terça-feira, 30 de agosto de 2016

Gérard Anaclet Vincent Encausse (Especial)


Papus era o pseudônimo de Dr. Gerard Encausse (1865-1916), um discípulo de Joseph Saint-Yves d’Alveydre (1842-1910), um iniciado da Igreja Gnóstica e frequente investigador de muitos grupos ocultos de seu tempo. Um dos mais famosos ocultistas da virada do século, ele foi o fundador da Escola Hermética em Paris, que atraiu muitos estudantes russos e dirigiu revista francesa de ocultismo, L’Initiation. Papus também foi o cabeça de duas sociedades esotéricas, a L’Ordre du Martinisme e a L’Ordre Kabbalistique de la Rose-Croix.

Papus, juntamente com Oswald Wirth e Stanilas de Guaita, sonharam em unir os ocultistas de todo lugar numa fraternidade Rosacruniana reavivadade, uma ordem oculta internacional em que eles esperavam que o Império Russo desempenharia um papel de líder como ponte entre o Leste e o Oeste.

Resumo biográfico

Gérard Anaclet Vincent Encausse, o médico que tornou-se famoso no meio ocultista sob o pseudônimo de PAPUS, nasceu no dia 13 de julho de 1865, em Corunã-Espanha, as sete horas da manhã, sendo filho de pai francês, o químico Louis Encausse, e mãe espanhola, de origem cigana, a senhora Irene Perez. O jovem Gérard criou-se, assim, em um ambiente favorável a um futuro estudante de Alquimia e de Tarot.

Em 1869 a família Encausse veio estabelecer-se em Paris, no bairro Montmartre, onde Papus iniciou seus estudos, primeiro no Colégio Rollin, depois aos 17 anos, na Faculdade de Medicina de Paris. Ainda jovem, dedicou-se nas horas vagas ao Ocultismo; enquanto seus colegas preocupavam-se com os problemas políticos da Europa e em percorrer todos os autores da Ciência Oficial, Papus passava suas tardes na Biblioteca nacional de Paris ou na Biblioteca do Arsenal estudando os autores clássicos da Alquimia e da Cabala, tomando notas dos principais manuscritos tão zelosamente guardados há séculos nessas preciosas bibliotecas.

Martinismo

Papus teria sido iniciado por Henri Delaage em 1882, segundo ele mesmo nos diz, na Sociedade dos Filósofos Desconhecidos, ordem que teria sido fundada por Louis Claude de Saint-Martin no século XVIII, na França. Com 17 anos de idade, o jovem Papus passou a destacar-se no seio do Grupo que passou a integrar, pela seriedade com que procurava as chaves da Iniciação.

Em 1887, aos 22 anos, escreveu sua primeira obra, denominada O Ocultismo Contemporâneo. Seu Tratado Elementar da Ciência Oculta(1), no ano seguinte, alcançou grande sucesso em vários países e proporcionou a seu autor grande liderança no meio ocultista parisiense. Fundou, em 1889, o Grupo Independente de Estudos Esotéricos (Gidee), transformado mais tarde em Escola Hermética, destinada a divulgar a espiritualidade e a combater o materialismo, igualmente, as revistas A Iniciação e Véu de Isis, órgãos de divulgação do Ocultismo, planetas que giravam em torno do centro irradiante de dinamismo, que era o Iniciador Papus.

A Medicina

Trabalhou como externo nos hospitais de Paris e não abandonou o exercício da medicina. Em 1894 defendeu sua tese de medicina, intitulada A Anatomia Filosófica e Suas Divisões, recebendo o título de Doutor em Medicina, com elogios. Sua obra posterior, "Compêndio de Fisiologia Sintética", foi igualmente muito elogiada nos meios acadêmicos.

Ao defender sua tese, Papus confessou-se um iniciante na arte de curar, pois vislumbrava as possibilidades do Ocultismo. Como Paracelso, percorreu vários países da Europa, estudando todas as medicinas, a oficial, a dos curandeiros e a homeopatia, aprendendo uma série de procedimentos desconhecidos dos médicos tradicionais.

Praticou a alopatia, a homeopatia e a hipnose, realizando curas consideradas extraordinárias por seus biógrafos. É o caso da senhora ricamente vestida, conta-nos Phaneg, que entrou em seu consultório com ares de descrença. Papus sem que ela falasse e após ter chamado sua atenção pela falta de fé no médico em presença, diagnosticou seu mal e falou de sua precária situação financeira. A senhora ficou maravilhada pelas revelações que ouvia e pela nevralgia subitamente desaparecida. Papus não lhe cobrou a consulta, porque aquela era seu último "louis".

Muitas vezes Papus, para efetuar o diagnóstico, observava em primeiro lugar o astral do doente, depois o curava misteriosamente, apelando à força vital-mãe, fonte de equilíbrio. Ele classificava, assim as doenças, como sendo do Corpo, do Astral e do Espírito. As doenças do Corpo (como febres, traumatismos) podem, segundo Papus, ser curadas pela medicina dos contrários; as doenças do Astral (como tuberculose e o câncer) podem ser tratadas pela homeopatia e o magnetismo; e as doenças do Espírito (como epilepsia, histeria e loucura) podem ser tratadas pela oração e pela magia, desde que o mal não seja Cármico (dívida espiritual a ser paga pelo doente). Assim, Papus praticava seguidamente a Medicina Oculta, curando à distância, agindo sobre a urina, o sangue e o cabelo do paciente. Contam que Papus realizava diagnósticos insólitos, agindo pelos dons de clarividência e de clariaudiência.

Carreira Iniciática

No Umbral do Mistério, Stanislas de Guaita escreve que Papus, "jovem médico dos mais eruditos e fecundos, converteu-se em dupla personalidade: conquistou a notoriedade sob dois nomes diferentes. Suas obras de anatomia e de fisiologia receberam apenas a subscrição de Gérard Encausse. Seus Tratados de magia arvoram um outro nome".

"Cabeça enciclopédica e pena infatigável, saudemos este jovem iniciado que disfarça ou, diríamos, que desfigura o lastimável pseudônimo de Papus. É mister, seguramente, que os seus livros testemunhem uma superioridade assaz transcendente, para que se possa perdoar sua etiqueta! Fato é que os amadores da teosofia pronunciam o nome de Papus sem esboçar qualquer sorriso mas, isto sim, com admiração e apreço. Passando pelas brochuras já em número considerável, que têm vigorosamente contribuído para a difusão das ciências esotéricas, mencionaremos tão-somente as obras Ocultismo Contemporâneo (Carré, 1887, in 8º), O Sepher Yetsirah (Carré, 1888, in-8º) e a Pedra Filosofal (Carré, 1889, in-12, frontispício)".

"Convém lembrar que Papus publicava, desde 1888, o seu "Tratado Elementar de Ciência Oculta" (Carré, in-12, com figuras). Trata-se da primeira obra metódica em que se acham resumidos com clareza, agrupados e sintetizados com maestria todos os dados primordiais do Esoterismo. Este livro excelente, que enfoca a aplicação dos métodos experimentais de nossas ciências ao estudo dos fenômenos mágicos, e ademais, uma ação boa e meritória: os próprios estudantes adiantados podem recorrer a ela com segurança, como ao mais sábios dos gramáticos. Mas, Papus acaba de firmar para sempre a sua reputação de Adepto através da aparição de uma monumental obra atinente ao Tarot (3). Em nosso entender, não exageramos ao asseverar que este livro, em que se acha revelada, até às profundezas, a lei ondulatória do ternário universal, constitui, no sentido mais alto do termo, uma Chave absoluta das Ciências Ocultas".

Seu pseudônimo "Papus" foi retirado do Nuctameron de Apolônio de Tiana e significa o "médico da primeira hora", aquele que não mede sacrifícios para atender seus semelhantes.
Papus consagrou-se ao estudo da Luz Astral e de sua influência sobre as doenças e sobre sua terapêutica, tal como ensinava Paracelso um dos pais da Medicina. O papel da mente e suas relações com o Plano Astral e o Homem. Durante longos anos dirigiu suas pesquisas sobre os fenômenos hipnóticos, espíritas, parapsicológicos, exteriorização da sensibilidade e do magnetismo. Fundou a 

Escola de Magnetismo de Lyon, tendo o Mestre Philippe de Lyon como seu Diretor.
Seus estudos dos Corpo Astral e do Plano Astral não tinham como objetivo apenas a cura do Corpo, mas, principalmente, a cura da Alma, isto é, sua terapia pela iniciação. Fez da famosa divisa do Templo de Delfos "Conhece-te a ti mesmo que conhecerás o Universo e os Deuses" o seu lema de trabalho iniciático e profissional. Estudou profundamente a Antigüidade egípcia e os mistérios gregos e romanos, concluindo que entre eles a Ciência e a Iniciação estavam intimamente associadas.

A Escola Hermética, que tinha como professores famosos ocultistas da época, tais como Stanislas de Guaita, Sedir, Barlet, Peladan, Chamuel, Marc Haven, Maurice Barrès (academia francesa) Victor-Emile Michelet, entre outros, tinha como objetivo recrutar membros para as sociedades iniciáticas dirigidas por Papus (Ordem Martinista) e por Stanislas de Guaita (Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) que ainda existem hoje em pleno vigor, através de cursos, conferências, pesquisas ocultistas e publicações.

Ensinavam o Hebraico, a Cabala, o Tarot, a Astrologia, a História Oculta, a Magia, a Medicina Oculta, focalizando principalmente seu aspecto menos velado e mais científico. Papus é tido como o divulgador do Ocultismo Científico de Louis Lucas, que se baseia na Analogia, método que procura explicar o Invisível por inferência, a partir do Visível.

Papus teve como Mestre Intelectual o Marquês Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre e como Mestre Espiritual, como ele próprio afirmava, o "Mestre Philippe de Lyon" (Nizier Anthelme Philippe), a partir de 1887 e 1897, respectivamente. Teve no seu companheiro Stanislas de Guaita um incentivador de primeira grandeza, discípulo póstumos todos os dois de Eliphas Levi, Fabre d´Olivet, Saint Martin e Jacob Böehme, cujas obras sabiam praticamente de cor.

Praticava a Cabala Prática(4),juntamente com seus principais companheiros, com a qual procurava o aperfeiçoamento espiritual até chegar ao conhecimento da Divindade. O Adepto deve conhecer toda a teoria da Magia, dizia Papus, os materiais usados pelos magos, os perigos da Magia que enfrentam os praticantes temerários, a chave da magia negra, as ciladas do inimigo invisível, o controle das paixões, a eliminação dos vícios, se o Iniciado desejar, sinceramente, tornar-se um Mestre e obter a Salvação.

Sua vida foi uma ação constante em todos os planos, lutando contra o materialismo e o ateísmo e divulgando a espiritualidade. A lembrança do duelo com Jules Blois, que tinha desacatado fortemente a Stanislas de Guaita, ficou gravado na memória de todos os inimigos de Papus. Quando Jules Blois dirigia-se em um fiacre para o local designado para o combate, os cavalos assustaram-se com a aparição súbita de um vulto e empinaram-se, derrubando por terra Jules Blois e sua comitiva. Assim, Jules Blois chegou à presença de Papus com dor de cabeça e cambaleante. O duelo começou, sem muito entusiasmo, Papus procurando, dizem seus biógrafos, não ferir gravemente seu opositor. Este recebeu um pequeno ferimento no ombro e a luta teve fim. Papus cumpriu sua obrigação de médico, socorrendo seu adversário e a inimizade terminou.

