sábado, 20 de maio de 2017

Asana

Ássana, asana ou asana é uma palavra de origem sânscrita (em devanágari, आसन, significando "assento") que nomeia as diferentes posturas utilizadas pela ioga para suprimir a atividade intelectual. São diversos os tipos de asanas: entre os principais, estão o padmasana, o bhadrasana, o vajrasana, o virasana e o svastikasana. Nos Ioga Sutras de Patanjali, se menciona a execução de asanas como o terceiro passo do Raja yoga.

Dentro da tradição indiana, a sua origem é atribuída a Shiva, que as teria ensinado a sua esposa Parvati.

A ideia original de ásana se refere a uma contemplação (meditação) em posição sentada por longos períodos. Hoje em dia, é considerada uma posição psicofísica do ioga.

Patañjali, nos Ioga Sutras, descreve asana como sentar em posição firme e confortável para a contemplação (ou meditação), onde a contemplação é o sadhana (o caminho) para se compreender o si.

A prática de asana desenvolve uma musculatura flexível, e ossos e tendões resistentes, bem como o massageamento de órgãos, e o equilíbrio das funções de diversas glândulas internas. A tradição indiana também enumera, como benefício, a melhoria do fluxo de prana (uma espécie de energia vital; qi em Chinês; ki em Japonês (esta informação é apenas ilustrativa, pois trata-se de filosofias distintas)) para permitir o equilíbrio dos kosha e o fluxo de energia pelas nadi (sistema circulatório energético).

O aspecto físico das ássanas foi muito popularizado no ocidente por diversas celebridades como Madonna, Danielle Winits e Sting. Destituído da sua base filosófica, o ioga, o ásana se tornou parte das práticas de Hatha Yoga em diversas academias.

Nos Ioga Sutras, Patañjali descreve asana como o terceiro dos 8 ramos do Raja Yoga Clássico. Ou outros oito ramos são yama (regras de conduta para lidar com o mundo exterior) e niyama (regras de conduta para lidar com seu íntimo), asana (posição), pranaiama (respiratório), pratyahara, (estado distração ou sensação de recolhimento), dhárána (concentração), dhyána (meditação) e samadhi (autoconhecimento pleno, megalucidez).

Condições e orientações para praticar um bom ásana

O ásana deve ser firme e confortável. Ele não deve ser a causa de nenhum tipo de desconforto. Qualquer retesamento ou tensão observada no corpo deve ser conscientemente relaxada. Esta posição deve ser tão confortável que você possa ficar na mesma por um longo período. O ásana deve ser um esforço de corpo e mente. A sensação de se estar absolutamente confortável é sinal de um asana perfeito. A respiração deve ser normal e ritmada, iniciada nas narinas, e terminada no abdômen. Pode-se utilizar respiração abdominal ou completa (baixa, média e alta).

De acordo com os praticantes de Hatha Yoga, quando você consegue gerenciar o controle corporal, você se libera da chamada 'dualidade dos opostos', como o calor e o frio, a fome e a gula, alegria e a tristeza, assim por diante.

Abaixo, estão relacionadas as orientações para realizar o Yogasana:

Um copo de água deve ser tomado antes da pratica de asanas.
O estômago deve estar vazio. ásanas devem ser praticados 8 horas após o almoço, 2 horas após um copo de leite e uma hora após se comer uma fruta.
Sempre praticar asanas de manhã. Se isto não for possível, próximo ao entardecer.
Comidas gordurosas, muito secas, congeladas, muito quentes ou em excesso devem ser evitadas.
Não se deve forçar ou pressionar nada quando praticar ásanas.
Não se deve sair no frio após praticar asanas.
Mover a cabeça lentamente; se o asana afetar seu equilíbrio.
A respiração deve ser controlada e deve ser sempre pelas narinas. Os efeitos expressivos dos ásanas aumentam se for praticado o pránáyáma simultaneamente.
Se o corpo estiver estressado, praticar o Shavasana.
Ásanas devem ser praticados em uma sala limpa e bem ventilada. A atmosfera deve ser clean.
Durante a gravidez, após o terceiro mês, exercícios que exigem que se deite sobre o estômago devem ser evitados (posições invertidas devem ser evitadas especialmente no terceiro semestre. Este site é recomendado para grávidas: [1]. Se não tiver certeza, peça orientação de seu médico.)

