domingo, 14 de agosto de 2016

O caminho além da costa - Uma alegoria

Por Benjamin T. Quaye - Marechal - Priorado de Gana

Nosso caminho começa à noite, de nenhum lugar e de todo lugar ao mesmo tempo, levando-nos através do Jardim de Rosas. A doce fragrância das rosas nos convida a nos apressarmos em direção ao nosso objetivo. Ao fazer isso, logo percebemos que nossos pés descalços foram perfurados pelos afiados espinhos que caíram das plantas. Paramos para remover os espinhos, aprendendo assim, nossa primeira lição - não apressadamente o caminho que leva à Luz deverá ser percorrido. Mas estamos agora no meio do Jardim e não seria sábio voltar agora, com medo do desconhecido que descansa a frente, retornando à sombria escuridão de onde viemos. Lágrimas agora enchem nossos olhos, nossos pés sangrando das feridas dos espinhos, e nossos corpos sofrendo por excesso de esforço. O pensamento que devmeos ter para superar as mesmas ou até maiores dificuldades se voltarmos, faz com que lamentemos em silêncio. Apesar de tudo, a doce voz da Consciência urge por nós – para que nos movamos em direção a nosso objetivo. Decidimos então percorrer a celeridade vagarosamente.

Não antes de termos dado alguns passos dessa maneira, percebemos que o toque suave e aveludado das pétadas que caíram das rosas tranquilizam nossos sangrentos pés. Inspirados por esse sentimento de relativo conforto, continuamos e breve nos esquecemos de nossos infortúnios passados. Alegrando-se, começamos a cantar enquanto caminhamos por nosso jornada – jornada que leva a Luz. É agora crepúsculo e vemos claramento nosso caminho. Breve virá o alvorecer, e poderemos testemuhar a o nascer da Grande Luz. Nos movemos agora com Confiança, tendo sidos roubados de todo o medo. Nossos ouvidos estão agora sendo acordados, pois agora podemos ouvir o que parece ser música – sim! É música, e se torna mais e mais alta durante o caminho. Essa é a Música das Esferas, como contada pelos Antigos Sábios. A essa música celestial junta-se a fragrância intensificada das flores e o ar tranquilizador da brisa matinal. Combinado com a beleza do crepúsculo e o toque aveludado do carpete de folhas e pétalas de rosas, há uma rara harmonia de paz terrena e benção divina que aproximam nossos sonhos do Céu. Como que enfeitiçados, caminhamos inconscientemente e breve saímos do caminho do Jardim de Rosas para Além da Costa.

Nossa presença é anunciada pelo som de trompetes e grande alegria, o que nos faz olhar em temor e vergonha, enquanto nossos pés feridos curam-se imediatamente, nossa sujeira e vestuário maltrapilho são substituídos e nossas lágrimas são limpas.

Andamos alguns passos adiante em direção ao Feixe de Luz em companhia daqueles que nos saudam. Esse é o local Além da Costa. E ao beijarmos a perene primavera para beber um gole de suas águas, vemos a Grande Luz surgindo além do Horizonte do Céu como se para coroar nossas fatigadas cabeças. Olhamos em volta maravilhados como se fôssemos estranhos em terreno estrangeiro. Mas na verdade, estamos em Casa. Por muito tempo estivemos longe, demorando erroneamente em ignorância de nós mesmos, sofrente desnecessariamente, lutando em vão para encontrar nosso modo de viver. Esse pensamento nos faz lembrar do Jardim de Rosas, através do qual caminhamos brevemente a caminho do local Além da Costa. Oh! Que visão! Que vista nós podemos ver. Vemos nossos parentes e compatriotas lutando e sofrendo pelo Jardim de Rosas como brevemente o fizemos – uma prova severa no qual a vida de homens ignorantes é purgada de elementos indesejáveis para revelar o verdadeiro homem, o Adão da criação Divina, como os alquimistas do passado separaram a escória do ouro puro.

Nossos corações estão agora preenchidos de compaixão e agora fazemos uma promessa e um compromisso conosco mesmo de voltar ao Jardim de Rosas para remover os espinhos e guiar nossos Irmãos corretamente a Benção Eterna do local Além da Costa.