Rússia e a Iº Guerra Mundial

Papus fez sua primeira visita à Rússia em 1901 e foi apresentado ao Czar. Ele rapidamente estabeleceu uma loja de sua Ordem Martinista em St. Petersburg com o Czar como o presidente dos "Superiores Desconhecidos" que a controlava. O historiador James Webb diz que Papus "estava meramente reavivando uma devoção somente a uma filosofia que tinha florescido na Rússia por volta dos séculos 18 e 19 antes de ser suprimida."

Através de Papus a família Imperial tomou conhecimento de seu amigo e mentor espiritual Mestre Philippe (Nizier Anthelme Philippe). Um sincero Cristão místico, a qual foi dado o status e honras pelo Czar Russo, que manteve contato com a corte imperial até sua morte em 1905.
Papus retornou a St. Petersburg em 1905 onde foi espalhado que ele, na presença de uma casal Imperial, evocou o espírito do pai do Czar, Alexander III que ofereceu conselhos práticos sobre como lidar com a crise política.

Ambos, Mestre Philippe e Papus desempenharam uma importante função na corte Russa. Eles não somente aconselhavam o Czar nos interesses do Estado, mas mantinham contato com influentes iniciados Russos da Ordem Martinista, dentre eles, dois tios do Czar e vários parentes. O ocultista Alemão Rudolf Steiner que tinha seus próprios discípulos do Estado-Maior Alemão, seguiu a missão de dois Franceses preocupados pela "extensiva influência [de Papus] na Rússia". Um forte defensor da coligação entre a França e Rússia, Papus advertiu o Czar de uma conspiração internacional objetivando a dominação mundial.

Ele acreditou que o vasto Império Russo era o único capaz de contrariar a conspiração do "Irmãos da Sombra". Ele também urgiu ao Czar para se preparar para vinda (próxima) da guerra com a Alemanha, então sendo engendrada por forças sinistras em Berlim. De acordo com um relato, ele prometeu à família imperial que, a monarquia de Romanov seria protegida contanto que ele, Papus, estivesse vivo. Quando a notícia de sua morte chegou à Alexandra em 1916, ela enviou uma nota a seu marido (que na época comandava o exército Russo, no front da Iº Guerra Mundial) contendo as palavras "Papus está morto, estamos condenados!"

Em 1914 estava no front da Guerra, como capitão-médico, onde contraiu tuberculose. Faleceu em 25 de outubro de 1916, aos 51 anos de idade. Seu corpo repousa no cemitério de Père Lachaise, em Paris, na divisão 93.

"Imitemos esse Iniciador, disse-nos Sedir, que desejou não ser mais do que um amigo para nós e que foi bastante forte ao ponto de nos esconder suas dores e seus desgostos sob um perpétuo sorriso. 

Enxuguemos nossas lágrimas; elas o reteriam nas sombras; regozijemo-nos, como ele próprio há três dias o fez, por rever finalmente face à face o Todo Poderoso Terapeuta, o autêntico Pastor das Almas, o Amigo Eterno, o Bem Amado de quem ele foi Eterno, o Bem Amado de quem ele foi o fiel servidor".

"Digamos, juntos a Gérard Encausse, um até logo vibrante; demos a ele, por nossas boas vontades doravante indefectíveis, a única recompensa digna de tão longas penas que ele suportou por nós".

Papus foi sem dúvida alguma um grande Mestre ocultista, destacando-se por sua realização: escreveu mais de 160 títulos, entre livros, artigos, conferências, abordando tanto a medicina como o ocultismo. Os livros principais foram publicados em sua juventude, como o Tratado Elementar de Ciências Oculta (23 anos), o Tarot dos Boêmios (24 anos), o Tratado Metódico de Ciência Oculta (26 anos), a Cabala (27 anos), o Tratado Elementar de Magia Prática (28 anos).

Para seus companheiros de adeptado, suas obras principais foram o "Tarot dos Boêmios", o "Tratado Metódico de Ciência Oculta" e o "Tratado Elementar de Magia Prática". São Três "dos mais belos livros e dos mais fundamentais para o estudo do Ocultismo aparecidos após os de Eliphas Levi, Louis Lucas e Saint-Yves d´Alveydre" (Stanislas de Guaita, "No Umbral do Mistério").

Bibliografia

Como ilustração de sua obra literária, apresentamos a seguir a lista alfabética de suas principais publicações ocultistas:
ABC Illustré D´Occultisme, Dorbon, 1922 (6º ed.) Obra publicada pela Sociedade das Ciências Antigas
l´Almanach de la Chance por 1905 (id.,até 1910).
L´Almanach du Magiste, de 1895 a 1899.
Revista L´Initiation (artigos, de 1891 a 1914).
Revista Le Voile d´Isis (artigos, de 1891 a 1909).
Les Arts Divinatoires. Chamuel, 1895.
La Cabbale, Chacornac, 1903 (3º ed.)
Ce que deviennent nos morts. La Sirene, 1918.
Ce que doit savoir un maitre Maçon. Ficher, 1910.
Comment on lit dans les mains. Ollendorff, 1902 (2º ed.)
La Magie et l´Hypnose. Chamuel,1897.
L´Occultisme contemporain. Carré, 1901.
Premiers Eléments de Lecture de la Langue Hébraique.Dorbon 1913
Qu´est-ce que l´Occultisme? Chamuel, 1892.
La Réincarnation. Dorbon, 1912.
La Science des Mages. Chamuel,1892.
La Science des Nombres. Chacornac, 1934.
Le Tarot des Bohémiens. Carré, 1889. Obra publicada pela Sociedade das Ciências Antigas
Le Tarot Divinatoire. Libr. Hermetique, 1909.
Traité Elémentaire de Magie Pratique. Chamuel, 1893.
Traité Elémentaire d´Occultisme et d´Astrologie. Dangles, 1936.
Traité Elementaire de Science Occulte. Carré, 1888.
Traité Méthodique de Magie Pratique. Chacornac, 1924.
Traité Méthodique de Science Occulte. Carré, 1891.

Notas

Publicado em português, sob o título Tratado de Ciências Ocultas, pela Ed. Três, Coleção Planeta nº 8 e 9, São Paulo, 1973.
Antiga moeda francesa, de ouro valendo 20 francos.
Papus. "Le Tarot des Bohémiens". Paris Ed. Dangles, s/d ("Papus, continua Guaita, publicou, após a 2º edição do Umbral do Mistério em 1890, dois grandes volumes, onde a mais alta doutrina formula-se numa linguagem luminosa e precisa: Traité Méthodique de Scien- ce Oculta (l891) e Traité Elémentaire de Magie Pratique (1894)". "O Tarô dos Boemios" foi publicado pela Sociedade das Ciências Antigas em 1985.
Guaita, Stanislas. "No Umbral do Mistério". "No Umbral do Mistério" foi publicada pela Sociedade das Ciências Antigas em 1992.
Discurso de Paul Sédir junto ao túmulo de Papus, por ocasião de seu enterro.
A presente tradução baseia-se na edição de 1903 (3º edição), revista e ampliada por Papus, contendo trabalhos dos cabalistas Stanislas de Guaita (falecido em 1897). Eliphas Levi, Lenain, Marc Haven, Sedir, Jacob, Sair e uma tradução completa do Sepher Yetzirah seguida de uma reimpressão parcial de um tratado cabalístico do Cav. Drach.

Biografia Yihoveaum

Bruxo, feiticeiro, irmão negro, magista. Todas essas definições foram usadas para tentar descrever Austin Osman Spare sem, no entanto, refletir por completo a sua personalidade ou obra.
Dono de um sistema extremamente pessoal de magia, Spare talvez tenha sido, até mesmo mais que Crowley, quem mais valeu-se de usas habilidades naturais e da intensa auto-exploração.
Filho de um policial da cidade de Snowhill em Londres, Spare nutriu pouca afeição pela mãe, passando-a , posteriormente, a sua instrutora no oculto, Sra. Paterson.

Aos 14 anos ganha medalha de ouro por um tratado em geometria sólida. Aos 16 exibiu sua arte na Real Academia de Arte e, em julho de 1914, faz sua primeira exposição solo na Galeria de Baillie.
Sua arte, academicamente falando, guarda muita semelhança com a do movimento surrealista, tanto conceitualmente, quanto estilisticamente. Sendo, principalmente, resultado da exploração do seu inconsciente, a relação com o surrealismo ( que prezava também a exploração do inconsciente, só que de forma onírica, com base nos estudos de Freud e posteriormente de Jung) era estreita por esse motivo.

O dinamismo das figuras, mesmo estáticas, era característico de sua obra, devido a utilização de formas orgânicas, tanto nas imagens quanto no enquadramento e distribuição das informações em excesso.

Paralelamente, valia-se de um grafismo remetente ao art - noveau, onde vemos uma constante associação de molduras, símbolos e figuras geométricas. Normalmente nas pinturas, predominava as cores escuras, com predominância nas marrons e derivadas variando entre óleo à aquarela. A deformação humana era destaque em sua arte ( reflexo de alguma pertubação?)

Neste último, encaixa-se seus "desenhos automáticos" que expressavam mais integralmente a relação do seu inconsciente com suas experiências espirituais. Segundo ele próprio:

" Em alguns casos, as idéias são resultado das minhas experiências físicas interiores, coisas que eu necessariamente não vi ou experimentei fisicamente. Em outras os desenhos são automáticos, concebidos sem conceito na forma a se originar e sem nenhuma direção consciente".

É constante as zoomorficações em sua obra, como reflexo da mais íntima condição humana e arquétipica. Spare comungava constantemente com o mundo espiritual, valendo-se de entidades e desencarnados a fim de realizar seus objetivos.

O Pensamento Mágico de Spare

A Sra. Paterson representou a ligação definitiva dos natos talentos de Spare com o sistema "oculto". Dizia ela que seria uma descendente das bruxas de Salem e, segundo o próprio Spare, era uma feiticeira poderosa, capaz de materializar pensamentos ( embora fosse talento da mesma, Spare não conseguia fazer o mesmo freqüentemente).

Em 1909 começa a escrever a sua mais famosa obra, O Livro do Prazer, a Psicologia do Êxtase, que publicaria posteriormente em 1913.

No dia 10 de Julho de 1910, ingressa na A.·.A.·. sob o motto de Yihoveaum ( Eu sou a Eternidade) e inicia seu aprendizado com Aleister Crowley. Porém, Spare possuía opiniões muito fortes e conceitos definidos, devido a sua farta experiência espiritual e sensibilidade nata e discordava veementemente de certos conceitos mágicos tradicionais. Spare pregava a criação de um sistema mágico individual pois, segundo ele, entre outras coisas, a simbologia mágica tradicional carecia de profundidade conceitual, o que invalidava a prática: " O familiar é sempre estéril".

Levava a mais profunda interpretação do " Todo homem e toda mulher é uma estrela". Embora, para ele, a necessidade do auto - conhecimento com base em linguagem própria fosse imprescindível, o seu sistema, por ser muito pessoal, carece de didática, o que não ocorre com o clássico.
Logo depois, após uma revelação (vê Isis sem o véu penetrando num santuário secreto dos mistérios egípcios), deixa a A.·.A.·. para solidificar as bases do seu próprio sistema que posteriormente denomina de Zos Kia.

Uma outra versão de sua saída, seria de que ele, de alguma maneira, descobriu o significado principal do grau de Magister Templi e decidiu revela-lo, fazendo-o se indispor com Crowley. O segredo reside no lema hoje usada pela Chaos Magick: "Nada é verdadeiro, tudo é permitido".

O culto Zos Kia se traduz como a gnose de Spare. Através do seu O Livro do Prazer ele nos inicia em seus conceitos thanatos onde a Postura da Morte ( o método da gnose em si) é evidenciada. Seu motto Zos vel Thanatos ( " Zos ou Thanatos ou morte ou aspecto da morte, etc.") refletiu a base do conceito proposto.