Ássana (posições e posicionamento)

Em 1975, como oferenda a seu guru (professor), Swami Kailashananda Maharaj, Sri Dharma Mittra fez um catálogo de um vasto número de asanas do Yôga. Pesquisando em antigos textos, livros, com estudantes, professores, e seu próprio vasto conhecimento, ele compilou 1 300 variações. Elas foram originalmente publicados como "Guia gráfico do ioga clássico" , e 608 destas posições foram recentemente disponibilizadas em um pequeno compêndio intitulado "Asanas: 608 posições de ioga". Embora não haja nenhum modo de estabelecer exatamente a quantidade de posições, este trabalho é considerado como a definitiva coleção para estudantes e iogues.

Não existe uma codificação dos ásanas por enquanto e os nomes continuam diferentes em cada linhagem. Existiu uma idealização de codificação universal dos ásanas, inserindo os diversos nomes das técnicas. Entretanto, ainda não fora concluída. Boa parte dessa codificação, terminada em mais de 2000 ásanas, consta no livro Tratado de Yôga, do DeRose. Lá se encontram inúmeras variações em nomenclaturas tradicionalmente usadas nas Escolas que ele estudou na Índia (Shivánanda Ashram, Aurobindo Centre, etc).



Permanência

O período em que um praticante se mantém estável no ásana é denominado tempo de permanência, e é medido pela quantidade de respirações (inspiração, retenção e expiração) realizadas durante a realização do ásana. Depende muito dos objetivos do praticante e seu treino e afinco. É deveras importante que o praticante saiba elevar seu tempo de permanência sem agredir seu corpo, executando de forma metabolizável e incrementando a permanência com o tempo.

Surya Namaskar

Surya Namaskar, ou saudação ao Sol, é um coreografia composta de 12 ásanas em sequência. Existem tradições que orientam para duas sequências, sendo a segunda compensando as asanas realizadas na primeira.

Asana no mundo

Na França, se faz referência ao estado psicofísico e a compensação de cada ásana.
Na Alemanha, se posiciona contra a utilização de espelhos na sala de prática, e se preconiza a utilização do Surya Namaskar (Saudação ao Sol) como prática obrigatória de asanas.
Os Estados Unidos são a principal base deste artigo. Nesse país, existe um enfoque para modismo, além de se preconizarem saltos durante o Surya Namaskar.
No Brasil, além da compensação e coreografia, é necessário ter a atenção na passagem coreográfica entre as asanas. E algumas escolas usam regras gerais de execução.
Na Índia, não existe yogasana sem uma filosofia que una as práticas para um objetivo concreto.
Entretanto isso depende muito da Escola e menos do país que é executado.

Meditação de Transmissão

A Meditação de Transmissão é a fusão de dois Yogas: Karma Yoga, o Yoga do Serviço, e Laya Yoga, o Yoga dos Chakras.

Essa meditação é feita em grupo e praticada por pessoas que desejam servir à evolução da humanidade. Elas se reúnem regularmente e juntas dizem, em voz alta, A Grande Invocação, mantra que foi divulgado ao mundo em 1945 por Maitreya.

Durante as sessões, os participantes permanecem em silêncio com a atenção focalizada no centro Ajna (entre as sobrancelhas). A mentalização do mantra OM é utilizada quando a atenção divaga. Ao manter o foco no centro Ajna, o alinhamento entre o cérebro físico e alma (nível búdico) é produzido. Forma-se então um canal entre o grupo e a Hierarquia dos Mestres da Sabedoria. Os grupos que praticam a Meditação de Transmissão atuam como subestações (pontos de entrada) de energias espirituais. Os Mestres enviam as energias condicionadas de forma adequada aos chakras de cada indivíduo do grupo, assim tornando-as mais acessíveis e úteis para a humanidade.

Diferentemente de outras práticas, a Meditação de Transmissão está sob o controle dos Mestres e caracteriza-se pela simplicidade. Os grupos não tentam enviar tais energias a nenhuma pessoa, grupo ou país. São os Mestres que realizam o redirecionamento necessário. A Meditação de Transmissão é uma atividade não sectária e portanto não interfere com outras práticas religiosas e espirituais. Pode ser feita de forma segura por qualquer indivíduo com mais de 12 anos de idade. Há centenas de grupos de Transmissão em todo o mundo que se reúnem de uma a três vezes por semana, a uma certa hora e dia marcados, convenientes aos membros do grupo.

