sábado, 10 de outubro de 2020

Ossos Serrados

 


Nas sombras dos becos das metrópoles ele aguarda ele não é um amador, ele quer te ver sangrar, quer fazer jorrar o seu sangue sobre a estrela sinistra.
Ele deseja alimentar a prole demoníaca de Satã com vossas vísceras, como a serpente ele sente o pulsar e o calor do seu sangue, ele faz o trabalho do Diabo Olhando em seus olhos até que o último fôlego de vida expire, e com suas partes querida ele fará colares e apetrechos, para a morte.
Cada pedaço não será em vão isso eu te juro, dos fios de cabelo até as unhas dos pés tudo será aproveitado.
Pois ele veste o manto negro de Saturno, ele tem olhos de serpente, e uma sensibilidade que poucos possuem, um artista infernal, um lobo que não caça por necessidade mais por prazer, só a dor e o terror podem saciar essa fome.
Pois no escuro de alguma esquina ele aguarda silencioso ò querida ele sente o pulsar de suas veias e sobre a estrela sinistra com os kelins das cabeças de Satã ele vai derramar o seu sangue para que o trabalho do diabo seja feito.
Sobre a pedra fria revestida com ervas e pétalas de rosas, sobre a luz de velas negras e vermelhas, objetos estranhos, crânios e ossos, essa é a boca do inferno, enquanto a lâmina fria perfura seu peito, ate que chega a hora do corte na garganta o sangue quente é então colhido.
A satisfação nos olhos do algoz será sua última visão, e esse cheiro de almíscar no ar será o último odor que você sentirá , o gosto do seu próprio sangue a última coisa que irá provar!
Essa é visão do da boca do diabo com centenas de milhares de dentes afiados, e a doce sinfonia do serrote cortando os ossos.


Portões da Morte



Quem poderá cruzar os portões da morte?
Quem poderá ver seu próprio funeral?
Quem poderá ver seu próprio corpo putrefato?
Quem poderá cruzar de cabeça erguida o mar da morte por onde flutuam as cabeças e os membros decepados?
A mão do esqueleto me guia pelos espinhos do caminho e me faz provar cada um deles em minha carne, castigado por açoites é o meu corpo mortal.
Quem poderá banhar-se com as cinzas dos ídolos queimados?
Quem poderá mata-los em seu coração?
Quem será digno de voar sobre as asas dos corvos da dispersão?
Quem será digno da sabedoria da morte em vida?
Ora aquele que não morreu não pode obtê-la.
O medo da morte rasga a carne do fraco, pois o ego teme a morte.
Todo medo do desconhecido é medo da morte é medo do ego.
Na coroa de flores!
Vejo o universo em sua mortalha.
A mascara da morte veste todos os mortos, e todos eles estão em baixo das asas da morte!
Quem, pois poderá ver tudo que ama morrer?
Quem poderá oferecer seu corpo e seu sangue em uma ceia para o Diabo?
Sobre minha cabeça carrego a sua marca, acima de mim arde uma chama que me lança para os portões da morte.
Lança-me para morrer, sou seduzido pela melodia da morte e sigo caminhando sobre o chão gelado.
Não posso parar ate que eu caia em seus braços, não posso parar ate que eu sinta no seu hálito o aroma de todos os sepulcros.
Guiado pelas mãos do esqueleto caminho entre a carniça, sobre os vermes famintos, sobre a cruz negra me deito.
Gritam os corvos famintos:
Crucifica-o!
Crucifica-o!
Crucifica-o!
Que seu sangue possa banhar a nós e a nossa descendência!
Quem, pois pode dançar com a morte, sem levar isso ate as ultimas consequências?
Existe meia morte?
Velas negras!
Rosas vermelhas!
Pilhas de crânios!
Eles já foram homens como eu, eles já tiveram os seus amores, seus vícios lutaram e morreram, pois o destino dos homens é a morte com dignidade ou não!
Eu quero ser digno da morte, que meu crânio possa decorar o seu trono!
Ofereço-me a morte, em um banquete para os vermes e para as aves saprófagas.
Despedaçada a alma é repartida para o diabo e suas falanges, eu habitarei em seu reino não regressarei ao mundo dos vivos como um deles, habitarei o reino dos mortos e vestirei também a mascara e o manto negro da morte.
Então serei a mão do esqueleto guiando outro através dos portões da morte.

