleitear para si o serviço de varredor da igreja.


Ele residia com o presbítero Euzébio, a quem venerou sempre como seu pai espiritual. E o Divino Senhor, que se digna ostentar tesouros da sua demência sobre as almas humildes sobre os grandes pecadores verdadeiramente convertidos, lhe concedeu a graça de obrar milagres. Isto, aliado à sua natural eloqüência, contribuiu para que o número de fiéis aumentassem de uma maneira impressionante e jamais vista.


Seu trabalho foi se agigantando de uma maneira tal que Cipriano não podia passar desapercebido dos imperadores que viam seus fiéis adorando outro deus. Imediatamente, Deocleciano foi informado em Nicodemia, a respeito das maravilhas operadas por Cipriano e da santidade da virgem Justina.


Deocleciano expediu ordem para o juiz Eutholmo, governador da Fenícia, que prendessem ambos sem mais demora. Ambos foram conduzidos à presença do juiz, mas tal foi a convicção e a firmeza da fé que confessaram em Jesus Cristo, que condenou Justina a ser açoitada em praça pública e que Cipriano tivesse suas carnes despedaçadas por um pente de ferro.


Vendo que tal suplício não abalava a fé daqueles religiosos, o bárbaro, ímpio, mandou que eles fossem jogados numa caldeira cheia de breu, banha e cera, a ferver. Ainda assim não conseguiram arrancar um só gemido dos mártires, pelo contrário, seus rostos eram iluminados por um sorriso de prazer e satisfação. E até percebia-se que o fogo sob a caldeira não tinha o mínimo calor.


O feiticeiro Athanasio (que durante certo tempo foi discípulo de Cipriano, julgou que aquilo tratava-se de um novo sortilégio do seu antigo mestre e querendo ganhar fama e reputação perante o povo e os soberanos, invocou os demônios com suas falsas teorias e atirou-se no interior da caldeira onde se achavam Cipriano e Justina. Porém, estes saíram ilesos, enquanto Athanasio teve morte horrível.


O povo esteve a ponto de se levantar a favor dos mártires, e vendo o risco que corria, o juiz achou conveniente mandá-los a Deocleciano que estava em Nicodemia, ao mesmo tempo que informava, por escrito, ao soberano, tudo quanto havia ocorrido. A carta foi lida e sem mais nenhum julgamento ou consideração Deocleciano condenou Cipriano e Justina à morte por degolamento.


A execução deu-se no dia 26 de setembro, quando apareceu um cristão de nome Theotisfo para falar em segredo com Cipriano. Isto bastou-lhe para que também fosse condenado à morte nas mesmas circunstâncias.


Durante a noite, seus corpos foram recolhidos pelos cristãos que os transportaram a Roma, onde estiveram ocultos em casa de uma pia senhora, até que, no tempo de Constantino o magno, foram transladados para a Basílica de São João de Latrão.


Muito tempo depois, os manuscritos de São Cipriano foram encontrados na sua velha arca, e levados para a Biblioteca do Vaticano em Roma. Os documentos estão redigidos em língua hebraica. Muitas foram as suas traduções e elas tem servido como base de muitos livros e estudos sobre o ocultismo, que tanto pode servir para o bem domo o mal.

Livro de São Cipriano

Livro de São Cipriano é um grimório que contém diversos rituais de ocultismo e exorcismo, mais especificamente magias (branca e negra), com múltiplas finalidades, inclusive para o quotidiano. Embora o livro se coloque como escrito por São Cipriano, o livro real apareceu séculos após sua morte e não poderia ter sido escrito por ele; na verdade, a primeira edição conhecida saiu em 1849, sendo, portanto, um livro pseudepigráfico.

No Brasil, é usado largamente nas religiões afro-brasileiras, e se tornou um "almanaque ocultista" de fácil acesso que se dilui na crendice popular
A lenda de Cipriano, tido como autor do livro, também conhecido como Cipriano de Antióquia, confunde-se com Cipriano de Cartago, santificado pela Igreja Católica. Apesar do abismo histórico que os afasta, as lendas combinam-se, e os Exorcistas de Cartago e os de Antioquia, muitas vezes, tornam-se um só na cultura popular. É comum encontrarmos fatos e características pessoais atribuídas equivocadamente. Além dos mesmos nomes, os mártires coexistiram, mas em regiões distintas.

