sábado, 20 de maio de 2017

Kriya Yoga

O Kriya Yoga é um sistema de Yoga revivido nos tempos modernos por Lahiri Mahasaya. Paramahansa Yogananda difundiu Kriya em grande escala para o público em geral através do livro Autobiografia de um Iogue. O sistema consiste em técnicas yóguicas que aceleram o desenvolvimento espiritual e ajudam a alcançar um profundo estado de tranquilidade e comunicação com Deus e com o próprio Eu Superior.

História Recente

De acordo com Paramahansa Yogananda, o Kriya Yoga já era conhecido na Índia ancestral, mas em determinada altura perdeu-se devido à "confidencialidade sacerdotal e à indiferença humana." Mas em 1861, o imortal yogi Mahavatar Babaji iniciou Lahiri Mahasaya no Kriya Yoga. Lahiri Mahasaya então reviveu a prática, que foi rapidamente difundida na Índia. Paramahansa Yogananda, foi preparado durante décadas para a missão de disseminar o Kriya no Ocidente, por seu Guru Swami Sri Yuktéswar um dos discípulos mais adiantados de Lahiri Mahasaya. Ao chegar nos EUA, Paramahansa Yogananda fundou a Self-Realization Fellowship, uma organização que permitisse congregar estudantes e monásticos, fez inúmeras palestras, escreveu dezenas de livros e organizou seus ensinamentos espirituais em um conjunto de lições, que desde então espalham Kriya pelo mundo. Todavia, Yogananda ensinou Kriya Yoga de forma diferente do que agora difundido pela organização que ele mesmo fundou. Kriya Yoga é uma vasta ciência de iluminação e mestres de Yoga ensinam de acordo com a época e com os diferentes discípulos.

Os discípulos mais conhecidos de Lahiri Mahasaya foram Swami Sri Yukteswar Giri, Panchanon Bhattacharya, Swami Pranabananda, Swami Kebalananda, Swami Keshabananda, e Bhupendranath Sanyal (Sanyal Mahasaya).

Referências às escrituras recentes

Yogananda ensina que Krishna se refere ao Kriya Yoga duas vezes no Bhagavad Gita. Primeiro, quando diz, "Oferecendo a inalação à exalação, e oferecendo a exalação à inalação, o yogi neutraliza ambas as respirações; ele então liberta a força vital do coração e mantêm o controle sobre ela."

E também, quando diz que "Krishna, ele próprio, em uma prévia encarnação, transmitiu o indestrutível yoga a um ancestral iluminado, Vivasvat, que ensinou a Manu, o grande legislador. Ele, em seguida, instruiu Ikshwaku, o pai da dinastia solar na Índia."

Segundo relatado na Autobiografia:

"A Kriya Yoga que estou oferecendo ao mundo, por seu intermédio, neste século 19 - disse Bábají a Láhiri Mahásaya - é um renascimento da mesma ciência que Krishna deu a Árjuna, há milênios; e a que foi posteriormente conhecida por Patânjali e Cristo, e por São João, São Paulo e outros discípulos".

Duas vezes, o Senhor Krishna, o maior profeta da índia, refere-se a Kriya Yoga no Bhágavad Gíta. Krishna também relata que foi ele, numa encarnação anterior, quem transmitiu a ioga indestrutível a um antigo iluminado, Vivasvat, o qual a deu a Manu, o grande legislador. Este, por sua vez, instruiu Ikshwaku, fundador da dinastia solar da India, a dos reis-guerreiros. Assim, passando de um a outro, a ioga dos reis foi guardada pelos Ríshis até o advento da era materialista. Depois, devido ao segredo sacerdotal e à indiferença dos homens, a sagrada tradição tornou-se gradualmente inacessível.

Patanjali também se referiu ao Kriya Yoga quando escreveu "Definimos Kriya Yoga como disciplina corporal, controle mental e meditação no Aum." E novamente quando diz,"A Liberação pode ser alcançada através do pranayama quando separamos o curso da inspiração e da expiração."

Linhagens de Kriya Yoga

Origem em Lahiri Mahasaya, com várias ramificações

Kriya Yoga Foundation (diversos grupos que praticam nos países Europeus, na Rússia e na Índia), fundada por Swami Shankarananda Giri, discípulo direto de Swami Narayana Giri (Prabhujee), que por sua vez foi um dos discípulos do Swami Sri Yukteswar Giri.
A linhagem filial de Lahiri Mahasaya continua na pessoa de Shibendu Lahiri, o neto de Lahiri Mahasaya.
Yogacharya Dr.Ashoke Kumar Chatterjee é um discípulo de Satya Charan Lahiri Mahasaya, neto de Lahiri Mahasaya.
Sri Shailendra Sharma é um discípulo de Shree Satya Charan Lahiri Mahasaya, um dos netos de Lahiri Mahasaya.

Origem em Lahiri Mahasaya, através de Paramahansa Yogananda

Self-Realization Fellowship - SRF, fundada por Paramahansa Yogananda, com sede nos EUA, centenas de templos, retiros e grupos em 62 Países.
Yogoda Satsanga Society of India-YSS,fundada por Paramahansa Yogananda com sede na India.

Instrutores Independentes

Centro de Consciência Espiritual, fundada por Roy Eugene Davis, discípulo direto de Paramahansa Yogananda.
Self-Revelation church of absolute monism, fundada por Swami Premananda, discípulo direto de Paramahansa Yogananda.
Song of the Morning Retreat Center, fundada pelo Yogacharya Oliver Black, discípulo direto de Yogananda.
Ananda, fundada por Kriyananda, ex- monge da SRF/YSS.
Temple of Kriya Yoga, iniciado por Goswami Kriyananda, discípulo de Shri Shelliji, discípulo direto de Yogananda.
Satyeswarananda Giri ex-monge da YSS/SRF, auto-intitulado discípulo de Mahamuni Babaji.
Kriya Yoga Institute fundado por Hariharananda, ex-monge da YSS/SRF

Templos de Khajuraho

Khajuraho (hindi: खजुराहो, Khajurāho) é uma pequena cidade no estado de Madhya Pradesh, a cerca de 620 km a sudoeste de Deli, capital da Índia. Segundo o censo de 2001, a população era de 7665 habitantes. O termo Khajuraho poderá derivar da palavra Hindi khajur que significa Tamareira.

História

Khajuraho é hoje um dos mais populares destinos turísticos na Índia, provavelmente pela presença do maior grupo de templos Hindus medievais, famosos pelas suas esculturas eróticas, onde serviu de capital religiosa à dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, que controlou esta parte da Índia entre o século X e o século XII os quais seriam seguidores do culto tântrico.

O conjunto de templos foi construído ao longo de cem anos, desde o ano 950 até ao ano 1050, dotado de uma área central protegida por uma muralha com oito portões, cada um dos quais com duas palmeiras de ouro. Na época áurea da cidade, contavam-se mais de 80 templos Hindus, dos quais apenas 22 se encontram em estado razoável de conservação, espalhados numa área de cerca de 21 km².

São um exemplo da ligação entre a religião e o erotismo, sendo excelentes demonstrações dos estilos arquitectónicos da Índia que ganharam popularidade devido à representação lascíva de alguns aspectos da forma de vida tradicional durante a época medieval naquela região. Viriam a ser redescobertos somente durante o século XX, tendo sofrido bastante com o crescimento das selvas circundantes que causaram prejuízos a alguns dos monumentos. O declínio económico e financeiro dos Chandelas Rajputs é tido como a razão principal para o abandono do local como centro de culto e vida social, sendo por isso a principal causa da deterioração provocada pela acção dos elementos da natureza aos monumentos.

O conjunto de monumentos foi classificado pela UNESCO como Património Mundial.

Arquitectura

Os templos de Khajuraho, construídos através de superestruturas em espiral, enquadram-se no estilo Shikhara dos templos do norte da Índia e por vezes à planta ou esquema Panchayatana.

Alguns templos são dedicados ao panteão Jain sendo os restantes dedicados a divindades Hindus - destacando a Trindade Brahma, Vishnu e Shiva, e a várias outras formas Devas. Os templos Panchayatana eram dotados de quatro salas de culto nos quatro cantos e uma sala principal no centro do pódio que consistia a sua base. Os templos eram agrupados em três divisões geográficas: oriental, ocidental e sul.

Arranjos paisagisticos

Os templos de Khajuraho encontram-se agora numa vasta área de paisagem bastante cuidada através de campos verdejantes, embora em 1947, quando se deu a independência da Índia por parte da Grã-Bretanha ali existisse uma paisagem dominada por selvas e grande profusão de arbustos.

Actualmente, a estação arqueológica tem características semelhantes às de um parque público inglês, com relvados, roseiras e árvores de jardim, o que é apreciado por alguns dos turistas, mas que, na opinião de alguns críticos, não tem qualquer tipo de relação com a paisagem histórica existente na altura em que os templos foram construídos.

O desenvolvimento da arqueologia paisagísta como uma disciplina académica levanta questões no que respeita à paisagem da arqueologia de Khajuraho e a relação original entre o complexo de templos e a área envolvente. Não existem registos sobre como terá sido a paisagem original mas sabe-se que uma vasta comunidade de sacerdotes usaram o complexo de templos e que os jardins indianos no século X eram prodominantemente jardins de árvores. Não havia relvados ou culturas de plantas erbáceas ou flores.

Esculturas eróticas

Algumas correntes de opinião mais críticas catalogam os templos de Khajuraho como uma forma de expressão do Hinduísmo ligada ao nudismo ou o sexo, mas as correntes de opinião contrárias contrapõem, afirmando que na actualidade os templos não têm expressão religiosa existente, servindo apenas como meros monumentos.

A dinastia Hindu Rajput dos Chandelas, era seguidora do culto tântrico, segundo algumas opiniões, muitas vezes mal interpretado, que crê na gratificação dos desejos terrenos como um passo adiante para atingir a libertação total (e posteriormente o Nirvana).

Pensa-se que os segmentos filosóficos do tantrismo, como é o exemplo do "Mahanirvana Tantra" tenham sido completamente esquecidos após o abandono do local como forma de culto, o que pode explicar o porquê dos grupos têntricos terem desaparecido.

Curiosidades

Nenhum dos templos de Khajuraho contem temas relacionados com a sexualidade nas suas áreas interiores, estando a representação erótica presente apenas através das esculturas nas paredes exteriores de alguns templos. A razão para esta organização dos elementos eróticos estará ligada ao facto de que, o visitante crente que pretendia estar perto da divindade, deveria deixar os seus desejos sexuais fora do templo. Seria assim experimentada por parte do crente, uma pureza interior inerente à divindade com o qual se pretenderia manter contacto, mantendo igualmente a pureza de atman (ou da alma) para que não houvesse lugar a um estado de desejo ou tendências grosseiras, medo do destino, etc.
Os elementos eróticos estão presentes apenas em cerca de dez por cento de todas as esculturas, representando cenas de erotismo ou sexo entre figuras humanas e não entre divindades. As restantes esculturas representam situações da vida social da altura, como são os exemplos das esculturas que representam mulheres a colocar maquilhagem, músicos, oleiros, camponeses, etc. Todas estas representações estão fora das zonas sagradas dos templos, indicando que o visitante crente deveria tomar os Deuses como o ponto central da vida, mesmo quando existem assuntos normais da vida para tratar.
É um erro comum concluír que, uma vez que o complexo de Khajuraho é constituído por templos, estes representam práticas sexuais entre divindades.
Nos templos de Khajuraho, os idolos de Shiva, Nandi, Princesa Durga, representações de encarnações de Vishnu, etc. estão completamente vestidos.
Na Índia, não existem templos que contenham representações de idolos ou divindades em poses de nudismo ou em posisões eróticas.

