domingo, 14 de agosto de 2016

O Elixir da Vida

Por Elizabeth Anderton Fox – Ex-Magister Templi

Desde os primórdios a humanidade tem procurado meios de prolongar a vida ou de restaurar a saúde e a juventude. Essa busca era por um Elixir da Vida que teria o poder de restaurar a juventude e preservar a vida no mundo material.

Como um corpo vivendo em um veículo físico em um Universo material, o homem está sujeito às mesmas viscitudes de qualquer outra forma de vida. Sempre rodeada pela possibilidade de injúria e doença, sua existência nunca é garantida e é constantemente sujeita à possibilidade de extermínio.

Mas a estabilidade aparente da vida é tal que apenas quando começamos a experienciar um esgotamento de nossa própria vitalidade ou saúde é que começamos a nos ver (e às nossas vidas) como sendo impermanentes e transitórios.

Vivendo em um undo onde esperamos que as ciências médicas tenham a cura para todos os nossos males e onde tantas doenças foram vencidas e banidas, o problema de nossa mortalidade aparenta estar bem mais distante de nós do que de nossos antepassados. No passado, o homem-médico da tribo ou vila, a mulher-sábia, o xamã, sacerdote ou curandeiro eram os únicos que eram procurados para lidar com injúrias ou enfermidades. Hoje, esperamos que a ciência dê as respostas para nossas doenças – sera que nós, também, procuramos o elixir da vida?

A história dessa busca ou a Arte Sagrada que ficou conhecida como Alquimia, remonta à China antiga do terceiro século antes da era comum. Era conhecida na Índia, Japão e sudeste da Ásia.

O início da antiga Arte da Alquimia como praticada no Ocidente, remonta às civilizações do Egito e da Grécia. No final da Idade Média a Arte foi trazida ao Sudoeste da Espanha pelos Árabes, que aprenderam dos Gregos que, por sua vez, haviam aprendido das tradições Egípcias de Thoth, que os gregos conheciam como Hermes Trismegistus.

Alguns dos nomes mais ilustres dos períodos Medieval e Renascentistas eram praticantes e escritores do assunto, dentre eles Albertus Magnus, Roger Banco, Tomás de Aquino, Nicholas e Perenelle Flamel, Trithemius, Cornelius Agrippa e John Dee.

Os Alquimistas acreditavam na possibilidade de transmutação de metal em ouro. Eles também acreditavam na existência de um Elixir da Vida. Na busca da Arte eles acreditavam que iriam encontrar prosperidade e imortalidade virtuais. Eles acreditavam que se pudessem encontrar a Pedra Filosofal poderiam fazer tanto o ouro como o Elixir da Vida.

Ainda não há nenhum registro e evidência confirmadas de que alguém já obteve sucesso. De fato, é dito que Trithemius ditou uma receita que garantiria imortalidade em seu leito de morte – o que não é uma boa recomendação para seu sucesso!

A questão que surge é se uma juventude perpétua ou vida eterna seria realmente uma benção. Não seria mais uma questão da qualidade da vida que vivemos do que de sua durabilidade? Para achar a vida uma experiência desejada nós precisamos também de boa saúde de corpo e mente. Precisamos de uma sensibilização do valor da juventude enquanto ainda podemos aproveitá-la  e precisamos de uma sensibilização do valor da saúde enquanto ainda somos capazes de preservar nosso bem-estar.

É, então, uma questão de nos educarmos para um entendimento das coisas que nos leva a preservar nossas mentes e corpos na melhor condição possível pelo maior tempo possível. Esse processo deve começar com o respeito ao corpo e suas necessidades, para que não adotemos hábitos ou modos de vida que diminuam sua eficiência. Nós precisamos ouvir o que nosso corpo está nos dizendo e agir de acordo. É um prazer habitar um corpo saudável. Um corpo que esteja constantemente forçando a atenção de seu dono para dor ou doenças está frequentemente protestando pelo tratamento que está recebendo.

Do mesmo modo, nossa mente também requer uma afiada atenção. Nós somos o que pensamos; em outras palavra, nosso corpo sente o que nossa mente espera. Então como atingimos a saúde mental? Nós precisamos reconhecer que nós somos os governantes de nosso próprio reino interior, é apenas com nossa permissão que pensamentos negativos e infelizes podem tomar residencia em nossas mentes. Somos nós mesmos que permitimos que raiva, medo ou desânimo sejam as energias que conduzam nossas ações.

Nós podemos direcionar nossos próprios pensamentos e ações, nós temos o poder do livre-arbítrio para direcionar nossas vidas. Aprender a fazê-lo não é fácil. Temos que superar nossos antigos hábitos e limpar nossas idéias dos sótãos de nossas mentes. Leva desejo e determinação e frequentemente uma vida de esforços para atingir o objetivo. Contudo, o processo trará muita felicidade e vitalidade para nossas vidas. Transformaremos nossa saúde e nossas circunstâncias vitais. A vida será uma aventura pelos bons e maus momentos.

E não iremos descobrir que estamos experienciando um tipo especial de alquimia pelo caminho? – iremos, talvez, perceber que descobrimos o Elixir da Vida da Alma que concede não a juventude e prolongamento da vida física de um corpo particular, mas o crescimento e expansão daquilo dentro de nós que já bebeu do Elixir da Imortalidade.

Jacques Bergier - Melquisedeque

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