quinta-feira, 17 de agosto de 2023

As Duas Colunas do Pórtico do Templo de Salomão

 

As colunas gémeas
As colunas no pórtico de Salomão

Arquitectónica e Maçonicamente falando, a particularidade mais importante do Templo do Rei Salomão era, sem dúvida, o par de Colunas no Pórtico. O grande espaço consagrado à sua descrição na Bíblia, bem como os muitos estudos realizados, são uma boa indicação da sua importância.

Dos estudiosos, alguns, poucos, acreditam que as Colunas eram membros estruturais quer como entablamento que directamente sustentava o tecto, quer como sustento de um par transversal de anteparos que o sustentariam. A maioria dos comentadores (maçónicos ou profanos, e estes leigos ou eclesiásticos), porém entende tratar se de colunas livres e puramente ornamentais ou emblemáticas, exactamente (Publicado em freemason.pt) como aparecem em nossos “Quadros de Loja”. Há razões suficientes e satisfatórias para a crença geral de que se tratava efectivamente de colunas livres e de carácter simbólico, sendo de facto “símbolos de divindade”. “Um conjunto quase irresistível de opiniões favorece a hipótese das colunas livres”.

As Colunas de Salomão terão sido erigidas mais especificamente para imitar os Obeliscos das entradas dos Templos Egípcios (o par de Obeliscos da entrada do Templo de Carnaque é impressionante, ou talvez tenham sido copiadas de Tiro, terra de origem do seu obreiro, onde Heródoto afirmou ter visto duas colunas semelhantes defronte do templo de Hércules.

Fossem copiadas dos Templos Egípcios ou do Templo de Hércules, de qualquer modo, na arquitectura “eclesiástica” do tempo, no Médio Oriente onde nos situamos, há urna extensa preponderância de Colunas Gémeas que tem sido comentada por um sem número de estudiosos.

Há a menção particular de duas colunas semelhantes à entrada do templo de Biblo (mais tarde conhecida pelo nome de Gebel, a pátria dos gibilitas, os “cortadores de pedra” do Templo do Rei Salomão).

Na Síria, escavações levadas a cabo pelo Instituto Oriental da Universidade de Chicago, em Tell Tainat, desvendaram uma pequena “capela” do século VIII a.C., anexa ao palácio dos príncipes de Hatina, onde, com clareza surgem no pórtico duas colunas livres, e segundo tudo indica, mais puramente simbólicas ou ornamentais do que arquitectonicamente funcionais. “Existem agora provas suficientes de que esse tipo de construção era muito comum na Fenícia”.

Quanto aos Obeliscos egípcios, os mais conhecidos são o par que Tutmósis III fez erguer em Heliopolis no século V a.C., e que Augusto César posteriormente transferiu para o Caesareum de Alexandria, um dos quais adorna hoje o Cais do Tamisa em Londres e outro um recanto do Central Park de Nova York.

A descrição Bíblica das Colunas Salomónicas é a seguinte:

“Assim terminou ele [Hiram] de fazer a obra para o Rei Salomão, para a casa de Deus:
As duas colunas, e os globos, os dois capiteis sobre as cabeças das colunas; as duas redes para cobrir os globos dos capitéis que estavam sobre a cabeça das colunas. As quatrocentas romãs para as duas redes: duas carreiras de romãs para cada rede, para cobrirem os dois globos dos capiteis que estavam em cima das colunas.
Na planície do Jordão, o rei os fez fundir em terra barrenta, entre Sucoth e Zeredata”.
“Fez também diante da casa duas colunas de trinta e cinco côvados de altura; e o capitel que estava sobre cada uma era de cinco côvados.
Também fez as cadeias como no Santo dos Santos, e as pôs sobre as cabeças das colunas: fez também cem romãs as quais pôs entre as cadeias.
E levantou as colunas diante do templo, uma à direita e outra à esquerda; e chamou o nome da [que estava] à direita Jachin, o nome da [que estava] à esquerda, Boaz”.
“A altura de uma coluna era de dezoito côvados, e sobre ela [havia] um capitel de cobre, e de altura tinha o capitel três côvados; e a rede, e as romãs em roda do capitel, tudo [era] de bronze; e semelhante a esta, era a outra coluna, com a rede”.

Esta era a idade do bronze na arquitectura. Homero fala nos dela na casa de Alcino. Os tesouros de Micenas eram recobertos internamente de chapas de bronze, e nos túmulos etruscos dessa idade esse metal era muito mais material de decoração do que o trabalho em pedra ou outro.