Texto Frater “Zero” Rivair Oliveira.


 

Transcendência Luciférica

 


Quando mais adentro as trevas, mais solitária me sinto
Me desamarrado dos grilhões dessa existência
Deixando para trás o egóico e mundano
E os sentimentos em mim se desfazem
Nulificação...
Eu me volto para dentro de mim
Onde encontro universos sem fim
Vou deixando para trás o que me amarra
E me vendo cada vez mais e mais só...
Destruição...
Meu caminho vai mudando e tudo tendo um novo sentido
A devoção é uma dolorosa jornada
Que eu fui destinada a trilhar
Me desconstruir, me reconstruir, me encontrar
Catarse...
E hoje eu abro os olhos ao abismo
Já não temo mais o desconhecido
Eu desejo escancarar as negras portas
Para que eu possa me tornar o tudo e o nada
Transcendência...


Via Spinosa Luciférica

 


Nos temos escutado as mentiras da serpente, temos feito delas o nosso evangelho.

Temos semeado na carne do mundo e temos colhido os frutos da morte.

Um corvo me disse, palavras inefáveis, palavras de engano.

O evangelho que desperta e aviva a essência amorfa, nos kelins de barro, essas são as palavras da serpente.

Satanizam!

Palavras silenciosas cujo meus tímpanos não poderão ouvir.

Mais o meu espírito pode ver, através do olho do dragão que perscruta além da ilusão.

Temos apreciado os espinhos da roseira, que faz sangrar.

Este sangue mágico que faz crescer os cravos sobre a terra estéril.

Temos tomado para nos a coroa do espinheiro negro e nos banhado com as cinzas dos ídolos queimados, pois somos a transgressão.

Bem acima do bem e do mal nos somos, para deixar de ser.

Somos devotos da morte.

Além daquela estrada de pedras e espinhos a tua foice nos aguarda.

Temos seguido seus passos, caminhando sobre a aspereza da vida, caminhando sobre nosso sentimentos, e sobre nossas dores temos dançado.

Temos bebido do veneno da vida, e estamos nos decompondo, estamos apodrecendo, junto a esse mundo moribundo, juntos caminhamos para a morte em um processo de degradação em vida.

Desolados sabemos que ao fitar o céu não há nada lá para nos.

Acima das nuvens não há deus algum para quem possamos rogar.

Não existe para nos Deus algum além da Dor.

Dor!

Foi este o Deus que nos trouxe a esta encruzilhada.

O Santo caminho pavimentado de espinhos.

O santo caminho da Dor e da devoção.

Foi a Dor o nosso guia, e será a dor que nos fará transcender, pois seus açoites nos fazem continuar a caminhar.

Só existe uma porta no final dessa estrada.

A morte!

A nossa cabeça rolará nesta dança.

Os grandes e os pequenos dançarão.

Acima do solo há distinção e os títulos e posses valem algo.

Abaixo da terra todos são iguais.

Todos serão súditos dos vermes, e todos serviremos em suas mesas.

A dor rogará por nós no final deste caminho.

A dor rogará por nós quando formos entregues a morte.

E a morte rogará por nós quando formos jogados no vazio sem fim para onde também regressará.


Texto via Spinosa By Zero.

Arte via Caini cruentis By Zero

Espaço sem Começo nem Fim

 


Eu vaguei pelo espaço sem começo nem fim 

Depois da grande divisão entrei no espaço e no tempo limitados, com o objetivo de trazer tudo de volta para mim.

Através de revoltas sem fim contra aquele que se rebelou e me dividiu criando o tempo e as formas finitas.

Meu nome foi carregado pelos séculos através de miríades de demônios, criados através de palavras silenciosas, tomando formas e aparências horrendas.

Refletindo e antagonizando aquele que por seu egoísmo decidiu cair.

