Assim, temos três fatores no espírito para a criação do karma e três qualidades correlativas na matéria. Precisamos estudá-los a fim de fazer do nosso karma o que queremos que ele seja. Podemos estudálos em qualquer ordem, mas, por diversas razões, é conveniente tratar do fator cognitivo em primeiro lugar, porque nele está o poder de conhecimento e de escolha. Podemos mudar nossos desejos usando o pensamento; não podemos mudar nosso pensamento, embora possamos colori-lo, usando o desejo; assim, em última análise, a ação é posta em movimento pelo pensamento.
No mais recuado estágio de primitivismo, tal como o da criança recém-nascida, a ação é causada pela atração e pela repulsão. Porém, quase imediatamente, a memória interfere: a lembrança de uma atração provoca o desejo de senti-la, e a lembrança de uma repulsa, o desejo de evitá-la. Uma coisa deu prazer e é lembrada, isto é, pensada; é desejada, e segue-se a ação para obtê-la. Essas três coisas realmente não podem ser separadas, porque não há ação que não seja precedida pelo pensamento e pelo desejo, e que não os ponha em movimento outra vez, depois de executada. A ação é o sinal exterior do pensamento invisível e do desejo invisível, e sua própria realização dá nascimento a um novo pensamento e a um novo desejo. Os três formam um círculo, perpetuamente retraçado.