Valendo-se da combinação da essência do sexo e da morte ( e seus aspectos) Spare promulga a revelação do Kia (o verdadeiro Eu, o Self ou no sistema thelêmico a verdadeira vontade revelada através do Sagrado Anjo Guardião) onde Zos é o "corpo como um todo", a ferramenta. A Postura da Morte deverá deixar o homem no estado gnóstico o orgasmo estático, a pequena morte, onde anulam-se os sentidos abrindo o véu do inconsciente aos desejos do magista.

Spare relaciona a " mão" com Zos e o "olho" com Kia, no sentido da auto- exploração em todos os aspectos: físicos sexuais, psíquicos e extra psíquicos. O toque ( a sensação, o prazer físico) e a visão ( a identificação do objetivo, a transcendência) definem o estímulo sexual do auto-amor.

O objetivo deve ser esquecido, pois a não-consciência do mesmo, é o que capacita o seu acontecimento. Para isso desenvolveu o conceito chamado " União através da mente ausente" onde por meio de sua técnica neurolingüística, Spare esquecia o objetivo unindo-o diretamente com o inconsciente, com o renascimento de uma nova consciência.

A sua obra influenciou na criação de um interessantíssimo sistema mágico, denominado de Magia do Caos onde o maior expoente é o Pacto I.O.T. ( Iluminates of Thanateros) concebido por Peter Carol.

Por demais pessoal e yesódica que seja o seu sistema, Spare deu uma contribuição valiosa ao sistema mágico mundial, que em hipótese alguma, deve deixar de ser estudado, por qualquer candidato a auto-realização.

Biografia Jack Parsons

Cientista de renome e magista, o americano John Whiteside Parsons, mais conhecido como Jack Parsons, foi o que poucos ocultistas foram em toda história: um verdadeiro praticante.
Pena que sua habilidade como magista era inversamente proporcional à de homem da ciência.

Como cientista, contribuiu com a corrida espacial, desenvolvendo combustíveis para foguetes. Seu trabalho foi tão importante, que uma cratera na lua recebeu seu nome. Apropriadamente, no lado escuro. Como magista, realizou um feito fantástico: diz ter invocado Babalon.

Nascido em 2 de Outubro de 1914 na cidade de Los Angeles, Parsons entrou para a A.'. A.'. e a O.T.O. na Califórnia, E.U.A. em 1939, sob o motto "Thelema Obtentum Procederto Amoris Nuptiæ" (Alcançar Thelema Através das Núpcias do Amor).

Em 1946 foi introduzido no IX° O.T.O por seu instrutor Frater 132, o "deus" encarnado, junto com os Frati Saturnus e 666.

Perdeu duas esposas para os amigos da ordem, Frater 132 e L. R. Hubbard (fundador da Cientologia)
O fracasso com as mulheres, somado a características reprimidas em sua criação, o faz falhar numa ordália de Homem da Terra e toma uma decisão: invocar Babalon. O ato mágico serviria para exteriorizar seu Complexo de Édipo e para satisfazer seu desejo de produzir extraordinários efeitos mágicos. Através de chamados enoquianos, Parsons iniciou um ritual em Janeiro de 1946 e, em 27 de Fevereiro, no deserto do Mojave, recebe Liber 49, O Livro de Babalon.

Escreveu a Crowley sobre seu feito, mas a Besta o repreende severamente, pois Parsons não sabia com o que estava se metendo. Ele próprio se considerava o Filho da Besta, expondo sua forte carência, fazendo tudo para sera aceito como tal por 666, que o achava um idiota. Baseado na mensagem recebida de Babalon, decide manifestar a entidade neste plano, gerando uma Filha de Babalon. Logo em seguida ela se manifesta na forma de Marjorie Cameron. Casaram-se em 1946.
Perde sua fortuna ao longo dos anos, bem como sua reputação de cientista é abalada. Em 1948, realiza Juramento do Abismo, assumindo o grau de Magister Templi sob o motto Belarion. Em 1949, escreve O Livro do Anticristo, tal manifesto continha uma severa crítica a religião cristista e a confirmação do poder da Besta 666 e sua Mulher Escarlate Hilarion.

Parson disse que seria uma "Chama Viva" ante a encarnação de Babalon. Foi a sua mais sinistra profecia: morreu horrivelmente, em 17 de Junho de 1952, numa explosão de seu laboratório: ainda sobreviveu por mais uma hora com o corpo todo queimado.

Biografia Grady McMurtry

Grady Louis McMurtry nasceu em Big Cabin, Oklahoma, em 18 de Outubro de 1918. Ele foi iniciado na Ordo Templi Orientis em Junho de 1941 na Loja Agapé em Pasadena, California, e sob o motto Hymenaeus Alpha serviu como Califa da O.T.O. de 1969 até 1985, ano de sua morte.

Sua primeira profissão foi como soldado. Ele serviu no Teatro Europeu durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual se tornou um estudante pessoal de Aleister Crowley. No outono de 1943, foi iniciado ao IX° da O.T.O. por Baphomet XI° (Aleister Crowley). Foi Crowley que sugeriu que ele usasse o nome Hymenaeus Alpha, que em gematria grega soma 777.

Após a guerra, Grady retornou aos Estados Unidos e se graduou em Filosofia na Universidade da Califórnia, Berkeley. Ele também agiu como Grande Inspetor Geral Soberano VII° da O.T.O. na California.

Em Setembro e Novembro de 1944 (e novamente em Junho de 1947), ele recebeu cartas de Crowley se referindo a ele como seu "Califa" (ou eventual sucessor). Em Abril de 1946 ele foi nomeado Representante de Crowley na O.T.O. americana, sujeito somente à autoridade do Vice-Rei, e aparente herdeiro, de Crowley, Karl Germer.

Durante a Guerra da Coréia, Major McMurtry retornou à ativa nas Forças Armadas Americadas. Ele então retornou à Universidade da Califórnia para completar seu Mestrado em Teoria Política.

Karl Germer, que sucedeu Crowley como O.H.O. da O.T.O., morreu em 1962 sem nomear um sucessor. Grady McMurtry, sabendo da notícia, retornou à Califórnia (à esta época ele estava residindo e trabalhando em Washington D.C.) e, usando poderes emergenciais a ele dados por Baphomet XI°, se tornou Califa e cabeça da O.T.O. de facto em Junho de 1969. Ele liderou a revitalização da Ordo Templi Orientis durante os anos 70 e 80.

Ele morreu em 12 de Julho de 1985 em San Pablo, Califórnia.

Biografia George Cecil Jones

Co- fundador da A.·.A.·., o químico George Cecil Jones foi membro da Golden Dawn Sob o mote de Volo Noscere (Eu Saberei), iniciou como Neófito em 12 de Julho de 1895 . Em 11 de Janeiro de 1897, atingiu o grau de Adeptus Minor.

Durante o cisma da ordem em 1900 Jones aliou-se a Mathers contra os rebeldes da Loja Isis-Urânia.
No verão de 1906 atinge o grau de Adeptus Exemptus.
Era do tipo homem de família, um pai orgulhoso e posteriormente avô.
Julian Baker (Frater Causa Scientiae) decreveu-o como "um magista muito melhor do que eu mesmo".

O general J.F.C. Fuller (Frater N.S.F. 5º = 6° honorário) decreve-o como tendo "uma peculiaridade: a de dizer a verdade."

Sir Gerald Kelley (Frater Eritis Similis Deo, pintor e presidente da real Academia de Arte e Comandante da Legião de Honra) escreveu dele: "Há somente um membro (da Golden Dawn) que me impressionou. Seu nome era Jones e houve poucos tão sinceros quanto ele."
Aleister Crowley descreve no seu Confessions:

"Ele possuía um impetuoso porém instável temperamento. Era filho de um suicida e possuía um semblante muito semelhante as convencionais representações de Jesus Cristo (nota de Frater Keron-E: Jones também era judeu) Seu espírito era ao mesmo tempo ardente e refinado. Ele foi muito letrado em Magick e, sendo um químico analítico por profissão, foi capaz de investigar o assunto sob um espírito científico."

Em Outubro de 1898 recomendou a entrada de Crowley na ordem. Ele junto com Allan Bennett foram os primeiros instrutores de Crowley na sua iniciação mágica. Normalmente não hesitava em criticá-lo, como no episódio em que decidiu morar em Londres a fim de viver anonimamente, sob o nome de Conde Vladimir Svareff. Jones retrucou dizendo que um indivíduo inteligente adotaria o nome de "Smith" (nota: "Smith" equivale ao nosso "Silva").

Ao mostrar o Livro da Lei, Jones achou o terceiro capítulo muito parecido com o Apocalipse e logo em seguida emendou :
"Eu não aprecio poesia, não leio Keats" ( nota: John Keats famosos poeta inglês).

Porém, após uma série de experiências mágickas entre 1906 e 1907, ambos fundaram a A.·.A.·., mais especificamente em 8 de abril de 1907, Crowley escreveu a Jones a Lição de História da A.·.A.·. ( Liber 61 vel Causae) para sua aprovação. Crowley fala disso em Liber Aleph, 185:

"Mas de Cecil Jones Eu obtive a Grande Dádiva da Santa Magia de Abramelin, e ele me introduziu naquela Ordem que nós não nomeamos, devido à Tolice dos Profanos que a ela pretendem , e ele me trouxe ao Conhecimento e a Conversação do Sagrado Anjo Guardião, também foi ele, o Arauto dos Mestres do Templo quando Eles me deram as Boas Vindas em sua Ordem, designando um Assento para mim na Cidade das Pirâmides sob a Noite de Pan, mas por Três Anos Eu não quis me valer desse."

Poucos anos mais tarde Jones, foi envolvido em um escândalo através de um tablóide The Looking Glass sobre uma possível insinuação de homossexualidade entre eles. Na Londres de 1911 foi uma escandalosa acusação. Sendo um pai de família e um profissional respeitado, não poderia mais possuir seu nome associado ao de Crowley. Mesmo assim, Crowley ainda mantinha o nome de Jones como Præmonstrator da A.·.A.·. nas publicações da Ordem.

Após oito anos, ambos encontraram-se novamente, e ele fez o seguinte registro:

"Foi um triste encontro. Ele é a mesma querida figura que sempre foi, um tanto grisalho para 46 anos, porém a sua volta do Abismo era evidente. Ele é apenas um simples burguês, interessado na criação de sua prole."

Ele achou que Jones abandonara a Grande Obra para tornar-se avô. Porém, Crowley não poderia saber se Jones estava certo ou não. O mais provável é, de que ele não conseguiria conviver com alguém tão bom, ou talvez melhor, do que ele, e que ao mesmo fora o seu instrutor.

Levando a um romântico desdobramento de sua profissão, Jones exerceu a prima função do alquimista: a transformação do chumbo em ouro, a mais sagrada das mutações , a auto - transformação.

G.C.Jones falece em 1953 sem jamais ter retornado à atividade pública de magista.

Biografia Frank Bennett


Frank Bennett (1868 – novembro de 1930) foi um discípulo australiano de Aleister Crowley e fundador e cabeça da Ordo Templi Orientis (O.T.O.) em seu país. Também foi membro da A∴A∴, donde seu nome mágico mais conhecido foi Frater Progradior (do latim "avanço"). Também foi conhecido pelos motes de Sapientia Amor Potentia, 176 e Ahah.

