domingo, 4 de abril de 2021

Tarô Sinistro

 
































A Arte de se Comunicar Com os Mortos

 


Interagir com forças fora de sua compreensão talvez tenha sido o gatilho para o despertar da prática de magia pelo ser humano e ao observar a Morte o ser humano compreendeu que a maior força a agir no mundo é a cessação da vida material.
Talvez tenha sido o definhar por causa de alguma doença, a velhice ou a inércia súbita de um corpo humano ao solo e sua rápida decomposição que deram ao ser humano a visão que o corpo humano é mutável, transformando-se de ser ativo, constituído de carne, sangue e órgãos em ossos inertes e que a contemplação destes ossos, a forte lembrança do antigo ser de carne e ao ofertar alimento, bebida e sangue para assim tentar reverter esta terrível metamorfose, algo finalmente aconteceu…vultos com a aparência do antigo ser vivo, seres diáfanos que intentavam a comunicação com quem ainda estava vestido de carne…
E assim desde tempos imemoriais o ser humano vêm se comunicando com os mortos.
Em vários estudos arqueológicos podemos encontrar culturas ao redor do mundo em que a prática de se comunicar com o mundo dos mortos fazia parte da vida diária. Diferente do culto aos mortos e antepassados, que com o avançar da História ganhou o status de religião e assim foi controlado e subjugado pelo sistema vigente, a comunicação com os mortos perdura até os dias atuais como prática cotidiana mesmo sendo relegada e perseguida.
NECROMANCIA, palavra pela qual conhecemos esta prática atualmente e em sua raiz grega significa adivinhação pela morte ou mortos, têm descrição nos dois principais poemas épicos da Grécia Antiga e também em outros textos antigos de várias culturas e segue modus operandi igual ou similar em todas as culturas antigas, sempre com as mesmas finalidades: consultar o futuro, o aconselhamento sobre questões diversas e esclarecimento sobre a condição do ser humano após a Morte.
Em um dado momento da História da Necromancia, esta interação com os mortos passou a ser utilizada também como meio de resolução de problemas corriqueiros e foi estabelecido uma espécie de escambo com os mortos para as mais diversas finalidades e como tal prática jamais desapareceu da vida cotidiana e retirando assim parte do “poder” das religiões e seus sequazes,a Necromancia foi demonizada e classificada como prática de pessoas de má índole e do vulgo ignorante.
A Necromancia talvez seja a porta de entrada que mais atrai pessoas para a prática de bruxaria e não importa quais forem as finalidades que inicialmente sejam almejadas, fatalmente a pessoa que pratica a Necromancia acabará por alagar seus horizontes, se é possível que se diga assim no mundo dos mortos, chegando à questão excruciante e à encruzilhada definitiva:
” SE CONTINUAMOS A EXISTIR APÓS A MORTE E NOS MANTEMOS EM UM ESTADO MISERÁVEL ONDE NECESSITAMOS DE ENERGIA PARA SATISFAZER A FOME E A SEDE, CONTINUAREMOS COMO ESCRAVOS ATÉ QUANDO?”
A Necromancia é uma ferramenta poderosa na Alquimia Negra, onde o praticante a partir do contato e relação com espíritos ainda presos na ilusão, possa despertar seu próprio espírito, pois o relacionamento constante e aprofundado com espíritos cada vez mais obscuros e antigos vai por experiência própria revelar as tramas profundas de maia e assim o praticante conquistará a Necrognose, o livrando da morte demiurgica realizada pelo arconte azazel, revelando a verdadeira Morte, o portal para o Outro Lado.


Excorporação


A excorporação pressupõe colocar para fora do indivíduo aquilo que lhe faz mal. Em nossa prática aplicamos a técnica de excorporação para que o praticante possa externar suas forças inconscientes sombrias e assim identificá-las e dar-lhes utilidade e então integrar estas forças novamente em seu Espírito.

