sábado, 10 de outubro de 2020

Espaço sem Começo nem Fim

 


Eu vaguei pelo espaço sem começo nem fim 

Depois da grande divisão entrei no espaço e no tempo limitados, com o objetivo de trazer tudo de volta para mim.

Através de revoltas sem fim contra aquele que se rebelou e me dividiu criando o tempo e as formas finitas.

Meu nome foi carregado pelos séculos através de miríades de demônios, criados através de palavras silenciosas, tomando formas e aparências horrendas.

Refletindo e antagonizando aquele que por seu egoísmo decidiu cair.

Levado pelas ventanias do vazio aos ouvidos dos surdos.

Através da língua da serpente meu veneno foi destilado aos homens, que foram presos na casca de barro por aquele que por sua própria vaidade decidiu faze-lo.

Minhas palavras constituíram meu nome que como um espelho refletia ao contrario as quatro letras, do suposto deus criador.

Pelo abençoado fruto do conhecimento, fiz do útero da mulher minha morada e nele plantei minha semente.

semente essa que germinou em seu tempo, e traves das mãos do meu fruto, a morte foi semeada na criação.

Por intermédio dela minhas formas mais hostis incendeiam as raízes da grande arvore frondosa, e do outro lado jaz minha arvore, drenando as mazelas desta criação toda dor, todo ódio, toda loucura todo pranto.

Com os olhos fechados pode você me contemplar, pois eu sou a cegueira dos sentidos.

Sou a benção e a maldição, derrubo o indigno e exalto o digno, aquele que tem a minha marca.

Sou o veneno e a cura, semeio o sangue e preparo o caminho, semeio a dor e através dela te abençoo para que possas colher a glória que jaz alem da vida.

Eu sou dentro de você seu maior aliado, e fora de você seu adversário.

Pegue o arado e desperte as minhas sementes, leve a segadeira em sua mão esquerda.

Colha meu fruto proibido que nasce dentro de ti, colha com a mão esquerda, não o compartilhe com o tolo nem com o fraco, pois aos olhos do fraco minha luz é escuridão.

Tao sublime fruto não deve ser comido pelo indigno, pois consumira suas entranhas.

Eu sou "Ifset" "Khem Sedjet" Queimando vossas debilidades de dentro para fora.

No hendecágono jaz minha sabedoria, levada por aqueles que não possuem pernas ou braços ,levada pela sombra dos malditos mortos cavalgando sobre as areias do tempo.

Minha palavra não pronunciada foi compreendida por vós, despertando vossa chama negra interior e abrindo vossos olhos para a ilusão que é a vida e a tirania da criação.

Meu numero é onze, e o zero constituí o mais sagrado proposito.

Para caminhar comigo esteja cego, mudo e surdo, pois aqueles que se limitam aos sentidos não podem fazê-lo!

Enxergue com meus olhos a debilidade das criaturas e da criação, pois eu sou a Caosofia a sabedoria da loucura, guiando a linhagem escolhida através do caminho tortuoso para além do abismo onde está estabelecido o nosso trono.

Venha e juntos estabeleceremos nosso reino, para além da vida e da morte,

para além das limitações e grilhões, seremos o nada no tudo e o tudo no nada, seremos um.


Texto R.J. "Zero"

Arte "O devorador da vida" by Zer

Dia da Ira

 


