terça-feira, 13 de março de 2018

Aleister Crowley: entra “a Grande Besta”! por Carlos Raposo


Que o Adepto seja armado com seu Crucifixo Mágico
e provido com sua Rosa Mística.
……..
O Crucifixo Mágico é o Bastão do Magista;
a Lança do Sacerdote; simbólica do Lingam.
Sua Rosa Mística é a Taça da Sacerdotisa, simbólica da Yoni.
(Aleister Crowley, em Liber XXXVI – A Safira Estrela)

Mesmo quando avaliado todo o retrospecto das articulações subterrâneas empreendidas por Theodor Reuss, no sentido de dar notoriedade e reconhecimento à Ordem por ele criada, nada estaria comparado à admissão em seus quadros da “grande Besta do Apocalipse”, cognome do afamado mago inglês Aleister Crowley (1875-1947).[1] De fato, Reuss tentou reunir entre seus patenteados diversos grandes nomes do cenário ocultista do início do século XX (ver artigos sobre Rudolf Steiner, Arnold Krumm-Heller e Papus), contudo, foi justamente Crowley o personagem que finalmente daria a Ordo Templi Orientis o renome que hoje ela tem.

O presente texto visa apresentar, em linhas gerais, como aconteceu a nomeação de Crowley como líder da Ordo Templi Orientis para a Inglaterra. Ao mesmo tempo, pretendo aqui explicar porque a Ordem passou a ter tanta importância para Aleister Crowley e quais eram os planos do mago inglês para a organização concebida por Reuss.

Conforme relata certa fonte (Scriven, 2001:219), Crowley haveria sido admitido à O.T.O. em 1910, sendo recebido diretamente no VIIº.[2] Dois anos mais tarde, em 1912, após um inusitado encontro com o O.H.O. Theodor Reuss, esse o aceitaria como IXº para, logo em seguida, nomeá-lo Rex Summus Sanctissimus, Xº, Grande Mestre Nacional para a Irlanda, Iona e toda a Bretanha. Exercendo a função de Rei Inglês da O.T.O., Crowley adota para si a denominação “Baphomet Xº”, nominativa esta que lhe serviria de insígnia mística, nome mágico e selo pessoal.[3] A seção inglesa da O.T.O., sob a liderança de Crowley, passaria a se chamar Mysteria Mystica Máxima, ou M∴ M∴ M∴ (King, 2002:102 e Symonds, 1989:161n).

As circunstâncias de sua posse, em 1912, como Rei da O.T.O. para a Bretanha às vezes são narradas como misteriosas, no mínimo pitorescas. No entanto, conforme descrito desdenhosamente pelo próprio Crowley (1979:709), nesta época ele apenas considerava a O.T.O. um conveniente compêndio de “algumas verdades maçônicas”.

Sua opinião, entretanto, mudaria radicalmente, resultado de um de seus encontros com o líder Merlin Peregrinus, Theodor Reuss. Na ocasião, Reuss visitara Crowley em Londres. Ali, o O.H.O. acusaria “a Grande Besta” de revelar publicamente o supremo segredo da Ordem, o Arcano dos Arcanos, seu Segredo Central, reservado exclusivamente aos sublimes iniciados do IXº. Enquanto de um lado o atônito Crowley se defendia daquilo que era considerado uma gravíssima e injusta acusação, dizendo que nem sabia qual era o tal segredo e nem sequer pertencia ao grau em questão, do outro, um enfurecido Reuss se dirigia até a estante, pegava um opúsculo e lhe apontava o Capítulo XXXVI do The Book of Lies, livro escrito por Crowley. A passagem que denunciaria o inglês dizia que: “…que ele beba do Sacramento e que comunique o mesmo” (Symonds, 1989:160).[4] Conforme o O.H.O. da O.T.O., ali estavam explicitamente descritas tanto a natureza quanto a fórmula do ultrassecreto Rito do IXº da Ordem (King, 2002:102).

O mistério acerca do evento acima descrito vem da especulação, também por parte do próprio Crowley, para o seguinte ponto: como de costume salientando as incomuns circunstâncias de sua vida, Crowley confessou ter ficado atordoado com fato de Reuss conhecer o conteúdo do The Book of Lies, uma vez que este livro só seria publicado no ano seguinte, em 1913. Como explicar, então, pergunta “a Grande Besta”, que seu superior hierárquico na Ordem tivesse ciência do conteúdo do daquele livro, mesmo antes de sua publicação? O próprio Crowley dá a espantosa resposta, insinuando uma espécie portal aberto num de lapso interdimensional de tempo, cuja conseqüência fora proporcionar aos dois Adeptos a extraordinária oportunidade de um encontro, por assim dizer, inteiramente deslocado no espaço-tempo, adiantando-se um ano em relação a 1912 (Symonds, 1989:161-162).[5]

No decorrer do encontro e após horas de colóquio entre os dois iniciados, Crowley finalmente seria aceito por Reuss como IXº da Ordo Templo Orientis. Logo depois, Reuss o convidaria para ir a Berlim, onde seria empossado como Rei da O.T.O. para todo o Reino Unido.[6] Conforme um de seus biógrafos, John Symonds (1989:161), como Crowley jamais recusava a oferta de um jantar, uma aventura ou um título, ele prontamente aceitaria o convite de Reuss e rapidamente seria transformado em Rex Summus Sanctissimus da Ordem de frater Merlin.

Todavia, é importante destacar que Crowley afirma (1979:710) que fora justamente aquele o misterioso evento que o arrebataria numa súbita iluminação, advinda da imediata e profunda compreensão acerca da natureza dos ditos mistérios velados e celebrados pelos graus superiores daquela Ordem Templária. A partir dessa afirmação, não é exagero concluir que nesse instante Crowley passou a considerar que toda a doutrina religiosa de sua Lei de Thelema casava perfeitamente com o Segredo Central da O.T.O., como se esta Ordem também guardasse a própria Chave Mestra dos mistérios de sua religião. Assim, se até então a O.T.O. era vista por ele apenas como uma coleção de “verdades maçônicas”, agora a Ordem passava a ser entendida tanto como detentora da própria chave do progresso futuro (sic) da humanidade quanto como um veículo da boa nova thelêmica.

Todavia, longe dessas especulações fantásticas sobre supostas aberturas de portais interdimensionais, mais importante é frisar que, já em 1912, tão logo percebeu a verdadeira natureza do dogma central da O.T.O.,[7] Crowley simplesmente passou a cobiçar a Ordem para si. Deste modo, dentro de sua concepção ágica do universo, não mais importava o fato da O.T.O. ser fruto do que ele considerava Éon do Deus Morto ou Sacrificado, ou seja, conforme apregoado pela crença thelêmica, uma Ordem concebida antes de 1904.[8] Mais do que um simples ajuntamento de verdades iniciáticas maçônicas, a O.T.O., Ordem que ele considerava possuir nada menos do que a Chave de todos os Mistérios, também seria escolhida para se transformar numa Ordem religiosa cuja tarefa principal passaria a ser a difusão de sua recém criada religião thelêmica.

Desse modo, pela concepção de Crowley a Ordo Templi Orientis logo haveria de se converter na primeira Ordem do Velho Éon a se submeter integralmente e incondicionalmente a Lei de Thelema.

Bibliografia
CROWLEY, Aleister. 1979: The Confessions of Aleister Crowley. Edited by John Symonds and Kenneth Grant. Londres: Arkana.
DUQUETTE, Lon Milo. 2007. A Magia de Aleister Crowley – Um manual dos Rituais de Thelema. São Paulo: Madras, tradução de Carlos Raposo.
GRANT, Kenneth. 1991: The Magical Revival. London: Skoob Books Publishing.
KING, Francis. 1989: Modern Ritual Magic. Dorset: Prism Press.
_____. 2002: Sexuality, Magic & Perversion. Los Angeles: Feral House.
KOENIG, Peter-Robert. 1994b: Materialien zum OTO. München: AWR.
_____. 1999: “Introduction”. In: NAYLOR, Anton R. (Ed). O.T.O. Rituals and Sex Magick. Thame: I-H-O Books; pp. 13-61.
SCRIVEN, David (aka Tau Apiryon). 2001a: “History of the Gnostic Catholic Church”. In: CORNELIUS, J. Edward (Ed) e CORNELIUS, Marlene (Ed). Red Flame – A Thelemic Research Journal, nº 2. Berkely: Red Flame Productions, pp 3-15.
SYMONDS, John. 1989. The King of the Shadow Realm.London: Duckworth.

Notas de Rodapé    
Uso de modo livro o termo “A Grande Besta”, por ser um designativo bem conhecido associado ao nome Aleister Crowley. Tecnicamente, esse título apenas seria adotado por Crowley alguns anos mais tarde, quando ele se autointitularia “Magus” de sua A∴ A∴ (com o mote mágico To Mega Therion, expressão grega para “A Grande Besta”).
Outra fonte sugere sem entrar em detalhes que Crowley já havia estabelecido contato com a O.T.O. desde 1907 (Koenig, 1999:17). 
Tanto como líder da Ordem na Inglaterra quanto, um pouco mais tarde, autointitulado O.H.O. da O.T.O., Crowley usaria o mote Baphomet XIº. Contudo, há também quem afirme que seu nome mágico secreto era Phoenix (Grant, 1991:15). 
O capítulo 36 corresponde ao Ritual Safira Estrela (The Star Sapphire Ritual – Liber XXXVI). Em português, consulte minha tradução para o Liber XXXVI (cit. Duquette, 2007:133-135). 
Longe desta bizarra explicação, melhor é a hipótese sustentada por Francis King (2002:102n) quando sugere que a data de publicação impressa no The Book of Lies estava simplesmente errada. 
A patente original de Xº O.T.O. de Crowley, assinada por Reuss, parece ter sido perdida. No entanto, antes disso ocorrer, ela foi fotografada e publicada como “apêndice”, em Occult Theocracy, escrito por Lady Queensborough (Koenig, 1994:4). 
O dogma maior, ou segredo central, da O.T.O., consiste na preparação ritualística do assim chamado Elixir da Vida, mistura de esperma com fluidos vaginais (Koenig, 1999:54). O Elixir também era denominado por Crowley e seus seguidores de Remédio Universal (King, 1989:123) ou ainda como Amrita (Koenig, 1999:55). 
Crowley acreditava, equivocadamente, que a O.T.O. havia sido fundada por volta de 1895, portanto, antes de 1904. Este último foi o ano de fundação da religião thelêmica e, conforme Crowley, representa o marco da passagem do Éon de Peixes para o Éon de Aquário (no linguajar thelêmico, do Velho Éon de Osíris, ou Éon do Deus Sacrificado, para o Novo Éon de Hórus). 