Om

O Om ou Aum (ॐ) é o mantra mais importante do hinduísmo e outras religiões. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O Om é o som do universo e a semente que "fecunda" os outros mantras.

Significado

O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização do m no final fecunda o mantra universo krishna, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece grafado como Aum. Estas três letras correspondem, segundo a Maitrí Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho. "Este Átman é o mantra eterno Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados de consciência, e estes três estados são os três sons" (VIII).

A Mandukya Upanishad contém uma descrição detalhada do Om, dando sua interpretação simbólica:

Om, aquele imutável (akshara), é tudo o que existe. O que foi, o que é e o que será, tudo é realmente a sílaba Om; e tudo o que não está submetido ao tempo triplo é também, realmente, a sílaba Om. (Mandukya Upanishad, 1)

"O pranava — o mantra Om significa padme hum — é a jóia principal entre os outros mantras; o pranava é a ponte para atingir os outros mantras; todos os mantras recebem seu poder do pranava; a natureza do pranava é o Shabda Brahman (o Absoluto). Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman, o Ser. Pronunciar o mantra Om é como transportar-se à residência do Brahman. A visão do mantra Om é como a visão da própria forma. A contemplação do mantra Om é como atingir a forma de Brahman" Mantra Yoga Samhitá, 73.

Na Índia, o mantra Om está em todas partes. Hindus de todas as etnias, castas e idades conhecem perfeitamente o seu significado. Ele ecoa desde a noite das idades em todos os templos e comunidades ao longo do subcontinente.

Vocalização

Como fazer a vocalização correta sem nunca haver escutado este mantra da boca de alguém que sabe? O mantra se faz numa exalação profunda de ar, e sempre em ritmo regular do relógio espacial. Após a exalação vem uma inspiração nasa fogo prolongada. Não pode haver tremor na voz ao repetir o mantra. A nota musical em que se emite o som não interessa em absoluto. É aquela que resultar mais natural para você. Quando houver mais pessoas junto, todos devem tentar afinar-se.

O Om começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um a, mantendo a língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada. O som nasce no centro do crânio, se projeta para frente e vibra na garganta e no peito. Após alguns segundos de vocalização, a língua deve recolher-se para trás. Assim, aquele som similar ao a, se transforma numa espécie de o aberto, que vai fechando progressivamente.

No final, sem fechar a boca, a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se transforma em um m, que em verdade não é exatamente um m, mas uma nasalização. Esta nasalização se chama anunásika em sânscrito, que significa literalmente com o nariz, e deriva da palavra násika, nariz. Mais claro, impossível. Em verdade, o mantra poderia grafar-se Aoõ. Neste ponto, o ar sai pelas narinas e o som vibra com mais intensidade no crânio. Aconselhamos que você treine colocando uma mão no peito e a outra na testa para perceber como a vibração vai subindo conforme o mantra evolui.

Porém, se você prestar atenção à vibração que acontece durante a vocalização, perceberá que ao emitir a letra o inicial (que começa como um a, não esqueça), a nasalização do m já está contida nela. Ou seja, é um som que se faz com o nariz, e não uma letra m. Ao perseverar na vocalização, você sentirá nitidamente que a vibração se origina no centro da cabeça e vai expandindo até abranger o tórax e o resto do corpo. resumindo, o Om começa com a boca aberta e termina com ela entreaberta.

Vibração

Om é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen, a raiz de todos os sons da natureza.

"Com Om vamos até o fim o silêncio de Brahman (o Absoluto). O fim é imortalidade, união e paz. Tal como uma aranha alcança a liberdade do espaço por meio de seu fio, assim também o homem em contemplação alcança a liberdade por meio do Om."

Essa técnica é uma das mais antigas e eficazes que existem no Yoga. Estimula o ájña chakra, na região do intercílio, sede de manas, o pensamento, e buddhi, a intuição ou consciência superior. Existem sete formas diferentes de vocalizar o Om. Aqui veremos especificamente a sua utilização como dháraní, suporte para concentração.