Kama Sutra

Kamasutram (Sânscrito: कामसूत्र), geralmente conhecido no mundo ocidental como Kama Sutra, é um antigo texto indiano sobre o comportamento sexual humano, amplamente considerado o trabalho definitivo sobre amor na literatura sânscrita. O texto foi escrito por Vatsyayana, como um breve resumo dos vários trabalhos anteriores que pertencia a uma tradição conhecida genericamente como Kama Shatra.

“Ao contrário do que muitos pensam, o Kama Sutra não é um manual de sexo, nem um trabalho sagrado ou religioso e também não é um texto tântrico. Na abertura de um debate sobre os três objectivos da antiga vida hindu - Darma, Artha e Kamadeva - a finalidade do Vatsyayana é estabelecer kama, ou gozo dos sentidos, no contexto. Assim, Darma (ou vida virtuosa) é o maior objetivo, Artha, o acúmulo de riqueza é a próxima, e Kama é o menor dos três.” — Indra Sinha.

Kama é a literatura do desejo. Já o Sutra é o discurso de uma série de aforismos. Sutra foi um termo padrão para um texto técnico, assim como o Yôga Sútra de Pátañjali. O texto foi escrito originalmente como Vatsyayana Kamasutram (ou "Aforismos sobre o amor, de Vatsyayana"). A tradição diz que o autor foi um estudante celibatário que viveu em Pataliputra, um importante centro de aprendizagem. Estima-se que ele tenha nascido no início do século IV. Se isso for correto Vatsyayana viveu durante o ápice da Dinastia Gupta, um período conhecido pelas grandes contribuições para a literatura Sânscrita e para cultura Védica.

Kundalini

Kundaliní (em sânscrito: कुंडलिनी, Kundaliní) é fenômeno bioelétrico, dito ser uma corrente elétrica que fica concentrada na base da coluna; O termo é feminino, deve ser sempre acentuado e com pronúncia longa no í final. Muitos por a considerarem sagrada, grafam o nome com "K" maiúsculo. O símbolo do caduceu é considerado como uma antiga representação simbólica da fisiologia da Kundalini;

É entendida como um poder espiritual adormecido no osso sacro (cócix) que só pode ser despertado por uma alma realizada de alto nível. Depois do despertar a Kundalini atravessa seis chakras que estão acima. São eles: swadisthana, manipura, anahata, vishuddhi, ajna e Sahasrara.

Ao subir pela coluna vertebral chega-se ao sétimo chakra dando a iluminação ou Nirvana para o discípulo ou ativação da glândula pineal e liberação de endorfinas. Esse processo ocorre somente para pessoas de altíssimo nível espiritual, que estejam preparadas ou para aqueles que recebem essa bênção da Divina Mãe Shri Mataji Nirmala Devi. É o poder espiritual ou físico (dependendo da linhagem esotérica ser espiritualista ou naturalista) primordial ou energia cósmica que jaz adormecida acima do primeiro chakra o Muladhara, ficando no osso sacro chamado de Múládhár Chakra, o centro de força situado na base da coluna. É a energia que transita entre os chakras que são centros de energia no corpo físico.

Deriva de uma palavra em sânscrito que significa, literalmente, "enrolada como uma cobra" ou "aquela que tem a forma de uma serpente". É a energia do Universo ou chi ou Prana em seu aspecto Purna-Shakti, total, como potencial, sendo o Prana-Shakti o aspecto biológico, ou fisico, etc.

É também tema de estudo no campo da psicologia onde a reputam de difícil condução com a disciplina e maturidade que são requeridas para esse intento.

Tantra

Tantra, yoga tântrico ou tantrismo é uma filosofia comportamental de características matriarcais, sensoriais e desrepressoras. Essencialmente, a prática tem, por objetivo, o desenvolvimento integral do ser humano nos seus aspectos físico, mental e espiritual.

Origem da expressão

"Tantra" é um termo sânscrito que significa "uso, trama". Designava uma série de tratados indianos do século VII em diante sobre ritual, meditação e disciplina. A palavra "tantra" é composta por duas raízes acústicas: "tan" e "tra". "Tan" significa expansão e "Tra" libertação.

Tal denominação tem as suas raízes em fatores históricos muito sutis, pois esta filosofia comportamental, durante a época medieval, foi severamente reprimida na Índia hinduísta, fortemente espiritualizada. Esta era a forma como os seguidores desta filosofia a viam. Libertadora, mas mantida em segredo (na escuridão).

Dispõe de imensos significados e interpretações, mais ou menos corretos, tais como "teia", "trama" ou "entretecido". "Tantra" pode ser interpretado, mais corretamente, como algo que é regulado por regras gerais. Um dos significados que a palavra possui é "código". Vale lembrar que o tantra é uma filosofia comportamental e que seus diversos significados giram em torno desse fundamento.

Descrição

O tantra é uma filosofia hindu muito antiga (se cristalizou por volta do século XV), tendo, por características: a matriarcalidade, a sensorialidade, o naturalismo e a desrepressão.O tantra é um complexo sistema de descrição da realidade objetiva, sendo, assim, uma ciência prática e aplicável e a base do pensamento de um povo muito antigo que até hoje faz ecoar sua influência sobre a sociedade contemporânea.

Nas sociedades primitivas não guerreiras, nas quais a cultura não era centrada na guerra, a mulher era fortemente exaltada e até mesmo endeusada, na medida em que dava vida a outros seres humanos. Daí, a qualidade matriarcal dessas sociedades.

Baseado quase inteiramente no culto de Shiva e Shakti, o tantra visualiza o Brahman definitivo como Param Shiva, manifesto através da união de Shiva (a força ativa, masculina, de Shiva) e Shakti (a força passiva, feminina, de sua esposa).

Está centrado no desenvolvimento e despertar da kundalini, a "serpente" de energia ígnea, de natureza biológica e manifestação sexual, situada na base da espinha dorsal e que ascende através dos chakras até se atingir o samadhi. Uma dessas maneiras é obter a união entre Shiva e Shakti, também conhecida como Unyo Mystica.

No tantra, ao contrário da maioria das filosofias espiritualistas, se vê o corpo não como um obstáculo mas como um meio para o conhecimento. Para o tantra, todo o complexo humano é vivo e possui consciência independente da consciência central. Por isso mesmo, é merecedor de atenção, respeito e reconhecimento. Para tanto, usa mantras (vocalização de sons e ultrassons em sânscrito), yantras (figuras geométricas, desde as simples às mais complexas, como mandalas, por exemplo, que representam as diversas formas de Shakti) e rituais que incluem formas de meditação.

Os dois ramos

Segundo alguns autores, o tantra é composto por dois ramos denominados a "mão esquerda" e a "mão direita". Embora o objetivo geral dos dois seja o mesmo, os processos utilizados diferem. A "mão esquerda" está ligada muitas vezes à procura de poderes ocultos e à extroversão de energia psíquica sob forma de capacidades supranormais. A "mão direita" está ligada à canalização de toda a energia para a elevação espiritual do ser humano. Este é também conhecido como Vidya Tantra ou tantra do conhecimento, e a mão esquerda como Avidya Tantra. O tantra corretamente praticado acelera rapidamente o progresso espiritual do ser humano. Apesar disso, o tantra é, muitas vezes, encarado com desconfiança devido a certos aspectos do avidya tantra. É bem conhecido o fato de que o budismo tântrico sempre enfatiza a necessidade de supervisão por um orientador de confiança.

Vajrayana

O darma budista do presente kalpa é expresso na forma da atual religião Budista. O budismo atual do século XXI pode ser dividido em:

Teravada
Mahayana
Vajrayana

O Caminho Vajrayana é considerado um veículo Mahayana tântrico. É recomendado que os interessados em tantra budista procurem um guru internacionalmente qualificado.

A palavra Vajra significa "diamante" ou "relâmpago" e, junto com o sino, são os objetos básicos para rituais Vajrayanas.

Há também objetos que beneficiam a todos os seres, como as estátuas, as tsa-tsas, as thangkas e os bumpas.

Poucos detalhes são ou deveriam ser encontrados publicamente, pois as práticas Vajrayanas são secretas para o próprio bem dos ensinamentos e dos praticantes.

Influência no ocidente

Alega-se que o tantra teve forte influência no ocidente nas ciências ocultas. Diversos ramos do ocultismo contemporâneo, particularmente os que se dizem gnósticos, ensinam alguma versão de "sexo sagrado".

Muito da linguagem sexual encontrada na alquimia supostamente tem sua origem em tradições orientais relacionadas com o Tantra.

Particularmente a linha thelemita, fundada pelo polêmico mago e ocultista do início do século XX, Aleister Crowley, alega ter levado essa influência ao seu maior extremo e se apresenta como um tantra ocidentalizado.

Outra linha tântrica adaptada da tradição thelemita, que pode ser chamada de Tradição da Mão Esquerda, foi muito difundida na América Latina por Arnold Krumm-Heller e Samael Aun Weor. Para eles, o Tantra teria, como "braço mágico", certas práticas que canalizariam a energia sexual para o despertar da consciência espiritual.

Neotantra

Neotantra, Navatantra (em sânscrito: नव, nava "novo") ou sexo tântrico, é a variação moderna ocidental do tantra muitas vezes associada a novos movimentos religiosos. Isso inclui tanto a Nova Era quanto as modernas interpretações ocidentais do tradicional tantra hindu e budista. Alguns dos seus proponentes se referem a textos e princípios antigos e tradicionais, e muitos outros usam o tantra como uma frase pega-tudo para "sexualidade sagrada", e podem incorporar práticas pouco ortodoxas. Além disso, nem todos os elementos de práticas tântricas indianas são usados ​​no neotantra, em especial a dependência de um guru. Como o interesse no tantra tem crescido no ocidente, sua percepção se afasta consideravelmente das tradições tântricas. Foi visto como um "culto de êxtase", combinando a sexualidade e a espiritualidade para corrigir atitudes repressivas ocidentais em relação ao sexo. Assim, para muitos leitores modernos, o tantra é hoje sinônimo de "sexo espiritual" ou de "sexualidade sagrada", uma crença de que o sexo deve ser reconhecido como um ato sagrado capaz de elevar os seus participantes a um plano espiritual mais elevado.

Massagem Yoni

Massagem Tântrica Yoni, ou simplesmente Massagem Yoni, é um tratamento a base de massagem na região genital feminina que se concentra em liberar a tensão da paciente. Essa massagem busca ligar o receptor a sua natureza sensual interior, resultando em uma sensação de completo bem-estar, satisfação, contentamento e sensações talvez nunca sentidas antes. Embora a massagem Yoni seja muito sensual e de caráter sexual, o propósito não é levar a mulher ao orgasmo, muito pelo contrário, a intenção é relaxar o receptor, e assim trazer emoções à superfície.

Esse tratamento relaxante tem procedência do Tantra direcionado ao público feminino, e é praticado desde antes do ano 1000 d.c. na Índia e na China. Sua prática tem a finalidade de cura, ajudando diversas mulheres em todo o mundo no tratamento de diversas enfermidades, tais como traumas e bloqueios sexuais.

Internacionalmente não é reconhecida como método de massagem, não pertencendo portanto ao conjunto de métodos e técnicas de massoterapia científica.

Massagem tântrica

Massagem tântrica é um estilo de massagem que tem como base o Tantra, que é uma filosofia surgida em 2500 a.C., cuja origem nasceu na cultura Drávida, povo que vivia no vale do Rio Indo, onde hoje é conhecido como Paquistão. Tem suas raízes no Tantra Yoga.

O Tantra é uma filosofia comportamental, de princípios matriarcais, sensoriais e desrepressores. Suas meditações, práticas e vivências levam ao despertar e ascender a energia Kundalini, que é a energia vital que dá movimento à vida e consequentemente todos os processos energéticos, emocionais, mentais e fisiológicos dos indivíduos. Considera-se a ascensão da Kundalini nascendo na região pélvica (chakra básico) e subindo pela coluna vertebral até o topo da cabeça (chakra primário).