Bennett nasceu em Lancashire, Inglaterra. He worked variously as a builder, industrial chemist, and factory manager, and in later life, as a caretaker and maintenance supervisor. Durante sua juventude, se envolveu com diversos movimentos esotéricos, incluindo a Sociedade Teosófica e a Universal Co-Freemasonry (Maçonaria Mista). Entrou em contato com Crowley em 1909 através do The Equinox, pedindo informações sobre a operação de Abramelin. Pouco tempo depois, ele se uniu à A∴A∴ e depois à O.T.O.. Apesar de seu interesse em Crowley, manteve ligação com a Maçonaria Mista, e em 1911 emigrou para a Austrália, com o propósito específico de auxiliar na fundação de Lojas da Maçonaria, uma tarefa que realizou com algum sucesso. Eventualmente ele fixou-se em Sydney, onde o encontraram sua esposa e filhos. O interesse de Frank Bennett na Maçonaria diminuiu, e ele se desligou da Loja Sydney, da qual ele foi Grão Mestre, após uma disputa sobre seu gerenciamento.

Em 1914 renovou contato com a O.T.O. e após longas negociações, recebeu uma patente para abrir a primeira Loja da O.T.O. na Austrália, em novembro de 1915. A loja foi chamada de "Loja Rosacruciana de Sydney Rosicrucian Lodge", e por razões técnicas foi listada como "Loja Nº 2" no Registro do Grande Concelho Nacional da Ordo Templi Orientis para a União da África do Sul.
Throughout the years of the First World War Bennett sought to grow the O.T.O. and the A.’. A.’. in Australia, holding regular lectures which he advertised in newspapers. He corresponded regularly with Crowley and Frater Achad (Charles Stansfeld Jones) who supervised his studies in the A.’. A.’. It was as a Neophyte under Achad’s mentorship that he adopted the name "Progradior" – which would become the best known of his magical names.

Em julho de 1921, Bennett viajou para a recém-fundada Abadia de Thelema em Cefalù, onde ele começou a estudar diretamente sob Crowley. Ali encontrou uma série de nomes thelêmicos conhecidos, incluindo Leah Hirsig, Cecil Frederick Russell, Jane Wolfe, e outros. Crowley se impressionou muito com o entusiasmo e capacidade de Bennet, e escreveu especificamente para ele um texto iniciático: Liber Samekh, um ritual para obter a consecução do Conhecimento e Conversação do Sagrado Anjo Guardião, para que Bennett o usasse durante um retiro mágico. Frank Bennett manteve um registro detalhado de suas experiências durante este retiro, que então foi publicado como The Magical Record of Frater Progradior.

Crowley was immensely impressed with Bennett’s achievements, and came to consider him as a star pupil. He formally admitted Bennett to the Ninth Degree of the O.T.O. and officially appointed him as his "Viceroy in Australasia." Crowley also advanced Bennett rapidly through the grades of the A.’. A.’., with Bennett taking the Oath of an Adeptus Minor in October 1921.
When Frank Bennett returned to Australia in December 1921 he was ill with malaria and had also acquired a heroin addiction. He also returned to domestic troubles: his wife was on the verge of leaving him, and when she did so his son, Frank Bennett Jr. sided with her, and never reconciled with his father. For a time Bennett lost contact with Crowley and the Thelemites, but eventually recommenced his correspondence with Crowley and his Scarlet Woman, Alostrael (Leah Hirsig) and renewed his attempts to spread Crowley’s teachings (the Law of Thelema). In 1924 a Sydney newspaper, Smith’s Weekly, ran a series of scandalous exposés on Bennett and the O.T.O. Under pressure from family, and afraid of losing his job, Bennett withdrew from the public gaze, and the Sydney O.T.O. and A.’. A.’. groups – which had probably only ever attracted a tiny membership - appear to have dissolved. Following the closure of the Abbey of Thelema in Cefalù Aleister Crowley, Leah Hirsig and the other members of the small core group of Thelemites dispersed, and Frank Bennett slowly drifted out of contact with them. He died in November 1930, following a short illness.

Bennet possuiu um Probacionista chamado H. E. Inman que mudou-se para o Brasil em 1913.

Biografia Francisco Valdomiro Lorenz

Este grande Iniciado nasceu na Boêmia província da Checoslováquia, no dia 24 de dezembro de 1872, situada entre a Áustria e a Alemanha.

Foi nas montanhas da Boêmia que nasceu na "Véspera de Natal" esse gênero das línguas e do
Esperanto. Seu primeiro livro foi editado em 1890, ainda na Boêmia, em Esperanto, quando tinha apenas 18 anos de idade e, posteriormente, publicado em quarenta idio-mas diferentes.
Lorenz, no Brasil, foi morar em Dom Feliciano, na época, distrito de Encruzilhada do Sul, Estado do Rio Grande do Sul.

Publicou várias obras como "Raios de Luz Espiritual", "Elementos de Quiromância", "Lições Práticas de Ocultismo Utilitário", "A Sorte Revelada pelo Horóscopo Cabalístico", "O Filho de Zanoni", "A Cabala" e muitas outras obras.

Foi um grande Astrólogo. Por mais de 20 anos redigiu o "Almanaque do Pen-samento", editado até hoje pela Editora Pensamento.

Era colaborador espontâneo do Círculo Esotérico da Comunhão do Pensamento. Através de suas obras foi um evangelizador do Ocidente. Falava 72 línguas com seus respectivos dialetos.

Desencarnou no dia 24 de maio de 1957, às 13 horas, em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul.
Era doutor em Cabala da Ordem Cabalística da Rosa-Cruz. Aconteceram muitos fatos na vida deste

Iniciado de primeira grandeza. Como exemplo de tais fatos, vamos transcrever a matéria publicada na Revista Maçônica "União", de outubro de 1965:

"Corria o ano de 1928 e governava o Estado do Rio Grande do Sul o Dr. Getúlio Vargas. Certa manhã, recebi um amável convite para comparecer às 14 horas na Biblioteca Pública, pois que lá estava sendo feita uma triagem de todo o Professorado Estadual do Curso Primário, por ordem de S. Ex.a o Dr. Getúlio Vargas, então vivamente interessado na reforma e aprimoramento do ensino. Além disso, salientou que entre os que seriam examinados estava um homem que era um verdadeiro fenômeno e que ele tinha sincero desejo de que também eu o conhecesse.
Aquiescendo ao convite, compareci à hora aprazada e lá o encontrei. O amigo que me convidara era professor de Contabilidade e mantinha o Curso Rápido Comercial num prédio sito à Praça Parobé.
Ao fundo de um enorme salão estava a Comissão Examinadora, presidida pelo ilustre e saudoso Ir. Dr. Maurício Cardoso. Os demais membros da Comissão eram o que de mais exponencial existia em Porto Alegre naquela época.

A chamada dos examinadores era procedida em ordem alfabética, e naquele dia estavam na letra "F".

Em dado momento ouviu-se chamar: "Francisco Valdomiro Lorenz". Imediatamente viu-se, encaminhando-se em direção à Mesa, um cidadão aparentando 45 anos, trajado de branco, botinas pretas, lenço de seda ajustado ao pescoço com uma aliança e de chapéu de palhinha na mão. À sua passagem pelo longo corredor, com facilidade se escutaram risinhos de professorinhas muito bem vestidas e pintadas, o que fez com que o Ir. Bahlis (quem me convidou) murmurasse, contrafeito: daqui a pouco vocês mudarão de atitude! Efetiva-mente, iniciadas as provas, o grande matemático, Dr. Francisco Rodolpho Simch, viu que es-tava diante de um grande estudioso da matéria, o que o levou a distender-se longamente sobre o tema que lhe estava afeto. Com profunda admiração, constatou que o examinando discorria com indiscutível autoridade sobre os mais complexos aspectos da Matemática, culminando por enredar-se na própria origem dos algarismos - matéria essa muito familiar ao examinando. Sob grande e justificada expectativa seguiu-se a prova de Português.

Respondendo e solucionando todas as perguntas e questões atinentes com segurança e, sobretudo, simplicidade, foi em certa parte solicitado a analisar a palavra "sobrevivência". Fê-lo, lógica e lexicamente, dentro das normas gramaticais, tendo, ao final, se colocado à disposição para responder sobre algo mais que desejassem a respeito da aludida palavra. Foi a essa altura que teve início um diálogo que ficou indelevelmente gravado na mente de todos os presentes. Vou esforçar-me no sentido de relatá-lo com a máxima fidelidade:
Dr. Maurício Cardoso: - Pelo que vejo, o Sr. dedica-se ao estudo da etimologia das palavras.
Lorenz: - Sim, Ex.ª, estudo.
Dr. Maurício Cardoso: - Além do Latim, grego e árabe, que são as raízes de nosso idioma, aprecia ou estuda também outras línguas vivas?
Lorenz: - Sim, Ex.ª. De modo especial as línguas chamadas "mortas".
Dr. Maurício Cardoso: - O senhor diz "mortas". Por que não prefere as "vivas"?
Lorenz: - Porque, salvo erro de minha parte, as "vivas" nada mais são que herdeiras das "mortas". Dr. Maurício Cardoso: - Embora imperfeitamente, dedico-me também ao estudo de alguns idiomas, porém vivos. Agradar-lhe-á dialogarmos rapidamente em francês, que é considerado "idioma universal"? Lorenz respondeu-lhe em francês, tendo o Dr. Maurício manifestado sua satisfação. Dr. Maurício Cardoso: - Mas, o que me diria se tentássemos dialogar noutros idiomas que atualmente são usados pelos povos deste Planeta?
Lorenz: - Estou às inteiras ordens de V. Ex.ª.

Neste ponto foi que os presentes tiveram a revelação do Grande Homem modestamente vestido e que suscitara os risinhos que tanto mal fizeram ao saudoso Ir. Bahlis.

Como era notório nas altas esferas da intelectualidade brasileira, o Dr. Maurício Cardoso falava corretamente doze idiomas "vivos". Valendo-se disso, conversou com o Ir. Lorenz em todos eles, e em cada um desses idiomas, com grande diplomacia e humildade, escutava observações de Lorenz, mais ou menos como esta: Ex.ª, a sua pronúncia desta palavra denota que o seu professor era originário ou descendente de algum habitante de tal ou qual cidade da Alemanha, Áustria, Inglaterra, Pérsia, etc. Isso é natural, porquanto esses povos, através de muitos séculos, empenharam-se em muitas guerras, e certas palavras sofreram substâncias alterações, principalmente em sua tônica. E prosseguindo: nas capitais, onde se cultuam as regras gramaticais, a pronúncia é assim (e pronunciava as palavras, citando os motivos).

Empolgado diante daquele verdadeiro repositório de saber, o Dr. Maurício Cardoso arriscou: - O senhor fala mais alguma língua? - Sim, algumas. - Quantas mais? - Bem, diz Lorenz, eu entendo e escrevo atualmente em cinqüenta e duas. Entretanto, devo confessar que estou lutando para aperfeiçoar-me na pronúncia das que eram faladas pelos Maias, Astecas e Ameríndios. - Mas, então o Sr. fala o idioma japonês? - Sim, respondeu Lorenz. - Tenho um amigo na Diretoria de Higiene, o Dr. Nemoto, japonês de nascimento, que certamente gostará de falar com o senhor. Está de acordo em que lhe peça para vir até aqui para esse fim? - Com muita honra, Ex.ª. Diante disso, o Dr. Maurício Cardoso providenciou a vinda daquele cavalheiro e enquanto não chegava, providenciou as demais provas de habitação do examinando, que em todas elas se revelava um grande mestre.

As todas essas, eram quase 16 horas quando chegou o Dr. Nemoto. Feitas as apresentações, imediatamente iniciaram o diálogo em japonês, e, decorridos poucos instantes, o Dr. Nemoto esclarece aos presentes que realmente seu ilustre interlocutor era mesmo um fenômeno lingüístico, porquanto, com sincera admiração de sua parte, ele descobria que ele, Nemoto, não estava falando o japonês usado em Tóquio, e sim em Yokohama, o que era ver-dade.