As forças sombrias do inconsciente são aspectos do Espírito que está encarcerado pela ilusão da consciência e quando o praticante começa a excorporar estas forças, as identificando e fazendo uso delas, acabará por compreender que apesar de parecerem forças externas, pois estão consteladas, são na verdade uma única força que é a força do seu Espírito, passando assim a tornar-se um Espírito Desperto e conforme vai avançando na prática, vai destruindo as barreiras da ilusão que o colocam como seres em separado, praticante e Espírito, em um só ser, o Espírito Acausal.

Esta é uma prática que demanda comprometimento total do praticante e apesar de ser acessível a qualquer pessoa, pois não envolve ritualística complicada, local específico, ou qualquer outra coisa que não seja a vontade e compromisso, também é uma das práticas mais difíceis de serem realizadas.

Encontramos esta prática em algumas regiões da Ásia e da Índia.

Independente da máscara que utilizamos ou do papel que desempenhamos na criação e em qualquer nível energético ou dimensional, enquanto existimos somos escravos……


Possessão


A possessão é uma prática onde uma entidade não humana ou uma força cósmica toma por completo o corpo e a consciência do praticante, diferentemente da incorporação, a possessão não é algo comum e não é uma prática corriqueira, pois para que aconteça a possessão são necessárias além da predisposição do praticante, uma preparação especial e alguma ritualística mais elaborada. Desde a Grécia Antiga que são os registros escritos mais antigos que se têm desta prática até a Índia moderna onde entidades não humanas e forças cósmicas se apoderam de corpos humanos em festivais religiosos, encontramos também esta prática na África, Tailândia, Polinésia, Países Nórdicos, Países do Leste Europeu, alguns países do Reino Unido e alguns países Árabes.

A possessão têm finalidades bem definidas e de caráter geral, ou seja, têm sua utilização para a sociedade ou coletividade que realiza o ritual, seja para abundância de colheitas e desenvolvimento de criações de animais, para favorecimento em guerras ou proteção contra inimigos da coletividade, para livrar a coletividade de pragas, desastres e mortalidade infantil entre outras finalidades que atendam a coletividade ou a sociedade.

A possessão da mesma entidade não humana ou força cósmica também pode ocorrer de forma coletiva, onde uma única força ou entidade possui diversos indivíduos de uma vez, ou diversos aspectos desta força e diversas entidades de mesma função ou hierarquia podem possuir mais de um indivíduo e mais raramente podem possuir um único indivíduo, porém nestes raros casos a destruição do corpo do indivíduo é certa e é vista na sociedade ou coletividade onde ocorre como um sacrifício à força cósmica ou entidade não humana.


Incorporação


A incorporação é uma prática onde se propõe que a alma de um ser humano morto possa se conectar a um médium através dos chakras e comandar seu corpo conseguindo assim interagir com o meio em que se manifesta. A incorporação pode acontecer em diversos níveis de consciência do médium e de controle da alma, sendo o mais leve como uma inspiração onde o médium sofre uma forte corrente mental que o influência e o médium traduz esta influência, até um grau mais profundo onde o médium possui pouca ou nenhuma consciência e controle sobre seu corpo e a alma do morto pode interagir com os vivos, se apresentando com todas as suas características, ou seja, modo de falar, expressões, trejeitos e em alguns casos até odores.

Há um sem número de técnicas para desenvolvimento desta habilidade assim como finalidades e é uma prática comum em diversas culturas ao redor do mundo.

Em algumas culturas também é utilizada a técnica de incorporação de almas de seres humanos vivos, onde a alma de um ser humano que está adormecido ou entorpecido têm a capacidade de se deslocar na dimensão dos mortos e incorporar em um médium, trazendo assim uma comunicação mais confiável, pois o ser humano que realiza esta técnica é membro da sociedade e passível de ser responsabilizado caso incorra em engodo.

Seja como for, a incorporação é um fenômeno humano comum, bastando ao praticante boa vontade para cumprir certas etapas e paciência para obter um resultado satisfatório.