A massagem tântrica busca refinar a sensibilidade, no intuito de expandir e intensificar a sensação orgástica, encadeando diversos agrupamentos musculares na reação bioelétrica do orgasmo. Não só isso, alguns tipos dessa massagem também buscam tonificar e fortalecer os músculos genitais de homens e mulheres, a fim de proporcionar uma maior sustentação de bioenergia.

Esse trabalho de intensificação do orgasmo possui um efeito terapêutico - energizando os chakras e regulando a produção hormonal - além de um efeito meditativo, de expansão da consciência e da percepção. Não deve ser confundido, porém, com o sexo tântrico - chamado, em sânscrito, de Maithuna - ou sexo de qualquer natureza. A massagem, embora lide com a energia sexual, propõe uma quebra de paradigmas e conceitos ligados a sexualidade que, efetivamente, não poderia acontecer em uma relação sexual comum, embora não haja nenhuma citação nos textos tântricos originais.

Apesar de utilizar o termo "massagem", ela na verdade não possui ligação direta com a terapia por massagem, possuindo técnicas, filosofias, objetivos e origens diferentes da massoterapia. Portanto a nível de classificação internacional, a "massagem" tântrica não é reconhecida com uma massagem propriamente dita, mas apenas vista como terapia alternativa corporal, não pertencendo aos métodos utilizados por massoterapeutas no Brasil ou no exterior.

No Brasil

A partir dos anos 90 o brasileiro Deva Nishok criou o Centro Metamorfose, para aplicar o método que leva seu nome, a partir das ideias de um guru mexicano, inspirado na filosofia de Rajneesh Osho.

Outro discípulo de Osho, que também fez história no Tantra no Brasil é o Argentino Gabriel Saananda que está a frente e coordena até hoje o espaço Companhia do Ser.

Sexo tântrico

Os princípios tântricos

Dentro do conhecimento Hinduísta, há abrangência para a sexualidade e espiritualidade como forma de crescimento e desfrutamento próprio e com todo universo, e atingir o prazer de uma vida mais rica e equilibrada.

O Tantra é uma palavra de origem sânscrita que quer dizer trama ou tecido, e que na língua ocidental recebeu significado de doutrina ao sentido que se entrelaça uma serie de ensinamentos e práticas sexuais e espirituais.

A Energia no Tantra

O tantra considera que todos os seres vivos são formados de energia dentro de seus diversos níveis como vegetal, mineral e animal. Também considera que antigamente o ser humano era um todo completo, pois teria sido criado sexualmente andrógeno e assim que foi dividido em dois seres, só conseguiria alcançar seu ápice do seu ser encontrando seu sexo oposto que o correspondesse. Como o ser humano este diretamente ligado a rede energética do universo, a prática sexual realiza a liberação e a troca de energia necessária para alcançar o equilíbrio dito pelo Tantra.

Com a troca de energia durante o contato sexual (que para o Tantra, não é alcançar o orgasmo e sim o prazer supremo e prolongado) o homem tem uma grande descarga de energia quando alcança um orgasmo e a mulher ao ter vários orgasmos nutre e recarrega a energia de seu parceiro.

Sexo Tântrico

O sexo Tântrico cria uma nova perspectiva, uma inspiração erótica de grande riqueza, uma capacidade de reflexão profunda e sensibilidade vital extrema que pode até gerar um tempo e espaço diferentes durante o contato sexual. Isto que promove as relações tântricas sua imagem mágica e alteração temporal.

A prática tântrica pode ser realizada por qualquer pessoa que se proponha a tentar alcançar o prazer supremo e prolongado. Não é de interesse do sexo tântrico, o número de orgasmos ou de ejaculações que se alcance e sim a experiência que é uma comunhão física e espiritual com o parceiro para lucidar-se com o quão intenso pode ser o prazer.

Para isto, é necessário um alto nível de concentração que propicia o desapego de toda censura imposta por si mesmo e também aumenta a sensibilidade do erotismo.

Maithuna

Maithuna ou Mithuna é um termo do sânscrito utilizado no Tantra na maioria das vezes traduzido como união sexual em um contexto ritualista. É o mais importante dos cinco makara e constitui a parte principal do Grande ritual do Tantra também conhecido como Panchamakara, Panchatattva e Tattva Chakra.

Apesar de alguns escritores, seitas e escolas, como por exemplo Yogananda, consideram que este é um ato puramente mental e simbólico, existem diferentes olhares e variações nas traduções, a palavra maithuna demonstra claramente que ele se refere a casais (independente do sexo) e sua união no sentido físico, sexual e é sinônimo de kriya nishpatti (limpeza madura). Assim como nem o espírito nem a matéria, é por si só eficaz, mas ambos trabalhando juntos para trazer harmonia, sob este ponto de vista, maithuna é eficaz apenas quando a união é consagrada, pelo ato do casamento espiritual, ou pelo amor verdadeiro, por exemplo. O casal no momento do atos sexual representariam Shakti, no caso da mulher, e Shakta, no caso do homem. As escrituras advertem que a menos que ocorra essa transformação espiritual da união o ato é carnal e, segundo certas crenças, pecaminoso, Seguindo os Yôgas Clássico, Medieval e Moderno, mas em oposição ao Yôga Pré-Clássico ou Proto-Histórico dos Dravidas (filosoficamente Sankhya e praticamente Tantra), anterior à invasão Ariana do Indo, que incorporou aspectos da Filosofia Vedanta e prática Bramacharia (mística/ascética).

No entanto, é possível experimentar uma forma de maithuna sem união física. O ato pode existir em um plano metafísico, sem penetração sexual, através apenas da transferência de energia através dos seus corpos sutis, ou através da retenção sem ejaculação (orgasmos não-ejaculatórios, sem a perda da energia Kundalini, segundo a mitologia grega, favorecendo Eros (vitalidade) em detrimento de Tânato (v. a lenda de Sísifo), permitindo uma maior disposição física, rejuvenescimento e aumento da carga hormonal, sendo poupado da tendência à eliminação pela Natureza (envelhecimento), que pode eliminar uma infinidade de indivíduos que já se reproduziram, para preservar a espécie como um todo. É quando esta transferência de energia ocorre que o casal, encarnado como divindades (deusa e deus), com a sublimação momentânea dos egos, confrontam a realidade última e experiências de bem-aventurança através da união dos corpos sutis, por horas a fio.

Zazen

Zazen (japonês: 坐禅; chinês: zuò chán (pinyin) ou tso-chan (Wade-Giles)) é a base da prática Zen Budista. O objetivo do zazen é "apenas sentar", com a mente aberta, sem apegar-se aos pensamentos que fluem livremente. Isto é feito tanto através do uso de koans, o principal método Rinzai, ou o sentar-se completamente alerta (o "apenas sentar", shikantaza), o qual é o método da escola Soto. O princípio do zazen é o de que uma vez que a mente esteja livre de suas diversas camadas, pode-se realizar a natureza búdica, atingindo-se a iluminação (satori).

Prática

A prática do zazen consiste basicamente em sentar-se em uma posição confortável, com a coluna ereta, em períodos de até 40 minutos, intercalados com meditação andando (Kinhin). Durante esse tempo deve-se procurar observar os pensamentos e sensações que surgem, sem buscar reprimi-los, causá-los ou julgá-los. É tradicional o uso de zafu e zabuton como almofadas, na qual o praticante fica sentado.

Um excelente guia para a prática do zazen foi escrita pelo monge zen budista japonês Dogen no século XIII.

Satipatthana

Satipaṭṭhāna é a palavra em páli para o conceito budista das fundações da atenção plena.

As quatro bases da atenção plena (Pāli: cattāro satipaṭṭhānā) são quatro praticas detalhadas no Satipatthana Sutta para atingir e manter plena atenção momento a momento , sendo base fundamental na meditação budista. As quatro bases da plena atenção são:

Plena atenção no corpo (kāya-sati)
Plena atenção nas sensações (vedanā-sati)
Plena atenção na mente (citta-sati)
Plena atenção nos fenômenos mentais, ou objetos mentais (dhammā-sati)
A pratica de plena atenção com essa base é encontrada principalmente no Budismo Teravada e nos movimentos modernos de meditação Vipassana.

No Canon em Pali (Tipitaka) o Mahasatipatthana Sutta (Grande discurso nas fundações da atenção plena) é a principal referencia para a pratica de Satipatthana, embora haja mais de cem discursos do Buda neste tema espalhados pelo Canon.

Shikantaza

Shikantaza (只管打坐?) é um termo japonês sinônimo de "zazen". Foi introduzido por Dogen Zenji. É associado primariamente à escola zen soto. Significa, literalmente, "apenas sentar".

Introdução

Shikantaza é um conceito da escola soto de zen que descreve a meditação zazen. Embora a prática de zazen, meditação sentada que une atenção e concentração, pareça visar a certos objetivos e utilizar de certos métodos, a ideia veiculada pela shikantaza é a de que o zazen não deve ser praticado perguntando-se sobre a prática, ou esperando obter-se qualquer benefício, mas simplesmente sentando-se.

Shikantaza, portanto, não possui qualquer técnica separada da atitude mental própria à prática do zazen. Consiste em se separar, no sentido de deixar as sensações e pensamentos emergirem até que desapareçam, sem tentar prolongá-los nem eliminá-los. Desta forma, os pensamentos desaparecem por si mesmos, pelo fato de que o meditante não busca nada em particular.

O shikantaza aponta para a consumação da prática: o despertar da natureza búdica presente em cada um, cuja manifestação era entravada pelo apego, inclusive apego pela própria prática.

Sete fatores da iluminação

Os Sete fatores da iluminação ou Bojjanga (bodhi /iluminação + anga /fatores) são descritos pelo Buda como fatores que levam à iluminação quando desenvolvidos. É um conceito presente em várias partes do cânon em páli, listados como:

Atenção plena (sati)
Investigação dos fenômenos (dhamma-vicaya)
Energia (viriya)
Êxtase (piti)
Tranquilidade (passaddhi)
Concentração (samadhi)
Equanimidade (upekkha)

Kammatthana

kammatthana é um termo em páli que significa "base de trabalho" ou "lugar de trabalho". Refere-se a objetos de meditação, existindo tradicionalmente 40 objetos de meditação prescritos pelo Buda de acordo com o Visuddhimagga. A contemplação de um kammatthana específico pode ser adequada para opor-se a contaminações (Kilesas) específicas, ou se adequarem mais a personalidade de um meditador do que de outro.

Os quarenta objetos

De acordo com o Vishuddhimagga são prescritos pelo Buda:

Dez Kasinas

Terra
Água
Fogo
Ar/Vento
Azul/Verde
Amarelo
Vermelho
Branco
Espaço fechado
Luz brilhante

Dez Asuba

Cadáver inchado
Cadáver descolorido, azul
Cadáver apodrecendo
Cadáver estourado
Cadáver roído
Cadáver desmembrado
Cadáver com as partes separadas e dispersas
Cadáver ensanguentado
Cadáver devorado por vermes
Esqueleto

Dez Anussati

As primeiras três são das qualidades das três joias:

Buddha
Dhamma
Sangha
As três seguintes são contemplações das virtudes de:

Sila (Moralidade)
Generosidade
Os grandes atributos dos Devas
E Contemplação do:

Corpo
Morte
Respiração
Paz (Nibbana)

Quatro Brahma-vihara

Amor incondicional (Metta)
Compaixão (Karuna)
Alegria pelo sucesso alheio (Mudita)
Equanimidade (upekkha)

Quatro estados sem forma (arūpajhānas)

Espaço infinito
Consciência infinita
Nada infinito
Estado da 'nem percepção, nem não-percepção'

Objetos de meditação e temperamentos

Todos os objetos acima podem ser usados para suprimir os cinco obstáculos, permitindo conquistar sabedoria. Qualquer um pode usar um objeto de meditação específico como antídoto, como por exemplo meditar em asuba para contrapor à luxúria.

