Os Rituais da Igreja Gnóstica são tão antigos quanto o mundo; constituem o esoterismo mágico do antigo Egito, o tantrismo oculto no próprio fundo da Arca da Ciência, a Magia Crística transcendental e divina; são invocações litúrgicas de divindades egípcias, cuja realidade fundamenta-se nos mesmíssimos tesouros das terras sagradas do Nilo; é o Verbo de Rá condensado cientificamente em cada mantra, prece e invocação esotérica profunda.
Os Mistérios de Ísis, Osiris e Hórus são provenientes de um Período Netuniano-Amentino que se perde na noite aterradora das Idades. Nos Mistérios Egípcios vibra Rá, o Logos, a Potência que jaz imanente em cada partícula atômica do universo.
As cerimônias mágicas egípcias operam extraordinariamente, manejando forças que se propagam, em seguida, na atmosfera deste mundo para o bem de muitos aspirantes da Luz. Os Deuses invocados acorrem pressurosamente; Eles têm autêntica realidade; sempre existiram e sempre existirão. Em vão os profanos e profanadores tentarão zombar dos Deuses Santos. Na verdade, essas Deidades não só governaram o mundo em tempos mais ditosos como também se manifestam liturgicamente para o bem de nossos neófitos nesta hora de crise mundial e de ruína dos princípios éticos.
Quando a humanidade abandonou o culto aos Deuses Santos caiu no materialismo grosseiro desta espantosa época de Kali-Yuga. Num futuro próximo, os Deuses farão sentir, cada vez mais, sua influência sobre a espécie humana. Nós nos adiantamos no tempo ao invocar esses Seres Inefáveis durante os trabalhos litúrgicos-mágicos-esotéricos — tão importantes que são para nossa cristificação.
Sem dúvida, os Guardiões da Esfinge Elemental do Deserto nos vigiam nesses momentos quando, com tanto amor, ritualizando, condensamos a sabedoria dos antigos tempos. Não há dúvida que Deus se encontra na Liturgia, no caminho místico litúrgico, no caminho estreito, apertado e difícil que sempre enfatiza a Liturgia Gnóstica.
Cada ritual da Igreja Gnóstica é uma aula para a Consciência; compreende, agora, o estudante o porquê da linguagem alegórica, simbólica e mística da Liturgia Gnóstica. É óbvio que a Consciência transcende a mera intelectualização; jamais se poderia empregar com a Consciência a mesma linguagem que para o intelecto.
É preciso fazer distinção entre intelecto e Consciência. O intelecto é educado intelectualmente; a Consciência, com a dialética da Consciência. No fundo, o sistema ritualístico é dialético e ritualístico. Trata-se de uma didática transcendental, baseada na Lógica Superior.
A Lógica Superior não é conhecida pelos adeptos da lógica aristotélica. Todavia, diremos que a Lógica Superior transcende as fórmulas intelectuais da dialética e da lógica formal, ficando, em última análise, reduzidas a simples palavras vazias e superficiais.
Os rituais condensados no Livro de Liturgia da Igreja Gnóstica possuem fundamentos lógicos transcendentais que, sem dúvida, representam um avanço em direção aos princípios psicológicos ritualísticos. A Unção, em si mesma e por si mesma, é algo extraordinário. É evidente que, mediante o ritual, átomos crísticos de altíssima voltagem descem do mundo do Logos para impregnarem o pão e o vinho da transubstanciação.
Ao comer o pão e beber o vinho os neófitos levam para o interior de seu corpo esses átomos de extraordinário e crístico esplendor. Como o caminho costuma ser difícil e árduo, e nós nos encontramos num estado verdadeiramente caótico e grosseiro, é óbvio que precisamos de ajuda eficaz. Os átomos crísticos nos auxiliam, nos instruem, nos iluminam, e assim, podemos caminhar para a auto-realização íntima do Ser.
Autor: V. M. Samael Aun Weor
* Prólogo do Manual de Liturgia da Igreja Gnóstica.