O Sistema de graus da O.T.O. de Reuss e suas aproximações Maçônicas por Carlos Raposo


A Glória é como um círculo na água,
que nunca cessa de se aumentar,
até que, de tanto se expandir,
no nada vai se dispersar.
(William Shakespeare, em Henrique VI)

Dentre os diversos temas relacionados às Ordens iniciáticas, o respectivo Sistema de Graus pertinente a cada uma delas sempre estará entre os tópicos que mais despertarão a atenção da pesquisa. Isso porque um Sistema de Graus tem muito a mostrar a respeito não somente de como a Ordem é iniciaticamente planejada, mas também desvelará bastante a respeito dos fitos e sentimentos daqueles que a conceberam.

No caso específico da Ordo Templi Orientis, desde sua fundação alguns foram os modelos propostos à sua estrutura iniciática de graus. Como os esquemas de graduação imaginados por Merlin Peregrinus (Theodor Reuss) não foram efetivamente postos em prática (pois muitos membros da sua O.T.O. foram diretamente admitidos aos graus superiores da Ordem), isso favoreceu constantes reajustes no diagrama inicial. Portanto, não existe um consenso que estabeleça uma estrutura definitiva e, por isso mesmo, facilmente poderão ser encontradas outras referências levemente distintas daquela estrutura que será delineada no presente artigo.

Entretanto, longe de meramente querer expor de modo preciso a estrutura de graus da Ordem, meus objetivos aqui são os seguintes: primeiro, apresentar uma proposição referencial conforme inicialmente idealizada por Reuss, para que o arcabouço iniciático da Ordem comece a ser percebido como uma seqüência lógica de graus. Deste modo, posteriormente, sua evolução poderá ser perfeitamente entendida, até se chegar aos modelos finalmente elaborados por Aleister Crowley e seus seguidores.[1] Depois, também pretendo mostrar a curiosa manobra de Reuss no sentido de tentar “aproximar” a estrutura da O.T.O. da estrutura de graus pertinente a alguns dos mais conhecidos Ritos Maçônicos do mundo. Concomitantemente a esse segundo objetivo, explicarei o porquê dessa tentativa de “aproximação”, por parte de Reuss, entre O.T.O. e Maçonaria. Por último, responderei a questão a respeito de como, de modo geral, a Maçonaria reagiu às manobras de Reuss.

Logo após a fundação da O.T.O., fato evidenciado por seu documento inaugural, qual seja, a Primeira Constituição da Ordem, datada de 22 de janeiro de 1906 (Reuss, 1999:69), Reuss ainda não havia definido muito bem qual seria a sua estrutura de graus que a comporia. Conforme Breeze (1995:10), foi somente alguns anos mais tarde, em 1912, na edição comemorativa do Jubileu do periódico The Oriflamme, que uma estrutura iniciática bem rudimentar calcada em dez graus lineares começou a ser esboçada. Na ocasião, o Sistema de graus da O.T.O. seguia conforme a seguinte tabela:

Grau – Título
Iº – Probacionista
IIº – Minerval
IIIº – Maçom – Loja de São João
IVº – Maçom Escocês
Vº – Maçom Rosacruz
VIº – Rosacruz Templário
VIIº – Místico Templário
VIIIº – Templário Oriental
IXº – Perfeito Iluminado
Xº – Rei Supremo ou O.H.O.

Seja acrescentado que, ainda segundo essa mesma fonte, alguns graus da estrutura acima possuíam duas subdivisões. Destarte, o grau VI era subdividido em dois estágios, chamados de Magus e Teoretikus; o grau VII em Praktikus e Adeptus; enquanto que o VIIIº se subdividia em Princeps e Illuminat.[2]

Apesar de aparentemente bem definida, considera-se essa estrutura rudimentar, pois nada mais consta a respeito da mesma. Assim, se por um lado temos tanto o esquema quanto a titulação dada para cada grau, por outro, nada mais existe a respeito dos graus propriamente ditos. Deste modo, questões hipotéticas do tipo, como esses graus eram constituídos, quais eram suas respectivas instruções, o que se fazia em cada um deles, etc., simplesmente não podem ser respondidas de forma apropriada. Até mesmo a existência de Rituais que os definissem adequadamente parece duvidosa. Em suma, a completa ausência de praticamente tudo a respeito desses graus leva fortemente a crer que nos primeiros anos da O.T.O. de Reuss, ela sequer funcionaria como uma Ordem bem definida e devidamente constituída. Conforme apregoa o jargão, era no máximo uma “Ordem de papel”.

Há de se dizer ainda que, despontando como previsível exceção dentro da pouca robusteza característica deste primeiro sistema de graus, praticamente só há notícias (e muitas) sobre a função daquele que ocuparia o Grau máximo da Ordem, o Xº O.T.O. (no caso, função exercida ad vitam pelo próprio Reuss). Apenas como ilustração, na mencionada Carta Constitutiva de 1906, entre várias outras atribuições, encontra-se no Artigo V, Seção II, que o “Frater Superior e Chefe Externo da Ordem (C.E.O. – do inglês Outer Head of the Order, O.H.O.) terá o Poder Único de preencher todos os cargos gerais, apontando pessoas para ocuparem os mesmos, e terá o poder de remover qualquer pessoa de um cargo geral de acordo com sua vontade” (Reuss, 1999:67). Ademais, não é exagero afirmar que grande parte da primeira Constituição da O.T.O. não passa de um adagiário que busca tão somente reforçar o O.H.O. como líder absoluto e total da Ordem.

Todavia, mais tarde o quadro dos graus da O.T.O. mudaria substancialmente. Na ocasião, enquanto as atrocidades e os horrores da Primeira Grande Guerra assolavam boa parte da Europa, Merlin Peregrinus tinha preocupações muito mais urgentes e importantes, como reformular o sistema de graus de sua Ordo Templi Orientis, por exemplo.

Na nova Constituição da O.T.O. publicada em 1917, Reuss alterou as subdivisões anteriormente propostas e, muito curiosamente, arriscou um estranho esquema comparativo e equiparativo entre os graus de sua Ordem e os 33 graus da Maçonaria, mais especificamente num modelo livremente inspirado nos graus do regular Rito Escocês Antigo e Aceito (R.E.A.A.), mas que também carregava traços do obscuro Rito de Memphis e Misraim (M.M.). Seguindo conforme sua proposta, o quadro pode ser resumido da seguinte forma:

Graus da O.T.O. e equivalência aos Graus Maçônicos (R.E.A.A. e M.M.)

Iº e II º
Círculo Externo:
Candidatos ainda em fase de
correspondência e preparação

IIIº
Maçons: 1º – Aprendiz
2º – Companheiro
3º – Mestre

IVº
4º ao 6º – Maçom Escocês
11º e 12º – Cavaleiro de Santo André
14º e 15º – Maçom do Real Arco

16º ao 18º – Cavaleiro Rosacruz

VIº
20º ao 30º – Cavaleiro Kadosh
31º ao 33º – Grande Inspetor Geral

VIIº
a) Teoreticus
b) Magus da Luz
c) Grande Mestre da Luz ou Grande Mestre de todas Lojas Maçônicas

VIIIº
a) Praticus
b) Adeptus
c) Princeps
d) Illuminatus

IXº
Alto Sacerdote do Sanctuarium Sanctum Sanctorum

Chefe Externo da Ordem (O.H.O.)

De imediato, duas peculiaridades são observados no quadro comparativo imaginado pelo O.H.O.: primeiro, uma nomenclatura bem atípica para os graus do R.E.A.A., não muito condizente com os títulos que normalmente lhes são creditados; depois, a incompreensível omissão dos graus 7, 8, 9, 10, 13 e 19. Não há qualquer explicação sensata que possa esclarecer tanto a atipicidade da nomenclatura usada quanto o sumiço dos graus, senão terem sido apenas equívocos cometidos por Merlin Peregrinus.

Algo que também salta aos olhos é que ao elaborar esse esquema, Theodor Reuss faz absoluta questão de lembrar o quão completo é o sistema iniciático que ali estava exposto. Para isso, na tabela original ele escreve a seguinte observação ao VIº O.T.O: “N.B.! O 33º é o último grau da Francomaçonaria” (Koenig 1994:22).[3] Assim, de acordo com o paralelismo iniciático arquitetado por Reuss, os seis primeiros graus da O.T.O. compreenderiam nada menos do que todos os 33 graus da Maçonaria regular (basicamente, conforme o R.E.A.A.). Os demais graus, do VIIº ao Xº O.T.O., estariam obviamente dispostos para além da via iniciática proposta pelos 33 graus maçônicos, conquanto que, de uma forma não suficientemente clara, resumiriam o restante de graus pertinentes ao Rito de Memphis e Misraim. Com isso, Merlin Peregrinus claramente pretendia dizer ao mundo que não somente a sua Ordem absorvera todo conhecimento maçônico existente, mas afirmava também que o conhecimento da sua O.T.O. compreenderia paragens muito superiores àquelas vislumbradas pela Maçonaria.[4]

Mesmo ao se levar em conta toda rebuscada onda comparativa entre a O.T.O. e a Maçonaria, também não é exagero algum afirmar que tal paralelismo jamais funcionou na prática, tendo existido apenas na fecunda e pomposa mentalidade de Reuss. Ademais, aqui fica patente mais uma tentativa pueril de Merlin Peregrinus de ser identificado como líder máximo de uma extraordinária estrutura maçônica, devidamente reconhecida como tal.

Todavia, levando em consideração ora o comportamento ora as ambições iniciáticas de Reuss,[5] pode-se facilmente concluir que seu plano, basicamente, consistia em propagar a O.T.O. como um organismo inteiramente de acordo, equiparado e em perfeita harmonia com a Maçonaria e seus ideais. Isso porque quando se pensa no Theodor Reuss dessa época não se pode deixar de lado a sua fixação em exaltar a glória de sua Ordem, expandindo-a a qualquer custo. Desta feita, ao “aproximar” idealisticamente a sua O.T.O. da Maçonaria, fica patente que o O.H.O. tencionava atrair maçons regulares à sua Ordem. Ao mesmo tempo, ao “equiparar” o VIº da O.T.O. ao grau 33 da Maçonaria, ele garantiria aos membros desta o livre acesso ao primeiro grau subseqüente de sua Ordem. Em palavras mais claras, maçons do grau 33 poderiam ser livremente e imediatamente admitidos na O.T.O., diretamente no VIIº. Concomitantemente, ao garantir entrada de maçons altamente ranqueados em sua Ordem, fica igualmente claro que Reuss nutria a vã esperança de que, com o tempo, tratados de amizade e de mútuo reconhecimento pudessem ser viabilizados até que, finalmente, o movimento inverso pudesse obviamente ser possível. Deste modo, uma vez aceita como uma Ordem maçônica constituída e inteiramente regular, a O.T.O. finalmente teria seus graus fraternalmente acolhidos e também equiparados pela Maçonaria, permitindo agora aos membros daquela a livre entrada nesta. Então, seguindo o mesmo exemplo, agora teríamos os membros a partir do VIº O.T.O. sendo diretamente aceitos como 33º da Maçonaria.[6]

Dentro desse contexto, à guisa de exemplos, alguns casos emblemáticos poderão ser citados. Primeiro, frequentemente é dito que, em 1910, o notavelmente afamado Aleister Crowley haveria entrado na O.T.O. diretamente em seu VIIº,[7] justamente por ele alegar ser maçom do grau 33 (Scriven, 2001a:10 e 2001a:219). Depois, em 1921, encontramos a mesma situação relacionada à figura extremamente conhecida do “Dr.” Harvey Spencer Lewis (1883-1939), o qual, uma vez reconhecido como maçom altamente graduado por Theodor Reuss, foi imediatamente admitido como membro honorário Soberano Santuário da O.T.O., entrando também diretamente em seu VIIº (Lewis, 1980:38).

