A Árvore da Vida é um sistema cabalístico hierárquico em forma de árvore, que é dividida em dez partes, ou dez frutos. Esses frutos têm sentido ambíguo, podendo eles ser interpretados tanto como estado do todo, do universo, como podem ser lidos como estados de consciência. Ou seja, podem ser lidos tanto microcosmicamente, do ponto de vista do homem, como macrocosmicamente, ou seja, do ponto de vista do universo em geral. Macrocosmicamente, a Árvore deve ser lida de cima para baixo, e microcosmicamente, deve ser lida de baixo para cima. Macrocosmicamente, a Árvore começa em Kether, que é a centelha divina, a causa primeira de todas as coisas, e desce na árvore tornando-se coisa cada vez mais densa. Esse é o método cabalista de explicar a criação do mundo, e contrasta com o método científico do mesmo. A última sephirah é Malkuth, a matéria densa, o último estado das coisas. Microcosmicamente, subindo na Árvore, partindo de Malkuth, o homem aproxima seu estado de consciência elevando-se cada vez mais próximo de Kether. Então, a Árvore da Vida tanto pode ser usada para explicar a criação do Universo, como para hierarquizar o processo evolutivo do homem. Por isso, a Árvore da Vida é usada como referência em várias ordens de magia, para classificar seus graus.
Divisões da Árvore
A Árvore é dividida em quatro diferentes planos:
Atziluth, o Mundo das Emanações: Nessa esfera, Deus age diretamente, e não através de seus ministros, que são os anjos. Essas sephiroth são: Kether, Chokmah e Binah
Beriah, ou Briah, o Mundo das Criações: Esse mundo já é tão denso que Deus não age mais diretamente sobre ele, suas vontades são cumpridas por poderosos Arcanjos. Essas sephiroth são: Chesed, Geburah e Tiphareth.
Yetzirah, o Mundo das Formações: Nesse mundo, assim como em Briah, Deus não age diretamente, mas age através de diversos coros angélicos, que realizam sua vontade. Essas sephiroth são: Netzach, Hod e Yesod.
Asiyah, ou Assiah, o Mundo das Ações. Nesse mundo, só há uma sephirah: Malkuth.
A Árvore da Vida também é dividida em três colunas. A da esquerda é conhecida como pilar da severidade, é o pilar feminino; a da direita é o pilar da misericórdia, é o pilar masculino; e o pilar central é o pilar do equilíbrio, contrastando as emanações dos pilares direito e esquerdo. É de se estranhar, de início, que o pilar da severidade seja o feminino, e o pilar da misericórdia seja o masculino. Isso é porque a força feminina é repressora, como o útero reprime a criança na barriga da mãe, e a força masculina é explosiva, logo, tende a ser uma força menos repressora e mais liberal. A árvore também pode ser dividida em duas partes horizontais pela sephirah Tiphareth. As quatro sephiroth abaixo de Tiphareth são o microcosmo, o mundo inferior, o Eu Inferior. E as quatro sephiroth acima de Tiphareth são o macrocosmo, o mundo superior, o Eu Superior, sendo Kether a centelha divina. A Árvore também pode ser dividida em duas partes horizontais pela falsa sephirah Daath. As sephiroth abaixo de Daath são conhecidas como Microprosopos, ou seja, são o Universo Manifesto. E as sephiroth acima de Daath são o Macroprosopos, ou Universo Imanifesto.
Sephiroth
Sefirot (também grafado Sephiroth, cujo singular é sephira ou sefira) são as dez emanações de Ain Soph na cabala. Segundo a cabala, Ain Soph é um princípio que permanece não manifestado e é incompreensível à inteligência humana. Deste princípio emanam os Sefirot em sucessão. Esta sucessão de emanações forma a árvore da vida.
Os Sefirot emanados são, na sequência:
Kether - Coroa
Chokmah - Sabedoria
Binah - Entendimento
Chesed - Misericórdia
Geburah - Julgamento
Tipareth - Beleza
Netzach - Vitória
Hod - Esplendor
Yesod - Fundamento
Malkuth - Reino
Há ainda um décimo primeiro Sefira, chamado Daath, que representa o abismo, o caos, e normalmente não é representado na árvore da vida, sendo considerado um portal para as qliphoth, as sephiroth adversas.