Os comentários do cânon recomendam alguns objetos de acordo com a personalidade:

Cobiçoso: Asuba ou partes do corpo
Raivoso: Brahma-viharas

Iludido: Plena atenção na respiração

Confiante: Os seis primeiros Anussati
Inteligente: Recordação da morte ou paz, percepção da repulsa na comida, ou a análise dos quatro elementos
Especulativo: Plena atenção na respiração
As seis kasinas não relacionadas a cor servem para todos os temperamentos.

Dzogchen

De acordo com o Budismo Tibetano e Bön, Dzogchen (Tib.: Rdzogs chen; Sâns.: Mahāsaṅdhi ou Atiyoga) é o estado primordial ou condição natural, e também um corpo de ensinamentos e práticas meditativas com o objetivo de realizar tal condição. Dzogchen, ou "Grande Perfeição", é um ensinamento central da escola Nyingma também praticado por adeptos de outras escolas do Budismo Tibetano. Segundo a literatura Dzogchen, este é o mais alto e definitivo caminho rumo à iluminação.

Da perspectiva de Dzogchen, é dito que a natureza última de todos os seres sencientes é pura, abrangente, primordialmente límpida e naturalmente clara além do tempo. Esta clareza intrínseca não possui forma própria e ainda é capaz de perceber, experienciando, refletindo, ou expressando em toda a sua forma. A analogia que os mestres Dzogchen fazem é que a natureza de um ser é como um espelho que reflete com completa abertura mas não é afetado pelas imagens refletidas, ou como uma bola de cristal que reflete a cor do material em que é colocada sem, no entanto, ser alterada. A sabedoria que emerge ao reconhecer essa claridade semelhante ao espelho (que não pode ser encontrada pela busca ou identificada) é o que no Dzogchen se refere como rigpa.

Há um consenso bastante amplo em meio aos lamas das tradições Nyingma e Sarma que o fim do estado de Dzogchen e Mahamudra são o mesmo. Os ensinamentos Madhyamaka sobre a vacuidade são fundamentais e completamente compatíveis com as práticas de Dzogchen. A essência do Mahamudra é vista como sendo a mesma que o Dzogchen, exceto que o primeiro não inclui thödgal.

Nomenclatura e Etimologia

A palavra Dzogchen pode ser traduzida de variadas maneiras como Grande Perfeição, Grande Completude e Completude Total. Estes termos também transmitem a ideia de que a nossa natureza tem muitas qualidade que a tornam perfeita. Entre essas qualidades se encontram a indestrutibilidade, pureza incorruptível, abertura não-discriminativa, clareza perfeita, profunda simplicidade, presença que tudo permeia e igualdade entre todos os seres (por exemplo, a qualidade, quantidade e funcionalidade dessa consciência é exatamente a mesma em todos os seres do universo). Diz-se que as impressionantes qualidades pessoais do Buda plenamente iluminado são derivadas do fato de que ele estava totalmente alinhado com esta pré-existente natureza primordial. Descrições de um buda onisciente se referem à sua natureza última. O termo tibetano dzogchen às vezes é entendido como uma interpretação do sânscrito mahāsandhi, e também costuma ser usado para se referir ao termo sânscrito atiyoga (yoga primordial).

O termo dzogchen também designa a prática e o corpo de ensinamentos cujo objetivo é ajudar a reconhecer o estado de Dzogchen, adquirir confiança nisso e desenvolver a capacidade de manter este estado continuamente.

Em seu livro Mipham's beacon of certainty: illuminating the view of Dzogchen, the Great Perfection, John Pettit esclarece os vários usos e implicações do termo "Dzogchen" que muitas vezes são confundidos:

"Grande Perfeição" variadamente refere-se aos textos (āgama, lung) e instruções orais (upadeśa, man ngag) que indicam a natureza da sabedoria iluminada (rdzogs chen gyi gzhung dang man ngag), a convenção verbal desses textos (rdzogs chen gyi chos skad), os yogis que meditam de acordo com estes textos e instruções (rdzogs chen gyi rnal 'byor pa), um famoso monastério onde a Grande Perfeição foi praticada por monges e yogis (rdzogs chen dgon sde), e o sistema filosófico (siddhānta, grub mtha') ou visão (darśana, lta ba) da Grande Perfeição. —

Maha Ati

Maha Ati é um termo cunhado por Chögyam Trungpa, um mestre das linhagens Kagyu e Nyingma do Budismo Tibetano Vajrayana. Ele geralmente preferia introduzir aos seus alunos os termos em Sânscrito ao invés de Tibetano e sentia que "Maha Ati" era o equivalente mais próximo para "Dzogpa Chenpo", embora reconhecesse que era uma escolha pouco ortodoxa.

Vipassana

Vipassanā (Pāli) ou vipaśyanā (em sânscrito: विपश्यना; em chinês: 觀 guān; em tibetano: ལྷག་མཐོང་, lhaktong; Wyl. lhag mthong) na tradição Budista significa insight na natureza da realidade, esta marcada pelas três característica da existência.

A dualidade samatha/vipassana é normalmente usada para discernir dois aspectos da meditação budista, respectivamente concentração-tranquilidade e investigação.

Vipassana também pode ser usado para referenciar as escolas Theravada de meditação que adotam esse aspecto como predominante na prática budista, como por exemplo, Mahasi Sayadaw e S. N. Goenka.

Meditação

Vipassana pode ser desenvolvido de várias maneiras, através de contemplações, introspecção, observação de sensações, observação analítica etc. Sempre tendo como meta o insight. As práticas podem variar entre as escolas e professores sendo, por exemplo, uma variante comum o grau de concentração necessário, que pode variar entre atenção simples (bare attention) à prática dos Jhanas.

Está presente tanto no Theravada quanto no Mahayana, embora o termo seja mais associado com o Theravada enquanto no Mahayana este aspecto está embutido em práticas como o Zazen e o Dzogchen.

Modernidade

Houve popularização crescente de meditações Vipassana nas últimas décadas. Alguns métodos em destaque são:

Mahasi Sayadaw

Popularizado pelo monge Birmanês Mahasi Sayadaw, coloca ênfase na concentração no momento presente e observação dos fenômenos.[5] Há ênfase na prática de retiros intensos e longos.

S.N. Goenka

Popularizado por S. N. Goenka, na linhagem de Sayagyi U Ba Khin e Ledi Sayadaw. Os centros fundados por Goenka se espalharam amplamente pelo mundo. A técnica tem como base anapanasati (meditação na respiração) e observação das sensações do corpo.

Pa Auk Sayadaw

Baseado no Visuddhimagga, o método de Pa Auk promove o desenvolvimento dos quatro Jhanas. O insight vem através da observação dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar) através das sensações de solidez, fluidez, calor e movimento.

Tradição Tailandesa das florestas

Uma tradição monástica que influenciou amplamente o movimento moderno de meditação. Possui ênfase no uso de Kammathanas, sem uma técnica específica rígida. Propõe um balanço equilibrado entre samatha e vipassana, onde "Sabedoria desenvolve Samadhi e Samadhi desenvolve Sabedoria". Um dos mais proeminentes professores foi Ajahn Chah.

Zen

Zen é o nome japonês da tradição (e filosofia) religiosa ch'an, que surgiu na China por volta do século VII. O zen costuma ser associado ao budismo do ramo mahayana. Foi cultivado, inicialmente, na China, Japão, Vietnã e Coreia. A prática básica do zen é o zazen (literalmente, "meditar sentado"), tipo de meditação contemplativa que visa a levar o praticante à "experiência direta da realidade" através da observação da própria mente.

O zen, tal como o conhecemos hoje, só foi possível devido à forte influência que o budismo sofreu do taoismo. Para alguns estudiosos, o zen nada mais é que a síntese dessas duas correntes de pensamento (budismo e taoismo). Outros concluem que o zen deveria ser considerado à parte do budismo, pois sua natureza e tradição tão peculiares só foram possíveis e criadas devido à influência do pensamento chinês.

No zen japonês, há duas vertentes principais: soto e rinzai. Enquanto a escola soto dá maior ênfase à meditação silenciosa, a escola rinzai faz amplo uso dos koans, ou "enigmas". Atualmente, o zen é uma das escolas budistas mais conhecidas e de maior expansão no Ocidente.

Segundo Alan Watts, inglês que se notabilizou no Ocidente pela divulgação do zen [6], este, em sua forma original chinesa, não se encontra mais na China, e o que de mais próximo se pode conhecer desta versão original é encontrado em formas de arte tradicionais do Japão que tenham sido cultivadas e transmitidas segundo esta tradição.

História

Como todas as escolas budistas, o zen remete suas raízes ao budismo indiano. A palavra "zen" vem do termo sânscrito dhyāna, que denota o estado de concentração típico da prática meditativa. Na China, esse termo foi transliterado como channa e logo reduzido à sua forma mais curta, ch'an (禪). Daí, para o coreano como sŏn (선) e, finalmente, para o japonês como zen.

Segundo os relatos tradicionais, o estilo de prática zen foi levado da Índia à China pelo monge indiano Bodhidharma (em japonês, Daruma) por volta do ano 520. Embora a historicidade desse relato tenha sido colocada em dúvida por estudiosos modernos, a história (ou lenda) de Bodhidharma continua sendo a metáfora fundamental do zen sobre o cerne de sua prática.

Segundo conta o "Registro da Transmissão da Lâmpada", um dos mais antigos textos do zen, Bodhidharma chegou à China pelo território da Dinastia Liang e, devido à sua fama de sábio, foi imediatamente convocado à corte do famoso imperador Wu-ti. O imperador, que havia apoiado enormemente o budismo na China, perguntou a Bodhidharma sobre o mérito que havia ganhado por apoiar o budismo, esperando que esse mérito lhe garantisse uma boa vida em sua encarnação seguinte. Bodhidharma, porém, respondeu: "Nenhum mérito". O imperador, enraivecido, perguntou então: "Quem é esse que está diante de mim?" (em linguagem atual, algo como "Quem você pensa que é?") Bodhidharma respondeu: "Não sei". Aturdido, o imperador concluiu que Bodhidharma devia ser louco, e o expulsou da corte. Um dos ministros então perguntou ao imperador: "Vossa Majestade Imperial sabe que é esta pessoa?" O imperador disse que não sabia. O ministro disse: "Ele é o bodisatva da compaixão, portador do selo do coração de Buda"". Cheio de arrependimento, o imperador quis chamar Bodhidharma de volta, mas o ministro advertiu que ele não voltaria nem mesmo se todos os chineses fossem buscá-lo. Outras pessoas, porém, ficaram intrigadas com sua resposta e o seguiram até a caverna aonde ele havia ido viver. Lá, se tornaram seus discípulos, e descobriram que Bodhidharma era o herdeiro espiritual de Mahakashyapa, um dos grandes discípulos de Buda.

De acordo com os ensinamentos tradicionais, Bodhidharma não sabia responder porque sua verdadeira natureza, assim como a verdadeira natureza de todas as coisas, estava além do conhecimento discursivo, de definições e de palavras. É a esta experiência direta da realidade que aspira o zen.

Mahakashyapa, de quem Bodhidharma era herdeiro espiritual e sucessor, havia tido essa experiência e se iluminado. Segundos os sutras, Mahakashyapa foi o único discípulo de Buda a compreender seu Discurso do Lótus, em que Buda, sem dizer nada, apenas levantou uma flor. Era a realidade imediata, além das palavras.

Depois de treinar seus discípulos por muitos anos, Bodhidharma morreu, deixando seu aluno Huike (em japonês, Daiso Eka) como sucessor. Huike foi o segundo patriarca do zen, e também deixou uma linha de sucessão da qual pouco se sabe, até chegar a Huineng (em japonês, Daikan Eno, 638-713), o sexto e último patriarca. Huineng, um dos maiores mestres da história do zen, participou de uma famosa disputa quando sucedeu seu mestre: um grupo de monges recusava-se a aceitá-lo como patriarca, e propunha outro praticante, Shenxiu, em seu lugar. Sob ameaças, Huineng foi obrigado a fugir para um templo no sul da China; no final, apoiado pela maioria dos monges, foi reconhecido como patriarca.