Além desses bíja mantras principais, aparece ainda sobre as pétalas de cada chakra uma série de fonemas do alfabeto sânscrito são os bíjas menores, que representam as manifestações sonoras do tipo de energia de cada chakra. Desta forma, cada sílaba de cada mantra estimula uma pétala definida de um chakra particular. Este é o motivo pelo qual o sânscrito é considerado língua sagrada na Índia seu potencial vibratório produz efeitos em todos os níveis.


Mantra

Mantra (do sânscrito Man, mente e Tra, controle ou proteção, significando "instrumento para conduzir a mente") é uma sílaba ou poema religioso, normalmente em sânscrito. Os mantras se originaram do hinduísmo, porém são utilizados também no budismo e jainismo, bem como notoriamente por práticas espirituais que não têm vínculo com religiões estabelecidas. No tantrismo, são usados para materializar as divindades.

O mantra é uma fórmula mística e ritual recitada ou cantada repetidamente pelos fiéis de certas correntes budistas e hinduístas. O termo é uma palavra em sânscrito que significa 'controle da mente'. O mantra é repetido de forma a auxiliar a concentração durante a meditação. Alguns mantras famosos são 'Namo Amito' (glória a Buda) e 'Om Sri Shanaishwaraya Swaha' ('Om' e 'saudações a Saturno, o planeta dos ensinamentos').

Os mantras Tibetanos são entoados como orações repetidas. O budismo mahayana do Tibete usa mantras em tibetano, o zen-budismo do Japão os usa em japonês. John Blofeld encontrou, em Hong Kong, no começo do século XX, mantras cuja língua ninguém sabia identificar, e que pareciam uma alteração de um original sânscrito.

Para algumas escolas, especificamente as de fundamentação técnica, mantra pode ser qualquer som, sílaba, palavra, frase ou texto, que detenha um poder específico. Porém, é fundamental que pertença a uma língua morta, na qual os significados e as pronúncias não sofram a erosão dos regionalismos por causa da evolução da língua. Existem mantras para facilitar a concentração e meditação, mantras para energizar, para adormecer ou despertar, para desenvolver chacras ou vibrar canais energéticos a fim de desobstruí-los.

Mecanismo de funcionamento

Ao longo dos anos, os ocidentais que chegaram ao oriente tentaram explicar porque os mantras produzem os efeitos esperados. Blofeld, que estudou por dentro as culturas indiana e chinesa, notou que não é necessário saber o significado das palavras ditas.

Alguns psicólogos ocidentais defendem que o mantra possui uma energia sonora que movimenta outras energias que envolvem quem o entoa. Blofeld observou que não importa a correção da pronúncia: encontrou o mesmo mantra entoado de forma muito diferente em países diversos, e sempre produzindo os efeitos esperados.

Outra explicação seria a mesma usada para explicar o efeito dos mudras: um gesto repetido por tantas pessoas durante tantos séculos teria criado um tipo de "caminho energético" - que podemos chamar de marca no akasha, ou no inconsciente coletivo - que é rapidamente seguido pela psique da pessoa que o executa.

Muito comum é o apoio do japamala, uma espécie de rosário utilizado para contar a repetição obrigatória de 108 vezes da entoação de um mantra.

Alguns mantras comuns

Asa To Ma (Védico)
Gayatri mantra (védico)
Om namah Shivaya (shivaísta)
Om namah shiva lingan (shivaísta)
Shiva Shiva maha dêva (shivaísta)
Om shiva Om Shakti Namah Shiva Namah Shakti (shivaista)
Om namah kundaliní (sânscrito)
Om mani padme hum (sânscrito)
Om namo bhagavate vasudevaya (do sânscrito)
Om tare tütare ture soha (tibetano)
Om tare tam soha (tibetano)
Nam myoho rengue kyo (Saddharma-pundarika Sutra, em sânscrito)
Maha-mantra (sânscrito)
Namerarenguékioh kioh namere klatisfas
Om bazara tamaku hakani yasha han

O Maha Mantra

A vibração transcendental estabelecida pelo canto do Maha Mantra Hare Krishna permite a purificação gradual dos corpos materiais, do mais denso ao mais sutil, e restabelece a consciência no seu estado original de sat cit ananda - eternidade, conhecimento e bem-aventurança.