O Altar do Templo fora feito de Bronze, e sustentavam o mar de fundição doze bois de bronze.

Os suportes, as pias e todos os outros objectos de metal, conjuntamente com as Duas Colunas, eram, na realidade, o que tanto celebrizava o Templo.

A localização das colunas
Houve muita especulação entre comentadores, maçónicos e não maçónicos sobre a designação das Colunas como “direita” e “esquerda”, uns tomam-na no ponto de vista de quem (Publicado em freemason.pt) entra no Templo, e outros de quem sai. O problema porém está ligado a uma pressuposição que está ligada à questão subsidiária da Orientação do Templo.

Sabe se que os antigos hebreus se referiam ao que denominamos os quatro pontos cardeais, colocando se na posição de um homem que olhasse o Sol Nascente. Assim, à palavra “direita” equipara se a posição geográfica “sul”, e à palavra “esquerda” a posição geográfica “norte”, de modo que, quando se fala localmente, é evidente que Mão Direita e Sul são sinónimos.

Esta concepção dos Pontos Cardeais é nos confirmada não só pela Enciclopédia Bíblica, mas também pela Enciclopédia Judaica, que garantem: – “O leste era chamado ‘a frente’; o oeste, ‘a parte de trás’; o sul, ‘a direita’; e o norte, a ‘esquerda’”.

A tentativa de solução do problema, tomando por base a concepção de que a posição das Duas Colunas é vista pela pessoa que sai do templo, e por tal se aproxima das colunas vinda de dentro, é, [na minha opinião] altamente artificial, pois a primeira vista que se tem de um edifício é sempre de fora, e nunca de dentro. Por conseguinte, a primeira descrição de um edifício, ou de suas características externas (como se presume que o fossem as Duas Colunas) reflecte sempre o ponto de vista do observador que desse edifício se aproxima e o avista pela primeira vez, e isso só pode ser, por força, do lado de fora. Portanto, o ponto de vista do fiel saindo do templo não é realística, pois como pode alguém sair de um lugar sem aí haver entrado?

Tem sido muitas vezes assinalado pelos comentadores bíblicos que o Templo de Salomão nunca se destinou a conter numerosos fieis, mas apenas os sacerdotes oficiantes; esperava se que esses fieis se congregassem no Pátio do Templo, de onde lhes seria dado ver as Duas Colunas [do lado de fora].

Em jeito de encerramento da questão, encontramos num Catecismo de 1724 as seguintes pergunta e resposta:

P: Em que parte do Templo se manteve a [primeira] Loja?
R: No Pórtico de Salomão, na extremidade Ocidental do Templo, onde se erguiam as Duas Colunas.
Sobre a altura das Duas Colunas, 18 ou 35 côvados, pode tratar se apenas de dois tipos de medida diferentes, a saber: – o côvado de construção (36 cm) ou o côvado real (62,5 cm), como pode também ter havido erro provocado pela semelhança entre os caracteres hebraicos correspondentes a 18 [yod hé] e 35 [lamed hé]. Um yod mal escrito ou desfigurado pelo tempo, poderia, num manuscrito, ser tomado por um lamed; e um lamed parcialmente desfigurado poderia, ainda mais facilmente ser tomado por um yod. De qualquer forma tratava se de Duas Colunas imponentes, que com a variante do capitel incluído ou não, nos conduzem a sete vezes a estatura de um homem, alto para a sua época, múltiplo este que se encontra em outras edificações “eclesiásticas” de então ou hodiernas.

A tradição maçónica de que as Duas Colunas foram “feitas ocas”, pode ser suportada, do ponto de vista do fundidor, por necessidade, apenas com uma grossura de “uma palma de mão”, a fim de lhes reduzir o peso, e teria assim de ser o bronze vertido em torno de um núcleo central que pudesse posteriormente ser retirado como se diz que aconteceu com as colunas, fundidas “na planície do Jordão”, … em terra barrenta, entre Sucoth e Zeredata. Igualmente, uma “tenda das Colunas Ocas”, em ligação com a “Lenda do Xamir”, suporta que as colunas foram feitas ocas para depósito dos registos e escritos valiosos, podendo, naturalmente estar ligada à das Colunas Antediluvianas (Uma delas em mármore, que “nunca arderia”, e outra em tijolo, “que nunca afundaria na água”, pois os homens sabiam, assim o dissera Adão, que seriam destruídos pelo fogo ou pela água, e assim guardariam o trabalho de muito estudo, em ordem a salvá-lo, para auxílio do género humano).