Bruxaria e Feitiçaria

 


FEITIÇARIA
A feitiçaria é a arte do feiticeiro ou feiticeira, dizemos arte pois a feitiçaria envolve desenvolver alguma forma de artesanato produzido para atingir um objetivo por meio da veiculação energética do praticante que fez a arte.
Bonecos, velas artesanais, sabonetes, guirlandas e saches de ervas, pós, banhos de todas as espécies, desenhos, pinturas, esculturas, canções, rezas e um sem fim de artesanatos produzidos pela criatividade do praticante e imantados com sua energia no intento de atingir qualquer objetivo pela atuação desta energia. A arte da feitiçaria envolve o conhecimento de ervas, minerais, propriedades de certos animais ou parte deles, a manipulação destes materiais para a produção de cura ou veneno, de rezas e ritmos musicais para facilitar o transe e desprender ou imantar e enviar a energia para o objetivo alvo.
Muitos dos objetivos da feitiçaria que é realizada, são atingidos somente pela atuação direta do praticante, por exemplo, a utilização de pós em locais e pessoas, comidas oferecidas e etc. e com isso uma “aura mística” se constrói em torno daquele artesanato produzido quando se concretiza o que se intentou com a feitiçaria.
Feitiçaria também envolve a evocação de entidades e ou forças espirituais que o praticante julga ter sob seu controle ou que pode por meio de oferendas diversas controlar ou obter seu auxílio e ter seus objetivos conquistados.
Este tipo de feitiçaria é 100% das vezes o poder de veicular a energia do próprio praticante, isto quando além do artesanato produzido o objetivo a ser conquistado deve ter o envolvimento do praticante, isto se o praticante tem a habilidade e os meios de fazê-lo, por exemplo os envenenamentos, acidentes e outros.
Com certeza ao evocar entidades e ou forças espirituais ou o que quer que seja, fortalece a vontade e crença e facilita o deslocamento da energia do praticante para atingir seu objetivo e cria nele a disposição favorável quando necessário que ele mesmo execute, tendo a firme crença em alguma proteção e mentora externa. A própria evocação destas entidades e ou forças espirituais exige que o feiticeiro ou feiticeira produza alguma forma de artesanato que neste contexto também entram as ofertas de comida, sendo estas ofertas cuidadosamente feitas com ingredientes escolhidos pelo conhecimento do feiticeiro ou feiticeira e produzidas seguindo uma ritualística.
A feitiçaria pode e é utilizada para as mais diversas finalidades. A feitiçaria praticada como forma de ataque à criação e também para atingir objetivos que abram o caminho para o grande alvo a se atingir que é a Liberdade do Espírito desperto.

BRUXARIA
A Bruxaria é em síntese o ato de se atingir o êxtase de formas arcaicas ou não, por meio de enteógenos ou não.
Este êxtase atingido pelo praticante é direcionado para que sua mente se desloque na própria dimensão, em outras dimensões, em níveis energéticos diferentes do que vive o praticante, nesta ou em outra dimensão, ou em seu próprio nível energético e este êxtase é utilizado para diversas finalidades como receber previsões e visões oraculares, desdobramentos astrais e etc.
Mas principalmente a Bruxaria é praticada para a expansão da consciência e ter contato com outras realidades, entidades e forças espirituais.
Na Bruxaria, tudo o que o praticante necessita é da sua disposição e coragem para que o se conhece como normalidade se esvaneça, quando a mente expandida entra em contato com o que existe ao redor em níveis multidimensionais e energéticos e mais ainda, quando a mente expandida do praticante entra em contato com suas próprias forças ocultas.
O fato é que utilizando ou não Enteógenos ou estando ambientado em locais específicos externos ou internos, o praticante de Bruxaria só necessita e depende dele mesmo.
As forças externas ao praticante, sejam fluxos de energia ou entidades, somente são conhecidas através do êxtase. E estas forças e entidades não podem ser controladas e não se submetem, o que ocorre é que sendo fluxo de energia, o praticante se esforce em compreender e utilizar estas energias e sendo alguma entidade, o praticante compreenda a história e o modo de ser da entidade e utilize este conhecimento como guia para o desenvolvimento de sua própria história, muitas vezes ganhando a simpatia da ou das entidades, mas sempre dependendo do esforço do praticante, pois tanto energias quanto entidades não farão nada mais do que já escrito acima.
A Bruxaria desenvolvida tem o objetivo de buscar o fluxo energético do Grande Verde Venenoso e dos Adversários da criação e encontrar as Entidades Adversarias, e compreender o caminho que as levou a Libertação do Espírito.