Foi nessa altura que teve lugar um fato que emocionou extraordinariamente aquela felicíssima assistência: o Dr. Maurício bate no tímpano e diz: - Senhoras e Senhores! Convido a que nos levantemos!

Todos de pé, ele deixa a Presidência da Mesa, encaminha-se para o nosso Ir. Lorenz e diz-lhe: -
Mestre, vinde ocupar o lugar que indevidamente eu estava ocupando. Ele vos cabe.

Uma salva de palmas, que durou muito tempo, coroou as palavras do Dr. Maurício Cardoso.

Muito acanhado, extraordinariamente encabulado, Lorenz baixou a cabeça e apenas conseguiu murmurar:

- Oh! Por caridade Doutor, se está concluída a minha prova, permita que eu volte para minha casa em São Feliciano. - Mas, o senhor não reside em Porto Alegre? - Não, senhor. Há muitos anos resido no Distrito de São Feliciano, Município de Encruzilhada. Andam dizendo por aí que em breve serão mudados os nomes para Dom Feliciano e Encruzilhada do Sul. Diante disso, o Dr. Maurício externou em palavras cheias, de emoção e entusi-asmo a sua admiração por ele e deferiu seu pedido.

No dia seguinte, nova surpresa estava reservada ao Ir. Lorenz. O Dr. Getúlio Vargas, informado do que ocorrera, mandou chamá-lo ao Palácio, manifestou-lhe também sua grande admiração e convidou-o para trabalhar na Secretaria do Interior e Justiça, no Departa-mento de Relações

Consulares, pois, trabalhando como tradutor, iria prestar relevantes servi-ços naquele setor.
- Sr. Governador, disse Lorenz. Sensibilizado ao máximo, agradeço a V. Ex.ª tão honroso convite.

Entretanto, se vossa extrema bondade permite, imploro que me deixe voltar para minha Escola. O senhor nem pode imaginar o quão feliz me sinto em poder ir diari-amente para minha Escola, levando junto comigo um elevado número de meninos!

O saudoso Dr. Getúlio Vargas, embora coerente com a idéia inicial, terminou concordando, e lá se foi o Ir. Lorenz para o convívio de seus amados meninos".

Biografia Francis Israel Regudy


Francis Israel Regudy, mais conhecido como Israel Regardie (nasceu em 17 de novembro de 1907 em Londres, Inglaterra; faleceu em 10 de março de 1985 em Sedona, Arizona) foi um dos mais significativos ocultistas do século XX e um renovador da literatura oculta, especialmente no que concerne à Hermetic Order of the Golden Dawn.

Israel Regardie nasceu em Londres, de pais judeus imigrantes e pobres. Sua famiília mudou de sobrenome para "Regardie" após uma confusão clerical resultante do envolvimento do irmão de Israel com o Exército Britânico com esse sobrenome.

Regardie emigrou para os Estados Unidos aos 14 anos de idade, e estudou arte em Washington, DC; e Filadélfia, PA. Com um tutor hebreu ele obteve o conhecimento linguístico que provaria ser inestimável em seus posteriores estudos de Qabalah hermética.

Com fácil acesso à biblioteca do Congresso, ele lia muito, e tornou-se interessado por teosofia, filosofia hindu e yoga; também juntou-se aos rosa-cruzes nesta época.[3] Após ler a Parte I do Magick (O Livro Quatro) pelo ocultista Aleister Crowley, iniciou uma correspondência que o levaria a voltar para a Inglaterra, aos 21 anos, a convite de Crowley, para tornar-se seu secretário em 1928. Os dois dividiram companhia até 1932.

Em 1934, entrou para a Stella Matutina, uma organização "sucessora" da Ordem Hermética da Aurora Dourada. Quando o grupo se dissolveu, Regardie adquiriu documentos da Ordem e compilou o livro "A Golden Dawn", que lhe deu a inimizade de outros membros antigos e a reputação de ser um quebrador de juramentos por causa da informação revelada. No entanto, o livro transformou o trabalho da Ordem em um inteiro ramo da Tradição Ocultista Ocidental.

Conforme Regardie observou em seu A Garden of Pomegranates, "...é essencial que o sistema completo devesse ser publicamente exposto de tal forma que ele não pudesse ser perdido pela humanidade. Pois ele é a herança de todo homem e toda mulher - seu direito de nascência espiritual". As diversas organizações ocultas clamando descendência da Golden Dawn original e os sistemas de magia praticados por eles devem a continuidade de sua existência e a sua popularidade ao trabalho de Regardie.

Em 1937, aos 30 anos, Regardie voltou para os EUA, entrando para o Chiropractic College em New York. Além disso, estudou psicanálise com o Dr. E. Clegg and Dr. J. L. Bendit, e psicoterapia com o Dr. Nandor Fodor. Abriu um escritório de quiropraxia e ensinou psiquiatria - Freudiana, Reichiana e Jungiana - aposentando-se em 1981 aos 74, quando então mudou-se para Sedona, AZ.

Ele faleceu de um ataque cardíaco na presença de amigos próximos durante um jantar em um restaurante em Sedona, Arizona, em 10 de Março de 1985, aos 77 anos de idade.

Legacy

Regardie é uma das principais fontes confiáveis de muito o que se sabe sobre a Hermetic Order of the Golden Dawn. Suas obras e estudantes ao qual ensinou ou influenciou proporcionam boa parte dos fundamentos do ocultismo ocidental moderno.

Regardie também preservou um ramo válido da linhagem iniciática da Golden Dawn na América:

The second significant task carried out by Regardie was, as an Adept, to bring a valid branch of the initiatory lineage of the Golden Dawn to America the alchemical melting pot where the New Age was incubating. Such tasks are not always easy. A. M. A. G. waited here four decades until the threads of the pattern came together. Then, in one of those graceful synchronicities which often play midwife to significant magical events, a couple in Georgia were inspired—at that time scarcely aware of what they were undertaking—to build a Rosicrucian Vault, the powerful ritual chamber required to pass on the Adept Initiation, at precisely the time when two magicians (one on the east coast of the United States and one on the west coast), unknown to each other or to the Georgia couple, came to be ready to receive that Initiation. And A. M. A. G., with the right to confer the Initiation in such a Vault, was the connecting link among them. And so, in one remarkable weekend, Regardie presided over two Initiations into the Inner Order, the first and the last which he ever performed; and the Lamp of the Keryx was passed into American hands. — Forrest, Adam P. in Cicero (1995), p. 541

No parágrafo acima, A.M.A.G. se refere a Regardie, sendo o seu mote completo Ad Majorem Adonai Gloriam, que significa "Para a Maior Glória de Adonai".

Obras publicadas

A Garden of Pomegranates
A Árvore da Vida
My Rosicrucian Adventure
A Arte da Verdadeira Cura
O Pilar do Meio
The Philosopher's Stone
The Romance of Metaphysics
The Art and Meaning of Magic
Be Yourself, the Art of Relaxation
New Wings for Daedalus
Twelve Steps to Spiritual Enlightenment
The Eye in the Triangle
Roll Away the Stone
The Legend of Aleister Crowley (com P.R. Stephenson)
The Golden Dawn
The Complete Golden Dawn System of Magic

Biografia Empédocles



Empédocles (gr. Ἐμπεδοκλῆς) foi um filósofo, médico, legislador, professor, místico além de profeta, foi defensor da democracia e sustentava a idéia de que o mundo seria constituído por quatro princípios: Água, Ar, Fogo e Terra.

Tudo seria uma determinada mistura desses quatro elementos, em maior ou menor grau, e seriam o que de imutável e indestrutível existiria no mundo.

Vida e Obra

Nasceu por volta de 492 a.c. era vulgaris em Acragás ("Agrigento"), rica cidade da Magna Grécia. Sua família era aristocrática e influente; conseqüentemente, Empédocles participou das atividades políticas de sua cidade durante algum tempo. Depois, viajou por muitos lugares e faleceu, mais ou menos aos sessenta anos, em local ignorado; nada mais se conhece de certo a respeito de sua vida.

Cerca de 450 versos de dois extensos poemas em versos hexâmetros, conhecidos tradicionalmente por Da Natureza e Purificações, chegaram até nós; segundo Rocha Pereira (1993), o primeiro poema foi escrito por um cientista e o segundo, por um visionário. Da Natureza trata de temas científicos e filosóficos; Purificações aborda predominantemente a natureza e o destino da alma. Nem sempre a distinção é nítida mas, a despeito de aparentes inconsistências, as duas obras parecem ter sido escritas pela mesma pessoa.

Pensamento

A doutrina cosmogônica delineada no poema Da Natureza explicava toda a existência em termos de coesão e combinação de quatro "raízes" ou elementos básicos irredutíveis que interagiam ciclicamente através de dois princípios. Esses quatro elementos — Terra, Água, Fogo e Ar — preenchiam inteiramente o espaço, mantinham eternamente sua individualidade e eram "isonômicos", isto é, de igual importância. Os dois princípios, Amor e Discórdia, promoviam a união ou a desunião dos elementos em um ciclo cósmico em que predominava ora um, ora outro. A alma era também o resultado da interação dos quatro elementos e dos dois princípios.

Ao monismo e ao imobilismo dos eleatas, Empédocles opôs, portanto, pluralismo e movimento. Suas idéias, conhecidas entre nós por "doutrina dos quatro elementos", influenciaram profundamente Platão, Aristóteles, os estóicos e também as ciências, notadamente a medicina. Os quatro elementos só perderam o prestígio na segunda metade do século XVIII a partir dos estudos de Lavoisier (1743/1794).

Assim como Pitágoras, Empédocles defendia a transmigração das almas através de um longo ciclo de reencarnações, condicionado pelas conseqüências de alguma grave ofensa cometida. Em outros trechos de suas obras, Empédocles apresentava-se como curandeiro, capaz de ressuscitar os mortos, como mago capaz de influenciar os ventos e a chuva e até mesmo como uma divindade.
Deriva daí, possivelmente, a significativa quantidade de histórias fantásticas e anedotas que circularam a seu respeito durante toda a Antigüidade.

Elementos Classicos 

Existem várias idéias antigas sobre os Elementos Clássicos. A versão Grega dessas idéias persistiu por toda Idade Média e por todo Renascimento, influenciando o pensamento e a cultura Européia profundamente.

Os cinco elementos clássicos da Alquimia são Espírito (ou Éter), Ar, Fogo, Água e Terra, cada qual com suas propriedades.

Elementos clássicos na Grécia

Os elementos clássicos representam na filosofia, ciência e medicina Grega as possíveis constituições do cosmo..

Platão menciona-os como sendo de origem Pré-Socráticos, um lista criada pelo antigo filosofo Empédocles.

Fogo é quente e seco.
Terra é fria e seca.
Ar é quente e úmido.
Água é fria e úmida.

Um diagrama com dois quadrados sobrepostos, tem em cada ponta um dos elementos, num quadrado, e no outros, suas propriedades. Essa propriedades são descritas como variações da umidade e da temperatura, que produzem um Ar quente e úmido, um Fogo quente e seco, uma Água fria e úmida e uma Terra fria e seca.

De acordo com Galen, esses elementos foram usados por Hipócrates na descrição do corpo humano com associação aos quatros humores: Sangue (Fogo), Bílis Amarela (Ar), Fleuma (Água) e Bílis Negra (Terra).

Algumas cosmologias incluem um quinto elemento, a "quintessência" ou espírito. Esses cinco elementos são algumas vezes associados com os cinco sólidos platônicos: o tetraedro, o cubo, o octaedro, o dodecaedro e o icosaedro.