Sobre os dois casos “maçônicos” acima relacionados, valerá ser observada, mesmo que brevemente, a seguinte questão: na verdade, quais eram as credencias maçônicas tanto de Crowley quanto de Lewis? Responder essa questão é importante, pois demonstrará como funcionava o processo de reconhecimento de autoridades Maçônicas por parte de Theodor Reuss. Inicialmente, quanto a Spencer Lewis, sabe-se que o Imperator da AMORC fora grau 2 da Maçonaria, ou seja, Companheiro Maçom.[8] Por sua vez, ressalta-se que Crowley – apesar de todas as suas alegações – simplesmente jamais possui o status de maçom regular.[9] Deste modo, conclui-se que Reuss não somente franqueou os graus superiores de sua O.T.O. para maçons devidamente investidos, mas também os deixou francamente abertos para qualquer pessoa que simplesmente se dissesse maçom de alto grau, mesmo que sem apresentar qualquer Garantia a respeito. Novamente, o que dirigia Reuss era, custe o que custar, expandir a sua Ordem, tanto em tamanho quanto em glória.

Todavia, a revelia dos esforços e da intenção de Reuss em expandir a O.T.O., registre-se que jamais qualquer autoridade associada à Maçonaria regular a aceitou como uma Ordem maçônica devidamente reconhecida. Por essa razão, acertadamente, afirma-se que os graus da O.T.O. não são considerados válidos como graus maçônicos (Breeze, 1995:3). Portanto, efetivamente, embora na época de Theodor Reuss Maçons graduados tenham sido diretamente admitidos aos graus superiores da Ordo Templi Orientis, jamais um membro da O.T.O. entrou para a Maçonaria regular com um grau superior ao de Aprendiz Maçom. Quanto ao próprio Theodor Reuss, a Maçonaria regular simplesmente o ignora.

Finalizando, Reuss faleceu em 1923, sem os reconhecimentos almejados e sem nomear qualquer herdeiro como líber absoluto de sua Ordem. Na ocasião, Merlin Peregrinus praticamente só despertava desconfiança. Na mesma época, tão anódina era a O.T.O. que toda sua pretensa glória e pompa pareciam condenadas a se dispersarem no nada…

Bibliografia
BREEZE, William (i.e. Hymenaeus Beta, Ed.). 1995: The Magickal Link- Vol. 9 nº I. Asheville: O.T.O.
CROWLEY, Aleister. 1979: The Confessions of Aleister Crowley. Edited by John Symonds and Kenneth Grant. Londres: Arkana
KOENIG, P. R., 1994: Materialien zum OTO. Muenchen: AWR.
LEWIS, Ralph M. (ed). 1980: Documentos Rosacruzes. Suprema Grande Loja da AMORC.
NAYLOR, Anton R. (Ed.). 1999: O.T.O. Rituals and Sex Magick. Thame: I-H-O Books.
REBISSE, Christian. 2005. Rosicrucian History and Mysteries. San Jose: AMORC.
REUSS, Theodor. 1999: “INRI – Constitution of the Ancient Order of Oriental Templars – OTO”. In: NAYLOR, Anton R. (Ed.). O.T.O. Rituals and Sex Magick. Thame: I-H-O Books, pp 65-69.
SCRIVEN, David (i.e. Tau Apiryon). 2001a: “History of the Gnostic Catholic Church”. In: CORNELIUS, J. Edward (Ed) e CORNELIUS, Marlene (Ed). Red Flame – A Thelemic Research Journal, nº 2. Berkely: Red Flame Productions, pp 3-15.
SUTIN, Lawrence. 2000: Do What Thou Wilt – A Life of Aleister Crowley. New York: St. Martin’s Press.

Notas de Rodapé   
Paralelamente aos modelos de graus estruturados por Reuss, outros também foram propostos por Crowley. No entanto, enquanto Reuss permaneceu como O.H.O., todas as proposições de Crowley foram rejeitadas. Apenas quando este tomou para si a liderança da O.T.O. é que, efetivamente, suas proposições passaram a valer. O esquema de graus da O.T.O., segundo idealização de Crowley, será apresentado num próximo artigo, aqui mesmo em Orobas. 
Mantenho aqui a grafia utilizada por Reuss. 
Em seu site, Peter Koenig reproduz (a qualidade da imagem não é boa) a tabela da sinopse dos graus da O.T.O. de Reuss, onde essa “observação” pode ser lida. O link para a página é http://www.parareligion.ch/synopsis.htm/synopsis.htm 
Observe-se que Reuss de fato possuía uma elevadíssima autoestima. Por exemplo, Merlin Peregrinus costumava se apresentar como “Soberano Grão Mestre Geral ad vitam das Ordens Maçônicas Unidas da Escócia, de Memphis e Misraim, e de todo Reich Alemão, Soberano Grande Comendador, Grande Absoluto Soberano, Pontífice Soberano, Soberano Grão Mestre dos maçons da O.T.O., Supremo Magus Soc. Frat. R.C., SI, 33º, Termaximus Regens I.O. (i.e., Illuminatorum Ordo), etc”. Ver meu artigo Origens Maçônicas da Ordo Templi Orientis. 
Para se conhecer um pouco sobre o perfil comportamental de Theodor Reuss, recomendo a leitura de meu artigo biográfico “Theodor Reuss (1855-1923)”. 
Mesmo desconsiderando a pouca engenhosidade de Reuss, previsivelmente, jamais existiu, por parte da Maçonaria regular, a mínima predisposição de aceitar a O.T.O. como um organismo maçônico devidamente constituído. 
A respeito da pitoresca entrada de Crowley na O.T.O, ver aqui mesmo em Orobas o meu artigo “Aleister Crowley: entra a Grande Besta”. 
Apesar de supostas alegações a seu respeito, conforme apurado e de acordo com uma publicação autorizada pela própria AMORC, Spencer Lewis, seu Imperator e fundador, fora tão somente Companheiro Maçom (Rebisse, 2005:179). 
Na ocasião, Crowley alegava ter sido elevado ao 33º por um ancião mexicano chamado Dom Jesus Medina, um dos “mais altos chefes do Rito Escocês” da Maçonaria do México (Crowley, 1979:202). Biografias mais recentes de Crowley, entretanto, apontam Medina como um curioso “personagem apócrifo”, ou seja, alguém que jamais existiu (Sutin, 2000:83). Enfim, tudo não passou de pura invenção de Crowley, que jamais foi maçom regular. 

A investidura Reuss-Crowley por Carlos Raposo


Na nuvem de desinformações que lança sombras sobre a pouco conhecida história da Ordo Templi Orientis, tornou-se mote um tanto corriqueiro propalar o “pior homem do mundo”, Aleister Crowley (i.e. Frater Baphomet), como o sucessor direto e legal de Theodor Reuss (i.e. Frater Merlin Peregrinus), fundador e primeiro Chefe Externo da Ordem (ou O.H.O. Outer Head of the Order). Rapidamente, refletir um pouco sobre esta sucessão será o propósito deste post.

Inicialmente, é relevante expor que, no caso da sucessão Reuss-Crowley, boa parte das mencionadas desinformações tem dupla origem. Primeiro, ela vem de ninguém menos do que o próprio Crowley; depois, vem daqueles que por alguma obscura motivação religiosa ainda precisam repetir o que ele disse.

No que diz respeito ao que foi dito por Frater Baphomet, por exemplo, especificamente relacionado a sua posição como líder absoluto da O.T.O., ele declarou abertamente em suas Confessions que em 1922 Reuss (após ter sofrido um ataque cardíaco) haveria meramente desistido da liderança da Ordem em seu favor. Nas suas palavras:

…uma corporação foi fundada sob o nome O.T.O. (Ordo Templi Orientis)… Seu propósito é comunicar em noves graus os segredos, não apenas da maçonaria (com os Ritos de 3º, 7º, 33º, 90º, 97º), mas também da Igreja Católica Gnóstica, dos Martinistas, dos Sat Bhai, dos Rosacruzes, dos Cavaleiros do Espírito Santo e assim por diante, com um décimo grau honorário para distinguir um “Rei Santo e Supremo” da Ordem, situado em cada país onde ela estiver estabelecida. O Chefe desses reis é o O.H.O. (Outer Head of the Order – Chefe Externo da Ordem, ou Frater Superior), que é um autocrata absoluto. Essa posição na ocasião era ocupada por Theodor Reuss, o Rei Santo e Supremo da Alemanha, que em 1922 se demitiu do cargo em meu favor… (Crowley, 1979:700)

Citar as Confessions tem sua razão de ser: ocorre que este livro – que de modo magistralmente cínico foi denominado por Crowley como sua “autohagiografia”[1] – passou a ser a principal fonte a partir da qual alguns grupos que hoje se denominam Ordo Templi Orientis, sobremodo os mais sectários, através da repetição de suas palavras procuram estabelecer que Frater Baphomet já servia como O.H.O. desde 1922, ainda antes da morte do fundador e verdadeiro dono da Ordem, Theodor Reuss.[2] Entretanto, longe da abdicação de Reuss ser verídica, o que ocorre aqui é a precipitada tentativa de Crowley, sem qualquer tipo de comprovação minimamente convincente, de legitimar uma investidura como se esta lhe houvesse sido diretamente outorgada por Reuss. Contudo, como sabido, simplesmente tal sucessão jamais existiu. Ademais, quando se considera os últimos anos de vida de Frater Merlin Peregrinus e sua completa antipatia e aversão tanto em relação à Aleister Crowley quanto à religião thelêmica criada pelo mago inglês, até mesmo a hipótese da citada abdicação soa como algo absurdamente tolo.[3]

O tema soa tão canhestro que nem sequer Karl Germer (1885-1962), fidelíssimo discípulo de Crowley (e seu legítimo herdeiro), acreditava nessa sucessão. Não foi por menos que ele afirmou não haver qualquer documento, carta ou sequer um módico registro nos diários de Crowley que comprovasse a suposta nomeação deste como líder máximo da Ordem (Koenig, 1994:43). Curiosamente, a lápide para o assunto, o esquife que encerra o caso de modo definitivo, vem do próprio Crowley, que findou por admitir por escrito a Heinrich Traenker (1880-1956), líder alemão da O.T.O., que Reuss jamais o havia escolhido como seu sucessor na Ordem (Koenig, 1999:18).[4]

Assim, hoje é praticamente um consenso entre os historiadores aceitar o fato de que Reuss simplesmente faleceu sem apontar qualquer nome para sucedê-lo na função de O.H.O., como líder internacional da sua Ordo Templi Orientis. Outrossim, tentar apresentar ou insinuar Crowley como sucessor legítimo e direto de Reuss, como se este houvesse intencionalmente transmitido seu cargo àquele, é algo considerado tanto primário quanto equivocado, e até mesmo tendencioso, visto ser uma alegação sem qualquer consistência ou sustentação histórica. Deste modo, qualquer afirmação não embasada, cuja pretensão seja sugerir uma nomeação sucessória de Reuss para Crowley (como o fazem Wasserman, 1990:94 e Scriven, 2001a:11)[5] deve ser apreciada com extrema desconfiança. Informações distorcidas de igual jaez, quando examinadas de modo criterioso, revelam, por parte de seus autores, ou um crasso erro histórico ou uma distorção premeditada da realidade.