Na árvore da vida os Sefirot estão alinhados em três pilares conectados entre si por meio de vinte e duas ligações. Também se dispõem em três camadas triangulares e sucessivas, cada uma delas associada a um mundo (Atziluth, o Mundo das Emanações; Beriah, o Mundo das Criações; e Yetzirah, o Mundo das Formações), mais Malkuth na base (correspondendo a Asiyah, o Mundo das Ações).
A sequência das sephiroth na Árvore se dá pelo movimento do Relâmpago Brilhante. Sua sequência é a seguinte:
Kether
Kether ("Coroa", em hebraico: כתר), podendo variar como Keter, é a primeira sephirah da Árvore da Vida em Cabala, parte da espiritualidade do Judaísmo Rabínico e esoterismo. Kether se situa na posição central superior da árvore. É a coroa. É o potencial puro das manifestações que acontecem nas outras dimensões. Representa a própria essência, atemporal e livre. É a gênese de todas as emanações canalizadas pelas outras sephirah. É a Luz Superior Imanifesta geradora de todo o movimento da criação. Pode-se considerar como o momento zero, a criação em potencial, mas não expandida. Uma interessante associação seria comparar com tempo de Plank, do Big Bang. No hinduísmo, entende-se como Brahma, o princípio vital de todas as formas de energia (e vida, consequentemente). Seu texto yetzirático é: "O Primeiro Caminho chama-se Inteligência Admirável, ou Oculta, pois é a luz que concede o poder da compreensão do Primeiro Princípio, que não tem começo. É a Glória Primordial, pois nenhum ser criado pode alcançar-lhe a essência". Dentro da magia, quando o Adepto Iniciado transcende a essa sephirah, ele passa a ser reconhecido como Ipíssimus. Metatron é o Arcanjo governante dessa sephirah. Seu coro angélico são as criaturas vivas e sagradas, Chaioth ha Qadesh. Sua virtude é a consecução, a realização da grande obra. A experiência espiritual atribuída a essa sephirah é a união com Deus.
Chokmah
Chokhmah, algumas vezes transliterado chochma ou hokhmah (חכמה) é a palavra hebraíca para "sabedoria". É cognata da palavra árabe Hikmah, que também significa "sabedoria". A palavra "chokhmah" e suas derivações podem incorrer, dentre outros, nos seguintes significados:
"Sábio"
Um adjetivo relacionado a "sábio" ou substantivo "homem sábio" é um chakham (feminino: chakhama). Por exemplo, um rabbi ou outra pessoa extremamente versada na Torah e no Talmud é chamada Talmid Chacham, denotando uma pessoa muito estudiosa no Torah - literalmente, "um sábio estudante do conhecimento da Torah". O Talmud (Shabbat 31a) descreve o conhecimento da ordem talmúdica do Kodashim como um alto nível de chokhmah.
O nome chabad (חבד), do hassidismo Chabad Lubavitch, é um acrônimo, e a primeira letra (ח – "Ch") é retirada de chokhmah: ח (Ch'okhmah) para "sabedoria" - ב (Binah) para "entendimento" – ד (Da'at) para "conhecimento".
Na Cabala judaica, chokhmah é o nome de uma das sefirot.
Binah
Binah, Entendimento, (Em hebraico, בינה: Beth, Yod, Nun, Hé) é a terceira sephirah da Árvore da Vida cabalística. Na Árvore, ela está localizada no topo do pilar da severidade, logo acima de Geburah e contrastando em oposição a Chokmah. A primeira manifestação de Kether foi Chokmah, ele, por sua vez, é energia pura, sem forma, só força. Binah foi a primeira manifestação da forma sobre a força. Ela foi responsável por limitar o poder infinitamente expansivo de Chokmah. Se não fosse isso, só haveria força no Universo, com a ausência de forma. Logo, nenhum ser vivo poderia existir. Binah, por esse motivo, também é conhecida como Amma, a grande mãe, por ter enclausurado a força de Chokmah para dar início ao período de incubação do Universo, assim como uma mãe faz com a força masculina em forma de sêmen, que por si só não pode gerar nada, precisa de um útero para manifestar-se. Na magia, quando o Adepto Iniciado transcende a essa sephirah ele passará a ser reconhecido dentro de algumas ordens de magia como Magister Templi, 8º=3º. Seu texto yetzirático é: "A Terceira Inteligência chama-se Inteligência Santificadora, Fundamento da Sabedoria Primordial; chama-se também Criadora da Fé, e suas raízes são o Amém. É a mãe da fé, a fonte de onde emana a fé". O Arcanjo governante dessa sephirah é o Arcanjo Tzaphkiei. Seu coro angélico são os Aralim, os Tronos. Sua virtude é o silêncio, e seu vício poderá ser a avareza. A experiência espiritual atribuída a essa sephirah é a visão da dor.