Os Pitagórícos colocaram a idéia como o quinto elemento e também a letra inicial dos cinco elementos para nomear os ângulos externos do pentagrama.

Alguns associam esses elementos aos quatro estados físicos da matéria: sólido (Terra), líquido (Água), gás (Ar) e plasma Fogo.

Aristóteles adicionou éter como a quintessência, raciocinando que enquanto o Fogo, Terra, Ar, e Água eram materiais e corruptíveis, as estrelas eram eternas ("aether" é baseado no grego para eternidade) e não eram feitas de nenhum destes elementos mas sim de substância especialmente divina.

Elementos clássicos no Hinduísmo

Os elementos clássicos no Hinduísmo são: Bhoomi (Terra), Jala (Água), Agni (Fogo), Vayu (Ar) e Akasa (Espaço). Também são conhecidos como Panchabhootha (os cinco elementos).

Os Elementos durante a Idade Média

A idéia dos elementos clássicos era conhecida durante a Idade Média, e, como o dogma de Aristóteles, compusera uma grande parte da visão mundial na Idade Média. A Igreja Católica e Apostólica Romana apoiou o conceito do aether de Aristóteles porque suportava a visão cristã da vida terrestre como impermanente e o céu como eterno. São numerosas as referências aos elementos clássicos na literatura medieval e podem ser vistos na obra de "muitos" escritores, incluindo Shakespeare:

Thou hast as chiding a nativity
As fire, air, water, earth, and heaven can make,
To herald thee from the womb
-PERICLES, from Pericles Prince of Tyre
The cock, that is the trumpet to the morn,
Doth with his lofty and shrill-sounding throat
Awake the god of day; and, at his warning,
Whether in sea or fire, in earth or air,
The extravagant and erring spirit hies
To his confine
-HORATIO, from Hamlet, Prince of Denmark

A Astrologia e os Elementos Clássicos

A Astrologia tem usado o conceito dos Elementos Clássicos desde a antigüidade até os dias atuais. Astrólogos mais modernos usam os quatro elementos clássicos extensamente, e indicam-nos como um ponto essencial na interpretação da carta natal. As correspondências para os doze signos do Zodíaco são as que seguem:

Fogo -- 1 - Áries; 5 - Leão; 9 - Sagitário
Terra -- 2 - Touro; 6 - Virgem; 10 - Capricórnio
Ar -- 3 - Gêmeos; 7 - Libra; 11 - Aquário
Água -- 4 - Câncer; 8 - Escorpião; 12 - Peixes

Os postos elementais para os doze signos astrológicos do zodíaco (de acordo com Marcus Manilius) são como segue:

Fogo — Áries, Leão, Sagitário - quente, seco, ardente
Terra — Touro, Virgem, Capricórnio - pesado, frio, seco
Ar — Gêmeos, Libra, Aquário - luz, quente, úmido
Água — Câncer, Escorpião, Peixes - úmido, suave, frio

Na Astrologia tropical do ocidente, sempre existiram 12 signos astrológicos; deste modo, cada elemento é associado a 3 signos do Zodíaco os quais estão sempre localizados a 120 graus de cada outro ao longo da eclíptica e são ditos ser tríades uns com os outros.

Começando com Áries o primeiro signo que é um signo do Fogo, o próximo na linha, Touro é Terra, então para Gêmeos que é Ar, e finalmente para Câncer que é Água -- Na Astrologia ocidental a seqüência é sempre Fogo, Terra, Ar, Água nessa ordem exata. Esse ciclo continua mais duas vezes e acaba com o 12° e último signo, Peixes. A lista a seguir deve permitir que você visualize melhor esse ciclo:

1 -- Áries - (Cardinal Fogo): assertively, impulsively, selfishly.
2 -- Touro - (Fixo Terra): resourcefully, thoroughly, indulgently.
3 -- Gêmeos - (Mutável Ar): logically, inquisitively, superficially.
4 -- Câncer - (Cardinal Água): tenaciously, sensitively, clingingly.
5 -- Leão - (Fixo Fogo): generously, proudly, theatrically.
6 -- Virgem - (Mutável Terra): practically, efficiently, critically.
7 -- Libra - (Cardinal Ar): co-operatively, fairly, lazily.
8 -- Escorpião - (Fixo Água): passionately, sensitively, anxiously.
9 -- Sagitário - (Mutável Fogo): freely, straightforwardly, carelessly.
10 -- Capricórnio - (Cardinal Terra): prudently, cautiously, suspiciously.
11 -- Aquário - (Fixo Ar): democratically, unconventionally, detachedly.
12 -- Peixes - (Mutável Água): imaginatively, sensitively, distractedly.

Elementos clássicos Chineses

No taoísmo existe um sistema similar, que inclui Metal e Madeira mas exclui o Ar. Diferentes coisas na natureza são associadas com estes cinco tipos de elementos. Por exemplo, os cinco principais planetas foram nomeados após os elementos: Vênus é Metal, Júpiter é Madeira, Mercúrio é Água, Marte é Fogo e Saturno é Terra. A Lua também representa Yin, o Sol representa Yang. Yin e Yang e os cinco elementos são temas recorrentes no I Ching, que é fortemente relacionado com a Cosmologia e Astrologia Chinesa.

Biografia Charles Stansfeld Jones


Charles R. John Stansfeld Jones é considerado o filho mágico da Besta 666. Foi ele que descobriu a chave para o Livro da Lei, como profetizado no mesmo. Juntou-se a A.·.A.·. em 1912 sob o motto U.I.O.O.I.U. (Unus in Omnibus, Omnia in Uno), sob instrução de Frater Per Ardua ( J.F.C. Fuller). 

Em 26 de Fevereiro de 1913 recebe uma carta do Cancellarius da Ordem, passando-o a Neófito, sob o seu mais famoso motto, Achad ( Um , unidade).

Juntando-se a O.T.O. (organização pseudo-maçônica-templária chefiada por Crowley) inicia um processo de expansão da mesma pela América e Canadá, através da Loja em Vancouver, sendo patenteado no IX° por Theodor Reuss.

Em 21 de Junho de 1916 (no Solstício) , Jones assume o juramento do grau 8º=3° e torna-se um Bebê do Abismo. Menos de um mês depois, escreve um telegrama à Crowley sobre o feito, e o mesmo demorou a compreender o ocorrido: " Após ele (Crowley) averiguar que eu pulei no Abismo em seu favor para que pudesse assumir o grau de Magus que clamava ter atingido, escreveu pra mim, 'Ainda estou in profundis' ".

Para ele foi um ato sem precedente na história da magia. Estava além de sua imaginação conceber tal evento, pois jamais um homem, em tão pouco tempo, tornara-se um Magister Templi.

Mesmo ignorando a operação feita por Crowley, Jones compreendeu perfeitamente o que estava fazendo e tornou-se "A Criança" prevista no Livro da Lei. A Besta entusiasmou-se com a possibilidade de possuir um herdeiro de sua obra. Vários fatores contribuíram para isso:
Crowley estava tentando por meios tradicionais conceber um filho com 2 mulheres. De Junho a Setembro nada conseguiu.

A palavra de passe no período do nascimento de O.I.V.V.I.O. (o motto de Jones quando da operação) era SOL-OM-ON (Salomão) o filho do adultério do rei Davi.

O.I.V.V.I.O. nasceu 9 meses depois do Equinócio de Libra (Outono de 1915)
Entre 20 e 21 de Setembro Crowley sonhou com sua mulher escarlate Hilarion onde realizavam a operação do IXº O.T.O.

Em 1917 no Solstício de Inverno, Jones descobriu a chave para o Livro da Lei, referente ao número 31. A palavra Achad possui como some cabalística 13 cujo inverso é 31. 31 é o número de AL e de LA que significa " Não" ou Nuit. Pelo tarô 31 é igual a ShT ( Set ou Shaitan). Somando LAShTAL (31x3) encontramos 93, o número sagrado da filosofia Thelêmica. Posteriormente entrega a Crowley em 1919.

Em 1918, Crowley escreve a ele, Liber Aleph.

Porém, tristes eventos estavam por vir.

Em 1923 Achad publica O Renascer do Egito, onde demonstra sinais de insanidade. Inverte a Árvore da Vida e acreditava ter ultrapassado seu antigo instrutor e chegado ao grau de Ipsisíssimus.
Crowley, logicamente não aceita. Também afirma que ele falhou ao não completar a escalada dos graus da ordem a não publicação do tratado do grau de Adeptus Exemptus. Jones questionou seu superior ao afirmar que, quando Crowley recebeu o Livro da Lei, ele não poderia ter promulgado a palavra do Æon ( que segundo a tradição, só pode ser feito por um Magus e na época, não havia atingido tal grau ainda) e a palavra Abrahadabra recebida posteriormente no devido grau, também não seria.

Em seguida Jones desestabilizou-se e juntou-se à igreja católica, fim de força-los, por dentro, a aceitar a Lei de Thelema. Ao desembarcar em Vancouver, o faz apenas com uma galocha e, afim de combater a supressão ortodoxa, corre nu pela cidade. Sendo preso, concluiu a sua travessia do Abismo e publica seu diário do evento.

Continuando a briga com seu antigo mestre, Jones tenta arruinar a sua obra, principalmente a O.T.O. ,sendo assim, Crowley o expulsa da ordem. Em seguida Jones publica um ensaio onde promulga que Aiwass seria uma inteligência maligna, inimiga da humanidade e A Besta 666 o seu pior inimigo.

Em 1936 publica seu Liber 31, onde fala de sua associação com Crowley e da revelação do segredo do Livro da Lei.

Falece pouco depois de Crowley em 1948, após anunciar o fim do Æon de Hórus eo início do Æon de Maat.

Apesar da aparente insanidade (ás vezes comum naqueles que saltam o Abismo, principalmente nos não preparados, onde tornam-se vítimas de Choronzon, a dispersão de Dee e Kelly) Jones validou o Livro da Lei e a obra de Crowley e deixou várias obras como herança de qualidade ímpar, principalmente em Cabala.

Biografia Austin Osman Spare


Austin Osman Spare (1886-1956) é considerado um gênio das artes, tanto mágicas quanto da pintura.
Nascido no dia 30 de dezembro de 1886 em Snowhill, Londres, Spare veio a falecer em 15 de Maio de 1956, num hospital em Londres aos 67 anos de idade.

Impressionou muitos ao ingressar aos Dezesseis anos de idade, no Colégio Real de Arte em Kensington, demonstrando mesmo com sua pouca idade um enorme talento.

Envolveu-se em sua adolescência com uma mulher a quem se referia como "Mrs. Paterson" que clamava ser uma bruxa descendente das bruxas de Salem, esta mulher assumiu uma grande posição na vida de Spare, que se referia a ela como "Witch Mother" (Mãe Bruxa).

A Senhora Paterson era considerada pela sociedade Vitoriana como sendo uma bruxa, essa senhora não apenas ensinou Spare a visualizar e evocar espíritos e elementais, como também o iniciou na via sabática, no qual durante um encontro, recebeu seu nome "Zos".

No ano de 1908, após uma exibição na galeria Bruton em Londres, atraiu a atenção do Mago Aleister Crowley que prontamente o convidou para ilustrar as edições de sua revista "Equinox", sendo então, guiado por Crowley para Astrum Argentum, uma sociedade mágica conhecida como "A Estrela de Prata".

Porém Spare era dotado de um gênio indomável, e logo voltou-se a seu próprio sistema mágico e à conclusão de seu mais conhecido livro "O Livro do Prazer".