Bibliografia
CROWLEY, 1979: The Confessions of Aleister Crowley. Edited by John Symonds and Kenneth Grant. Londres: Arkana.
KOENIG, Peter-Robert. 1994: Materialien zum OTO. München: AWR.
_____. 1999: “Introduction”. In: NAYLOR, Anton R (Ed.). O.T.O. Rituals and Sex Magick. Thame: I-H-O Books; pp. 13-61.
SCRIVEN, David (aka Tau Apiryon). 2001: “History of the Gnostic Catholic Church”. In: CORNELIUS, J. Edward (Ed) e CORNELIUS, Marlene (Ed). Red Flame – A Thelemic Research Journal, nº 2. Berkely: Red Flame Productions, pp 3-15.
WASSERMAN, James (aka Ad Veritatem). 1990: “An Introduction to the History of the OTO”. In: BETA, Hymenaeus (Ed.) The Equinox, Vol. III, nº X. Maine: Samuel Weiser, pp 87-99.

Notas de Rodapé    
Uma hagiografia é a biografia de um alguém considerado santo ou santa por uma religião qualquer. Crowley foi o primeiro autor, e até aqui o único autor, a escrever uma “autobiografia de um homem santo”, ou seja, uma autohagiografia. Aleister Crowley é considerado um homem santo, tanto por ele mesmo quanto pelos seguidores da religião thelêmica. 
e.g., ver “O.T.O. Under Crowley” – uma versão em português desse texto pode ser lida aqui. 
Relembrando, dentro desse contexto, no post “Uma reflexão sobre a questão da sucessão (I)”, escrevi que “nesse período Reuss passaria a desaprovar completamente qualquer ingerência de Aleister Crowley na sua O.T.O., indo ao extremo de considerar Thelema – a religião fundada por Crowley – uma ideologia nociva e comunista. Assim, Reuss purgaria de sua O.T.O. qualquer menção a Thelema, eliminado da Ordem todos os indícios da religião criada pelo afamado mago inglês. Como comprova a documentação disponível, de fato Reuss chegaria a romper qualquer contato com Crowley, dizendo inclusive que quaisquer ações do inglês não eram mais da conta nem dele e nem da Ordo Templi Orientis”. 
Não deixa de ser relevante observar que aquilo que Crowley declara em suas Confessions é bem posterior à data da carta enviada a Traenker. Em outras palavras, ao escrever as suas Confissões o “pior homem do mundo” de fato já sabia que Reuss jamais o havia nomeado chefe da Ordem. Dito de modo mais claro, em sua “autohagiografia” Crowley simplesmente mentiu sobre o assunto.
James Wasserman e David Scriven são destacados membros da facção da O.T.O. hoje conhecida como “Califado”. Atualmente, Scriven é o líder (Rex Summus Sanctissimus) da Grande Loja para os E.U.A., sob o mote de Sabazius Xº. 

Conquistador do Graal Arnoldo Krumm-Heller Por Peter-Robert Koenig


De todos os ocultistas que se tornaram conhecidos até agora, Arnoldo Krumm-Heller (1879-1949) é, em minha opinião, o único que passou pelas estações de vida mais agitadas e mais ambiciosas: de crianças trabalham em carcaças alemãs para um médico que trabalha em América latina. Enquanto Aleister Crowleygastou todo o dinheiro de seu pai e seus membros para passeios de montanha, para o álcool e a heroína e gastou os últimos anos de sua vida de forma inativa nos custos de seus poucos fieles dispersos em pensões e pensões, Krumm-Heller foi extremamente ativo na política, Medicina , as ciências secretas e foi ativo como escritor e aventureiro. Sua influência nos países da América do Sul é desigualmente mais forte do que a de Crowley nos países ingleses e na Europa. A influência de Crowley deve, até a invenção da internet, apenas ao merchandising de seu tarô na cena esotérica e, de vez em quando, a pequenos relatórios surgiram nos tablóides. [1]
Em seu trabalho alemão «Osmologische Heilkunde - Die Magie der Duftstoffe» [Ensino da Cura Osmológica - A Magia dos Odores] Krumm (o "Heller" - o nome de solteira da mãe - só foi dividido em "Krumm" em espanhol) « Sua profissão pessoal de fé »: « Desci do lado maternal de uma família de sacerdotes e fiquei fiel à minha educação cristã até hoje. O materialismo, aquelas ameaças para aproveitar hoje tantos homens jovens, se a dúvida aumentar, não era capaz de prejudicar-me. Eu sempre fui um animista confiante. Entre os Povos Indígenas, para quem eu tinha me dedicado nos estudos da minha vida, não conheci um que poderia ter pensado ou acreditado de maneira materialista. Pelo contrário, todos estão unidos na crença na alma, também em várias etapas. Também como médica, eu usei uma palavra conhecida, Vitalist, uma denominação relacionada ao animismo. Então acredito na imortalidade da alma: sem essa crença, mal pude ter entendido adequadamente o povo indígena. » [2]

Krumm não pode imaginar uma vida sem um mundo espiritual; Seu gnosticismo vem da sua repulsão contra as forças globais. " Agora surge a grande puta Babilônia, a mãe de toda prostituição e horror da Terra, que traz condenação e infortúnio. Ela representa o aspecto físico: política, imperialismo egoísta, bolchevique, comunismo, escolas filosóficas; Tudo isso, em que, infelizmente, perdemos tempo - como também o perdemos com uma prostituta. » [3]


Mas ele não permanece com os olhos azuis: " No gnosticismo adia uma espécie de fascismo, enquanto reivindica ser capaz de fazer um Mussolini de cada indivíduo, uma personalidade consciente, rei ou homem santo. » [4]

Politicamente, Krumm-Heller considera-se como mexicano do que como alemão: " Eu sou mexicano, cidadão do país e sempre representei meus pontos de vista como tal. Quando eu já estive em Guanajuato e encontrei-me diante da minha execução, o enviado alemão protestou na capital e queria que eu tomasse sob sua guarda como alemão. Mas ele teve que desistir de sua proposta, porque enviei o seguinte telegrama traduzido para o México por palavra: "Agradeço protestar contra a intervenção do Enviado alemão. Eu sou mexicano e me submeto a todas as conseqüências como qualquer outro Maderista. » [5]


Porque Krumm se sente mal como um alemão, mas sim como mexicano, ele publica a maioria de seus livros em espanhol. [6] Nestas obras, Krumm ignora questões políticas - ao contrário das revistas da Ordem, onde ele se entusiasma incontrolavelmente com o Hitlerianismo. Embora em relação a seus associados / membros ele mencione se sentir como mexicano, ele fala principalmente e escreve sobre o Rosicrucianismo. E é por isso que os grupos FRA são "manifestados apolicamente " nos países politicamente abalados. [7] O flertar de Krumm com os nazistas é demitido entre seus seguidores até hoje. [8]


Após a virada do século XIX, a escola de medicina materialisticamente centrada ganhou graças à descoberta do significado da higiene e do papel dos micróbios. O número de homeopatas estritamente trabalhando de acordo com Samuel Hahnemann foi reduzido a alguns em número. Somente em dois países, a homeopatia clássica foi mantida justamente: na Inglaterra e na América. [9] Mas exatamente esses dois países são evitados por Arnoldo Krumm-Heller desde suas aventuras na Revolução Mexicana.

O que atraiu o incansável passageiro cultural Krumm-Heller para os países em desenvolvimento? Os países árabes com o seu Islã ofereceram um terreno pouco favorável para o Rosicrucianismo cristão de Krumm. Eles inspiraram o Thelema of Crowley mais agressivo . Após a virada do século, o México, como o próprio Krumm, está em uma espécie de espírito de otimismo. A América Latina se rebela contra a tutela européia e a desordem política e comercial. Assim, surge o rico Krumm-Heller no momento certo, assim como uma divindade criativa com uma nova medicina oriental que ensina a redenção através da Gnose e da Homeopatia aos pró-alemães oprimidos : «um médico alemão que fala espanhol, vem para a América para encontrar os Centros Rosacruzes! em uma terra dominada pelo fanatismo e prepotência da Igreja Católica Romana! » [10]

"  Talvez KRUMM-HELLER (respectivamente seus pensamentos) viva [sic] mais uma vez no SUD. Ele fugiu do ruminante escuro norte, onde (o) homem raramente vê REALMENTE o Sol. Talvez ISIS e OSIRIS estejam sentados às escamas. Enquanto a AMORC pode ter dor no rim ... Eu sei, Arnoldo Krumm-HELLER ainda vive no sul. » [11] 

A aparência óptica de Krumm (sempre elegante e com monóculo), sua apresentação moral e seus interesses medicinais atraem personalidades semelhantes. Portanto, hoje muitos estudiosos (médicos, engenheiros, arquitetos) estão entre os membros da Fraternitas Rosicruciana Antiqua [FRA] - uma coisa, que todos os grupos OTO alcançam apenas com dificuldade. Theodor Reuss tentou, em vão, dar à OTO um aspecto de face superior e, para parecer confiável, especialmente entre pessoas de dinheiro em posições-chave. Assim, ele (Reuss) sempre buscou personalidades representativas, que deveriam funcionar como mestre da cadeira, respectivamente, de um alojamento. [12] Crowley mostrou ambições altas semelhantes e falhou. Seus estatutos OTO contêm frases como«Os membros da Ordem devem considerar aqueles que não têm pálido como não possuindo direitos de qualquer tipo, uma vez que não aceitaram a Lei, e, portanto, são, por assim dizer, trogloditas, sobreviventes de uma civilização passada e serem tratados em conformidade. A bondade deve ser mostrada em relação a eles, como em relação a qualquer outro animal, e todos os esforços devem ser feitos para levá-los à Liberdade. » (Liber CI, 28) e « pretende-se, em última instância, que o poder temporal do Estado seja trazido à Lei e conduzido à liberdade e prosperidade pela aplicação dos seus princípios [de Thelema]. »(Liber CI, 40). O VII ° deve dar a sua posse à Ordem cujo IX ° divida-se entre si. Os parceiros conjugais devem ser procurados na Ordem, cada criança deve ser vista como membro, as relações comerciais são apenas com os irmãos, as mulheres grávidas devem ser inseridas na Ordem, todos os serviços devem ser em benefício da Ordem, ações judiciais entre membros são absolutamente proibidos, todas as propriedades são dadas por uma última vontade e um testamento para a Ordem e, de qualquer forma, "quem sofre não é de nós " (Liber CI, 53). [13] [Encontraremos declarações anti-sociais e antidemocráticas no artigo sobre "O Reich dos Templários" ].


