Outro fato de grande importância é o de que somos levados pelo karma a entrar em contato com pessoas que conhecemos no passado. Com algumas delas temos dívidas, enquanto outras estão endividadas conosco. Homem algum faz sozinho a sua longa peregrinação, e os egos aos quais ele está ligado por muitos laços de um passado comum vêm de toda parte do mundo para junto dele, no presente.
Conhecemos alguém, no passado, que passou adiante de nós em sua evolução; por acaso nós lhe prestamos algum serviço, formando-se com isso um laço kármico. No presente, esse laço nos leva para a órbita da sua atividade, e recebemos, de fora de nós, um novo impulso de força, um poder que não é nosso, impelindo-nos a ouvir e a obedecer.
Vimos muitos desses benéficos laços kármicos dentro da Sociedade Teosófica.
Há muito, muito tempo, Aquele que agora é conhecido como o Mestre K. H. caiu prisioneiro numa batalha contra o exército egípcio e foi generosamente favorecido e abrigado por um egípcio de alta categoria. Milhares de anos depois, a nascente Sociedade Teosófica precisou de auxílio, e o Mestre, voltando os olhos para a Índia, à procura de alguém que o ajudasse nesse grande trabalho, vê seu velho amigo do Egito e de outras vidas, agora o Sr. A. P. Sinnett, editando o principal jornal anglo-indiano, The Pionner. Como de costume, o Sr. Sinnett vai a Simla.
Madame Blavatsky também vai para lá, a fim de que se forme o laço. O Sr. Sinnett é levado para a influência imediata do Mestre, recebe suas instruções e torna-se o autor de O Mundo Oculto e do Budismo Esotérico, levando a milhares de pessoas a mensagem da Teosofia. Ganhamos esses direitos pelo auxílio que prestamos no passado, o direito de ajudar em níveis mais elevados e com alcance mais amplo, ao mesmo tempo que também somos auxiliados pelo estreitamento dos antigos laços de amizade conquistados no serviço, e regiamente recompensados pelo dom inestimável do conhecimento, obtido por um e semeado, amplamente, para muitos.