Algumas décadas depois, porém, a contenda foi ressucitada. Um grupo de monges, dizendo-se sucessor de Shenxiu, enfrentou um outro grupo, a Escola do Sul, que se apresentava como sucessora de Huineng. Depois de debates acalorados, a Escola do Sul acabou prevalecendo, e seus rivais desapareceram. Os registros dessa disputa são os mais antigos documentos históricos fiéis sobre a escola zen de que dispomos hoje.

Mais tarde, monges coreanos foram à China para estudar as práticas da escola de Bodhidharma. Quando chegaram, o que encontraram foi uma escola que já havia desenvolvido identidade própria, com fortes influências do taoismo, e que já era conhecida pelo nome chan. Com o tempo, o chan acabou se estabelecendo na Coreia, onde recebeu o nome seon.

Da mesma forma, monges chegavam de outros países da Ásia para estudar o Chan, e a escola foi se espalhando pelos países vizinhos. No Vietnã, recebeu o nome thien, e, no Japão, ficou conhecida como zen. Através da história, essas escolas cresceram de maneira independente, tendo desenvolvido identidades próprias e características bastante diferentes umas das outras.

Os Seis Patriarcas do Zen na China

Bodhidharma (बोधिधर्म) (c. 440 - c. 528)
Huike (慧可) (487 - 593)
Sengcan (僧燦) (? - 606)
Daoxin (道信) (580 - 651)
Hongren (弘忍) (601 - 674)
Huineng (慧能) (638 - 713)

O Zen no Japão

No Japão, há quatro escolas de zen: a rinzai, a soto, a obaku e a sanbo kyodan.

A escola rinzai descende da escola chinesa do mestre Linji Yixuan (em japonês, Rinzai Gigen) e foi levada ao Japão em 1191 por Myōan Eisai, tendo adotado o nome japonês de seu fundador. Sua prática se caracteriza por uma busca ativa da iluminação, através de processos árduos como o trabalho com koans e a prática de artes marciais, além de meditação. Com traços mais intelectuais e práticas mais ativas, a escola rinzai foi adotada pelas classes dominantes, como a dos samurais, o que lhe proporcionou influência e prestígio, mas que limitou seu número de adeptos. A obra "A Mente Liberta", de autoria do monge Takuan Sōhō (1573-1645) da escola rinzai, é um dos primeiros registros de fusão entre o zen e a arte da espada.

A escola soto descende da escola chinesa caodong, que foi levada ao Japão no século XIII pelo célebre mestre Eihei Dogen Zenji (1200-1253). Sua prática fundamental é a Shikantaza ("apenas sentar-se"), um tipo simples de meditação cuja prática é identificada com a própria iluminação. Sua simplicidade atraiu os governadores rurais e a classe camponesa, proporcionando à escola um grande número de adeptos. Atualmente, é a maior escola de zen tanto no Japão quanto no Ocidente. Em tempos recentes, a soto exerceu papel de destaque no estabelecimento do zen no Ocidente, enviando mestres como o pioneiro Shunryu Suzuki para fundar mosteiros e centros de prática. No Brasil, todos os senseis (professores de zen que receberam a transmissão do Dharma) em atividade são da escola soto.

A obaku foi fundada no Japão em 1661 pelo monge chinês Yinyuan Longgi (em japonês, Ingen Ryuki, 1592-1673), que havia sido treinado na escola de Linji Yixuan.

Finalmente, a sanbo kyodan ("Escola dos Três Tesouros") é a escola de zen mais recente do Japão. Foi fundada em 1954 por Yasutani Hakuun, discípulo e sucessor de Harada Daiun. Ambos foram treinados e receberam a transmissão do Dharma na escola soto, e Harada também completou o treinamento de koans da escola rinzai. Ainda assim, sentiam-se insatisfeitos com a prática de zen disponível no Japão. Deste modo, a sanbo kyodan foi fundada para ser uma escola que congregasse tantos as práticas da soto quanto as da rinzai, e se focasse em atingir o satori. Aceitando na prática que tanto monges quanto leigos podem atingir a iluminação, ambos tinham tratamento igualitário, podendo inclusive receber a transmissão do Dharma e ocupar cargos de liderança na hierarquia da escola. Além disso, movidos pelo espírito libertário do Japão pós-Segunda Guerra Mundial, a sanbo kyodan recebeu e treinou ocidentais, tanto zen-budistas quanto de qualquer outra religião. Por isso, apesar de ser uma escola pequena no Japão, a Sanbo Kyodan exerceu grande influência no zen praticado no Ocidente—mestres como Robert Aitken, Philip Kapleau e o padre Hugo Enomiya-Lassalle foram formados lá.

Alguns mestres contemporâneos, como Shunryu Suzuki e Harada Daiun, já criticaram muito o zen no Japão atual, descrevendo-o como um sistema formalizado de rituais vazios, em que poucos praticantes realmente atingem a iluminação, com templos comparáveis a negócios familiares, passados de pai para filho (pois os monges podem casar-se), onde os monges limitam-se a oficiar funerais e casamentos, pelos quais cobram pequenas fortunas.

Budismo e Zen

O zen é um ramo da tradição budista mahayana e baseia-se fundamentalmente nos ensinamentos de Siddhartha Gautama, o Buda histórico e fundador do budismo. No entanto, através de sua história, o zen também foi recebendo influências das diversas culturas dos países por onde passou.

Seu período de formação na China, em particular, determinou muito de sua identidade. Ensinamentos e práticas taoistas exerceram grande influência no chan chinês. Conceitos como o wu wei, a natureza fluida da realidade e a "pedra não entalhada" ainda podem ser identificados no zen japonês e nas escolas correlatas. Mesmo a tradição zen de "mestres loucos" é claramente uma continuação da tradição dos mestres taoistas. Outra influência, embora menor, veio do confucionismo, e, a isso soma-se, ainda, a influência que o zen recebeu do xintoísmo ao chegar no Japão.

Tais peculiaridades já levaram alguns estudiosos a considerar o zen como uma escola "independente", fora da tradição mahayana — ou até mesmo fora do budismo. Essas posições, no entanto, são minoritárias: a vasta maioria dos estudiosos considera o zen uma escola budista, inserida na tradição mahayana.

Todas as escolas de zen são versadas em filosofia e doutrina budistas, incluindo as Quatro Nobres Verdades, o Nobre Caminho Óctuplo e as Paramitas. No entanto, a ênfase do zen em experimentar a realidade diretamente, além de ideias e palavras, o mantém sempre nos limites da tradição.

Essa abertura permitiu (e permite) que não budistas praticassem o zen, como o padre jesuíta Hugo Enomiya-Lassalle, que chegou a receber a transmissão do Dharma, e muitos outros. Existe até mesmo uma corrente de "zen cristão", assim como outras que se denominam "não sectárias".

Práticas e ensinamentos do zen

De um modo geral, os ensinamentos do zen criticam o estudo de textos e o desejo por realizações mundanas, recomendando, antes, a dedicação à meditação (zazen) como forma de experimentar a mente e a realidade de maneira direta. No entanto, o zen não chega a ser uma doutrina quietista - o mestre chan chinês Baizhang (em japonês, Hyakujo, 720-814), por exemplo, dedicava-se ao trabalho braçal em seu monastério e tinha, por lema, um ditado que ficou famoso entre os praticantes de zen: "Um dia sem trabalho é um dia sem comida."

De fato, o zen tem uma longa tradição de trabalho meditativo, desde atividades braçais até atividades mais refinadas, como caligrafia, iquebana e a famosa cerimónia do chá - além das artes marciais, às quais o zen sempre esteve ligado.

Essas práticas, porém, estão bem fundamentadas nas escrituras budistas, principalmente nos sutras Mahayana compostos na Índia e na China, em particular o Sutra da Plataforma de Huineng, o Sutra do Coração, o Sutra do Diamante, o Lankavatara Sutra e o Samantamukha Parivarta, um capítulo do Sutra do Lótus. A grande influência do Lankavatara Sutra, em particular, levou à formação da filosofia "apenas mente" do zen, na qual a consciência em si mesma é a única realidade.

O zen não é um estilo de prática intelectual ou solitário. Templos e centros de prática congregam sempre um grupo de praticantes (uma sangha), e conduzem atividades diárias e retiros mensais (sesshins). Além disso, o zen é tido como um "estilo de vida", e não apenas como um conjunto de práticas ou um estado de consciência.

Zazen

Para o zen, experimentar a realidade diretamente é experimentar o nirvana. Para experimentar a realidade diretamente, é preciso desapegar-se de palavras, conceitos e discursos. E, para desapegar-se disso, é preciso meditar. Por isso, o zazen ("meditação sentada") é a prática fundamental do zen.

Ao meditar, o praticante senta-se sobre uma pequena almofada redonda (o zafu) e assume a postura de lótus, a postura de meio lótus, a postura burmanesa ou a postura de seiza. Unindo as mãos um pouco abaixo do umbigo (fazendo o mudra cósmico), ele semicerra suas pálpebras, pousando a vista cerca de um metro à sua frente. Na escola rinzai, os praticantes sentam-se virados para o centro da sala. Na escola soto, sentam-se virados para a parede.

Então o praticante "segue sua respiração", contando cada ciclo de inspiração e expiração, até chegar a dez. Então o ciclo recomeça. Enquanto isso, sua única tarefa é manter uma mente relaxada, aberta, concentrada mas sem tensão, e estar presente no "agora" do momento, sem se deixar levar por pensamentos ou ruminações. Quando isso acontece, ele volta a se concentrar na contagem. Os praticantes mais experientes, cujo poder de concentração (samadhi) é maior, podem abster-se de contar ou seguir sua respiração. Fazendo assim, eles estarão praticando o tipo de zazen chamado shikantaza, "apenas sentar-se".

A duração de um período de meditação varia de acordo com a escola. Embora o período tradicional de meditação seja o tempo que uma vareta de incenso leva para queimar (de 35 a 40 minutos), escolas como a sanbo kyodan recomendam a seus alunos que não meditem por mais de 25 minutos por vez, pois a meditação pode tornar-se inerte. Na maioria das escolas, porém, os monges rotineiramente meditam entre quatro e seis períodos de 30-40 minutos todos os dias. Quanto a leigos, o mestre Dogen dizia que cinco minutos diários já eram benéficos—o que importa é a constância.

Durante os retiros (sesshins) mensais, porém, as atividades são intensificadas. Com duração de um, três, cinco ou sete dias, a rotina dos retiros prevê de nove a 12 períodos de 30-40 minutos por dia, ou até mais. Entre cada período de zazen, os praticantes "descansam" fazendo kinhin (meditação andando).

O professor

Como o zen dá relativamente pouca importância à palavra escrita, o papel do professor é muito importante para o treinamento do praticante. De um modo geral, um professor de zen é uma pessoa ordenada em qualquer escola que tenha recebido permissão para ensinar o Dharma a outros.

Uma parte central de toda a tradição zen é a noção de transmissão do Dharma, ou seja, a ideia de que há uma linhagem ininterrupta de mestres que, a partir de Buda, transmitiram e receberam os ensinamentos e atingiram pelo menos algum grau de realização. Essa noção se originou da famosa descrição do zen feita por Bodhidharma:

Uma transmissão especial, fora das escrituras;
Sem depender de palavras ou letras;
Apontando diretamente à mente humana;
Contemplando a sua própria natureza e atingindo o estado de Buda.
Quando um professor é reconhecido oficialmente como tendo atingido um certo grau de realização e é admitido à linhagem de mestres, diz-se que ele "recebeu a transmissão do Dharma". Desde pelo menos a Idade Média, essa transmissão, "de mente a mente", "de mestre a discípulo", tem tido um papel fundamental em todas as escolas de zen. Durante a cerimônia de transmissão, o novo professor é presenteado com uma carta genealógica que mapeia toda a linhagem, de Buda até ele próprio.