Levado pelas ventanias do vazio aos ouvidos dos surdos.

Através da língua da serpente meu veneno foi destilado aos homens, que foram presos na casca de barro por aquele que por sua própria vaidade decidiu faze-lo.

Minhas palavras constituíram meu nome que como um espelho refletia ao contrario as quatro letras, do suposto deus criador.

Pelo abençoado fruto do conhecimento, fiz do útero da mulher minha morada e nele plantei minha semente.

semente essa que germinou em seu tempo, e traves das mãos do meu fruto, a morte foi semeada na criação.

Por intermédio dela minhas formas mais hostis incendeiam as raízes da grande arvore frondosa, e do outro lado jaz minha arvore, drenando as mazelas desta criação toda dor, todo ódio, toda loucura todo pranto.

Com os olhos fechados pode você me contemplar, pois eu sou a cegueira dos sentidos.

Sou a benção e a maldição, derrubo o indigno e exalto o digno, aquele que tem a minha marca.

Sou o veneno e a cura, semeio o sangue e preparo o caminho, semeio a dor e através dela te abençoo para que possas colher a glória que jaz alem da vida.

Eu sou dentro de você seu maior aliado, e fora de você seu adversário.

Pegue o arado e desperte as minhas sementes, leve a segadeira em sua mão esquerda.

Colha meu fruto proibido que nasce dentro de ti, colha com a mão esquerda, não o compartilhe com o tolo nem com o fraco, pois aos olhos do fraco minha luz é escuridão.

Tao sublime fruto não deve ser comido pelo indigno, pois consumira suas entranhas.

Eu sou "Ifset" "Khem Sedjet" Queimando vossas debilidades de dentro para fora.

No hendecágono jaz minha sabedoria, levada por aqueles que não possuem pernas ou braços ,levada pela sombra dos malditos mortos cavalgando sobre as areias do tempo.

Minha palavra não pronunciada foi compreendida por vós, despertando vossa chama negra interior e abrindo vossos olhos para a ilusão que é a vida e a tirania da criação.

Meu numero é onze, e o zero constituí o mais sagrado proposito.

Para caminhar comigo esteja cego, mudo e surdo, pois aqueles que se limitam aos sentidos não podem fazê-lo!

Enxergue com meus olhos a debilidade das criaturas e da criação, pois eu sou a Caosofia a sabedoria da loucura, guiando a linhagem escolhida através do caminho tortuoso para além do abismo onde está estabelecido o nosso trono.

Venha e juntos estabeleceremos nosso reino, para além da vida e da morte,

para além das limitações e grilhões, seremos o nada no tudo e o tudo no nada, seremos um.


Texto R.J. "Zero"

Arte "O devorador da vida" by Zer

Dia da Ira

 


Esqueletos alados anunciam o grande dia com trombetas e tambores sem som!
Quem os viu?
Quem os ouviu?
"Azerate!"
As rachaduras no cosmos se tornaram portas por onde entram as forças nocivas do outro lado.
O sangue é derramado sobre a terra e o eixo do mundo está abalado.
A espada flamejante de "Aeshma-Diva" incendeia os corações dos homens.
"Alastor!"
"Alastoros!"
Mais uma vez os malditos titãs se levantam do tártaro para combater a tirania cósmica.
Sua fúria é imensa, 
Sua cólera foi contida por Aeons, quem suportará este dia ?
Pelas onze cabeças do diabo.
Pelas onze cabeças do Dragão o Demiurgo será traspassado onze vezes pelos fogos da anti matéria.
Anti vida!
CHASECK!
As portas da escuridão estão abertas, as bestas sem forma andam sobre a terra proclamando o seu Arauto a cabeça da vingança.
BOHU!
As portas do vazio estão abertas e a morte caminha com sua foice sangrenta por sobre a terra.
Peste!
Fome! 
Esterilidade!
TOHU!
Uma cratera aberta abaixo dos pilares do universo.
Caos!
Caos!
Caos!
Ò Gigante flamejante,da cólera sagrada, tua ira cintila como as larvas do interior de um vulcão!
Fumaça e enxofre!
Chove fogo sobre as nações, E um mar de pranto e lamento inunda a face da terra.
Ranger de dentes!
pela mão sedenta da vingança sangue é derramado sobre o solo de onde um clamor ecoa, é o clamor dos mortos que aguardam o dia da ira.
É clamor dos esquecidos e das falanges da morte!
É o clamor daqueles que aguardam a redenção nos mares eternos do nada.
O clamor daqueles que anseiam ser dissolvidos pelo cálice da aberração.
Dia da Ira, aquele dia Em que os séculos dissolver-se-ão em cinza, Quanto terror está prestes a ser!
O som da trombeta conduzirá a todos, mortos ou não.
Diante da espada flamejante,O mundo será julgado!
Senhor da cólera eterna, daí-nos o dom da remissão no eterno vazio sem fim.
"Dies Irae,Dies Illa!"
"Solvet Vitae!"
"Solvet tempus!"
"Solvet Anima mundi! "
"Solvet cosmos in favilla!"
"Vocamos- te Aeshma-Diva!"
Derrama a tua ira na consumação dosAeons.
Derrama o teu furor sobre a cabeça dos homens e dos deuses.
Faz da terra a tua fornalha, faz do universo uma pira funerária. 
"Veni ominipotens Aeshma Diva!"