O Kalishantarana Upanishads recomenda, de forma acertada, que cantemos:

Naradah punan prapaccha tannama kimiti sa hovaca hiranyagarbah:

hare krsna hare krsna krsna krsna hare hare hare rama hare rama rama rama hare hare

isti sodashkam namnam kalikalmasanasanam annatah parataropayah sarvavedesu drisyate sodasakalavritasya jivasyavaranaviasanam tatah prakasate param-brahma meghapaye raviasmimandaliveti (2)

Como vemos, primeiramente vem Hare Krishna Hare Krishna Krishna Krishna Hare Hare e, depois, hare rama hare rama rama rama hare hare.

No Yoga e outros Darshanas

No Sanatana Dharma e nos seus principais Darshanas (no Yoga, chama-se Japa-Yoga ou Mantra-Yoga), o Mantra exerce importância singular por dois grandes motivosː primeiramente, por tratar-se de Angas, partes ou sequências dos hinos dos livros sagrados (Vedas ou derivações autorizadas dos Mesmos, como os Upanishads), e também por se tratar de instruções na forma de palavras ditadas diretamente pelos Ríshis ou sábios, ou devido aos Lilas do Senhor (ditados diretamente por Ele ou por seus emissários). Em segundo lugar, por tratar-se da personificação do Nome ou Nama do Senhor Supremo ou Brahman em Si mesmo, na forma escrita e articulada sonoramente. Os Mantras devem tão somente ser emitidos sob a restrita autorização do Guru ou Mestre Espiritual, de acordo com a forma que Este orientar. No mais das vezes, os Mantras são articulados na forma de Japa, ou repetição curta, com o uso de um Mala com 108 contas. Este processo pode ser em três níveis, a saber: sussurrado, cantado ou mentalmente. Quanto mais desenvolvida a concentração do Sadhaka (praticante), maior será a sua capacidade de mantralização na forma mental, ou Manasika-Mantra. Há um processo chamado Ajapa-japa, que é a repetição de determinados Mantras conforme a respiração, ou Pranayama.

O praticante deverá ter a devida reverência ou vênia espiritual para com o seu Guru, a Sampradaya ou família espiritual à qual Ele pertence, e jamais pensar que Nama (nome) e Rupa (forma) são distintos do Senhor em Si mesmo. Por conseguinte, um pretendente não deverá cantar Mantras sem a devida autorização do seu Mestre Espiritual, porque é mais danosa uma prática sem orientação do que nenhuma prática. Assim diz a tradição de Sadhu-Guru e Sastra (conforme a sabedoria dos mestres nas Escrituras). Hari Om Tat Sat


Dharana

Dharana é um termo sânscrito (Devanagari: धारणा) vem da raiz sânscrita dhri, que significa segurar ou reter,concentração, às vezes conhecida como samadhana é um dos oito ramos do yoga clássico.

A base deste exercício yogue esta no ekagrata, concentração em um único ponto.

A pratica de concentração, que precede a contemplação ou meditação profunda (dhyana), é fundamental que o yogi proceda a introversão, limitando a atividade mental a apenas a contemplação de um objeto observado.

Ela representa a reunião das energias físicas, que é acompanham por um alto grau de inibição ou introversão pratyahara. e diminuição do ritmo do pensamento reflexivo. A concentração yogue pode ter um ampla variedade de objetos artha, como uma mandala, um yantra ou um bijamantra. Quando a concentração aumenta surge o dhyana.

Existem praticas de dharana para a focalização de partes internas do corpo e a retenção da respiração.

É a sexta parte do Asthanga yoga.

A diferença entre Dharana, Dhyana, e Samadhi está no nível de concentração empregado pelo praticante.

Ashtanga Vinyasa Yoga

Ashtanga Vinyasa Yoga é um sistema de yoga que tem a sua origem no antigo manuscrito Yoga Korunta, compilado pelo sábio Vamana Rishi. O manuscrito é conhecido por conter séries agrupadas de asanas e de ensinamentos e técnicas corporais sovre vinyasa, drishti, bandhas, mudras, e outros ensinamentos. Sua forma atual foi desenvolvida na Mysore Palace em Mysore, Índia., e é frequentemente atribuída à Sri K. Pattabhi Jois, por meio de seu Satguru, Krishnamacharya. Os oito passos indicados pela palavra ashtanga referem-se especificamente aos oito passos delineados pelo sábio Patanjali.