Huiracocha
Em Qosqo, a cidade colonial nos muros do Império Inca no Peru, Krumm encontrou seu lema Huiracocha e seu mantra INTI. [14] No entanto, ele se sente como mexicano e realmente pode escolher uma palavra de cultura maia, Krumm identifica-se com o ser mais alto das tribos do país superior (Quechua e Aimara) do Império Inca. Uiracocha é ao mesmo tempo o criador omnipresente masculino e feminino dos Mundos Inca - e relativo ao Quetzalcouatl mexicano . Aqui Krumm traça um arco para o México: Quetzalcouatl , a figura da redenção (semelhante a São Tomé), [15]que semelhante a Madero e Carranza e outros, seguem o caminho através da paisagem da alma mexicana até hoje (1995) (na forma da burocracia estatal) como partido de revolução, todas as eleições políticas (são diferentes presidentes na vanguarda com o carisma do Redentor), vivemos as antigas tradições dos ameríndios. Talvez Krumm-Heller atribuísse um papel político a Quetzalcóatl e a si mesmo uma missão ocultista, que poderia caracterizar a sua mudança de participante da revolução para o produtor do Graal, para o " filho do Sol ... o Messias". » [16]

Uiracocha não pode ser atribuída a uma aparência de natureza determinada. Mas três contos de fadas incaicos são registrados, em que Uiracocha desempenha um papel. Em todos os três, ele se assemelha ao Jeová cristão, um Deus facilmente irritado, que faz os homens depois do seu retrato, remeter prescrições decretadas, que, quando não são seguidas, estão enviando um dilúvio. Uiracocha subiu do lago Titicaca, e as ruínas em Tiahuanaco são construídas como sua casa. [17] Assemelhando-se a Jesus Cristo, Uiracocha andou pelo país, vestido estranhamente, para fazer vários milagres. [18] Depois de algumas profecias, ele caminhou no mar sem afundar (daí o nome dele: graxa ou escória / espuma do mar, lago de ventos). [19]

Historicamente visto, os ameríndios receberam em geral muitas missões pessoais de deuses-homens. O surgimento de outro Deus-homem como Krumm-Heller, não é uma característica especial, particularmente depois dos contos de fadas semelhantes aos profetas cristãos, que advertem sobre falsos Uiracochas .


Apesar de Baphomet também aparecer em alguns rituais de iniciação da FRA, [20] Arnoldo Krumm-Heller parece ter mantido distância das operações mágicas. [21] Se, nele, o papel do Messias às vezes se reflete, ele mantém fortemente um modelo cristão-gnóstico, no qual Jesus como Redentor está localizado no centro. Somente dele, a salvação é vivida, e o homem só pode atingir este objetivo por meio de boas ações. A partir de uma visão espero-gnóstica, o homem se encarece mantendo o esperma. Mas o serviço homeopático gnóstico a uma divindade / ordem superior e o desejo de trazer ordem na humanidade excluem cada deificação de si mesmo. Apesar dos fragmentos de Thelemaem suas doutrinas e rituais, Krumm-Heller representa mais valor na assistência social e no compromisso pessoal nas organizações do que na queda no esquecimento do eu, seja mágico ou místico. A homeopatia exige empatia e intuição, que ambos, médicos e pacientes devem enriquecer. Não é para especular que Krumm-Heller acredita em inteligências extraterrestres, como encontradas na visão de mundo transcendental orientada de Crowley. Krumm-Heller se concentra no mundo humano e não nas dimensões da realidade transcendental com a qual se deve entrar em contato se forem formulados / expressados ​​como seres. O papel do mestre astral do Krumm, o teosófica sendo Racotzi , não é nem o da egrégora nem de um espírito de assistência; Racotzié definido como um guia espiritual de várias corporações. O contato com Anjos de Além é apenas um serviço de ajuda e cura.

Além de suas atividades como médico e revolucionário, a evitação da ejaculação por Krumm parece ter sido sua boa ação para a redenção . A redenção tornou-se talvez necessária porque viu pelas guerras da revolução mexicana que o mundo material era um lugar gnóstico de Putrefaction. Mas não se sabe se Krumm identificou o sêmen como medicina gnóstica e / ou homeopática / isopática universal. Após a morte de Krumm-Heller, em sua organização rosacruz cresceu pequenas guerras, semelhantes às dos grupos OTO, mas na FRA aparecem de forma enfraquecida e apenas em protagonistas isolados. Krumm-Heller dificilmente é uma tela de projeção apropriada, e sua FRA oferece muito pouca exclusividade para atrair fanáticos reais. Na área alemã, depois da Segunda Guerra Mundial, ouvimos falar sobre ele pelas afirmações de Hermann J. Metzger sobre a sucessão.


A Rosacruz do México
Como Krumm-Heller, que cresceu « entre as antigas pirâmides mexicanas de milhares de anos» [22], conecta o Rosicrucianismo cristão com a cultura antiga do Maya e do Inca? Para isso, leia um trecho teosofico de som antroposófico de sua novela ocultista «Der Rosenkreuzer aus Mexiko» [Rosicrucian of Mexico] apareceu em 1919 no «Krumm-Hellerschen Verlagsanstalt» [Publishing House of Krumm-Heller] em Halle (páginas 27 ss .). [23]

« A Reforma que aliviou o véu da cruz do Gólgota tem sua origem no país de meus pais, na Alemanha. A raça alemã, a religião das antigas tribos germânicas, levou o espírito alemão a um desenvolvimento particular. O culto do Sol dos antigos mexicanos é mais antigo e sublime do que o valor exotérico cristão. Um link espiritual vinculava os dois em um sistema completo. Assim como a vida cristã representa o problema da vida de cada indivíduo, os povos da Terra também devem viver o caminho da vida - do sofrimento do Salvador, o maior de todos os iniciados. Assim como ele morreu, crucificado, morreu e ainda ressuscitou, assim também o povo alemão, depois de ter experimentado a dor da cruz, o cálice do sofrimento em uma guerra horrível, ressuscitar numa nova flor, e então os guerreiros caídos por sua pátria aqui novamente ressuscitam na parte mexicana do mundo para dar a base a uma nova raça humana. Mas encontramos em uma da cultura mexicana original uma direção de espírito muito parente aos egípcios de inscrições estranhas, que falam de um renascimento de homens elitistas em outros países[...] 
Tudo o que acontece no mundo físico é apenas uma reprodução de eventos do mundo astral inacessíveis para a maioria dos homens. O México se encontra em interações com a Alemanha, que agora só podemos sugerir, mas que o futuro revelará claramente. »

Além disso, Krumm-Heller reconhece entre os astecos a Kabala judaica, a Trindade cristã, o Tarô e o átomo. Em uma redacção bastante desajeitada e de forma gramaticalmente um tanto perturbadora, ele escreve que " Os antigos mexicanos acreditavam, como fizeram os cabalistas, numa substância universal que, como espírito universal no sol, simboliza o dador da vida que / a qual transcendência do centro o universo completo por meio de um fluido de entidades autoconscientes [? = Die alten Mexikaner glaubten wie die Kabbalisten eine Universalsubstanz, die als Universalgeist in der Sonne den Lebensspender, der vom Zentrum aus das ganze Weltall durchströmte, vermittels eines Fluidums selbstbewusster Einheiten versinnbildlichen] .Definitivamente, os antigos mexicanos iniciados conheciam o átomo como uma revelação prática / concreta de energia universal, e o universo, o Cosmos, como uma interminável cadeia de interações e diferenças de formas, que aparecem dependendo apenas do agrupamento de átomos. »

Krumm-Heller freqüentemente se refere à Pedra dos astecas , [24] da qual ele pode discernir tudo. Uma pedra semelhante já descreve Kerning (JB Krebs) e Franz Hartmann em «Lichtstrahlen vom Orient: Manuskripte für Freimaurer» [Raios da Luz do Oriente: Manuscritos para Maçons] e simbolicamente estabelece um link para a Maçonaria. [25]

O que isso tem a ver com o Rosicrucianismo? Vivemos "de acordo com a ordem de Cristian Rosenkreutz e seus companheiros, que viveram antes da publicação do Fama Fraternitatis» [26] e cada um segue " a voz de seu sangue e raça. » Também aqui reina o « Paralelo-Macro-Microcosmos, a acentuação da Cosmologia, que é entendida como a transformação do homem animal pela Alquimia divina » - como descrito no Rosicrucianismo e parcialmente também na Homeopatia. [27]


Carezza - coitus reservatus
Krumm-Heller aspira à androginia gnóstica, e para isso precisa o uso da mulher que recusa a masturbação e a homossexualidade.


" Durante a relação sexual, é preciso separar Deus do animal / animal, o Anjo do homem indomável. A luxúria carnal denunciou o homem e deve, no momento do êxtase do amor, se reunir com o feminino. Quanto à Trindade, Deus-Pai está em uma extremidade e o assunto no outro, e eles estão ligados, mas pelo Cristo. Mas Cristo não pode fazer nada sem a ajuda da Serpente, pois a força e o poder só vivem lá. Os mistérios são pura fisiologia. O pai é a cabeça, o Cérebro Uncreado. Na base e no extremo oposto, o assunto, o corpo duro concebido pela carne. No centro está a fluidez, o esperma. » [28]


No capítulo 12 de «Rosa-Cruz» [29] Krumm-Heller fica mais claro. Sexo / sexo é um estado biológico do homem, mas basicamente ele não sabe o que fazer com ele. Ou seja para o bem ou para o mal, dado como alimento para os animais ou para adorar a Deus, seja para se reduzir (o ego) ou ser aumentado, para avançar ou retroceder. [30]

Os impulsos sexuais devem ser controlados; porque um homem que seria escravizado por instintos baixos nunca poderia exercer influência nem mesmo controlar outros homens. A glândula pineal, que seria " um vento para Brahma " , deve ser desenvolvida, um objetivo que só pode ser alcançado através do sacrifício do coitus. [31] Apesar disso, Krumm-Heller adverte sobre a renúncia demais, o que muitas vezes levaria a danos não curáveis ​​dos nervos.

Este dilema é resolvido de uma maneira gnóstica:

O segredo do Livro do Gênesis é, de acordo com Krumm-Heller, a perda do direito da Eva no Paraíso pelo consumo da Maçã. Isso expressa um aspecto do valentianismo com a doutrina de que o homem poderia chegar ao Reino Celestial somente pelo sexo puro. A queda da Pistis Sophia [32] causou a divisão do original Androgyn, o Primeiro Pai, em duas partes (masculino e feminino) para o sexo / sexo que seria uma expressão. Pela União pura dos parceiros, em vez da dedicação aos instintos baixos, eles acham retorno ao Paraíso. Através do casamento, os parceiros de núpcias podem encontrar o êxtase do amor. Em relação ao próprio ato sexual, Krumm-Heller dá a seguinte chave: a dedicação absoluta durante o ato sexual traz aos dois parceiros o maior prazer, que quando experimentado juntos, no plano Astral assume uma forma concreta. Isto é o que Krumm-Heller chama de magia sexual .