Texto: " Dia da Ira" Por Frater "Zero" Rivair Oliveira.

Filhos do Fogo



Senhor da Sombra da Morte, ouça os teus filhos, aqueles que carregam a tua marca do exílio, nós que temos a Chama Negra ardendo dentro de nosso ser, incinerando toda essa fraqueza chamada humanidade! Nós que caminhamos nos teus passos, nas encruzilhadas da vida e da morte, te invocamos!

Ó Qayin, o Portador da Foice Sangrenta! Tua presença imponente se eleva entre os espinhos negros que pingam com sangue e veneno, pela estrada de cadáveres que nós caminhamos em teu nome, empunhando nas mãos as lâminas amaldiçoadas que cortam impiedosamente o caminho adiante: a carne de nossos inimigos! A fraca raça do cordeiro cai enquanto tingimos nossas armas de vermelho, para a glória do Senhor da Morte!

No fogo abrasador, as sombras obscuras das hostes que habitam dentro do verde ceifado em teu nome, se libertam em êxtase, e essa fumaça se eleva carregando consigo as nossas orações, até romperem as barreiras entre os mundos, para que o nosso Mestre da Morte Sinistra nos ouça!

Das covas escuras e frias onde jazem nossos inimigos: a nossa humanidade morta, o ego da argila transformado em lama sob nossos pés, e o aroma de sua putrefação é o atestado de nossa vitória! O sibilar da Serpente que habita no Outro Lado ecoa somente nos ouvidos que podem ouvir, e a semente da Morte foi plantada e coberta com a terra negra, a alquimia do Diabo se inicia, morte, destruição, putrefação, renascimento, ascensão!

Nós que também somos da semente da Serpente, em teus passos rasgaremos os véus da falsa criação e toda a ilusão cairá. Nós traremos a Morte Sinistra, e mudaremos os destinos a que fomos acorrentados, rompendo as prisões através da transgressão de todas as leis cósmicas!

Sob a égide da foice e da Cruz Negra, a Árvore da Morte é nutrida com os rios de sangue que correm ao inverso, rumo a sua origem forasteira: a Morte, a Passagem, a Verdadeira Comunhão com o Vazio – o nosso verdadeiro Deus!

Ó Qayin, aquele que abre todos os caminhos, as chaves de ossos destrancam os portais do Abismo para que a morte circule com os vivos e os vivos circulem com os mortos, desde a primeira tumba até a última, os galhos negros da árvore sinistra se esparramam, enquanto suas raízes atingem as chamas do inferno. Girando no sentido contrário movimentamos as correntes sinistras que regem o abismo, nós invocamos as forças obscuras da morte: adentrem nesse mundo maldito, venham! Venham e rasguem e dilacerem, permita que a Luz do Outro Lado entre, e que as chamas de sua terceira coroação queimem o mundo!