Cipriano, o feiticeiro, é celebrado no dia 2 de outubro. Foi um homem que dedicou boa parte de sua vida ao estudo das ciências ocultas. Após deparar-se com a jovem Justina, com quem se casou, converteu-se ao Catolicismo. Martirizado e canonizado, sua popularidade cresceu devido ao famigerado livro.

Versões

Segundo a lenda, o famoso Livro de São Cipriano foi redigido antes de sua conversão, mas o mistério que envolve a vida do Santo interfere também em seu livro. Supostamente uma parte dos manuscritos foi queimada por ele mesmo. A questão é que não se sabe quando e por quem os registros foram reunidos e traduzidos do hebraico para o latim, e posteriormente levados para diversas partes do mundo.

No decorrer dos anos, o conteúdo sofreu alterações significativas. Houve uma adaptação de acordo com as necessidades e possibilidades contemporâneas; além da adequação necessária na tradução para os vários idiomas. Esses fatores colocam em dúvida a fidelidade das versões recentes, se comparadas às mais antigas.

Também é dito que, na verdade, São Cipriano teria escrito três livros: o Capa Preta, o Capa Branca e o Capa de Aço, sendo que os três se completariam e ainda exigiriam do dono a solução de códigos ou enigmas . E ainda, há quem diga que só existem as versões Capa Preta e Capa de Aço, sendo que a segunda não teria sido escrita por Cipriano, mas por discípulos dele.

As edições Capa Preta e Capa de Aço, ou aquelas intituladas como o autêntico, o verdadeiro, ou o único, enfatizam um mesmo acervo mágico central, e ainda exaltam o Cristianismo e a vitória do bem sobre o mal. Porém, existem grandes diferenças no conteúdo; enquanto alguns exemplares apresentam histórias e rituais inofensivos, outros apelam para campos negativistas e destrutivos da magia.

O Livro Capa Preta

É dividido em dez partes e considerada a única das obras que contém a Oração da Cabra Preta Milagrosa. O livro leva consigo poderes ocultos no pensamento obtidos por centenas de viagens feitas por todo o mundo e pelos rituais de estilo do mago. Inclusive, em certa época de sua vida obteve algum estilo e ensinamentos da famosa Bruxa de Évora, com a qual aprendeu magia negra. Isso despertou o interesse de personalidades de grande riqueza, o que lhe possibilitou tornar-se dono dela e de uma fortuna inestimável.Após a morte de Évora, Cipriano apoderou-se dos manuscritos da jovem bruxa e da comida da despensa dela, com os quais pode invocar a presença do diabo.

Exemplos de Conteúdo

"Instruções aos religiosos que vão tratar de uma moléstia", tem esconjurações e exorcismos, lista de 174 tesouros da Galiza.

50 mistérios da feitiçaria do tempo dos mouros (inclusive remédios), tesouros de mágicas (ex: maneira de obter um diabinho fazendo pacto com o demônio, magia negra para desmanchar um casamento, a caveira iluminada com velas de sebo para fazer mal a qualquer pessoa).

Tratados de cartomancia, explicações dos poderes ocultos do ódio e do amor e dos poderes ocultos do magnetismo.

Algumas orações queridas na religiosidade popular (Magnificat, Cruz de São Bento, Sonho de Nossa Senhora, Amabilíssimo Sr. Jesus Cristo, Oração para assistir aos enfermos na hora da morte, Oração da Cabra Preta, Oração do Anjo Custódio, etc)

Mitos e Lendas

Há ainda os mitos que o cercam: muitos consideram ser pecado possuí-lo ou simplesmente tocá-lo. Alguns donos do livro guardam-no acorrentado dentro de uma caixa , e em Portugal acredita-se que ler o livro de trás para a frente atrai o diabo.

Também acredita-se que o simples fato de ler alguns trechos do livro atrai mal agouro, pesadelos, tragédias, etc.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...