Títulos honoríficos ligados a professores que receberam a transmissão do Dharma incluem: na China, Fashi e Chanshi; na Coreia, Sunim e Seon Sa; no Vietnã, Thay; e, no Japão, Osho ("sacerdote"), Sensei ("professor") e Roshi ("professor mais velho"). De um modo geral, fala-se em um "mestre Zen" apenas em referência a professores de renome, especialmente os medievais ou os antigos.

A iluminação

No zen, a iluminação é geralmente chamada de satori ou kensho. O kensho é o primeiro vislumbre, por assim dizer, da verdadeira natureza da realidade e de si mesmo, é mais breve e pouco profundo. O satori, por sua vez, é uma experiência mais profunda e duradoura, em que o praticante tem uma experiência intensa da Natureza de Buda, e vê sua "face original".

Não se trata, porém, de uma experiência visionária. Embora algumas pessoas suponham que a experiência de iluminação deva levar quem a experimente a universos de luz intensa, ou coisa que o valha, o depoimento dos mestres zen contradiz essa hipótese. Perguntado sobre como sua vida era antes e como ficou depois do satori, um mestre zen moderno respondeu: "Agora meu jardim parece mais colorido."

Na iluminação, o praticante não é arrebatado a nenhum outro lugar.

Outra suposição comum é que, sendo iluminado, o fluxo de pensamentos pára, e o praticante fica como um espelho polido, refletindo a pura realidade sem pensamentos que o atrapalhem. Pelo contrário, os pensamentos não param—o que ocorre é que o praticante abre mão deles, deixa-os passar, esquece deles, e esquece de si mesmo. Quando o quinto patriarca, Hongren (em japonês, Daiman Konin, 601-647), decidiu escolher quem o sucederia, propôs a seus discípulos que tentassem captar a essência do zen em um poema; o autor do melhor poema seria seu sucessor. Quando receberam a notícia, os monges já sabiam quem seria o vencedor: Shenxiu, o aluno mais antigo de Hongren. Ninguém se deu ao trabalho de competir com ele. Apenas esperaram, e Shexiu escreveu seu poema e o pendurou na parede:

"Este corpo é a árvore de Bodhi.

A alma é como um espelho brilhante.
Toma cuidado para que sempre esteja limpo,

não deixando o pó se acumular sobre ele".
Todos os monges gostaram. Com certeza, Hongren também iria gostar. Entretanto, no dia seguinte, havia outro poema pendurado ao lado, que alguém havia pregado durante a noite:

"Bodhi não é como uma árvore.

O espelho brilhante não brilha em parte alguma:
Se nada há desde o princípio,

Onde se acumula o pó?"
Os monges ficaram assombrados. Quem teria escrito aquilo? Depois de algum tempo, descobriram: o autor do poema era Huineng, o cozinheiro do monastério. E, percebendo sua realização, foi a ele que Hongren estendeu seu manto e sua tigela, fazendo de Huineng o sexto patriarca.

Ensinamentos radicais

Algumas das histórias tradicionais do zen descrevem mestres usando estranhos métodos de ensino, e muitos praticantes de hoje tendem a interpretar essas histórias de maneira excessivamente literal.

Por exemplo, muitos ficam indignados quando ouvem histórias como a do mestre Linji, fundador da escola rinzai, que disse: "Se você encontrar o Buda, mate o Buda. Se você encontrar um patriarca, mate o patriarca." Um mestre contemporâneo, Seung Sahn, também ensina a seus alunos que todos precisamos matar três coisas: matar nossos pais, matar o Buda e matar nosso professor (no caso, o próprio Seung Shan). No entanto, é claro que nem Linji nem Seung Sahn estavam falando de maneira literal. O que eles queriam dizer era que precisamos "matar" nosso apego a professores e coisas externas(errado!,"matar" quer dizer desconstruir tuas crenças, a imagem deles dentro de ti;crenças nos teus pais , mestre , e do proprio buda, o que sobrar depois de tudo é a verdade).

Quando visitam templos ou centros de prática zen, os iniciantes que leram muitas dessas histórias e esperam encontrar professores iconoclastas normalmente se surpreendem com a natureza conservadora e formal das práticas.

O zen e outras religiões

Desde meados do século XX, o zen tem-se aberto ao diálogo inter-religioso, tendo figurado em inúmeros encontros e conferências ao redor do mundo. Talvez a figura mais representativa do zen nesse diálogo seja o monge vietnamita Thich Nhat Hanh, indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1967, que vem se dedicando ao diálogo inter-religioso há décadas e que mantém, em seu altar, imagens tanto de Buda quanto de Jesus.

Em templos e centros de prática zen ao redor do mundo, é comum que muitas pessoas não budistas frequentem as atividades e pratiquem zazen. Essa prática é geralmente bem aceita pelos professores, já que o budismo é uma religião de tolerância que vê as outras religiões como caminhos espirituais válidos e que está aberta a quem quiser apenas meditar, sem qualquer filiação religiosa.

Em algumas escolas, como a sanbo kyodan, a aceitação de praticantes de outras religiões é tão grande que, sem ter de abandonar sua religião, um praticante pode receber a transmissão do Dharma e tornar-se professor.

Textos Zen

Existem várias lendas dentro da tradição zen, transmitidas e renovadas pela tradição oral e parte dos folclores chinês e japonês, que se entrelaçam com a história. Narrativas da tradição oral, muitas das quais compiladas em antologias literárias, podem ser, de acordo com diferentes visões de teóricos, consideradas lendas, folclore, mitologia ou literatura propriamente dita.

Ao tratar das narrativas setsuwa説話 no Japão, narrativas breves, contadas "de um fôlego só", compiladas na antologia literária Konjaku Monogatarishu今昔物語集 , ou Antologia de Narrativas de Hoje e de Ontem, do período Heian 平安時代(794-1192), Yoshida considera que tais narrativas são "transmitidas como reais ou supostamente reais, frutos, portanto, de uma criação coletiva anônima e reunidas numa coletânea de narrativas setsuwa (説話) por um compilador". A antologia contém histórias referentes à China, Índia e Japão, algumas das quais associadas ao budismo.

O Sermão da Flor

As origens do zen são apontadas para o Sermão da Flor, cuja fonte mais antiga vem do século XIV. Gautama Buddha juntou seus discípulos para um discurso do Dharma. Quando eles juntaram-se, o Buda permaneceu completamente silencioso e alguns acharam que ele estava cansado ou doente. Silenciosamente, o Buda levantou uma flor e vários discípulos tentaram interpretar o que isso significava, embora nenhum deles corretamente. Um dos discípulos, Mahakashyapa (em sânscrito,Mahākāśyapa), também silenciosamente, olhou para a flor e obteve um entendimento especial além das palavras, ou prajna (do sâncrito prajñā, "sabedoria"), diretamente da mente do Buda. Mahakashyapa de alguma forma compreendeu o verdadeiro sentido inexprimível da flor e o Buda sorriu para ele, reconhecendo seu entendimento e dizendo:

Eu possuo o verdadeiro olho do darma, a mente maravilhosa do nirvana, a forma verdadeira do informe, o portal sutil do Dharma que não depende de palavras ou escritos, mas é uma transmissão especial fora das escrituras. Isto eu passo a Mahakashyapa.

Mahakashyapa é, por este dom raro de compreensão, considerado o primeiro patriarca pelo Zen chinês, ou (Ch'an).

Desta forma, através do zen desenvolveu-se um caminho que concentrou-se na experiência direta mais do que em crenças racionais ou escrituras reveladas. A sabedoria era passada, não por meio de palavras, mas através da linhagem da transmissão direta de mente à mente do pensamento de um mestre a um discípulo. Comumente acredita-se que esta linhagem continuou ininterrupta desde o tempo do Buda até os dias de hoje. Historicamente, esta crença é discutível, devido à falta de evidência que dê suporte a ela. De acordo com D. T. Suzuki, a ideia de uma linha de descendência a partir de Sidarta Gautama é uma instituição distintiva do zen e ele acredita que foi inventada por estudiosos, através da hagiografia, para dar legitimidade e prestígio ao zen.

Parábola de Buda

Ao atravessar um campo, um homem encontrou um tigre.
Fugiu a sete pés, com o tigre atrás dele.
À sua frente encontrou um precipício em que acabou por cair.
Mas conseguiu agarrar-se à raiz de uma velha videira
e ali ficou pendurado, com o tigre a cheirá-lo.
Tremendo de medo, olhou para baixo e viu outro tigre, lá longe em baixo,
que o esperava, cheio de apetite.
A sua vida estava completamente dependente da videira.
Mas apareceram dois ratos, um branco e outro preto,
que pouco a pouco começaram a roer a raiz da videira.
Foi só nesse momento que se apercebeu que,
mesmo ao pé da raiz, crescia um morango apetitoso.
Agarrando-se à videira com uma mão, colheu o morango com a outra.
E foi o melhor morango que alguma vez comeu!

Temperamento

Um estudante de zen foi ter com Bankei e queixou-se:
- Mestre, Tenho um temperamento ingovernável. Como posso curá-lo?
- Tens uma coisa muito estranha, replicou Bankei. Mostra-me lá então isso que tens.
- Neste preciso momento não lhe posso mostrar, respondeu o outro.
Acontece inesperadamente!..., respondeu o estudante.
- Então, concluiu Bankei, não deve ser a tua verdadeira natureza.
Se fosse, podias mostrar-me em qualquer altura.
Quando nasceste não o tinhas e não foram os teus pais que o deram.
Pensa nisso.

A estrada enlameada

Tanzan e Ekido caminhavam juntos numa estrada enlameada. Caía ainda uma chuva forte. Junto a um cruzamento da estrada, encontraram uma bela moça que não conseguia atravessar porque não queria sujar o belo kimono de seda que trazia.

- Anda moça, disse Tanzan imediatamente. E, carregando-a nos seus braços, atravessou-a para o outro lado da zona mais enlameada.

A partir daí, Ekido ficou calado todo o caminho que percorreram até à noite. Ao chegarem ao templo onde ficariam a pernoitar, Ekido não conseguiu se conter e disse a Tanzan:

- Nós os monges não nos aproximamos de mulheres. Especialmente se são jovens e bonitas. É perigoso. Por que fizeste aquilo?

- Eu deixei a moça lá atrás - disse Tanzan. Tu ainda estás a carregá-la?

Tudo é melhor

Quando Banzan passeava num mercado, ouviu uma conversa entre o carniceiro e um cliente.

- Dê-me o melhor bocado de carne que tem, disse o cliente.
- Na minha loja tudo é o melhor, respondeu o carniceiro.
Não encontrará aqui nenhum bocado de carne que não seja o melhor!

Ao ouvir estas palavras, Banzan tornou-se um iluminado.

O meu coração arde como fogo

Soyen Shaku (1859-1919), um roshi, mestre do zen-budismo japonês, (ch. laoshi) da escola rinzai, disse, um dia: "Meu coração arde como fogo. Mas meus olhos são frios como cinzas mortas". Ele propôs as seguintes regras de vida:

De manhã, antes de vestir-se, acenda incenso e medite.
Coma a intervalos regulares e deite-se a uma hora regular.
Coma sempre com moderação e nunca até ficar plenamente satisfeito.
Receba as suas visitas com a mesma atitude que tem quando está só.
E, quando só, mantenha a mesma atitude que tem quando recebe visitas.
Preste atenção ao que diz e, o que quer que diga, pratique-o.
Quando uma oportunidade chegar, não a deixe passar,
mas pense sempre duas vezes antes de agir.
Não se deixe perturbar pelo passado. Olhe para o futuro.

