sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Mutus Liber Historia Parte 2


Afirma a ancestral sabedoria chinesa que uma imagem vale mais que mil palavras, e essa observação é particularmente correta quando nos referimos as imagens herméticas ou alquímicas que os Sábios deixaram para o deleite e edificação dos amantes de sua Ciência. São chamados “livros mudos”, mas sua mudez é muito distinta da habitual, pois é particularmente eloqüente quando logramos penetrar em seu aparente silêncio.
A Obra Decades Qvator Emblematvm Sacrorvm Ex, ou a Iesv et Rosae Crucis Vera – Os Emblemas Rosacruzes de Daniel Cramer são um dos primeiros tratados rosacrucianos. Este surpreendente “livro mudo” veio à luz em 1617, um ano depois da publicação das “Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreutz”. Centrado no simbolismo do coração, os 40 emblemas parecem descrever um processo de purificação e aperfeiçoamento que atravessa a alma ou o homem interior através de 40 passos. Daniel Cramer, pastor protestante, foi um grande conhecedor do conteúdo esotérico das escrituras. A Obra foi dedicada a Felipe II. Ediciones Obelisco (Edição em Espanhol).
Outra obra de importante relevo, e bem dentro da tradição rosacruciana é o conhecido MUTUS LIBER, ou O Livro Mudo da Alquimia.
Reconhecidamente uma das obras mais importantes da tradição alquímica. Composto de 15 pranchas, gravadas por Altus (La Rochelle, 1677), descreve os passos para realização da Grande Obra apenas por imagens. É possivelmente o único livro conhecido, desde o apogeu da civilização egípcia, que se propõe condensar a sabedoria hermética, como prática empírica e caminho espiritual, praticamente sem o uso da palavra.
A publicação em 1614, 1615 e 1616 dos primeiros manifestos rosacruzes (Fama, Confessio e Bodas Alquímicas) deu-se início a uma nova vertente esotérica que procurou definir-se mais auto-conscientemente como tributária de uma visão esotérica do Cristianismo. Dedicaram-se a normatizar e a regular a própria forma das alegorias e dos símbolos alquímicos, retirando a espontaneidade e sua marca intransferivelmente pessoal e solitária, colocando em seu lugar as regras e valores hierárquicos próprio das sociedades secretas que se propõem administrar politicamente a vivência do mundo espiritual. A produção típica desse movimento é o que se costuma chamar de Alquimia Espiritual.
“A alquimia simboliza tudo o que o homem pode aspirar a atingir espiritualmente em seu presente estado. As promessas do ouro, da longevidade e da saúde são todas símbolos da regeneração interior. Remetem à Idade do Ouro da tradição indo-européia, presente tanto nos escritos platônicos quanto na tradição da Índia Antiga. A alquimia é o grande símbolo do caminho iniciático, caminho solitário e penoso, cheio de impasses, mas que é o único caminho a seguir para que possamos voltar à Casa.” Adam McLean
“Não são fábulas. Você o tocará com suas mãos, o verá com seus olhos, o Azôto, o Mercúrio dos filósofos, que sozinho é suficiente para obter a nossa Pedra… A Escuridão aparecerá na face do Abismo; a Noite, Saturno e o Antimônio dos sábios aparecerão; o negrume e a cabeça de corvo dos alquimistas, e todas as cores do mundo, aparecerão na hora da conjunção; e também o arco-íris, e a cauda do pavão. Finalmente, após a matéria passar de cor de cinzas para branca e amarela, você verá a Pedra Filosofal, nosso Rei e Supremo Dominador, sair de seu vítreo sepulcro para montar em sua cama ou trono com seu corpo glorificado… diáfana como cristal; compacta e muito pesada, derrete ao fogo qual resina, e com a fluidez da cera, mais ainda que a do mercúrio vulgar… com a cor do açafrão quando pulverizada, mas vermelha como rubi quando em uma massa integral…” – H. Khunrath, Amphitheatrum

Texto do blog dos Rosacruzes.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...