Chesed
Chesed, Misericórdia. (Gedulah; Em hebraico, חסד: Cheth, Samech, Daleth.) é a quarta sephirah da Árvore da Vida cabalística. Na Árvore, sua localização é no centro do pilar da misericórdia, logo acima de Netzach e abaixo de Chokmah, sendo o lado negativo de Geburah. Sua imagem mágica é de um rei sentado em seu trono portando um cajado. Esse é o contraste negativo de Geburah, que é um rei em guerra, enquanto Chesed é um rei comandando um reino pacífico. Chesed é a primeira manifestação da Árvore como Microprosopos, ou seja, como Universo manifesto. Dentro da magia, quando o Adepto Iniciado transcende pela esfera de Chesed, ele passa a ser reconhecido como Adeptus Exemptus, 7º=4º. Seu texto yetzirático é: "O Quarto Caminho chama-se Inteligência Coesiva ou Receptiva, porque contém todos os Poderes Sagrados, dele emanando as virtudes espirituais com as suas essências mais requintadas. Tais poderes emanam uns dos outros por virtude da Emanação Primordial, a Coroa Mais Elevada, Kether". Sua virtude é a obediência, e seu vício poderá ser a gula, o fanatismo, a hipocrisia e a tirania. O Arcanjo governante dessa efera é o Arcanjo Tzadkiel. Seu coro angélico são os Chasmalim. A experiência espiritual atribuída a essa sephirah é a visão do amor.
Geburah
Geburah, Força, Severidade (Em hebraico, גבורה: Gimel, Beth, Vau, Resh, Hé) é a quinta sephirah da Árvore da Vida cabalística. Na Árvore, está localizada acima de Hod e abaixo de Binah, no centro do pilar da severidade, contrastando em oposição a sephirah Chesed. Sua imagem mágica é um rei indo para a guerra em uma carruagem carregada por dois cavalos. Essa sephirah representa a capacidade destrutiva da força. Mas essa não é uma sephirah má, como as qliphoth. Toda sephirah é importante. É através da destruição que vem a mudança, e dela vem o progresso. Essa sephirah só seria má se não houvesse Chesed para equilibra-la. Quando o Adepto Iniciado transcende para a esfera de Geburah ele será reconhecido dentro de algumas ordens de magia como Adeptus Major, 6º=5º. O texto yetzirático dessa sephirah é: "O Quinto Caminho chama-se Inteligencia Radical, porque se assemelha à Unidade, unindo-se a Binah. Entendimento, que emana das profundidades primordiais de Chokmah, Sabedoria". O arcanjo governante dessa esfera sephirática é o Arcanjo Khamael; e o coro angélico são os Seraphim, serpentes de fogo. Suas virtudes são energia e coragem, e seus defeitos podem ser a destruição e a crueldade. A experiência espiritual atribuída a essa sephirah é a visão do poder.