Krumm mantém firmemente a diferença entre o sexo animal / menor e o sexo mais elevado. Usaríamos os órgãos sexuais com freqüência o suficiente, de modo que aqueles se atrofiaram e levaram à impotência. É por isso que o tema seria muito delicado: ou eles praticam o ato sexual, bem como uma refeição e sem sentimentos espirituais com o parceiro, ou eles praticam o ato no êxtase do amor com um parceiro de vida com quem seríamos juntos para o resto da vida. Mais uma vez, Krumm-Heller está pronto para se comprometer. Porque seria impossível sentir o ato / a relação sexual sempre e cada vez sem sensibilidade animal, então devemos misturar água e óleo. É por isso que a prostituição deve ser bem-vinda. Um tema ao qual ele dedicará todo um livro: a prostituta «Hertha» (um pouco mais em um momento). [33]


O amor entre amantes seria uma centelha de grande amor universal, que vibra através de tudo. Se o homem e a mulher se encontrarem, o homem se torna Deus e Criador. E se ele pode armazenar a vibração do grande amor universal, ele se torna um mágico autolimpiante e recebe tudo o que ele precisa. Se ele for incapaz de abster-se, a luz o deixará e retornará à corrente universal, mas deixará aberta uma porta para o mal e o mal.

Krumm-Heller interpreta o esperma como meio líquido / meio sólido, uma fluidez que contém vida e força. Este fluido astral é para ele o « intermediário», portanto , « Cristo » , e é por isso que conclui que a força e a essência do verdadeiro Intermediário estarão sentadas na medula espinhal e nas partes sexuais. [34] Este líquido deve ser mantido para si mesmo. Em vez do orgasmo, o fim , o ato sexual como tal entra no centro da percepção: a excitação dos impulsos nervosos durante o ato dedicado. Apesar disso, é necessário, ocasionalmente, soltar o esperma para evitar a lesão nervosa.


No seu "Curso de Magia Zodiacal", Krumm-Heller opina que o homem era positivo no plano físico e negativo no plano mental, enquanto o oposto era em mulheres. Ele observa que no plano mental pela relação sexual, a mulher se tornaria positiva e o homem receptivo. Em todos os aspectos, ambos seriam hermafroditas, portanto, doadores e tomadores.

Mulher: Vagina - negativa, positiva para o peito. 
Homem: Penis - positivo, negativo na boca.


Essas partes do corpo, de acordo com Krumm-Heller, devem estar entusiasmadas, poderem dar e receber: aumentar e expandir a corrente qualitativa e quantitativa. Acariciar e beijar e também a penetração seria útil, desde que o orgasmo seja evitado. 

Na sua introdução ao «Magia Superior», «El Libro da Gnose» Krumm-Heller lista « os ovários e os testículos, o maestro dos ovos e o ducto espermático, o útero e o pénis ( órgãos turgidos). » A cabeça dos homens seria negativo, enquanto seus órgãos sexuais positivo. Por outro lado, como nas mulheres. Ela seria espiritualmente criadora porque era fértil.


Também em sua "Magia Rúnica" Krumm-Heller vem falar do homem original e indiviso. O homem e a mulher não podem permanecer permanentemente separados no longo prazo. Assim que ambos os sexos estiverem unidos pelo ato sexual, grandes forças são despertadas e os milagre indescritíveis tornam-se verdade.

O Phallus deveria representar a energia voluntária da magia sexual, mas também poderia encontrar um segredo na mulher, respectivamente, na águia com a cabeça da mulher. Este seria o Sol feminino, o princípio feminino das forças solares, com o qual devemos interagir.


Finalmente, também para Krumm-Heller, o Rosy-Cross parece significar o que significa para todos os magos do sexo: " O Tau, cercado pelo símbolo da Rosy Cross, sete rosas acima da cruz, significa a união de sujeito e objeto e representa 'Yoni-Lingam', » [35] com o qual estaríamos mais uma vez no reino de Theodor Reuss. Krumm difere entre « Coitus completus» , «Coitus interruptus » , «Coitus reservatus » e « Coitus sublimatus» . Somente o último, " El Carezza" é para ele o verdadeiro coitus, [36] que declaração o difere de todos os Crowleyans. [37] Enquanto Reuss em 1906 em «Lingam-Yoni ou Die Mysterien des Geschlechts - Kultus» [Lingam-Yoni ou os mistérios do culto sexual] [38]descreve em detalhes o culto fálico hindu e recomenda os "A Discourses on the Adoration of Priapus" de Richard Payne Knight (1786/1865) como leitura obrigatória de OTO (entre outros), Krumm-Heller refere-se 1931 em sua "Iglesia Gnóstica" apenas brevemente para cultos gregos e egípcios, que « adorava o sexo masculino m brasa em estado de excitação e dando-lhe o 'intermediário da razão' nome. »« A serpente é o órgão sexual. » [39]


Em «Magia Rúnica» Krumm-Heller volta a falar de Carezza , cujo método ele aprendeu por Gérard Encausse / Papus . [40] Depois de um ano de abstinência, Encausse teria alcançado por vontade os triunfos em sua vida. Carezza ainda é um tema em "Taumaturgia" provavelmente a partir de 1948, um texto que o Krumm-Heller de 68 anos escreveu um ano antes da morte dele.

Neste livro, o corpo humano é descrito como hermafrodítico, que contém glândulas e hormônios de ambos os sexos, portanto, fluidos elétricos e magnéticos . As diferenças entre positivo / positivo masculino / feminino e negativo / receptor não são absolutas, escreve Krumm-Heller, porque haveria momentos de mudança. Carezza é apresentado como "amor consciente", como um método para alcançar a força / força magnética mágica que o Thaumaturgenecessário para suas curas milagrosas. Esse ato de cura (o ato sexual) precisa naturalmente de condições e preparativos particulares para alcançar o plano mais sublime. O objetivo não é o orgasmo (porque a colocação de esperma na vagina é usada apenas para reprodução), as forças magnéticas do próprio ato foram armazenadas no corpo. 


Problema feminino
Assim como para Aleister Crowley, para o qual as mulheres são como garrafas de leite para ser entregue na porta traseira, [41] encontramos nos escritos de Arnoldo Krumm-Heller uma misoginia abertamente pronunciada. Krumm ainda dá conselhos para a "educação intrauterina ": "uma mulher grávida deve ouvir boa música, ler bons livros e visitar frequentemente todos os lugares onde as vibrações de beleza, a bondade e a harmonia dominam, e ela terá um filho bom, equilibrado e lindo para o mundo.» [42]


Gnosticamente biologicamente, Krumm-Heller justifica sua recusa de mulheres em 1931 em «Plantas Sagradas»: «a principal diferença é que o homem tem glândulas que não têm mulheres. Essas diferenças não podem ser esquecidas por um bom médico [...] A próstata contém a força para criar, enquanto as camadas de gordura das mulheres são usadas para conservação e imitação. Esta é a causa por que as mulheres não têm acesso à magia, porque estão faltando a próstata. » [43] A mulher é então degradada para a maternidade animal . Este attituto deve ser encontrado entre muitos ocultistas no domínio do fenômeno OTO.


Por todas estas razões, nas organizações de Krumm, uma mulher nunca pode assumir funções gnósticas. Nisto ele não é apenas um puro católico romano, [44], mas também está no espírito do espermótico-gnóstico. A separação dos sexos é própria da queda da Sophia (seguindo seu desejo descontrolado) da unidade no Pleroma . [45] "O homem , eterno feminino, pára a marcha da masculinidade. Mas uma vez unida em uma androginia perfeita, a mulher pode, através do homem a quem ela está unida, ascender a Deus. » [46]

O Rosacruz do México chama uma visão particular de sua própria: "Eu não vou aqui me deixar governar por mulheres histéricas que inverteram tudo de cima para baixo e de baixo para cima! De jeito nenhum! As mulheres devem ser muito qualificadas para a tarefa doméstica, também para o trabalho fácil das máquinas, como vimos na guerra. Mas em uma posição de liderança não podemos usar uma mulher. Como força de assistência ela pode ser muito boa, desde que ela sinta uma mão rígida sobre si mesma. » [47]

A pobre prostituta já mencionada é adoctrinada na novela do mesmo título - em palavras frumpy:

"Moda, os vestidos elegantes e pegajosos " , objetou Beermann, "são os culpados por muito. » 
Hertha respondeu:« Sim », « o luxo é o maior instigador da imoralidade. » 
Beermann, que talvez pensasse nas grandes vitrines da mostra, continuava a falar. "Assista, portanto, aos funcionários das lojas e escritórios em Berlim e outras grandes cidades, pois são explorados com uma renda modesta pelos proprietários que, por outro lado, exigem grandes demandas em seus confecções. [48] Todos os dias, vemos estes seres em meias de seda e chapéus mais modernos e vestidos elegantes, valorizados em mais do que apenas três vezes a renda mensal regular. Mas onde deve vir dinheiro para isso, Hertha? Eu entendo que, entre os ricos, é permitido o luxo rico, porque corresponde certamente a um sentimento de arte, mas aqueles que não têm maiores meios, devem renunciar. As diferenças devem ser na vida, isto é na natureza das coisas. Como por métodos imorais, o dinheiro é mais fácil de ganhar, como por trabalho, assim vemos, as meninas caem. O chefe geralmente fecha um olho, se ele perceber tal coisa, sim, ele está endossando silenciosamente. O luxo é um dos maiores perigos para a construção de uma sólida vida matrimonial sólida. Quantos homens moralmente bem predispostos aspiram a uma morada e a um camarada de vida, Mas é dia a dia mais difícil encontrar uma boa mulher, porque o medo de levar para casa uma boneca superficial horroriza um homem correto. Você acredita em Hertha, eu não me casei, se eu tivesse encontrado uma oportunidade para isso? A partir de agora, o nosso pequeno Hertha tem muito substituído até certo ponto. Mas eu não encontraria uma mulher na qual eu pudesse acreditar.» 
« Então você está com certeza nas saídas com mulheres » Hertha faz brincadeira. 
«Pode ser assim, » respondeu Beermann, «que o ambiente, em que eu tinha vivido, me levou a tais pensamentos sobre as mulheres em todos: o fato é que a idéia geral para a castidade tende a se perder para sempre. "Sempre desejei sempre uma habitação, Hertha, onde minha esposa se tornaria um complemento para mim e eu, eu poderia dividir meus pensamentos e meus sentimentos harmoniosamente com ela, mas nunca a encontrei e agora devo renunciar para sempre à felicidade de o casamento. » 
« Sim, eu também estava bem para o casamento »disse Hertha, "e realmente, eu poderia ter conduzido uma feliz vida matrimonial, se o destino não tivesse arrancado meu marido logo depois do casamento. José foi um dos homens mais ideais que se pode imaginar, e teve o sentido da vida familiar idílica. Mas, como já disse ontem, ele morreu por sua pátria e me deixou sozinho. » 
« Você acha, Hertha », perguntou a Beermann deliberando," se podemos aconselhar as prostitutas a se salvar pelo matrimônio? » E, como falando consigo mesmo, fez um gesto defensivo. Então ele se levantou excitado: "Não, as aranhas não têm o direito de se casar!» [49]


E como é «Alfredo» no romance nomeado depois dele?