De um ponto de vista antropológico, elas não eram senão uma sobrevivência dos antigos pilares de pedra, os Mazzeboth, que foram originalmente emblemas fálicos, como nos confirma Ward na descrição da Cerimónia em Heirápolis: “havia dois grandes falos, de trinta braças de altura, erguidos à porta do templo de Astarte, em que, duas vezes por ano um homem… subia ao cimo, por dentro delas, … afim de assegurar a prosperidade e fertilidade da terra, representando o processo de fertilização..”..

Segundo o mesmo Ward, as Duas Colunas Salomónicas são igualmente fálicas, essas “duas colunas, com seus globos… os capiteis enfeitados com entalhes minuciosos [as romãs], transmitem a ideia da fertilidade, não sendo mais que vestígios do prepúcio (o restante teria sido removido pela circuncisão) artisticamente representados”. Até a “obra de lírios”, que adorna o capitel, como emblema de pureza, pode não estar deslocada nesse simbolismo.

O significado das colunas gémeas
Sobre o possível sentido e significado das colunas, duas questões principais se nos colocam:

Porque lhes foi dado um nome?
Quais os seus possíveis significados?
Quanto à primeira questão, parece ter sido costume entre os povos do Médio Oriente dar nome aos objectos sagrados; assim os Babilónicos consta que, em comum com as nações suas vizinhas, tinham o costume de atribuir nomes significativos e, de certa forma, sagrados aos seus edifícios. Da mesma forma está escrito que, para comemorar a vitória dos israelitas sobre Amaleque, “Moisés edificou (Publicado em freemason.pt) um altar e lhe chamou Adoninissi [o Senhor é minha bandeira]”. Dessa maneira estabelece se que, de facto as Duas Colunas não eram somente objectos decorativos ou funcionais, mas também objectos sagrados por causa dos nomes peculiares que lhes foram dados.

Quanto à segunda questão, o seu significado tem sido interpretado quer etimológica, quer simbolicamente.

Assim, na tradução grega da Bíblia, a Versão dos Setenta, os dois nomes em Crónicas, são traduzidos por palavras que significam “força” e “direito”. A Bíblia de Genebra traduzia Jachin por “firmar” e Boaz por “em força”, mas Lionel Vibert critica a tradução e afirma que o certo seria “Ele firmará” e “N’Ele há força”.

Pelo menos dois autores entendem que Salomão ergueu as Duas Colunas como monumento comemorativo das promessas feitas pelo Senhor ao seu pai David, e que lhe foram repetidas numa visão, em que a voz do Senhor proclamou: ‘então confirmarei o trono de teu reino sobre Israel para sempre’; a mesma promessa é feita num sonho ao profeta Natã: ‘Vai, e diz a meu servo David: Assim diz o Senhor… Porém a tua casa e o teu reino serão firmados para sempre…’. Assim a palavra Jachin derivará da palavra Jah, que significa “Jeová”, enquanto que achir significa “firmar” e quer dizer que “Deus firmará a sua casa de Israel”; Boaz, da mesma forma se comporá de B, que significa “em” e oaz, que significa “força”, dando se ao todo o significado de “em força ela será firmada”.

Entretanto o hábito de dar uma interpretação moral aos nomes das Duas Colunas não é uma invenção maçónica. Já no Século XVII um Teólogo Puritano se manifestou escrevendo que essas colunas foram erguidas “para notar que foi Deus quem lhe deu o poder e o domínio sobre todas aquelas nações, e cumpria a promessa feita a Moisés e ao seu povo de Israel”. “Os topos das colunas eram curiosamente adornados: para mostrar que os que persistem, constantes, até ao fim serão coroados. O trabalho de lírios [simbolizava] o Emblema da Inocência, Romãs o da produtividade, havendo muitas sementes num pomo: a Coroa deles lhes declarará a Glória…”..

Em consonância com o costume, já mencionado, de os antigos hebreus darem nomes significativos aos objectos sagrados, os estudiosos modernos da Bíblia concordam em que os nomes das Duas Colunas devem ser enigmáticos; além do mais, que eles devem ter um significado religioso; as colunas têm nome porque são objectos sagrados.

Procurando o possível significado desses nomes, obviamente enigmáticos, e “examinando em seguida o Salmo que dizem haver Salomão cantado ao concluir se o templo, notamos que duas das frases notáveis nele são… para a ‘firmação’ do sol em sua gloriosa mansão no céu, e…para a ‘casa grande’ ou templo em que Iavé habitaria para sempre”.

