quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Calamidades nacionais (Annie Besant)


O karma que produz catástrofes sísmicas e outras calamidades nacionais carrega, em sua varredura, grande número de pessoas, cujo karma contém morte súbita, doenças ou prolongado sofrimento físico. É interessante e instrutivo observar a forma pela qual as pessoas que não têm essas dívidas são tiradas para fora da cena de uma grande catástrofe, enquanto outras se apressam para se envolver nela. Quando um terremoto mata certo número de pessoas, sempre haverá as que “escaparam milagrosamente” – umas chamadas por um telegrama, outras por negócios urgentes, etc. – e também milagrosamente há o afluxo de pessoas que chegam a esse lugar a tempo de serem mortas. Se tal chamado fosse impossível para os que devem se salvar, então um outro arranjo, por exemplo, uma viga que evitasse o desabamento de grandes pedras, os protegeria da morte. 
Quando está para acontecer uma catástrofe, as pessoas que têm o karma individual apropriado reúnem-se nesse lugar, como na enchente de Johnstown, na Pensilvânia, no grande terremoto e incêndio de São Francisco. Num terremoto no norte da Índia, há muitos anos, houve vítimas que se tinham apressado, afobadamente – para serem mortas. Outras deixaram o lugar na noite anterior – para serem salvas. A catástrofe local é usada para acabar karmas particulares. Ou um carro que está levando uma pessoa para a estação é detido por um bloco da rua, e a pessoa perde o trem. Ela se zanga, mas o trem sofre um desastre e ela está salva. 
Isso não quer dizer que o bloqueio estava ali para fazê-lo parar, mas que foi utilizado para esse fim. Em Messina, os que não tinham de morrer foram resgatados dias depois do terremoto, e em mais de um caso foi possível fazer chegar comida a eles, para mantê-los vivos, comida essa trazida por um agente astral. Em naufrágios, a segurança ou a morte dependem do karma de cada um. Algumas vezes, um ego tem um débito de morte súbita a pagar, mas isso não estava incluído na dívida que precisaria resgatar durante a encarnação presente, e sua presença em algum acidente provocado pelo karma coletivo oferece a oportunidade de resgatar sua dívida “antes do tempo”. O ego prefere agarrar a oportunidade e livrar-se do karma, e seu corpo é abatido com os dos demais.