Tiphareth
Tiphareth, Beleza (Em hebraico, תפארת: Tau, Pé, Aleph, Resh) é a sexta sephirah da Árvore da Vida. Ela é uma das sephirah mais importante, pois está localizada no centro da Árvore, logo ela representa o equilíbrio de toda a Árvore, assim como o Sol, seu astro correspondente, é o equilíbrio de todo o Sistema Solar. Ela também representa o ponto de divisão da árvore entre o macrocosmo, ou macroprosopos, e o microcosmo, ou microprosopos; é o transmutador entre os planos da força e os planos da forma. Sua imagem magica é um rei majestoso, uma criança ou um deus sacrificado. Seria um rei majestoso vendo do ponto de vista de Malkuth, e seria uma criança vendo do ponto de vista de Kether, e seria também um deus sacrificado, assim como Jesus. Como mediador, as quatro sephirah que estão abaixo de tiphareth são o "Eu Inferior", e as quatro sephirah que estão logo acima dele são o "Eu Superior", sendo Kether a centelha divina. Kether, em termos gerais, é o pai de todas as coisas, é Deus; Tiphareth, logo abaixo dele represeta o Filho, por isso essa sephirah é relacionada a Jesus, por isso que essa sephirah é conhecida também como centro cristológico. Seguindo o Caminho do Relâmpago, que vai de Geburah a Tiphareth, vemos que antes da redenção, proporcionada por Jesus, na esfera de Tiphareth veio a destruição, a severidade de Geburah, assim como Jesus veio ensinar o amor a um povo rude e com todas as características ruins de Geburah. Por isso que Jesus disse: "Ninguém vem ao pai (Kether) senão por mim". Para o Iniciado, a passagem por essa sephirah também é uma das mais importantes, pois é nela que ele realiza o Conhecimento e Conversação com o Sagrado Anjo Guardião, e nela é que também descobre sua Verdadeira Vontade. Passando o Iniciado por essa sephirah, ele torna-se a ser conhecido dentro da magia como um Adeptus Minor, 5º=6º, alguém de descobriu seu Eu Superior. Seu texto yetzirático é: "O Sexto Caminho chama-se Inteligência Mediadora, pois nele se multiplicam os influxos das emanações, fluindo essas influências para todos os reservatórios das bênçãos com que se unem". O Arcanjo Rafael é o governante dessa sephirah; o coro angélico são os Malachim, os mensageiros. A experiência espiritual dessa sephirah é conhecida como a visão da harmonia das coisas e os mistérios da Crucificação.
Correspondência macrocosmica
Essa sephirah é representada no Sistema Solar como o Sol. As divindades em geral, atribuídas ao astro Sol costumam serem mensagerios, contrastando com o mesmo atributo de Jesus Cristo. O Sol também é o dador e o estabilizador da Vida aquí na Terra, assim como Jesus foi o Sol da Humanidade.
Netzach
Netzach, Vitória (Em hebraico, נצח: Nun, Tzaddi, Cheth) é a sétima sephirah da Árvore da Vida cabalística, e a primeira das quatro sephirah inferiores. Ela está situada na base do pilar da misericórdia, logo abaixo de Chesed. Sua imagem mágica é um hermafrodita despido. Essa sephirah é a oposta de Hod. Ela representa os sentimentos, a arte, a dança, a atração e etc., enquanto Hod representa o intelecto formado. Logo, as profissões que costumam lidar com essa esfera são artistas, filósofos criativos, atores e etc. É também conhecida como a esfera das ilusões. Dentro da magia cabalística, essa sephirah corresponde ao grau de philosophus, 4º=7º. Seu texto yetzirático é: "O sétimo Caminho chama-se Inteligência Oculta porque é o esplendor refulgente das virtudes intelectuais percebidas pelos olhos do intelecto a pelas contemplações da fé". Essa esfera é governada pelo arcanjo Haniel; seu coro angélico são os Elohim, os deuses. Sua virtude será o desprendimento, e seu vício poderá ser o impudor, a luxúria. A experiência espiritual que o iniciado adiquire ao dominar essa esfera será a visão da beleza triunfante, contrastando com sua característica principal.
Correspondência macrocosmica
Na astrologia, Netzach é relacionada ao planeta vênus. Por isso que dizem que os homens são de Marte e as mulheres são de Vênus. Pois Marte representa características tipicamente masculinas, enquanto Vênus representa características tipicamente femininas, como são os sentimentos.
Hod
Hod, Glória ( Em hebraico, הוד : Hé, Vau, Daleth) é a oitava sephirah da árvore da vida cabalística. Ela está organizada na base do pilar da severidade, que é o pilar esquerdo da árvore. Sua imagem mágica é uma hermafrodita, ou, mais popularmente, um anjo segurando uma balança. Na Árvore, ela é oposta a sephirah netzach, pois suas características são a intelectualidade e a mentalidade formadas em bases concretas, enquanto Netzach é a esfera dos sentimentos. Logo, um físico, um matemático atuam nessa esfera em suas operações de trabalho, pois precisam eles estarem com a mente em uma base concreta para lidarem com números, por exemplo. Seu texto yetzirático é: "O oitavo Caminho chama-se Inteligência Absoluta ou Perfeita, pois é o instrumento do Primordial, e não possui raízes com as quais possa penetrar e implantar-se, salvo nos lugares ocultos de Gedulah (Chesed), da qual emana sua essência característica". No microcosmo, ou seja, na esfera do homem, Hod representa a intelectualidade. Quando o iniciado passa da esfera de Yesod para a esfera de Hod, ele passa a ser reconhecido dentro de ordens de magia como practicus, ou 3º=8º. A esfera de Hod é governada pelo Arcanjo Miguel, ele é o anjo representado na imagem mágica dessa esfera, pisotenado uma serpente e segurando uma balança; seu coro angélico é dos Beni Olohim, filhos de Deus. Sua experiência espiritual é a visão do esplendor. Sua virtude é a veracidade, e seu vício poderá ser a falsidade e a desonestidade. Essa sephirah, corresponde, na astrologia, ao planeta Mercúrio.
