domingo, 2 de junho de 2019

A Besta Acorrentada

Dentro das sombrias tradições esotéricas em meio a todas as culturas, há um conceito que a MLO chama de “A besta acorrentada”. Este conceito é uma metáfora e um simbolismo para o impulso anticósmico que adormece nas profundezas da alma humana.


Na antiga demonologia persa esta força obscura chamava-se “O Dragão de Três Cabeças”, ou melhor, Azi-Dahaka. Este dragão, que é a mais forte descendência de Ahriman, é dito que foi aprisionado pelos deuses cósmicos em uma grande montanha. O Poder de Azi-Dahaka era tão grande que os deuses da luz nunca poderiam matá-lo. Azi-Dahaka mesmo continuando no abismo que foi preso, ou seja, nas profundezas mais obscuras da alma do mundo, ele continuou a atacar da escuridão a ordem cósmica através de seus impulsos anticósmicos. Segundo a lenda, Azi-Dahaka antes da guerra final emergirá do abismo e quebrará suas correntes, para, em seguida, ao lado de Ahriman, Drugh, Aeshma-Diva e suas legiões, destruir o demiurgo Ahura-Mazda e sua criação.


Podemos encontrar uma história semelhante na mitologia nórdica, onde o lobo Fenrir desempenha um papel parecido de Azi-Dahaka; o papel de antagonista anticósmico cativo que no “fim dos tempos” libertará os grilhões do Cosmos que o mantém encarcerado.


O uivo de Fenrir que iniciará o “crepúsculo dos deuses”, no qual matará o deus Odin e, assim, contribuirá para a destruição da ordem cósmica vigente. O lobo Fenrir é um descendente de Loki, e Loki é um dos mais terríveis e fortes símbolos de poder que está encarcerado nas partes mais obscuras da psique humana, mas que está constantemente lutando pelo controle do homem e em transformá-lo na personificação dos antigos deuses do Caos Colérico.


Esta força primordial, selvagem e caótica também é descrita na mitologia helênica, onde o papel é desempenhado pelo aterrorizante titã Tifão (Typhon). Nesta mitologia, Tifão é descrito como um ser que possui a forma de um dragão, uma das manifestações primais das forças do Caos (também chamadas de “Teitaner”, o número de Teitan é 666), que está lutando contra os deuses do olimpo e frequentemente derrotando-os e obrigando-os a submeterem-se a sua poderosa força.


Mas em última análise, o principal deus cósmico, Zeus, lança Tifão no abismo abaixo da terra e coloca um vulcão sobre a sua entrada, de modo que possa evitar o retorno de Tifão (esta lenda assemelha-se com a lenda de Azi-Dahaka). No entanto, o poder de Tifão é tão grande que até mesmo ele abaixo do fogo subterrâneo (subconsciente) continua a lutar contra a multidão indigna dos deuses cósmicos e influencia eventos que acontecem no plano físico.



Na guerra final, Tifão e seus titãs retornarão para se vingar das forças cósmicas que substituíram o antigo Caos.


Até mesmo nas lendas judaicas da Obscura Cabala, podemos encontrar a lenda da besta acorrentada que atua como forças satânicas que ameaçam o demiurgo e sua ordem cósmica.
No simbolismo cabalista, chamado de “Árvore Qliphótica”, ou “Árvore da Morte”, é a sexta e anticósmica Qlipha, Thagirion, que dentro de seu sombrio anti-mundo possui a besta 666 que está aguardando a oportunidade de assumir o controle.


O deus-demônio que rege em Thagirion, que é a esfera do Sol Negro, é Belfegor. Belfegor é descrito como um Sol Negro, cuja Luz Luciferiana pode fazer uma semente escura e anticósmica (que a partir do Caos habitou nos humanos) florir e, assim, trazer o homem de volta à sua fonte, ou seja, o Caos. Belfegor aparece sob a forma de uma linda e nua princesa demoníaca para os homens e um lindo demônio para as mulheres, que depois revela a sua verdadeira face bestial e selvagem para os eleitos, recompensando aqueles que não morrem de medo da sua horrível aparência, permitindo-lhes se tornarem um com o demônio solar e anticósmico, Sorath, cujo número é 666 e é o príncipe de Thagirion.


Sorath é uma força que é descrita na bíblia cristã como o Anticristo ou a Besta 666.


Aquele que desperta a força do Sol Negro/Chama Negra em sua alma, torna-se a Besta 666, então o interior do Cosmos abre todas as portas para as forças do Caos Colérico, que aguardam além das barreiras do Cosmos. O Sol Negro é parte do espírito, que o demiurgo, com base em seus propósitos egoístas e tolos forçou-o ao abismo/escuridão do inconsciente, jogando-o abaixo a fim de ser trancafiado, de modo que pudesse escravizar o fogo do Caos na carne e no mundo material.


Mas o Sol Negro emerge das masmorras quando começamos a dar um passo mais perto do Aeon das Trevas, cuja força das nossas chamas, durante séculos, serviu de fúria dos deuses do Caos primordial.


Vamos mostrar ao demiurgo os rostos sujos das criaturas selvagens e malignas.


Em nome dos Deuses Sombrios do Caos iremos derramar o sangue dos fracos inimigos em honra às bestas.


Podemos encontrar outro aspecto da besta acorrentada nas Qliphot, chamado Tanin'iver. Este deus sombrio, cujo nome significa “dragão cego”, pode ser descrito como uma Kundalini Negra e a força demoníaca, cujo objetivo é criar uma ligação entre as forças opostas, transcendendo o dualismo e estabelecendo um Caos paradoxal que procura destruir a ordem.



Tanin'iver, de acordo com a tradição sombria, é descrito como aquele que foi cegado pela luz do demiurgo indigno e foi mergulhado em um sono forçado, isso pode assemelhar-se a uma Chama Negra em sua forma passiva.


Só através do envio das correntes anticósmicas no espírito, que atuamos como portais vivos das esferas Qliphóticas, através das quais podemos ganhar o conhecimento/Caos-gnose de nossas próprias origens, para abrirmos os olhos de Tanin‟iver e intensificarmos o fogo interno e externo do Caos.


Quando os olhos de Tanin'iver se abrirem, Satanás e Lilith Taninsam conectarão os onze ângulos, e sob o nome de Azerate, abrirão os portais no macrocosmo para as escuras dimensões do Caos.


Este será o início da invasão anticósmica e a destruição total da ordem cósmica em todos os planos, do espiritual até o material.


Quando os olhos do dragão são abertos, eles são convertidos para a abertura de seus olhos, tornando-o uma personificação física da mais forte descendência de Satanás e Lilith, que despertou a Chama Negra mergulhada no Cosmos (para mais informações, leia o texto da MLO chamado “Tanin‟iver”).


Libertar a besta, abrir os olhos do dragão e se tornar um com o Caos interno/As sombras Ahrimanicas, significa a mesma coisa que alcançar a Gnose do Caos e o objetivo anticósmico transcendental do “satanista superior” descrito na MLO, o “satanista superior” é aquele que reúne a eterna chama satânica com os Deuses Sombrios do Caos primordial.