A sua atitude deve ser a de um herói sem medo,
mas o coração deve ser como o de uma criança, cheio de amor.
Ao retirar-se, ao fim do dia, durma como se tivesse entrado no seu último sono.
E, ao acordar, deixe a cama para trás,
instantaneamente,
como se tivesse deixado fora um par de sapatos velhos.

Meditação

A meditação é uma prática que, através de um conjunto de técnicas, busca treinar a focalização da atenção. Sua origem é muito antiga, remontando às tradições orientais, especialmente a yoga e o budismo, mas o termo também se refere a práticas adotadas por algumas religiões, como o cristianismo, o judaísmo, o islamismo, o taoísmo e o xamanismo, entre outras.

A palavra meditar tem origem no latim mederi, que significa “tratar, curar, dar atenção médica a”. O termo em páli utilizado para referir-se a meditação é bhavana, que significa 'cultivo'

Definição

A definição de meditação pode variar de acordo com o contexto em que se encontra, variando de qual religião tem origem ou se é usada de maneira secular. Algumas distintas definições que normalmente são usadas para meditação são:

prática de focar a mente em um único objeto (por exemplo: em uma estátua religiosa, na própria respiração, em um mantra);
uma abertura mental para o divino, pedindo a orientação de um poder mais alto;
um estado que é vivenciado quando a mente se torna vazia e sem pensamentos;
contemplação da realidade e seus aspectos (como a impermanência, para os Budistas)
desenvolvimento de uma determinada qualidade mental, como energia, concentração, plena atenção, bondade, etc.
pensamento sustentado e aplicado em um tema

Ainda que algumas definições de 'meditação' usadas por diferentes religiões sejam bem diferentes e até mesmo contraditórias, é ponto comum que apontem para uma realidade interior e o desenvolvimento/compreensão desta realidade. A compreensão de o que é meditação deve ser feita sempre dentro do contexto em que é apresentada, da religião ou da escola que a apresenta, caso contrário as distintas explicações podem se tornar contraditórias.

Prática

A prática de meditação pode ter inúmeras variantes quanto à postura do corpo, objeto de meditação e objetivo da prática.

Objetivos

A meditação pode ser praticada por diversos motivos: desde o simples relaxamento até a busca pelo nirvana. Muitos praticantes da meditação têm relatado melhora na concentração, consciência, autodisciplina e equanimidade.

Objetos

Os objetos utilizados para o foco na meditação podem ser desde a chama de uma vela até a natureza do próprio corpo. Mantras são um objeto de meditação muito comum, como por exemplo os mantras utilizados no hinduísmo, e até mesmo a recitação do rosário na tradição cristã pode ser considerada uma forma de meditação com mantra.

Postura

A meditação pode ser realizada em todas as posturas, seja deitado, sentado, em pé ou andando variando pelo contexto onde é ensinada. A posição sentada é adotada normalmente por ser considerada a mais fácil, onde o corpo se encontra em repouso mas ainda alerta. A famosa 'Posição de lótus completo' (o pé esquerdo apoiado sobre a coxa direita e o pé direito apoiado sobre a coxa esquerda.) se difundiu muito como sinônimo de meditação por ser usada no ioga como uma posição ideal de meditação, onde mantém o corpo estável, sendo entretanto difícil de alcançar. Inúmeras posições de meditação podem ser usadas como de joelhos, meio-lótus, birmanesa, etc.

Para a meditação em pé existem métodos que vêm conquistando grande aceitação no ocidente, como a meditação feita em pé conhecida como zhan zhuang, que, devido a sua simplicidade e eficiência, é muito praticada na China e Europa. Ele é facilmente executado por pessoas com pouca flexibilidade e dificuldades nos joelhos e coluna, melhorando inclusive a postura. Facilmente praticada em qualquer local, é um excelente método procurado por muitos praticantes de artes marciais experientes ou mesmo iniciantes. Esta prática é muito efetiva na redução do estresse.

Na tradição budista theravada é comum encontrar prática da meditação andando, que é vista como uma postura onde se desenvolve concentração em movimento, energia para a mente e vitalidade para o corpo.

Duração

Normalmente não há um tempo mínimo preestabelecido. Pode-se iniciar com um período de poucos minutos e, conforme se aperfeiçoa, esse tempo pode aumentar até para horas, dias, ou em casos excepcionais, até meses, como foi o caso de Palden Dorje. É importante ressaltar que a frequência da prática também influencia muito os resultados.

Meditação cristã

A Meditação Cristã é uma forma de oração na qual é realizada uma tentativa estruturada de comunicar com, e apreender, as revelações de Deus. O termo meditação tem origem na palavra latina meditārī, a qual tem vários significados, incluindo reflexão, estudo e prática. A meditação cristã é um processo em que, de forma propositada, a pessoa se concentra num pensamento específico (como uma passagem da Bíblia) e reflecte sobre o seu significado no contexto do amor de Deus.

A meditação cristã pretende elevar a relação pessoal, com base no amor de Deus, que marca a comunhão cristã. Tanto no cristianismo ocidental como no oriental, a meditação é um meio termo das três fases da oração: envolve mais reflexão que o primeiro nível - oração oral - mas é mais estruturada que os diferentes níveis de oração contemplativa.

Os ensinamentos tanto no igrejas cristãs orientais como nas ocidentais realçam o facto de a meditação cristã ser um elemento de desenvolvimento do conhecimento sobre Cristo.

No Aspectos da meditação Cristã, a Santa Sé avisou sobre os riscos potenciais de juntar os diferentes estilos de meditação cristã e não-cristâ. Em 2003, na A Christian reflection on the New Age o Vaticano anunciou que a Igreja evita qualquer conceito que esteja ligado aos da Nova Era".

Meditação transcendental

Meditação Transcendental é uma técnica de meditação introduzida em 1958 por Maharishi Mahesh Yogi que envolve o uso mental de sons específicos chamados mantras , que se crê terem propriedades psicoativas. De acordo com Maharishi, a técnica permite que a mente do praticante "transcenda", atingindo um estado de "vigilância tranquila", sem recurso a concentração ou a pensamento ativo, como sucede em outras técnicas. Também conhecida como Meditação Consciente.

Meditação budista

Meditação budista é a meditação usada na prática budista. Inclui qualquer método de meditação que tenha, como meta última, a iluminação (Bodhi). Os termos mais próximos a "meditação" nas linguagens clássicas do budismo são bhavana e desenvolvimento mental.

Diferentes visões e equívocos

Sendo a meditação conceituada como "desenvolvimento de certas qualidades mentais", é importante notar que há diversos "métodos" ensinados por diferentes escolas e professores, compreendendo uma vasta gama de ensinamentos e enfocando mais uma ou outra qualidade a ser desenvolvida. Sendo assim, não se deve condensar o conceito de meditação budista em apenas uma escola ou prática.

A identificação somente da meditação formal sentada com a prática é outra visão equivocada, comumente difundida no ocidente, havendo, por exemplo, a prática comum da "meditação andando". O conceito da prática meditativa (desenvolvimento mental), ao ser levado mais a fundo, pode ser expandido para incluir todas as atividades do dia a dia.

Tradições

A partir das primeiras divisões que ocorreram entre as escolas iniciais do budismo e à medida em que o budismo se espalhou por diferentes países, diferentes tradições foram surgindo. Junto com essas tradições, diferentes maneiras de ensinar meditação apareceram. Algumas "técnicas" desapareceram em alguns lugares, outras foram adaptadas e outras foram adicionadas vindas de outras tradições ou mesmo criadas.

Theravada

Na escola Theravada (escola dos anciãos), a meditação toma, como base, os ensinamentos do Buda contidos no cânon em Páli. No cânon, o Buda prescreve diversos métodos de desenvolvimento mental para erradicar apego e aversão, ou para desenvolver algum fator que contribua para a erradicação desses.

Atualmente, é popularizada uma visão que toma a meditação por dois ângulos: tranquilidade e concentração (samatha) e sabedoria e visão (vipassana). Há escolas que colocam a meditação Samatha como de menor importância, dando maior ênfase a Vipassana, enquanto outras, como a Tradição Tailandesa das Florestas, veem Samatha e Vipassana como dois aspectos de um mesmo caminho e inseparáveis entre si.

Algumas meditações populares:

Anapana-Sati - Plena atenção na respiração. Traz calma à mente e desenvolve os sete fatores da iluminação
Satipatthana - Quatro fundamentos da plena atenção. Princípio usado como base para a maioria das práticas de vipassana.
Metta Bhavana - desenvolvimento de Metta, ou 'amor universal'.
kayagatha - contemplação da natureza do corpo. Inclui contemplações sobre a natureza do corpo em suas partes e em seus quatro elementos e sobre sua decadência e morte.

Vajrayana

Na escola Vajrayana, são adicionados métodos tântricos que têm, por objetivo, acelerar o processo de iluminação.

O objetivo dos ensinamentos de Mahamudra e Dzogchen, ensinados respectivamente pelas escolas Kagyu e Nyingma, é se familiarizar com a natureza última da mente que delineia toda a existência, passando assim por estágios que levam à iluminação.

As práticas preliminares das escolas Kagyu e Nyingma são chamadas Ngondro, e envolvem visualizações, recitação de mantras e prostrações.

Zen

A meditação no Zen é o Zazen. No Zazen, é mantida a atenção plena sentada, com base na respiração, observando os pensamentos e sensações à medida que surgem e passam. A prática de atenção plena à medida que é desenvolvida leva a maior entendimento, aceitação e compreensão da realidade. Também é comum o uso de Koans.

Terra pura

A meditação no budismo Terra pura é, basicamente, a recitação do nome do Buda Amitaba, ou visualização do mesmo.

Chacra

Chacras ou xacras, também conhecidos pela grafia chakras segundo a filosofia iogue, são centros energéticos dentro do corpo humano, que distribuem a energia (prana) através de canais (nadis) que nutre órgãos e sistemas.

Etimologia

Chakra (चक्र) originaria do sânscrito, vinda de cakraṃ (pronunciado [tʃəkrə]) em Pali, referenciada em chinês tibetano: Chakka; com significado "roda", "giro" ou cíclico , é descrito por muitos como uma roda de fiar a luz. Dos muitos chakras dentro do corpo humano, sete foram Identificados como maiores, podendo variar segundo a linha de estudos.

A revisão do tântrico por M. N. Roy comenta que a história diz que a palavra "chakra" é usada para significar várias coisas diferentes nas fontes em sânscrito:

Em Budismo, o termo sânscrito chakra (Pali cakka) é usado em um sentido diferente do "círculo", referindo-se à concepção de Rebirth Composta por seis estados em que os seres podem ser renascidos.

Origem

Os chakras são os pontos onde se encontram e fundem as Nadís, ou meridianos, canais condutores da energia no organismo. Estas Nadís unem-se em vários pontos que rodam no sentido dextrógiro (que provoca rotação para a direita - no sentido dos ponteiros do relógio. Antônimo de levógiro ou sinistrogiro).

A noção de chakra faz parte do tantra ou tantrismo, para o qual a kundaliní reside no Muladhara. O objetivo das práticas tântricas, que são essencialmente sensoriais, é o despertar e a subida da kundalini através dos chakras, ativando-os, a fim de se unir no Sahasrara com Shiva, aqui representado como essência espiritual. Uma das fontes de inspiração do Hatha Yoga é o tantrismo, pois o "combustível" das práticas das posturas psicofísicas é justamente a energia Kundaliní.

Os chakras, descritos em textos tântricos tradicionais, despertaram também a atenção do movimento esotérico europeu, por exemplo, do Rev. Leadbeater, teosofista.

Os chakras estão registrados em culturas antigas e referenciados como pontos energeticos utilizados para cura e progresso energetico e Espiritual. O Qi Gong da China ou Acupunctura, O Yoga da Índia e outras culturas antigas tinham conhecimento destes pontos e de como trabalhar com eles era benéfico à saúde.