Yesod
Yesod (em hebraico, יסוד : Yod, Samech, Vau, Daleth, "o Fundamento") é a nona esfera da árvore da vida cabalística. Ela se encontra no plilar central, ou pilar do equilíbrio, logo acima de malkuth. Sua imagem mágica é um homem desnudo e forte. Yesod é o depósito de imagens do subconsciente. Ao penetrar esse esfera, começa, para o iniciado, seu perído de consciência astral. Ele tem visões e percepções que vão além do homem comum. Suas intuições ficam aguçadas, mas suas impressões nem sempre são claras, principalmente nos sonhos; mas por trás delas residem a verdade, cabe ao iniciado saber interpretá-las. Essas intuições são o reflexo de tiphareth, da mente iluminada. Essas imagens tanto ajudam como as vezes atrapalham o iniciado inexperiente. Seu texto yetzirático é: "O Nono Caminho chama-se Inteligência Pura, porque purifica as Emanaçôes. Ele prova e corrige o desenho de suas representações, e dispõe a unidade em que elas estão desenhadas, sem diminuição ou divisão.". Em muitas ordens de magia, quando o iniciado percorre o trigésimo segundo caminho, o que leva de malkuth a yesod, ele passa do grau de neófito, ou probacionista, para o grau de zelator, ou 2º=9º. A esfera de Yesod é a esfera da lua. Isso coincide, pois a lua é o astro mais próximo da Terra, da mesma forma que Yesod é a esfera mais próxima de malkuth, que é a Terra; e também por que quando alguém costuma ter alucinações, é chamada de lunática. Quando o iniciado percorre esse caminho, a experiência espiritual que tem é a visão do mecanismo do universo. Sua virtude será a independência, e seu vício poderá ser a ociosidade. Essa esfera é governada pelo arcanjo Gabriel, e seu coro angélico são os kerubins, os poderosos. Sua localização microcósmica são os órgãos reprodutores.
Correspondência macrocósmica
Sua correspondência macrocósmica é a lua. A lua está em íntima relação com a Terra, assim como Yesod e Malkuth. Sendo relacionado com a lua, Yesod é uma esfera ligada potencialmente ao elemento água e com a feminilidade. Yesod representa o plano astral.
Malkuth
Malkuth (Em hebraico, מלכות : Mem, Lamed, Kaph, Vau, Tau) é a última sephirah da árvore da vida cabalística. Ela representa o reino material. Mas malkuth não é só matéria, ela é também é um aspecto psíquico e sutil. Na árvore, ela está localizada no pilar central, conhecido também como pilar do equilíbrio. O texto yetzirático atribuída a essa sephirah é: "O Décimo Caminho chama-se Inteligência Resplandecente, porque é exaltado sobre todas as cabeças e tem por assento o trono de Binah. Ele ilumina os esplendores de todas as luzes, fazendo emanar a influência do Príncipe dos Rostos, o Anjo de Kether." Seu símbolo é uma jovem coroada sentada em seu trono. Seu símbolo é dividido em quatro quadrantes diferentes de cores: Citrino, oliva, castanho avermelhado e preto; sendo o citrino virado para cima, para kether, e o quadrante preto virado para baixo, apontando para as qliphoth. Essas quatro cores também representam os quatro elementos da natureza: Água, ar, fogo e terra. Para aquele que domina essa sephirah, a experiência espiritual que terá será a visão do sagrado anjo guardião, e também o parcial domínio sobre as coisas materiais, seu vício é a avareza e a inércia. O arcanjo dessa esfera é Sandaephon; seu coro angélico são os ashin, almas de fogo; e sua correspondência no microcosmo são os pés ou o ânus. O estudo das sephiroth deve começar de cima para baixo na árvore da vida, e não ao contrário. O estudo deve começar de kether e terminar em malkuth para que haja a devida compreensão sobre eles.