Quando em 1916, Spare ingressou no exército como um artista oficial, não imaginava-se que sofreria um acidente, que paralizaria todo seu lado direito do corpo. Muitos sequer acreditavam que ele voltasse a desenhar ou pintar novamente, mas seis meses após isso, estava novamente desenhando e pintando habilmente. Fato esse que por muitos era atribuido a Spare e seu contato com elementais e espíritos.

Em 1948 encontra-se com Kenneth Grant, inicia então seu grimório definitivo cohecido como "Zos Kia Cultus", não finalizando por sua morte em 1956


Por muitos é considerado o Avô da Chaos Magick, uma vez que suas idéias e técnicas foram uma das maiores influências para a criação desse sistema/paradigma moderno de magia.

Biografia Andrew Chumbley

Andrew D. Chumbley nasceu em Essex, Inglaterra em 15 de setembro de 1967. Faleceu em 2004, em seu trigésimo sétimo aniversário, como conseqüência de um ataque severo de asma. Chumbley era escritor, filósofo, artista e Sábio, no verdadeiro sentido da palavra. Ele viveu sua vida inteira na zona rural de Essex onde se emergiu no caminho múltiplo da Arte dos Sábios. Sua posição como o Magister da Cultus Sabbati e a escrita influente fizeram com que Chumbley exercesse uma tremenda influência no cenário ocultista, não só em relação à Arte Tradicional, mas também dentro dos legados mais feiticeiros da magia em geral. Chumbley via a si próprio como o escriba de seu daimon, e ainda que seja possível se ver as linhas de inspiração dos trabalhos de Austin O. Spare assim como sua técnica, seu estilo permaneceu ímpar. Em seu trabalho mágico, trouxe as influências do Sufismo, Tantra, Chöd e Cristianismo, tanto o Gnóstico quanto o Ortodoxo. Estas influências devem ser vistas como naturais, dado o fato de que o trabalho principal de Chumbley era enfocado na quintessência mágica como refletida na rica sabedoria dos “Mistérios Sabáticos” - que é o termo cunhado por Chumbley para a atribuição específica da Arte Tradicional. Ele apresentou esta forma específica de Arte através de numerosos ensaios, especialmente na The Cauldron e em seus livros publicados. Seus livros nunca foram livros no sentido ordinário. Eles não eram livros sobre magia, mas sim livros mágicos. Estes livros foram todos lançados pela Xoanon, que era e ainda é, o órgão público da Cultus Sabbati.

Os livros publicados de Andrew D. Chumbleys são:

Azoëtia, 1992 e republicado em 2002
Qutub - The Point, 1995 (publicado pela Xoanon e Fulgur)
One - The Grimoire of the Golden Toad, 2000
The Draconian Grimoire, impresso e distribuído privativamente.

A Arte Da Magia Por Franz Hartmann R+C

A arte da Magia consiste em empregar alguns dos chamados agentes espirituais invisíveis para gerar resultados visíveis. Tais agentes não são necessariamente entidades invisíveis, que vagueiam pelo espaço, prontas a atender ao chamado de qualquer um que tenha aprendido certas fórmulas cerimoniais e encantamentos. Consistem sobretudo na força invisível, mas não menos poderosa, das emoções e da vontade, dos desejos e das paixões, do pensamento e da imaginação, do amor e do ódio, do medo e da esperança, da fé e da dúvida, etc.

São poderes pertinentes à chamada Alma, os quais são, até certa medida, empregados por todos diariamente, de forma consciente ou inconsciente, voluntária ou involuntária. Alguns não conseguem controlá-los, nem resistir à sua influência, e por conseguinte passam a ser controlados por eles. Convertem-se em instrumentos passivos: “médiuns” por meio dos quais esses poderes operam, e muitas vezes o fazem na condição de escravos sem vontade própria.

Outros conseguem controlar sua influência; adquirem autocontrole e, paulatinamente, com sua capacidade para guiar essas forças, convertem-se em Magos genuínos que poderão usar esses poderes para o bem ou para o mal. Vemos portanto que, salvo o caso das pessoas desajuizadas que não possuem domínio pleno das faculdades mentais, qualquer um que possua força de vontade pode fazer uso dela e destarte converter-se em Mago ativo; mago branco se empregá-la para o bem e mago negro se o fizer com propósitos malignos.

Muitos orientais, e algumas pessoas no Ocidente, realizam façanhas extraordinárias, geralmente qualificadas como Magia. Não se depreende disso que sejam Magos conscientes. O que se observa é apenas a presença de um poder atuando em seus organismos. É certamente um poder mágico, mas o suposto "Mago" pode ser apenas o instrumento por meio do qual outras forças inteligentes, mas invisíveis, operam sem que mesmo o suposto Mago saiba quem ou o que são.

Não podemos honestamente afirmar que possuímos a vida, pois a vida não nos pertence e, portanto, não temos como controlá-la ou monopolizá-la. Tudo o que podemos asseverar, sem arrogância e presunção, é que somos canais por meio dos quais a Vida Una se manifesta na forma de ser humano. Somos todos Médiuns nos quais a Vida Una atua.

Somente quando chegamos a conhecer nossa própria personalidade passamos a controlar o princípio vital em nós mesmos e nos transformamos em nossos próprios Mestres. Aquele que acredita possuir qualquer poder por si só, demonstra ser bastante ingênuo, pois todos os poderes que possui lhe são, na verdade, emprestados pela natureza, ou mais corretamente falando, pelo poder espiritual e eterno que age a partir do âmago da natureza, e que os homens denominam “Deus”, justamente por haver constatado ser Ele a fonte de todo o Bem, a Realidade Una no centro do Universo e de cada ser humano.

                                                                                             

Biografia Jorge Adoum (MAGO JEFA)



Jorge Elías Adoum (Mago Jefa): Escritor y Médico naturista. Nació el 10 de marzo de 1897 en la propiedad agrícola de su padre, Francisco Adum, en Kafr-Shbeil muy cerca de Biblos, Líbano, y perteneció a una familia católico-maronita. Aunque fue un prolífico escritor, no se conoce ningún currículum-vitae suyo, ni siquiera para la contratapa de alguno de sus numerosos libros. Toda la información de la que se dispone proviene de las referencias de sus hijos, ya que habiendo fallecido en 1958 a la edad de 61 años, en 1988 (30 años después) la mayoría de sus contemporáneos que pudieran informar sobre sus primeros años han dejado también de existir. Se sabe que tuvo un hermano menor, el último, Salim, y tres hermanas: Celinda, fallecida en Guayaquil, Nazza y Rebicimia, fallecidas en Brasil, país adonde emigraron casadas durante la Primera Guerra Mundial. Fue una persona hermética en lo que concernía a su vida. En dos de las novelas que escribió: "Adonay" y "El Bautismo del Dolor" (la primera publicada en español y portugués y la segunda sólo en portugués), lo que aconteció a "Adonay" aparentemente son relatos autobiográficos de su vida en Líbano, Cercano Oriente y Francia; no obstante, cada vez que se le preguntó si realmente podrían considerarse como acontecimientos de su vida, eludía sistemáticamente una respuesta objetiva, diciendo que la pregunta carecía de importancia, actitud que mantenía, según explicó a uno de sus hijos, por temor a que se cultivara una reverencia a su persona, a causa de la admiración que le tenían y aun tienen sus discípulos. ADOUM o ADUM La ortografía con que escribía su apellido (incluyendo una "o" entre la "d" y la "u") proviene de su pasaporte emitido por autoridades francesas, en cuyo idioma es indispensable escribir "Adoum" para que suene igual que "Adum" en español.

SU INFANCIA ..Su infancia debe haber sido difícil, al igual que la de todos los cristianos en Europa Oriental y Cercano Oriente, la ocupación turca revistió extrema crueldad como lo testimonian hechos muy conocidos, provocados por el fanatismo otomano en los países árabes y en Europa. Las restricciones impuestas por los turcos fueron draconianas, al extremo que les estaba prohibido acercarse al mar y el que lo hiciera recibía disparos de alguno de los gendarmes que vigilaban las playas. Durante la guerra no podían siquiera salar los alimentos ya que la sal escaseaba particularmente entre los cristianos. Sin embargo, los turcos no tenían óbice para que sus súbditos emigraran, razón por la cual concedían pasaportes o salvoconductos para salir del Imperio. Así, cuando las cosas se pusieron difíciles entre 1900 y 1918, se produjo la avalancha de cristianos libaneses, sirios y palestinos a América y esa es la razón por la que se les dio equivocadamente el gentilicio de "turcos" a todos los inmigrantes que se identificaban con tales documentos. Nada se sabe de los estudios que hizo, pero en su novela "Adonay" hay evidencias de que inició su investigación sobre las religiones antes de salir del Líbano, país al que jamás regresó, porque se refiere con gran conocimiento a la de los drusos, secta y etnia circunscripta al Cercano Oriente, de la cual hay escasísima información en Occidente. Alguna vez contó a sus hijos que durante la guerra del 14 se unió al emir Faisal de Siria como su secretario, luchando por la independencia de su país, y cuando le preguntaron por qué continuó a su lado él explicó que una frase inoportuna suya había cambiado su vida y tal vez la de su país, agregando: "El emir me invitó a volver con él cuando me ubicó aquí, pero ya era demasiado tarde". Hacia 1916 llegó a su casa la noticia de que había muerto en el frente, su padre y su hermano decidieron hipotecar a un usurero las tierras de la familia y venir a América; sin embargo, no había muerto y al fin de la guerra regresó a su casa en busca de refugio, perseguido, sin la protección del emir Faisal y con la cabeza puesta a precio por ser nacionalista, encontró que la heredad ya no les pertenecía y que los suyos habían venido a Ecuador.

LLEGA A AMÉRICA ..Enseguida abandonó Líbano y ningún conocido volvió a saber de él hasta 1924, cuando llegó a nuestro país (Ecuador). Proveniente de Francia, estudiando, porque cuando llegó a Ecuador hablaba y escribía correctamente francés, lengua que no se enseñaba en colegios ni universidades de Líbano sino a partir de 1918. Sabía Medicina Naturista, Hipnotismo y Sugestión, que no eran materias de las escuelas de Medicina de la Europa de esa época, lo cual pone una interrogante adicional en la investigación de lo que pudo haber hecho en ese lapso. Lo más probable es que tempranamente se decepcionó de la Medicina Clásica y orientó sus estudios hacia la especialidad que después cultivó. Llegó con la salud quebrantada, en busca de los suyos, pero tuvo la sorpresa de no encontrarlos porque padre y hermano, uno después de otro, habían viajado a Brasil, donde residieron hasta su muerte.

CONOCE A QUIEN SERÁ SU ESPOSA...Los médicos le recomendaron que se radicara en la Sierra porque el clima de Guayaquil sería fatal para él. El Dr. Abel Gilbert le diagnosticó tuberculosis y pronosticó tres meses de vida. Fue así como decidió viajar a Ambato, donde, superados sus males, que estaban lejos de ser la terrible enfermedad de esos tiempos, conoció por un amigo, que en Machala acababa de enviudar un señor Villamar, a quien sería su esposa: Juana Aguad Barciona, libanesa, hija única, que vino con sus padres cuando tenía 5 años de edad y casaron por poder. Con ella procreó cinco vástagos: Violeta, Jorge Enrique, Handel, Wagner (fallecido en 1977) y Nancy.

DESINTERÉS POR EL DINERO...Ambato en 1924 era una ciudad poco apta para poner de manifiesto su talento. Sin poder ejercer la Medicina que él conocía ("¡Quién querría o podría tomarme exámenes! explicaba años más tarde a sus hijos) trató de sobrevivir con el comercio pero descubrió que no tenía aptitud para esa rama. Y de hecho el resto de su vida mostró un total desinterés por el dinero, lo que justificaba su fracaso como comerciante. Cuando algún amigo acudía a él en busca de salud, era incapaz de cobrar por el tratamiento. Aun, posteriormente, cuando tuvo autorización para ejercer, consideraba indigno recibir honorarios por curar enfermos, causando la natural irritación de su esposa, quien tenía que enfrentar las limitacines económicas de un hogar de cinco hijos; por eso y mientras ejerció la Medicina, siempre se atuvo a la generosidad de sus pacientes sin pedirles jamás un centavo.