Temos pois que estas colunas estavam nos templos semíticos porque eram uma característica usual dos símbolos da divindade, mas, porquê duas colunas se apenas um Deus único é representado?

Entre os Semitas, e outros povos daquela época e área geográfica, os deuses andavam aos pares, macho e fêmea, como Baal e Astarte, Osíris e Isis, etc. É assim possível aceitar que as Duas Colunas representassem o macho e a fêmea, os princípios activo e passivo da natureza.

Nunca houve contestação sobre o sexo das colunas, a primeira delas “suficientemente caracterizada pelo Iod inicial que a designa comummente. Com efeito essa letra hebraica corresponde à masculinidade por excelência. Beth, a segunda letra do alfabeto hebraico, por outro lado, é considerada como essencialmente feminina, porque o seu nome quer dizer casa, habitação, de onde a ideia de receptáculo, de caverna, de útero, etc. A Coluna J\ é, portanto, masculina activa, e a Coluna B\ feminina passiva”.

Assim como as duas colunas do grande templo de Tiro eram símbolos gémeos de Melcarte, o deus de Tiro, assim também, com grande probabilidade as duas colunas erguidas pelo mestre Tírio [Hirão], defronte do Templo de Salomão, deviam ser símbolos de Jeová, o Deus de Israel; as Duas colunas são elas mesmas designações de Jeová.

Dá nos também o nosso Catecismo, anexo ao Ritual de Aprendiz, de forma quase directa, uma explicação para a unicidade das Duas Colunas.

P: Como formulas os princípios que te revela o número Dois?
R: A Razão humana divide e confina artificialmente o que é Um e não tem limites. Assim a unidade é repartida entre dois extremos aos quais só as palavras prestam uma aparência de realidade.
P: Que concluis dai?
R: Que o ser, a realidade e a verdade têm como símbolo o número Três.
P: Porquê?
R: Porque é necessário devolver o binário à unidade por meio do número Três.
Quanto ao seu significado, provavelmente a melhor explicação dos dois nomes é a da Enciclopédia Judaica:

“Jachin” (“Ele firmará”), e
“Boaz” (“Nele está a força”).
Explanação análoga nos é dada pela Bíblia de Genebra e por Bede, e foi este o significado que, no dia da minha iniciação, na instrução do aprendiz, me comunicaram teria a Palavra Sagrada: “Em Força”.

Outras interpretações
Podiam os nomes Jachin e Boaz serem as palavras iniciais de duas sentenças completas. prática para a qual, ao que tudo indica, havia precedentes tanto bíblicos quanto extra bíblicos; na Babilónia era costume dar por nome a certas colunas uma sentença inteira.

As colunas de Salomão podem ter tido algum significado especial para as cerimónias da aliança e da coroação.

Quanto à primeira, lemos, em relação a Josias: “O Rei se pôs em pé junto à coluna, e fez aliança perante o Senhor..”..

Quanto à segunda lemos também, sobre a coroação do Rei Joás: “[Atália] olhou, e eis que o rei estava junto à coluna, conforme o costume..”. (há, de certo alguma semelhança com o significado que tem a pedra de Scone na coroação dos soberanos britânicos).

Nesse sentido, e com o devido respeito ao desenvolvimento original da fórmula maçónica para interpretar esses nomes, é interessante saber que em 1765 o Dr. Dodd imputava aos autores da História Universal a sugestão de que “Jachin” e “Boaz” eram as palavras iniciais de duas inscrições completas no suporte das Duas Colunas, que hoje vieram a ser conhecidas apenas pelas palavras iniciais, como os Livros de Moisés são chamados pelas primeiras palavras usadas em cada livro da Bíblia.

Seguindo essas reflexões, e estabelecendo um paralelo entre “Jachin” e “Iavé”, como equivalente emblemático da Divindade, o mesmo autor é de parecer que “existe uma evidência suficiente para justificar a opinião de que a coluna erguida no lado meridional do pórtico do templo tirava o seu nome da palavra original de uma inscrição que nela se fez mais ou menos com estas palavras: ‘Ele (Iavé) confirmará o trono de David, e seu reino para sua semente por todo o sempre’”.

Igual e relativamente à outra coluna: “A coluna da esquerda era aquela junto da qual se postava todo o sumo sacerdote no momento da sua consagração. Boaz ‘Nele a sua (Publicado em freemason.pt) força era lhe um perpétuo lembrete, enquanto passava e repassava por ela, de que a sua ‘força’ residia no favor de Jeová e no cumprimento da Sua lei”.