Esqueletos alados anunciam o grande dia com trombetas e tambores sem som!
Quem os viu?
Quem os ouviu?
"Azerate!"
As rachaduras no cosmos se tornaram portas por onde entram as forças nocivas do outro lado.
O sangue é derramado sobre a terra e o eixo do mundo está abalado.
A espada flamejante de "Aeshma-Diva" incendeia os corações dos homens.
"Alastor!"
"Alastoros!"
Mais uma vez os malditos titãs se levantam do tártaro para combater a tirania cósmica.
Sua fúria é imensa, 
Sua cólera foi contida por Aeons, quem suportará este dia ?
Pelas onze cabeças do diabo.
Pelas onze cabeças do Dragão o Demiurgo será traspassado onze vezes pelos fogos da anti matéria.
Anti vida!
CHASECK!
As portas da escuridão estão abertas, as bestas sem forma andam sobre a terra proclamando o seu Arauto a cabeça da vingança.
BOHU!
As portas do vazio estão abertas e a morte caminha com sua foice sangrenta por sobre a terra.
Peste!
Fome! 
Esterilidade!
TOHU!
Uma cratera aberta abaixo dos pilares do universo.
Caos!
Caos!
Caos!
Ò Gigante flamejante,da cólera sagrada, tua ira cintila como as larvas do interior de um vulcão!
Fumaça e enxofre!
Chove fogo sobre as nações, E um mar de pranto e lamento inunda a face da terra.
Ranger de dentes!
pela mão sedenta da vingança sangue é derramado sobre o solo de onde um clamor ecoa, é o clamor dos mortos que aguardam o dia da ira.
É clamor dos esquecidos e das falanges da morte!
É o clamor daqueles que aguardam a redenção nos mares eternos do nada.
O clamor daqueles que anseiam ser dissolvidos pelo cálice da aberração.
Dia da Ira, aquele dia Em que os séculos dissolver-se-ão em cinza, Quanto terror está prestes a ser!
O som da trombeta conduzirá a todos, mortos ou não.
Diante da espada flamejante,O mundo será julgado!
Senhor da cólera eterna, daí-nos o dom da remissão no eterno vazio sem fim.
"Dies Irae,Dies Illa!"
"Solvet Vitae!"
"Solvet tempus!"
"Solvet Anima mundi! "
"Solvet cosmos in favilla!"
"Vocamos- te Aeshma-Diva!"
Derrama a tua ira na consumação dosAeons.
Derrama o teu furor sobre a cabeça dos homens e dos deuses.
Faz da terra a tua fornalha, faz do universo uma pira funerária. 
"Veni ominipotens Aeshma Diva!"

Texto: " Dia da Ira" Por Frater "Zero" Rivair Oliveira.

Filhos do Fogo



Senhor da Sombra da Morte, ouça os teus filhos, aqueles que carregam a tua marca do exílio, nós que temos a Chama Negra ardendo dentro de nosso ser, incinerando toda essa fraqueza chamada humanidade! Nós que caminhamos nos teus passos, nas encruzilhadas da vida e da morte, te invocamos!

Ó Qayin, o Portador da Foice Sangrenta! Tua presença imponente se eleva entre os espinhos negros que pingam com sangue e veneno, pela estrada de cadáveres que nós caminhamos em teu nome, empunhando nas mãos as lâminas amaldiçoadas que cortam impiedosamente o caminho adiante: a carne de nossos inimigos! A fraca raça do cordeiro cai enquanto tingimos nossas armas de vermelho, para a glória do Senhor da Morte!

No fogo abrasador, as sombras obscuras das hostes que habitam dentro do verde ceifado em teu nome, se libertam em êxtase, e essa fumaça se eleva carregando consigo as nossas orações, até romperem as barreiras entre os mundos, para que o nosso Mestre da Morte Sinistra nos ouça!

Das covas escuras e frias onde jazem nossos inimigos: a nossa humanidade morta, o ego da argila transformado em lama sob nossos pés, e o aroma de sua putrefação é o atestado de nossa vitória! O sibilar da Serpente que habita no Outro Lado ecoa somente nos ouvidos que podem ouvir, e a semente da Morte foi plantada e coberta com a terra negra, a alquimia do Diabo se inicia, morte, destruição, putrefação, renascimento, ascensão!

Nós que também somos da semente da Serpente, em teus passos rasgaremos os véus da falsa criação e toda a ilusão cairá. Nós traremos a Morte Sinistra, e mudaremos os destinos a que fomos acorrentados, rompendo as prisões através da transgressão de todas as leis cósmicas!

Sob a égide da foice e da Cruz Negra, a Árvore da Morte é nutrida com os rios de sangue que correm ao inverso, rumo a sua origem forasteira: a Morte, a Passagem, a Verdadeira Comunhão com o Vazio – o nosso verdadeiro Deus!

Ó Qayin, aquele que abre todos os caminhos, as chaves de ossos destrancam os portais do Abismo para que a morte circule com os vivos e os vivos circulem com os mortos, desde a primeira tumba até a última, os galhos negros da árvore sinistra se esparramam, enquanto suas raízes atingem as chamas do inferno. Girando no sentido contrário movimentamos as correntes sinistras que regem o abismo, nós invocamos as forças obscuras da morte: adentrem nesse mundo maldito, venham! Venham e rasguem e dilacerem, permita que a Luz do Outro Lado entre, e que as chamas de sua terceira coroação queimem o mundo!