Yoga Sutras

Yama (códigos morais)
Niyama (purificação e estudo)
Asana (postura)
Pranayama (controle da respiração)
Pratyahara (controle dos sentidos)
Dharana (concentração)
Dhyana (meditação)
Samadhi (contemplação)

A história e lenda

A série de exercícios do Ashtanga Vinyasa é dito ter a sua origem no antigo texto Yoga Korunta, compilado por Vamana Rishi, e que Krishnamacharya recebeu de seu Guru Rama Mohan Brahmachari no Monte Kailash. Este manuscrito mais tarde passou à Sri K. Pattabhi Jois. Krishnamacharya teve influência considerável em relação a muitas das formas modernas de yoga ensinadas hoje. Muitos professores atuais, como BKS Iyengar e Indra Devi, juntamente com o Sri K. Pattabhi Jois, foram seus alunos.

Krishnamacharya era bem conhecido por adequar seus ensinamentos às características específicas da pessoa ou grupo que ele estava ensinando e a série Vinyasa para adolescentes é um resultado disto. Krishnamacharya não estava praticando essas séries nesta época, nem ensinou todos os praticantes da mesma forma. Ao trabalhar na sua convalescença em Maharaja, Mysore, Krishnamacharya fez um shala, ou uma escola de yoga, com os mesmos fundamentos e adaptou a vinyasa prática para os rapazes que moravam lá. Vinyasa, por isso, foi pensada como uma prática muito exigente em seu caráter físico, que pode ser bem sucedida em canalizar a hiperatividade dos jovens. Este sistema pode também ser usado para ajudar a acalmar o fluxo de pensamentos na mente, reduzindo o estresse e ensinando personalidades extrovertidas a se tornarem mais introvertidas para consciência dos seus corpos e manutenção do foco durante suas práticas.

O Método Vinyasa

Este sistema de yoga é caracterizado pela concentração na respiração pranayama sincronizada com movimentos e posturas ásanas. O esforço vem da manutenção da qualidade da respiração de forma que, em movimentos ascendentes, inspira-se e, em movimentos descendentes, expira-se, mantendo a respiração contínua e profunda durante toda a prática. A respiração torna a prática vigorosa e facilita a realização das posturas. O Ashtanga Vinyasa Yoga não se trata de competição, rapidez ou flexibilidade, mas consiste na realização de ásanas, que são as posturas e pranayama, que é o controle da respiração[3] sincronizados que surtem efeitos físicos, mentais e espirituais gradativamente.

São ao total seis séries de posturas que devem ser praticadas na mesma ordem. No Brasil, geralmente ensina-se a primeira e segunda séries e em média leva-se de um ano e meio a três anos para realizar a primeira série se houver disciplina. Não há limite de tempo, gênero ou idade para desenvolver as práticas do Ashtanga Vinyasa Yoga, tudo dependerá dos limites de cada um. Ashtanga Yoga é tradicionalmente ensinada no estilo Mysore (prática supervisionada), em que cada aluno evolui através da prática em seu próprio ritmo e limite. No Ocidente, é mais comum encontrar aulas dedicadas a uma série específica guiada por um instrutor.

As séries do ashtanga vinyasa yoga

Todas as séries já são estabelecidas e não mudam suas ordens; mas mesmo assim as séries podem ser adaptadas a critério do praticante. São ao todo seis séries oficiais. No Brasil geralmente as aulas e workshops trabalham com as duas primeiras.

Vinyasa, ou respiração sincronizada com movimentos, consiste em realizar os asanas e as transições entre asanas ligando as inspirações e expirações respiratórias a um determinado movimento. O objetivo do vinyasa é criar calor no corpo através da respiração. Com o calor, os fluidos corporais se tornam menos viscosos, melhoram circulação e a eliminação de substâncias nocivas à saúde. Durante a prática de asanas, os líquidos sinoviais nas articulações se tornam mais líquidos, ampliando a capacidade articular gradualmente. Os músculos e tendões se se acomodam melhor em suas posições devido à frequente utilização de força e alongamentos. A prática de asanas junto com as técnicas respiratórias, como os bandhas, expandem a capacidade inspiratória e expiratória, fortalecendo e alongando também os músculos intercostais.