Correspodência macrocosmica
Sua correspondência no macrocosmo é a concretização da forma. Kether, que é o emanador de tudo, passou por todas as sephirah, materializando-se cada vez mais, e sua última forma foi malkuth. Essa sephirah também é descrita como a mãe inferior, correspondendo a binah, a mãe superior. No sistema solar, malkuth é representado pelo planeta Terra.
Daath
Da'ath ou Daas ("Conhecimento", em hebraico : דעת [daʕaθ] ) no misticismo judaico, a chamada Cabala , é a localização (um estado místico), onde todas as dez sephirot da Árvore da Vida estão unidos como um só.
Em Daat, todas as sefirot existem no seu estado perfeito de partilha do infinito. As três sephirot da coluna da esquerda deveriam receber e ocultar a Luz Divina, ao invés de partilhá-la revelá-la. Como todas as sephirot irradiam infinita doação de Luz Divina não é possível distinguir uma Sefirot da outra. Assim, elas são uma só.
Daath nem sempre é mostrada nas representações das Sefirot, e poderia, em certo sentido ser considerada como um "espaço vazio" no qual a pedra preciosa de qualquer uma das outras sefirot pode ser aí colocada. Corretamente, a Luz Divina está sempre a brilhar, mas nem todos os seres humanos a podem ver. A ocultação ou revelação da Luz Divina que brilha através de Daat realmente não acontece aí. Isso resulta da perspectiva humana a partir de Malkuth. A percepção da mudança só pode ocorrer em Malkuth. Os seres humanos que se tornam auto-doadores, como a Luz, tornam-se aptos a vê-la, e através deles os benefícios da Luz de Daat parecem ser "revelados". No entanto, os seres humanos que permanecem egoístas não conseguem vê-la, e para estes os seus benefícios parecem "ocultos". A palavra Daath é muitas vezes comparada com a palavra grega Gnosis (conhecimento).
Características da Árvore
Sendo as sephiroth do pilar da severidade muito femininas e as sephiroth do pilar da misericórdia muito masculinas, não existiria estabilidade no universo sem o pilar central, que age como o mediador entre eles. Dessa forma, a junção entre Geburah e Chesed gerou Tiphareth. E a junção entre Hod e Netzach gerou Yesod. Logo, Binah é o oposto de Chokmah, assim como Geburah é o oposto de Chesed, e Hod, o oposto de Netzach. Em verdade, cada linha horizontal da Árvore é emanada pela linha horizontal que lhe é superior, e emana a linha horizontal que lhe inferior. Logo, Kether emana tudo, mas não recebeu emanação de nada, e Malkuth não emana nada, mas recebeu emanação de tudo, sendo essas emanações sempre de cima para baixo. Cada sephirah tem suas correspondências astrológicas, com deuses pagãos, com pedras, plantas e etc. Por exemplo, Geburah é a sephirah da severidade, da justiça, logo, tem correspondência com Marte, planeta relacionado pela a astrologia com a guerra. Sua divindades correspondentes são todos os deuses pagãos relacionados à justiça e à guerra. Já Netzach é da esfera de Vênus, por sua natureza emocional.
Magia
Dentro de alguns sistemas de magia, cada sephirah, de baixo para cima, corresponde a um grau em uma escala evolutiva. Esse sistema se tornou muito conhecido por ser utilizado dentro da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn, G.D., G.:.D.:.) e pela Astrum Argentum (A.:.A.:.). Malkuth é o primeiro grau, o adepto dessa sephirah é conhecido como Neófito ou Probacionista. Depois que ele cruzar o caminho que leva de Malkuth a Yesod, o iniciado passará para o grau de Zelator, 2º=9º, e assim sucessivamente. Os graus são Neófito (1º=10º), Zelator (2º=9º), Practicus (3º=8º), Philosophus (4º=7), Adeptus Minor (5º=6º), Adeptus Major (6º=5º), Adeptus Exemptus (7º=4º), Magister Templi (8º=3º), Magus (9º=2º) e Ipíssimus (10º=1º). Esse é o sistema da A.:.A.:., que é baseado na Árvore da Vida Cabalística. O Sistema da G.:.D.:. é semelhante a esse.