Energia vital

A palavra chakra vem do sânscrito e significa "roda", "disco", "centro" ou "plexo". Nesta forma eles são percebidos por clarividentes como vórtices (redemoinhos) de energia vital, espirais girando em alta velocidade, vibrando em pontos vitais de nosso corpo. Os chakras são pontos de interseção entre vários planos e através deles nosso corpo etérico se manifesta mais intensamente no corpo físico.

Os Vedas (5.000 a.C.) contêm os mais antigos registros sobre chakras de que se tem notícia. Quando foram escritos, o Yoga já sistematizava o conhecimento e o trabalho energético dos chakras.

São sete os principais chakras, dispostos desde a base da coluna vertebral até o alto da cabeça e cada um corresponde a uma das sete principais glândulas do corpo humano. Cada um destes chakras está em estreita correspondência com certas funções físicas, mentais, vitais ou espirituais. Num corpo saudável, todos esses vórtices giram a uma grande velocidade, permitindo que a "prana", flua para cima por intermédio do sistema endócrino. Mas se um desses centros começa a diminuir a velocidade de rotação, o fluxo de energia fica inibido ou bloqueado - e disso resulta o envelhecimento ou a doença.

Os chakras são conectados entre si por uma espécie de tubo etérico (Nadi) principal chamado "Sushumna", ao longo do eixo central do corpo humano, por onde dois outros canais alternados "Ida" que sai da base da espinha dorsal à esquerda de Sushumna e "Pingala" à direita ( na mulher estão invertidas estas posições ).

Os Nadis conduzem e regulam o "Prana" (energias yin e yang) em espirais concêntricas. Estes Nadis são os principais, entre milhares, que percorrem todo o corpo em todas as direções, linhas meridianos e pontos. Para os hindus os Nadis são sagrados, é por meio da "Sushumna" que o yogi deixa o seu corpo físico, entra em contato com os planos superiores e traz para o seu cérebro físico a memória de suas experiências.

O corpo físico e cada um dos chacras

Nosso corpo físico tem uma ligação sutil com o mundo astral. É através do desequilíbrio desta energia vital que as pessoas adoecem e acabam obstruindo esta ligação com o Divino. Daí, a relação entre as doenças e as crises emocionais. É muito comum ver pessoas que acabam somatizando e transformando energias negativas, depressão, raiva, solidão, em doenças físicas, como cânceres e outras mais graves. Nosso corpo físico tem pontos, que quando ativados, fazem fluir a energia vital, nos trazendo alegria e, principalmente, saúde. É através dos nadis (meridianos) - caminhos invisíveis dentro do nosso organismo - que a energia vital caminha por todo o nosso corpo e chega aos chacras, em pontos que concentram vibrações mais específicas, conforme veremos à seguir:

Muladhara

(Chacra Raiz)

Nome em sânscrito: MULADHARA ("Raiz de Suporte ").

Mantra: Lam.

Pétalas: 4.

Localização: Períneo.

Cor: Vermelho.

Elemento: Terra.

Funções: Traz vitalidade para o corpo físico.

Qualidades Positivas: Coragem, Estabilidade. Individualidade, Paciência, Saúde, Sucesso e Segurança.

Qualidades Negativas: Insegurança, Raiva, Tensão e Violência.

O primeiro chacra (conhecido como Chakra Raiz de suporte )localiza na base da coluna vertebral, na região do períneo, e corresponde às glândulas endócrinas Suprarrenais e ao plexo nervoso autônomo Coccígeo .Quando esse chacra está enfraquecido indica alterações cognitivas e emocionais. Quando excessivamente energizado, indica vitalidade corporal.

Svadhisthana

(Chacra órgão genital e base da barriga)

Nome em sânscrito: SWADHISTANA ("Fundamento de si próprio")

Mantra: Vam.

Pétalas: 6.

Localização: Abaixo do umbigo.

Cor: Laranja.

Elemento: Água.

Funções: Força e vitalidade física.

Qualidades Positivas: Assimilação de novas ideias, Dar e Receber, Desejo, Emoções, Mudanças, Prazer, Saúde e Tolerância.

Qualidades Negativas: Confusão, Ciúme, Impotência, Problemas da bexiga e Problemas Sexuais.

O segundo chacra (conhecido como Chacra esplênico, sacro ou do baço), relaciona-se com o poder criador da energia sexual. Quando esse chacra está enfraquecido indica distúrbios da sexualidade ou disfunções endócrinas. Quando excessivamente energizado, indica excesso de hormônios e sexualidade exacerbada.

Manipura

(Chacra do Plexo Solar)

Nome em sânscrito: MANIPURA ("Cidade das Jóias")

Mantra: Ram.

Pétalas: 10.

Localização: Zona da barriga.

Cor: Amarelo.

Elemento: Fogo.

Funções: Digestão, emoções e metabolismo.

Cristais: Âmbar, Olho de Tigre e Ouro.

Qualidades Positivas:
Auto controle, Autoridade, Energia, Humor, Imortalidade, Poder pessoal e Transformação.

Qualidades Negativas: Medo, Ódio, Problemas digestivos e Raiva.

O terceiro chacra (conhecido como Chakra do Plexo Solar) localiza-se na região do umbigo ou do plexo solar, e está relacionado com as emoções. Quando muito energizado, indica que a pessoa é voltada para as emoções e prazeres imediatos. Quando fraco sugere carência energética, baixo magnetismo, suscetibilidade emocional e a possibilidade de doenças crônicas.

Anahata

(Chacra cardíaco)

Nome em sânscrito: ANAHATA ("Invicto"; "Inviolado")

Mantra: Yam.

Pétalas: 12.

Localização: Coração.

Cor: Verde (cura e energia vital); Rosa (Amor).

Elemento: Ar.

Funções: Energiza o sangue e o corpo físico.

Qualidades Positivas: Amor incondicional, Compaixão, Equilíbrio, Harmonia e Paz.

Qualidades Negativas: Desequilíbrio, Instabilidade emocional, Problemas de coração e circulação.

O quarto chacra situa-se na direção do coração. Relaciona-se principalmente com o timo e o coração. Sua energia corresponde ao amor e à devoção, como formas sutis e elevadas de emoção. Quando ativado desenvolve todo o potencial para o amor altruísta. Os sentimentos humanos egoístas desaparecem e nasce em si uma canalização para tudo que recebe e sente, iniciando o caminho para a consciência. Quando enfraquecido indica a necessidade de se libertar do egoísmo e de cultivar maior dedicação ao próximo. No aspecto físico, também pode indicar doenças cardíacas.

Vishuddha

(Chacra Laríngeo)

Nome em sânscrito: VISHUDDA ("O purificador")

Mantra: Ham.

Pétalas: 16.

Localização: Na garganta.

Cor: Azul claro.

Elemento: Éter.

Funções: Som, vibração, comunicação.

Qualidades Positivas: Comunicação, Criatividade, Conhecimento, Honestidade, Integração, Lealdade e Paz.

Qualidades Negativas: Depressão, Ignorância e Problemas na comunicação.

O quinto chacra fica na frente da garganta e está ligado à tireóide. Relaciona-se com a capacidade de percepção mais sutil, com o entendimento e com a voz. Quando desenvolvido, de forma geral, indica força de caráter, grande capacidade mental e discernimento. Em caso contrário, pode indicar doenças tireoidianas e fraquezas de diversas funções físicas, psíquicas ou mentais.

Ajña

(Chacra Frontal)

Nome em sânscrito: AJÑA ("O Centro de comando")

Mantra: Om.

Pétalas: 2.

Localização: Na testa, entre as sobrancelhas.

Cor: Azul Índigo.

Elemento: Todos os elementos.

Funções: Revitaliza sistema nervoso e a visão.

Qualidades Positivas: Concentração, Devoção, Intuição, Imaginação, Realização da alma e Sabedoria.

Qualidades Negativas: Dores de cabeça, Medo, Problema nos olhos, Pesadelos e Tensão

O sexto chacra situa-se no ponto entre as sobrancelhas. Conhecido como "terceiro olho" na tradição hinduísta, está ligado à capacidade intuitiva e à percepção sutil. Quando bem desenvolvido, pode indicar um sensitivo de alto grau. Enfraquecido aponta para um certo primitivismo psico-mental ou, no aspecto físico, para tumoração craniana.

Sahasrara

(Chacra Coroa)

Nome em sânscrito: SAHASRARA ("O Lótus das mil pétalas")

Mantra: Aum.

Pétalas: 1000.

Localização: No topo da cabeça, bem no centro.

Cor: Violeta e Branco.

Elemento: Todos os elementos.

Funções: Revitaliza o cérebro.

Qualidades Positivas: Percepção além do tempo e do espaço. Abre a consciência para o infinito.

Qualidades Negativas: Alienação, Confusão, Depressão e Falta de Inspiração.

O sétimo é o mais importante dos chakras, situa-se no alto da cabeça e relaciona-se com o padrão energético global da pessoa. Conhecido como chakra da coroa, é representado na tradição indiana por uma flor-de-lótus de mil pétalas na cor violeta. Através dele recebemos a luz divina. A tradição de coroar os reis fundamenta-se no princípio da estimulação deste chakra, de modo a dinamizar a capacidade espiritual e a consciência superior do ser humano.

As Cores dos Chakras

Cada chakra do corpo corresponde a uma cor do arco-íris que são: o vermelho, o violeta, o laranja, o anil, o amarelo, o azul e o verde.

Como energizar os chacras

Várias terapias, como o Reiki, cromoterapia e terapia prânica se utilizam dos chakras como base para diagnóstico e tratamento de males que atingem desde o corpo físico até o espiritual. Através de gestos , que podem ser incorporados no dia-a-dia é possível ativar estes pontos de energia, buscando a harmonização do corpo e da alma.

" Concentrar-se no que está fazendo, pensando na região do chakra já é uma forma de reativá-lo. Procure ficar em um lugar tranqüilo, para que nenhum barulho possa tirar sua concentração. " Coloque uma de suas mãos aberta em frente ao chakra, sem tocar no corpo, e faça movimentos circulares no sentido horário, como se estivesse massageando o local, mas à distância. " Sentar-se na posição de lótus - pernas cruzadas - tronco ereto - e fixar o olhar na ponta do nariz estimula o chakra frontal ou do terceiro olho.

" As cores e os cristais são formas visuais de estimulação do chakras. Utilize a pedra com a cor correspondente a do chakra e direcione suas vibrações.

Prana

Atualmente, com a universalização do conhecimento, existe a tendência a considerar a convergência dos conceitos das culturas indiana e chinesa sobre estes centros de energia (chakras), e os nadis. Os nadis seriam correspondentes aos meridianos chineses, assim como prana seriam nomes diferentes para a mesma energia vital.

As pesquisas de Hiroshi Motoyama, em Osaka, com o campo eletromagnético humano, mostram a relação entre os meridianos e os nadis, bem como as alterações nas ondas cerebrais durante a ativação dos centros ou chakras superiores.

Kundalini

O primeiro chakra, denominado no ocidente como Chakra Base ou Chakra Raiz é o responsável por manter o fluxo de energia ascendente da terra para o corpo. Emocionalmente ele conecta a pessoa ao mundo presente sendo o responsável pelo bom ânimo. Esse chakra também exerce forte influência sobre os demais 'bombeando' energia da terra (telúrica) para cima em direção aos demais centros de energia.

Nos pés há chakras secundários, Plantares, que se relacionam diretamente ao Chakra Raiz sendo os responsáveis pela perfeita troca de energia entre o corpo e a terra.

A energia telúrica absorvida por esses chakras, ao ser modificada pelo Chakras Raiz, em seu caminho ascendente aos demais chakras recebe o nome de Kundalini.

Técnicas orientais e descrições herméticas relatam o fluxo dessa energia, usando-se a expressão "fogo serpentino", que descreve sua ascensão através dos nadis.