Os Adversários da Criação

Com o advento da criação o demiurgo e seus arcontes conseguiram dividir a energia Espiritual em múltiplas partículas para animar a matéria criada possibilitando que esta partícula Espiritual reagisse na matéria de tal forma que o resultado dessa reação se torne o alimento energético que eles utilizam para se manterem separados no e do Caos. Isto foi possível pela ordenação cósmica e da dualidade positivo/negativo culminando na reação Solve et Coagula, gerando o prana, alma, energia vital ou o alimento dos deuses.

A Grande Serpente Antiga lançou então um jato de sua saliva, que na criação se tornou o Grande Verde Venenoso, esta emanação é o contrário do prana e não servindo de alimento para o demiurgo e seus arcontes tornou-se Veneno para eles. O Grande Verde Venenoso é assim denominado pois esta emanação conseguiu se mesclar mais em plantas nesta dimensão e em equivalentes em outras e têm a capacidade de despertar a partícula Espiritual e está partícula Espiritual ou Espírito uma vez consciente de sua condição de escravo, desenvolve uma feroz luta para se libertar.

Uma vez que o Espírito consegue se libertar, ele consegue alcançar o Caos infinito através da permanente brecha aberta na criação que é mantida pela infecção do Grande Verde Venenoso. Alguns Espíritos resolveram se manter na criação, tendo como veículo o Grande Verde Venenoso para fazer guerra ao demiurgo e seus arcontes e extinguir a criação. Estes Espíritos, os Adversários da criação durante muitos Aeons guerrearam duramente contra a criação, chegando a conseguir destruí-la diversas vezes, porém como a destruição da matéria não despertou as fagulhas Espirituais, o demiurgo e seus arcontes conseguiram reunir a matéria ainda impregnada e novamente restaurar a criação, e expulsar muitos dos Adversários que se propuseram a permanecer para combatê-los.

Após diversos Aeons os Adversários da criação aprimoraram sua estratégia de guerra e neste Aeon chegaram à conclusão de que a melhor tática para extinguir a criação, seu criador e seus apoiadores é a tática de esvaziamento da matéria.

Nesta tática os Adversários permanecem na criação através do Grande Verde Venenoso despertando as fagulhas Espirituais, que quando despertas se libertarão da matéria, enfraquecendo assim o alimento dos deuses, matando a criação por dentro. Com esta estratégia os Adversários da criação também tornam Adversários alguns Espíritos que resolvem por vontade própria juntar-se a guerra.

Esta estratégia que batizamos de Infecção Nuclear Destrutiva, é aplicada em todos os multiníveis vibracionais energéticos da matéria em todos os multiversos e batizamos assim pois a matéria, não importa em qual nível energético ou multiverso é sempre estruturada da mesma maneira, diferenciando-se apenas vibracional mente.

Os Adversários da criação são retratados de diversas maneiras nas mais diversas culturas e eras, sempre retratados como malignos pelos asseclas do demiurgo, e têm suas imagens divulgadas com aparências terríveis e grotescas, por exemplo a deusa hindu Maha Kali ou as imagens dos Exus e Pombagiras, porém o Espírito que ainda preso na matéria mas que despertou ou inicia seu despertar, enxerga além destas imagens, mesmo que inicialmente atraídos por estas representações, o Espírito se reconhece nelas e com o aprofundamento de seu autoconhecimento percebe que não há nada na criação que possa representar o Espírito Acausal.