Procurando equiparar simbologias, vamos encontrar no Egipto, uma muito forte semelhança: “Na entrada principal dos templos havia sempre duas colunas; uma era a coluna de Set e outra era a coluna de Horo…, uma chamada Tatt, e a outra chamada Tattu…. Tatt que, em egípcio significava “em força”, e Tattu, que significava confirmar”.

Conclusões
Podemos concluir que, tal como relativamente a outras particularidades ornamentais e arquitectónicas do próprio templo, também a narrativa das Duas Colunas aparece enfeitada com a lenda, exposições, comentários e críticas; notámos corroborações e discrepâncias entre a tradição maçónica e as Escrituras, e até incompatibilidades entre vários Livros da Bíblia; encontrámos anacronismos e improbabilidades, que procurámos compreender, ainda que os não possamos justificar.

Em tudo o que fazemos há sempre qualquer coisa que falta, que não conseguimos, que não nos satisfaz completamente; quando julgamos tudo ter previsto, apuramos que algo ficou por prever; quando damos algo por concluído, concluímos que há ainda alguma coisa que se não fez.

O nosso orgulho é assim forçado a reconhecer a imperfeição das nossas obras. É desse reconhecimento que provém este desejo insaciável de caminhar para a perfectibilidade, de atingir o “belo ideal”, que de nós se afasta quando pensamos dele nos avizinhar. Porquê? “Porque o belo é o infinito visto através do finito”

Aceitando nós Maçons, importar nos mais o significado esotérico, do que a realidade histórica, ou acepção religiosa do Templo de Salomão, interessará para além do interesse legítimo da averiguação, sabermos qual o seu significado pelo que encerrarei esta prancha com a transcrição do que [no meu modesto parecer] de melhor encontrei sobre o tema:

“As Duas Colunas assinalam os limites do Mundo criado, os limites do mundo profano, de que a vida e a morte são a antinomia extrema de um simbolismo que tende para um equilíbrio que jamais será conseguido. As forças construtivas não devem agir senão quando as forças destrutivas tiverem terminado a sua tarefa. Essas forças são ‘necessárias’ uma à outra. Não se pode conceber a coluna J. sem a coluna B; o calor sem o frio, a faz sem as trevas, etc . Todo o ser vivo se encontra constantemente num estado de equilíbrio instável, formado pela criação de células novas e a eliminação de células mortas. As Novas gerações não podem afirmar se senão à medida que as antigas lhes cedem o lugar.
Essas Duas Colunas são a imagem exacta do Mundo, e é conveniente que este fique fora do Templo! O Templo é sustentado por Pilares, que se situam no mundo dos Arquétipos, onde tudo se funde numa Luz cujo brilho é imarcescível”.

A∴ R∴ – R∴L∴M∴A∴D∴ – Junho de 5997

Bibliografia
James Fergusson, F.R.S., The Temples of the Jews. Londres, 1878
W. F. Stinespring, The Interpreter’s Dictionary of the Bible, 1962. (autor não maçónico coincidente com a tradição maçónica)
Ancient Records and the Bible.
R. B. Y. Scott, do United Theological College of Montreal, no Journal of Biblical Literature.
G. Ernest Wright “Solomon’s Temple Resurrected”. The Biblical Archaeologist, Maio de 1941.
Hoje ambos designados por “Agulha de Cleópatra”.
II Livro das Crónicas 4: 11-17
II Livro das Crónicas 3: 15-17
II Livro das reis 25: 17
Joseph Young – “The Temple of Solomon”, British Masonic Miscellany
The Grand Mistery of Free Masons Discovery’d
II Livro das Crónicas 4: -17
Mazzebath – “monumento de pedra erguido como marco comemorativo ou objecto de culto”
J. S. M. Ward – Londres 1925; Ward escora-se na autoridade de Luciano em De Dea Syria (Séc. II d. C.)
Actual Menbij
Êxodo 17:15
Lionel Vibert – Freemasonry before the existence of Grand Lodges
A. G. Mackey e William Hutchinson
I Livro dos Reis 9: 15
II Livro de Samuel 7: 5, 16
Samuel Lee, Orbis Miraculum, 1659
Encyclopeda Biblica
Jules Boucher – La Symbolique Maçonnique
II Livro dos Reis 23: 3
II Livro dos Reis 11: 14
Caldecott, Solomon’s Temple
Albert Churchward, The Arcana of Freemasonry
Immanuel Kant
Jules Boucher – La Symbolique Maçonnique

Jacques Bergier - Melquisedeque

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