"Para se salvar do onanismo, ele se dedicou a uma prostituta, o mais errado que ele poderia ter feito. Não é suficiente, podemos advertir justamente os jovens de que [...] Quanto a este envenenamento é um fato curioso de que as emissões fluídicas dos pensamentos de um homem possuem um grande poder sobre outro homem particular. » [50] 
" A prostituição terminaria com um estrondo, se todos os homens clarividentes pudessem notar o dano causado por uma prostituta a um homem que se entrega a ela. » [51]


O peso assumido atribuído ao aspecto feminino na mitologia gnóstica ( Sophia, Barbelos - em Thelema de Crowley: os papéis adoráveis Nuit, Babalon, o Scarlet Meretriz) não tenha sacudido esta negociados tributação das mulheres.

As mulheres devem ser encarnadas como homem para assumir a redenção gnóstica. " A mulher que quer subir, toma uma parte masculina ativa, porque sem isso a ascensão dela não é possível. » [52]

A nomeação de uma mulher, Ana Delia Gonzáles na Venezuela, pelo filho de Krumm-Heller, Parsifal, continua incompreensível para a maioria dos membros. Annemarie Äschbach da Swiss-FRA / OTO encontra a mesma desconfiança.

Para o gnostificador Arnoldo Krumm-Heller, o homem é hermafrodita: fisicamente, eletricamente e magneticamente. [53] Ele difere entre "doador " e "receptor " . Talvez semelhantemente a Theodor Reuss ou à Igreja Católica Romana, Krumm vê o casamento cristão como uma sanção para o ato sexual [54], que se torna um ato sagrado, oferecido no altar de Vênus. O orgasmo masculino não é um consumo puro do prazer, a colocação do pênis na vagina só deve ser prosseguida para a procriação. [55]Porque Krumm-Heller escolhe a "Pistis Sophia" como seu Livro Sagrado, podemos deduzir desta também a sua posição em relação ao XI °: os homossexuais são atormentados por 49 demônios e torturados nas terras de ebulição do mar, engordados, mordiscados e aniquilados. [56] 

Nem todos os ramos da FRA concordam com Krumm-Heller. Há aqueles que consideram Crowley e Thelema de forma positiva, apesar desta doutrina também se apresentar em uma luz misogâmica. [57]

O médico espanhol Manuel Lamparter (líder de um grupo FRA na Espanha): " Eu acredito que a mulher foi criada tão completa como o homem. Eu acho que as mulheres devem ter igual acesso à perfeição que os homens. Quanto ao sêmen como veículo do Logos: Sim, as mulheres não produzem esperma, mas ovos, que são células capazes de germinar, e se não há uma gravidez até o momento da menstruação, o ovo aninhará no útero, até o momento de menstruação. Durante a menstruação, as mulheres podem absorver o sêmen (XI °?) Através da parede do útero e da parede retal, portanto, o código genético pode chegar ao ovário através do sangue, onde permanece até o final da vida. 
Precisamente da mesma maneira e moda, o vírus da AIDS entra no sangue durante o ato sexual (através da boca é um pouco mais difícil). Consomei 6 mulheres no escritório do Bispo Gnóstico; antes disso, todos receberam o Logos (sêmen) por um XI ° -act de um Bispo Gnóstico - todos durante seus períodos menstruais. Sobre a próstata masculina e o que Krumm-Heller escreveu [veja acima]: o útero é o mesmo órgão que a próstata. O útero é a transformação feminina da próstata e ambos têm a mesma função mágica: levar o Logos. O esperma é produzido pelos testículos e armazenado na próstata antes da ejaculação (para procriar uma criança natural ou mágica). As idéias de Krumm-Heller são de acordo com a minha opinião antiquada / desatualizada. » [58]

A Missa Gnóstica de Lamparter ocorre em cada " terceiro dia da menstruação feminina " , então quando o vinho (sangue) e o pão (sêmen) são magicamente transsubstanciados. [59]


A maioria dos membros da FRA conhecidos por Lamparter não são Thelemites e têm apenas uma vaga idéia de Crowley e sua magia sexual, porque na FRA a magia sexual é exercida sem ejaculação. Além disso, Krumm-Heller adotou uma atitude negativa em relação ao uso favorecido de Crowley « álcool, tabaco, drogas» . [60] O que Krumm e seus membros também certamente aborrecem, é a inclinação de Crowley a incluir demônios nas evocações mágicas: para Krumm-Heller, como é a magia negra: " Temos que lutar contra a magia negra " . [61]


Enquanto nas organizações libertinistas, as mulheres emergem como uma boneca Barbie ( Barbelos?) Mascarada como Vampiro e sempre pronta , nos grupos FRA principalmente ascetais, a mãe / criador se prepara em casa no forno para o Grande Ósse.



O SI-12 de Samael Aun Weor
A magia sexual do movimento gnóstico de Samael Aun Weor (= Víctor Manuel Gómez Rodríguez, 1917-1977) baseia-se, como em muitos grupos FRA, na evasão da ejaculação. [62] Weor fala em mais de 45 livros de cultos solares celulares e de mistérios sexuais e afasta-se dos " horrores: guerras, prostituição, sodomia em todo o mundo, desnaturalização sexual, drogas, álcool», [63] do « ato sexual, adulterio, prostituição, homossexualidade, pederastia, masturbação » [64] etc.

Como alguns grupos do Movimento Gnóstico usam os rituais de iniciação da FRA de Krumm-Heller, [65] O Gnose de Weor deve ser descrito em breve.

Como entre muitos mágicos sexuais encontramos no Templo da Sabedoria de Weor o falo e o útero. (Bíblico) O caos está de acordo com o esperma. Todo no universo é sexualizado e atrai ou repele por razões sexuais. No centro da Terra, fica o falo preto de Shiva penetrando a vagina de Satanás ( sexo puro ). A redenção e a iluminação só são possíveis pela magia sexual sem ejaculação, a magia da Era de Aquário. Nos fluidos sexuais (sêmen e secreções vaginais) é encontrado um hidrogênio sexual, chamado SI-12, que no corpo astral se torna ouro. E a técnica? Com base no método Carezzado Thomas Lake Harris (1823-1906), o homem e a mulher duram o peito ao peito, o plexo solar ao plexo solar, um contra o outro - andrógino do lado de fora. O homem começa a penetração com tanta suavidade, que o hímio permanece virgem. Anos de prática agora forçam o Kundalini a se elevar ao longo da coluna vertebral, até que ambos os parceiros se separem também de suas personalidades terrestres. Também no sistema de Weor, as mulheres não são capazes da iniciação mais alta e são excluídas do desenvolvimento gnóstico. Como no budismo e na maioria dos gnósticos, as mulheres só podem desenvolver-se na reencarnação como homens. [66] O próprio Weor vê a sua " Supra-Sexualidade " como a continuação das técnicas de " Brown, Dr. Krumm-Heller e Jung. » [67]

Sobre os que ejaculam: " Moises, o grande iniciado, condena o derramamento de sêmen ... O Parsival tenebroso Krumm Heller e o horrível mago preto Cherenci ensinam a derramar sêmen. Quão cínico! Que gângsteres! Esses tenebrosos ensinam magia sexual negativa. Eles ejaculam o sêmen durante seus cultos de magia sexual negativa. Esta classe de cultos vem do culto à horrível deusa Kali ... a magia negra da Atlântida ... Com esses cultos tântricos, a cobra acorda negativamente e desce para o inferno atômico do homem, então se torna a cauda horrível dos demônios ... Com esses cultos morreram os cannanitas e os habitantes de Carthage, Tiro e Sidon; Com essas práticas horríveis, a Atlântida afundou. Esses são os cultos que fazem os homens se tornarem o animal das sete cabeças das quais o Apocalipse nos fala ... Todos os instrutores que ensinam a derramar sêmen são magos negros. » [68]


Os grupos de Weor se desmoronam após sua morte.

O repertório gnóstico que consiste em «círculos mágicos », «drogas » (a recusar), de « sexologia (sub e super sexualidade e sexualidade normal) » «Lucifer, Devil e Satan » é enriquecido em alguns grupos por um específico bebida que contém larvas agressivas que atacam o ego. [69] 


Notas finais
[1] No ensaio sobre a "Mcdonaldization of Occultur", nos encontramos com o Google Ngram Viewer, que mostra que é principalmente a biografia de John Symond em Crowley, " The Great Beast 666" de 1951 (Londres), que trouxe o nome de Crowley no mainstream http://ngrams.googlelabs.com. Para a expressão «Arnoldo Krumm-Heller », o Ngram Viewer não revela dados em novembro de 2010. É acentuar que o Google opera principalmente com livros em inglês.

[2] «Osmologische Heilkunde - Die Magie der Duftstoffe», Berlim, 1955 Página 97.

[3] «Iglesia Gnóstica» (1931), Buenos Aires 2./3. Edição 1980/85, 22, traduzida.

[4] Ibid. 23, traduzido.

[5] «Für Freiheit und Recht» [Para a liberdade e o direito], Halle an der Saale 1918, 7.

[6] Conversa com Duval Ernâni de Paula no Rio de Janeiro, 28.5.1994.

[7] Casaco traseiro de: «Gnose», XIV; 6, Rio de Janeiro, 1983.

[8] Duval Ernâni de Paula fala sobre letras de Krumm-Heller, chegando durante a Segunda Guerra Mundial, contendo muitas referências pro-nazistas, mas, de acordo com Paula, essa teria sido apenas uma tática de distração para não pousar em um Campo de Concentração . O acesso a essas correspondências não me foi concedido . Conversa no Rio de Janeiro, 28.5.1994.

[9] Adolf Voegeli: "Heilkunst in neuer Sicht" [Art of Healing in New Insight], Ulm / Donau 1955, 121.

[10] Gábriel Sánchez Gaviria, carta datada de 19.4.1991.

[11] Thomas MM Munninger , carta datada de 31.7.1994.

[12] Veja os eventos no Monte Verità e em Zurique no meu artigo «Veritas Mystica Maxima» .

[13] Também na publicação Swiss OTO feita por Hermann Joseph Metzger «Äquinox» VII, Zürich 1957.

[14] «Revista Rosa-Cruz», 233.

[15] Christoph Mühlemann: «Mythos Mexiko» em «Neue Zürcher Zeitung», 224, 26.9.1992, 65 e o próprio Krumm-Heller, veja a próxima nota final.