EL ARTISTA ..En el aislamiento cultural que mantuvo en Ambato se dedicó a la pintura con razonables resultados en lo formal y artístico y deplorables en lo económico, pero en el campo intelectual se ahogaba. Para combatir el tedio aprendió a tocar música clásica en violín, tradujo y publicó "Las Alas Rotas" de Khalil Gibrán, dando a conocer probablemente por primera vez en Ecuador a este renombrado poeta y "La Moderna Eva" de Nicolás Hadad, otro notable escritor libanés.

EL MÉDICO ..Con respecto a su ejercicio de la Medicina se deben señalar algunos hechos sorprendentes, de los cuales informan sus hijos con suficiente conocimiento porque fueron testigos presénciales. Para el cuerpo médico de Ecuador en la década de 1930, cerrado a innovaciones o investigación de nuevas técnicas, Adoum no pasaba de ser un brujo irresponsable, a pesar de que quienes acudían a él lo hacían sólo cuando los médicos académicos los habían desahuciado. En 1935 buscó horizontes más amplios en Quito y se mudó con su familia a la capital. Allí, con mejores elementos culturales, pudo desarrollar su capacidad aunque siempre dentro de extremadas limitaciones. Publicó una revista teosófica "Yo Soy", cuya circulación se producía en el exterior, siendo muy limitada su venta en el país. Ese año atendió al Jefe Supremo Ing. Federico Páez de la grave dolencia que éste sufría y fue recompensado con una autorización para poder ejercer libremente la Medicina en el Ecuador. Entre las curaciones importantes que realizó está la de una señora llamada María de León, quien sufrió terribles ataques de asma durante muchos años, habiendo visitado a cuantos médicos conocía, sin resultado alguno. Adoum le dio un tratamiento de hipnosis y prescribió que a las cinco de la mañana caminara sin zapatos sobre el césped del parque El Ejido de Quito. María de León, al cabo de pocos meses, dejó de tener ataques de asma. Hacia 1978 (43 años después) una revista médica de la Unión Soviética publicó que los médicos rusos estaban experimentando el tratamiento del asma, mediante marchas sobre el césped, en la madrugada, pues durante la noche, los rayos cósmicos, beneficiosos para los asmáticos, se acumulan en las hojas y pueden ser aprovechados por los pacientes antes de que el sol y el tránsito reduzcan su potencia. Adoum jamás reveló cuál era la fuente donde aprendió ese tratamiento y tampoco vivió lo suficiente para poder leer el artículo mencionado. A su hijo Wagner le curó la tiña, temido mal porque aun no se habían descubierto los antibióticos. A su hijo Handel, cuando tuvo terribles dolores de cabeza que desconcertaron a los médicos, desde Buenos Aires, por carta, sólo en base a los síntomas, le diagnosticó acertadamente envenenamiento tabacal. Adoum jamás ejerció la medicina en otro país que no fuera Ecuador; sin embargo, cuando algún amigo le pedía consejo, se lo daba, aparentemente con éxito, porque siempre acudía algún amigo de su amigo, también en busca de consejo. De esta manera propagando su renombre como médico acertado. Sus curaciones debieron ser notables y bastante conocidas no sólo en Ecuador sino en Sudamérica, si se juzga con el siguiente incidente que le contrarió en Buenos Aires.(ver más adelante donde dice: "En 1955 viajó a Buenos Aires...")

EL ESCRITOR ..Hacia 1940 publicó en Quito su primer libro, "Poderes", empleando el seudónimo de "Mago JEFA" que identificó su producción literaria posterior y que consiste en las iniciales de su nombre, más la del nombre de pila de su padre según la usanza de los árabes (JEFA es igual a Jorge Elías Francisco Adoum). Este libro despertó gran interés en toda Latinoamérica y escasa atención en el país. A éste le siguieron "Las llaves del Reino Interno" (1941), "Adonay" (1942), "La Zarza de Oreb" (1943), y "Revivir lo Vivido", editada ésta en 1945 como la última cuya impresión se hizo en Ecuador. En 1943 se independizó Líbano y fue fundador y primer presidente del "Centro Cultural Arabe" de Quito, cuyo órgano de publicidad fue la revista "Oasis" de la cual llegaron a salir 16 números en tres años. En ella se publicaron artículos de notables escritores de Quito y del país, al convertirse en uno de los poquísimos medios de comunicación que existían en la capital. Las ceremonias de inauguración tuvieron lugar en la casa de Saadin Dassum que fue electo Vicepresidente y Antonio Chediack administrador.

SATISFACCIONES EN EL CAMPO ESPIRITUAL ..Para 1946 era una figura conocida en el continente sudamericano, en el campo esotérico. Recibió una invitación de Chile para que dictara algunas conferencias y allí aprovechó para publicar su nuevo libro "El Pueblo de las Mil y Una Noches" (1946) en un lugar donde su demanda era mucho mayor que en Ecuador. Su intención fue permanecer en Santiago por tres meses, pero sus compromisos jamás le dejaron regresar en otra condición que de visita a su familia. Volvió algunas veces hasta 1953, año en que murió su esposa. Desde 1946 su existencia cambió totalmente y fue llena de satisfacciones personales en el campo espiritual y la admiración que sus discípulos tenían por él rebasa toda ponderación. La generosidad de éstos hizo que las estrecheces económicas que sufrió en Ecuador se superaran sin esfuerzo. Vivía indistintamente entre Chile, Argentina y Brasil haciendo giras. Finalmente, en 1950, decidió establecerse en Río de Janeiro, desde donde visitaba otros países. La venta de sus libros se multiplicó y continúan siendo éxitos de librerías en América Latina. En los años cincuenta, en vida suya, se constituyó en Brasil la "Comissáo Divulgadora das Obras do Dr. Adoum", cuya sede está aun en Santos Dumont, estado de Minas Gerais y se ocupa principalmente de la difusión de las enseñanzas y escritos de quien ha sido considerado un maestro en ese tipo de investigaciones. En 1955 viajó a Buenos Aires y alguien cometió la indiscreción de dejar saber en qué hotel se alojaría. Se hospedó tranquilamente la noche de su llegada y a la mañana siguiente la policía acudió a su habitación a pedirle que dejara la ciudad a la brevedad posible. Le resultó totalmente incomprensible esa descortés actitud porque aun no se había enterado que el hall de hotel estaba lleno de gente en silla de ruedas, con muletas y caras demacradas, que querían visitar al Dr. Adoum por razones médicas; hecho que obligó a la administración a llamar a la policía.

FALLECE EN BRASIL ..El 4 de mayo de 1958 falleció en Río de Janeiro a causa de un derrame cerebral y cumpliendo su voluntad está enterrado en la ciudad de Petrópolis, Brasil, donde le recuerdan como "JEFA EL VENERABLE". De sus discípulos ecuatorianos más conocidos cabe destacar la enorme admiración que por él tuvo el poeta César Dávila Andrade, para quien las enseñanzas de Jorge Adoum tuvieron mucho significado.

SUS CARACTERÍSTICAS PERSONALES ..En cuanto a sus características personales, era alto, grueso, muy esbelto, de caminar imponente y cuidadoso en el vestir. Su mirada, jamás inexpresiva, era penetrante e inspiraba temor o ternura, según quien fuera el interlocutor. Hablaba muy claramente, en voz nunca alta pero siempre claramente audible, de tono firme y seguro. Tanto el español como el francés lo hablaba casi sin acento, con mucha propiedad. En sus conferencias, como siempre sucede, se hacían presentes sus detractores; pero Adoum sabía emplear el humorismo con mucha agilidad para desviar la controversia hacia la carcajada. Nadie recuerda haber presenciado un altercado suyo con otra persona, lo que conduce a creer que tenía un gran poder de convicción o habilidad para encontrar soluciones de armonía. Gustaba polemizar con quienes no pensaban como él, más no intentaba imponer sus creencias. Al discutir con Adoum se tenía la impresión de que sólo trataba de conocer cómo eran los puntos de vista ajenos, por mera curiosidad. Su pasatiempo en los últimos años de su vida fue el cine, al que acudía con un estricto sentido de distracción, sin mayor análisis artístico de la película que iría a espectar. En Quito, los domingos, solía reunir en casa a almorzar a sus pocos amigos, casi todos compatriotas, tocaban laúd y cantaban música árabe, eran reuniones alegres y fraternales. Como padre fue severo y exigente, predominando ante sus ojos el cumplimiento del deber como principio fundamental de vida. De hecho, él fue exigente por igual consigo mismo y se auto concedía muy poco margen para distracciones, en un perenne estudiar desde la hora de levantarse hasta la de acostarse. Solía madrugar y comenzaba el día con sus ejercicios respiratorios, de los cuales formaban parte ciertos sonidos de las cuerdas vocales, muchos de ellos con la boca cerrada, tenuemente emitidos, muy prolongados, que variaban de tonalidad.

Sus libros tratan de las fuerzas interiores que, sin conocer de poseerlas, tiene el hombre. Varias de sus obras descubren significados ocultos en las escrituras sagradas de todas las religiones, particularmente del Cristianismo. Según sus propias palabras el objetivo de las religiones es acelerar la evolución del hombre, pero es inútil revelar a todos las mismas enseñanzas, porque lo que puede ser ayuda para unos es incomprensible y perjudicial para otros; no obstante, mientras no consiga transformarse cada uno en su propia religión, el hombre continuará sintiendo la necesidad de un culto institucionalizado. Las religiones, dice, fueron dadas a los pueblos y deberían satisfacer las necesidades de cada uno de ellos porque, en caso contrario, no satisfarán a su evolución. Dice que todas las religiones tienen un origen común y que las divergencias entre ellas se deben a la diferencia de nivel del desenvolvimiento mental de sus adeptos. En "Esta es la Masonería" analiza el contenido esotérico de la masonería y los pasos que deben darse para lograr la superación y la maestría. Intentó escribir sobre los 33 grados pero la muerte lo sorprendió al concluir el noveno. "Del Sexo a la Divinidad" estudia la historia de los misterios de las religiones, el poder creador, la llave de los misterios y el principio puro de las religiones. "Yo Soy" es una colección de afirmaciones para lograr la auto superación. "Poderes", dentro de la misma línea, habla de las llaves del saber, del querer y del nuevo nacimiento. "Cosmogénesis" analiza la relación del espíritu con la naturaleza. "La Magia del Verbo" se ocupa del poder espiritual y científico de las palabras. "La Zarza de Oreb" es una introducción a los grandes misterios del cuerpo humano. "El Génesis Reconstruido" trata de la relación del hombre con las fuerzas cósmicas. "El Pueblo de las Mil y Una Noches" trata de las religiones de Oriente, con un profundo conocimiento de la historia de esos pueblos. Fue un hombre culto y conocía la situación del Medio Oriente.

Obras escritas:

20 días en el mundo de los muertos
Adonai
Cosmogenesis
El Aprendiz y sus misterios
El Compañero Masón y sus misterios
El Maestro Masón y sus misterios
El Génesis reconstruido
El reino o el hombre develado
La magia del verbo
La zarza de horeb o el misterio de la serpiente
Las llaves del reino interno o el conocimiento de si mismo
Poderes o el libro que diviniza
Rasgando velos
Yo soy
Del Sexo a la Divinidad o Historia de las Religiones