Antes de iniciar a prática, realizam-se as Saudações ao Sol ou Surya namaskar A e B. Esta é a sequência de abertura. Em seguida realizam-se os asanas fundamentais. As seqüências seguintes compõem os asanas das séries propriamente ditas. São a série primária  a série intermediária  a série avançada A, a série avançada B e as séries avançadas C e D. Ao final da série praticada, realizam-se as posturas finais. O iogue então pratica a seqüência Primária, Intermediária ou Avançada A, B, C ou D, dependendo do seu nível de perícia.

A seqüência é:

Surya namaskar A
Surya namaskar B
Fundamentais
Série primária
Série intermediária
Série avançada A
Série avançada B
Série avançada C
Série avançada D
Finais

A série primária tem o objetivo de limpeza dos órgãos internos e dos demais tecidos do corpo através do suor e do aumento da temperatura corporal, mais chamada como cleanses. A utilização dos bandhas junto com a respiração ujjayi aumentam a temperatura do corpo, o que causa transpiração, muitos resíduos do interior da pele são liberados na transpiração. Com músculos e tendões aquecidos, eles se tornam mais flexíveis possibilitando que as fibras musculares acomodem-se melhor entre si. Nas posturas invertidas a circulação dos fluidos no corpo também fica invertida. Sangue e linfa circulam com pressão diferente, possibilitando a drenagem de toxinas nos vasos e tecidos do corpo.

A série intermediária, ou nadi sodana tem o objetivo de purificar o sistema nervoso tonificando os nervos. Com os músculos e os demais tecidos já limpos e fortificados pelas seqüências da série primária, o praticante já está flexivel e com os tecidos preparados o suficiente para praticar a segunda série, ou a série intermediária, que é composta por várias posturas de força, equilíbrio e de flexão dorsal da coluna vertebral, como em Ustrasana na figura, mudando a curvatura da medula nervosa e dos feixes nervosos, tonificando-os.

A série avançada A, ou sadhis, tem o objetivo de promover controle sobre os movimentos do corpo e da concentração mental. O objetivo é cultivar um poder interno que controla a força e o equilíbrio numa seqüência que exige muita concentração em posturas que desafiam a gravidade, a flexibilidade e o equilíbrio. As séries seguintes têm o objetivo de transcendência corporal e mental. São necessárias décadas de prática e disciplina para atingir este estágio.

Praticar a série intermediária sem antes ter o conhecimento e a prática da série primária pode acarretar lesões físicas e transformações mentais e psicológicas inesperadas. É preferível seguir a ordem estabelecida pelas séries, pois a postura anterior prepara para a postura seguinte, evitando lesões ou dores. O mesmo acontece com as diferentes séries entre si, onde a série primária realiza a limpeza do corpo para que seja possível tonificar e trabalhar o sistema nervoso na série intermediária. Com corpo e nervos fortes e desintoxicados, o controle da concentração e do corpo pode ser trabalhado com conforto nas séries mais avançadas.

Respiração Ujjayi

A respiração Ujjayi significa respirar devagar através das narinas e fazê-lo contraindo levemente a glote produzido um som de sussuro na garganta. Deve-se escutar o mesmo som na inspiração e na expiração se concentrando no ritmo. Esta técnica funciona como guia para a prática por produzir um som constante. Uma respiração muito forçada pode direcionar para uma prática forçada. Ujjayi Pranayama é uma técnica de respiração. Ao realizá-lo, calor é a primeira sensação. Se diz que através desta técnica os praticantes de yoga criam energia suficiente para derreter neve ao seu redor, mas está técnica também oferece energia suficiente para realizar esforços físicos aparentemente impossíveis.

Bandhas

Há três bandhas que são considerados as fechaduras internas do corpo, prescritas em diferentes posturas. O bandha é uma contração sustentada por um grupo de músculos que auxilia o praticante na manutenção da contração muscular ou da postura e mantém o corpo aquecido. Um deles se localiza na pélvis, o diafragma urogenital; o segundo se localiza na área acima do umbigo, no abdome; e o último se localiza na garganta.

