Ficaram, para posterior consideração, a Vontade e o Desejo. Vontade é a energia instigada para a ação; quando ela é atraída ou repelida por objetos externos, chamamo-la desejo, o aspecto inferior da Vontade, como o pensamento é o aspecto inferior do Conhecimento, da Cognição. Se um homem, diante de um objeto que lhe dá prazer, agarra-o sem pensar, está sendo movido pelo desejo; se esse homem se contém, dizendo: “Não devo aproveitar isso agora porque tenho dever a cumprir”, está sendo movido pela Vontade. Quando a energia do Eu superior é controlada e guiada pela razão reta, ela é Vontade; quando se precipita, desenfreada, levada de cá para lá por objetos atraentes, ela é Desejo.
O Desejo nasce espontaneamente em nós: gostamos de uma coisa, detestamos outra, e nossa simpatia ou antipatia são involuntárias, não estão sob o controle da Vontade ou da Razão.
Podemos inventar razões para elas, quando queremos justificá-las, mas elas são elementares, racionais, são anteriores ao pensamento. Contudo, nem por isso deixam de poder ser controladas, modificando-se, embora não diretamente.
Considere-se o paladar físico: uma azeitona, conservada em salmoura, é oferecida a uma criança, e geralmente é rejeitada com repugnância. Mas é moda gostar de azeitonas e os jovens teimam em comê-las, resolvidos a gostar delas; e em breve acabam por apreciá-las. Eles mudaram sua aversão por apreciação. Como foi feita a mudança? Pela ação da Vontade, dirigida pela mente.