[16] Krumm-Heller: «Recuerdos de minha Peregrinação», na «Revista Rosa-Cruz», 234.

[17] Krumm-Heller vê os sinais secretos de uma ligação « entre o Chibchos' em Columbia, os Mapuches' na Patagônia e os Catalanes' em Barcelona » , «Revista Rosa-Cruz», 1930, 304. Também Erich Von Däniken especula ricamente sobre esses sinais.

[18] No sábado, 28 de maio de 1994, visitei Ernâni de Paula (1907-2005) em sua casa particular no distrito de Tijuca, no Rio de Janeiro. De Paula conhecia pessoalmente o Krumm-Heller. Pedi-lhe quatro anedotas.

(a) Quando Krumm, que é extremamente cauteloso em relação à sua aparência, vem ao Rio pela primeira vez (1931?), todas as instalações sanitárias da cidade estão em processo de renovação, o que significa que não há água para lavar. Krumm permanece quietamente na cama, assegurando que, quando ele acordar, a água volte a funcionar. Um anão o desperta do sono: " A água está correndo de novo! » E realmente o bathtube já está cheio.

(b) Quando Krumm chega pela primeira vez no Rio, ele já fala no porto com um casal, cuja filha está em uma clínica para os doentes mentais. Com Manuel Joaquim Soares de Oliveira / Thurizar (6.10.1899-9.7.1946) no dia seguinte, ele vai à clínica. Ele coloca sua mão na testa do chamado insano e pouco depois ela se recupera e pode voltar para seus pais.

(c) No momento em que Krumm está nas lojas da FRA brasileira, dois médicos são membros que querem ajudar uma mulher com coma, com uma doação homeopática de ópio. Mas Krumm vê com um olhar que esta mulher sofre de sífilis e, portanto, pode recomendar o globuli correto e curar. Isso leva a uma discussão a quente entre os médicos e Krumm, que tem lugar a portas fechadas. Mas porque Krumm não é tão habilidoso na língua portuguesa, é necessário um tradutor. Quando este tradutor se transforma em Krumm para traduzir a disputa, Krumm desapareceu. E a porta ainda está fechada, a única chave está no bolso dos outros médicos. Quando a porta é aberta, Krumm está de pé lá fora.

(d) Krumm quer embarcar de volta para a Alemanha. Isso ele decide, completamente de forma espontânea, um dia antes da partida desejada. Oliveira tem que reservar os assentos. Mas a agência de viagens lamenta que o barco esteja completamente cheio. Oliveira telefona a Krumm, que simplesmente opina: " Traga-me, no entanto, para o porto, irei nesse barco em direção a Alemanha! » E quando o capitão é, um lugar fica livre. Quando Oliveira se despede de Krumm na cabine, Krumm coloca a mão na testa de Oliveira e consagra-o um Bispo.

[19] Walter Krickeberg: «Märchen der Aztecs und Inka» [Contos de fadas das astecas e inca], Munique de 1968.

[20] Uma indicação de uma possível dependência da FRA para a OTO? A noção de Viracocha também pode ser encontrada no Reuss VII ° - OTO-ritual .

[21] Mesmo quando anunciou em «Rosa-Cruz» 11 de 27.12.1935 (Berlim), na página 88, que «eu tenho o caminho secreto da Santa Magia de Abra Melin » .

[22] Krumm-Heller, Osmologische Heilkunde, 59.

[23] A tradução espanhola deste romance, «Rosa Cruz», aparece em Barcelona.

[24] Veja a capa do livro de PR König: «Ein Leben für die Rose» [A life for the Rose], München 1995.

[25] Fac-símile, Stuttgart, 1984.

[26] «Rosa-Cruz» X; 10, Texas 1937, 77.

[27] «Handbuch Religiöse Gemeinschaften», 2ª edição Gütersloh 1979, 538. Este livro dá interpretações da AMORC, do Lectorium Rosicrucianum e de outras organizações rosacruzas nas páginas 534-557.

[28] Krumm-Heller: «La Iglesia Gnóstica», Berlim 1931, 38, 40.

[29] Editorial Kier em Buenos Aires, 1984.

[30] A partir da página 136.

[31] " Não adulteramos " , página 137.

[32] Nas visões fluídicas / liquefeitas do mundo dos gnósticos, a Sophia, a Sabedoria, apresenta conotações diferentes. Uma vez que ela é proto-Princípio feminino, Mãe do Criador do Mundo, então o Demiurgo, então novamente, além de Deus, a Mãe do Filho de Deus, logo ela é uma espécie de híbrido.

[33] «Hertha», Halle, 1918.

[34] Krumm-Heller, Iglesia Gnóstica, 60.

[35] Krumm-Heller: «Taumaturgia», em «Las Enseñanzas de L'Antigua Fraternidad Rosa-Cruz», editado por Manuel Lamparter, Málaga 1987, 348. O texto provavelmente foi criado em 1948.

[36] Taumaturgia, em Enseñanzas, 369.

[37] O Eroto-Comatose de Crowley também finalmente termina com um orgasmo (Comentário ao seu Liber Agape).

[38] Berlim 1906, reimpressão Munique 1983.

[39] Berlim 1931, 3. Edição Buenos Aires 1985, 37, 39.

[40] O termo Carezza (ital. «Carezza» = francês «caresse, cajole» = inglês «caress, cuddle» ) é cunhado pelo médico americano Alice Bunker Stockham, que em 1896 publicou um livreto intitulado «Carezza». Ética do casamento ». Ela descreve uma forma de coitus, onde o homem abandona a ejaculação do esperma, também chamado coitus reservatus. Enquanto o pénis é inserido na vagina, ele permanece imóvel por muito tempo ou se move muito devagar. Carezza pode provocar uma sensação de prazer muito intensivo e também uma sensação de afinidade de parceiros sexuais. Veja também http://de.wikipedia.org/wiki/Carezza.

[41] Não há espaço para uma análise detalhada no momento. Um exemplo é John Symonds; «A Grande Besta 666», Londres 1997. Aqui apenas uma par de frases de suas «Confissões»: « Um homem que é forte o suficiente para usar as mulheres como escravas e brinquedos é tudo bem, » « A mulher é uma criatura de hábitos, que é, de impulsos soliciados. Ela não tem individualidade, » « A monogamia só é um erro, porque deixa as mulheres excesso insatisfeito. » Em seu Liber Aleph : « Não diga a Verdade a nenhuma mulher. Pois isso é o que está escrito: Não jogue as suas Pérolas antes dos Suínos, para que não voltem e rasguem você. Eis que, na Natureza da Mulher, não há Verdade, nem Apreensão da Verdade, nem Possibilidade de Verdade, somente, se você lhe confiar esta Jóia, eles logo a usarão para a Sua Perda e Destruição. » Beyondweird.net/crowley/liber/aleph/tbwf3.html.

[42] Editado novamente em: «Gnose», 5, Qosqo / Peru 1991, 8.

[43] 7ª edição, Buenos Aires, 72.

[44] Veja Aurelius Augustinus: "De civitate Dei".

[45] Veja o ensaio sobre os Spermo-Gnostics .

[46] Krumm-Heller, Iglesia Gnóstica, 71.

[47] Arnoldo Krumm-Heller: «Der Rosenkreuzer aus Mexiko», [Rosicrucian of Mexico], Halle 1919, 225.

[48] Class Logic junta o sexismo.

[49] «Hertha», Halle 1918, 208. A mulher ideal moralista de Krumm difere de 100% daqueles que Crowley fantasia em Liber AL.

[50] «Alfredo», Halle 1918, 148.

[51] Krumm-Heller: «Konzentration und Wille! Ihre Schulung auf Grundlage der Logos = Lehre von Peryt Shu »[Concentração e desejo / vontade! Seu Treinamento Baseado na Doutrina dos Logos de Peryt Shu (Albert Schultz 1801-1893)], Halle 1919, 2.

[52] Ibid.

[53] Uma coleção da história da literatura, por exemplo: Friedrich Carl Forberg: «Antonio Panormita Hermaphroditus» (Berlim 1908 / Hanau 1986). Em «Iglesia Gnóstica», Krumm aconselha na página 71 a apontar para um « androginismo perfecto » com a ajuda do « acto sexual» .

[54] Para Reuss, o casamento é um sacramento, veja também o seu "Parsifal e o Segredo do Graal Desvendado" .

[55] Taumaturgia, em: Enseñanzas, 366, Plantas Sagradas, 74. Aqui ainda o contrário da gnose ascética de ECH Peithmann .

[56] Carl Schmidt, Pistis Sophia, 251.

[57] Também para o libertino Crowley, a mulher serve apenas como vaso para a recepção do Logos e como meio para os anjos e os demônios - seu sistema permanece solar-fálico. O suplemento do sangue menstrual aos hospedeiros é maniqueísta , porque Crowley dificilmente segue a opinião do sangue menstrual como o Sangue de Christi como refeição espiritual. Veja também Liber Agape de Crowley e Reuss em que a mulher está claramente vazia da divindade. Para Crowley, o sangue, seja de homem ou de mulher, tem apenas mágico, mas sem significado gnóstico. Na FRA, as mulheres parecem ter significação mediúnica.

[58] Manuel Lamparter, carta de 24.5.1992, traduzida.

[59] Lamparter, carta do 4.2.1991.

[60] Krumm-Heller, Enseñanzas, 100. Crowley denomina seus três "[Kings] Smoking, Drinking e Fucking.

[61] Taumaturgia, em Enseñanzas, 363.

[62] Samael Aun Weor: " Colar de Buda", sem lugar 1966/67/90, 23.

[63] Weor: «Psychologie der Selbstverwirklichung» [Psicologia da auto-realização], Varese, 1985, 30.

[64] Weor, Buddha's Necklace, 30.

[65] No sistema de Weor Thelema não aparece no todo.

[66] Weor, Colar de Buda: 1, 7, 13, 17, 23, 25, 29, 30, 35, 48, 95. Sobre a noção de Nazerénica e Valentiniana de que apenas os homens podem entrar no Reino celestial , veja também, entre outros, Kurt Rudolph: «Die Gnosis», 2a edição Leipzig 1980, 292.

[67] Folha de introdução «A máquina humana», Londres sem data, 11.

[68] Samael Aun Weor: «El Cristo Social».

[69] Palestras públicas do Movimento Gnóstico na Volkshaus [Casa do Povo], 10.10.- 28.11.1986 Zurique. Presente são apenas 20 participantes. Exercícios mágicos (entre outros, o ritual do pentagrama) são demonstrados. Mais tarde, um membro reclama sobre o meu resumo publicado em «Ein Leben für die Rose»: « Isto dá uma visão muito distorcida sobre o que é a gnose. Não há drogas envolvidas na maioria dos grupos e em nenhum lugar nos livros de Samael diz que o Ego deve ser drenado de energia por larvas vivas ... Na verdade, é exatamente o ego, que é a acumulação de um grupo de desejos diferentes, ou eu (comparar com Gurdjieff) que deve ser eliminado com a ajuda da Magia Sexual. » N * B *, Email datado de 18.4.2011.