O Mula bandha, ou bloqueio raíz, é acionado apertando os músculos ao redor da área do ânus e períneo, o diafragma urogenital. Esta contração alinha a pélvis com a coluna vertebral e impede o relaxamento total da parte inferior do corpo durante os ásanas. O mula bandha deve estar contraído durante toda a prática, prinicpalmente nas expirações. Este bandha realiza uma força interna contra a gravidade mantendo os órgãos do baixo ventre suspensos.

O Udiyana bandha, muitas vezes descrito por estar acima do umbigo na base da coluna torácica, é uma contração da musculatura da parede abdominal inferior - este bandha é considerado o mais importante bandha pois ele suporta nossos órgãos internos superiormente, ajuda à expandir a caixa torácica aprofundando a respiração e incentiva o desenvolvimento do núcleo da musculatura abdominal e costal. Esta contração deve ser enfatizada na inspiração para ajudar a expandir o tórax.

O Jalandhara bandha, a trava da garganta, é realizada abaixando o queixo ligeiramente e direção ao peito, enquanto se ergue o esterno e o palato trazendo a olhar para a ponta do nariz. Esta contração é realizada somente em algumas posturas.

Drishtis

Drishti, ou focalizar o olhar, é um meio para o desenvolvimento da força de concentração. Esta técnica é empregada em uma variedade de posturas. Há, no total, nove drishtis que instruem ao estudante de yoga como focalizar o seu olhar. Cada um está associada a um determinado drishti. Eles incluem:

Angusta ma dyai: para o polegar
Broomadhya: para o terceiro olho, ou entre as sobrancelhas
Nasagrai: um ponto em seis centímetros da ponta do nariz
Hastagrai: à palma, geralmente a mão estendida
Parsva: para o lado esquerdo
Parsva: para o lado direito
Urdhva: para o céu, ou para dentro
Nabichakra: para o umbigo
Padayoragrai: para o dedão do pé

Niyama

Niyama (em samskrta: नियम) é um conjunto de comportamentos codificados como "as observâncias" em numerosas escrituras hindus incluindo as Upanishades Shandilya e Varuha, o Hatha Yoga Pradipika de Gorakshanatha, o Tirumantiram de Tirumular e os Yoga Sutra de Pátañjali. Todos os textos acima listam dez Niyama, com exceção dos trabalhos da Patanjali, que enumera apenas cinco. Eles compreendem orientações para a nossas relações com o mundo interior, e o Swami Vivekananda descreve-as como a segunda etapa do Rája Yoga (sânscrito: राज योग).

Os dez tradicionais Niyama são:

Hri: remorso, ser modesto e mostrar vergonha por seus erros;
Samtosha: contentamento; estar satisfeito com os recursos ao seu dispor, portanto, não desejando mais;
Dana: dar, sem pensar em recompensas;
Astikya: fé, acreditar firmemente em seu professor, e os ensinamentos para atingir a iluminação;
Íshvara pujána: culto ao Senhor, o cultivo da devoção através de culto e meditação diária, o regresso à fonte;
Siddhanta shravana: ouvir, estudar os ensinamentos das escrituras, ouvir os sábios da sua própria linhagem;
Mati: cognição, o desenvolvimento de uma vontade e um intelecto espiritual com a orientação do guru;
Vrata: votos sagrados, cumprir as promessas religiosos, regras e observá-las fielmente;
Japa: recitação, mantras diários;
Tapa: culto da força de vontade para resistência; a fome e sede, calor e frio, manter-se de pé e sentado etc.

Nos Yoga Sutra de Patañjali, os Niyama são a segunda parte dos oito passos do Rája Yoga. Eles são encontrados no Sádhaná Páda verso 32:

Shaucha: Pureza. Na codificação tradicional, este item é listado como um Yama; essa palavra significa "pureza", "limpeza".
Samtosha: Contentamento.
Tapa: Têmpera da auto exigência.
Svádhyáya: Auto estudo - Conhece-te (e estuda os Shástra, e torna-te Sábio)
Íshvara Pranidhána: Entrega do resultado das acções.