quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Albert Pike - Morals and Dogma II

 

O presente trabalho trata-se da tradução do Capítulo Primeiro (Ou seja, do Grau de Aprendiz) da obra máxima de Albert Pike, “Morals and Dogma of the Anciente and Accepted Scottish Rite of Freemasonry”, traduzido e anotado por Mohamad Ghaleb Birani (M∴ M∴).

21. É isto é o que é questionado e respondido no nosso catecismo, no que respeita à Loja.

22. Uma “Loja” é definida como uma “assembleia de Maçons, pontualmente congregados, tendo as escrituras sagradas, o esquadro e o compasso, uma carta de permissão e um estatuto que os autoriza a trabalhar.” A sala ou o lugar onde eles se reúnem, representando alguma parte do Templo do Rei Salomão é também denominada como Loja, e é assim que a estamos considerando.

23. É cediço, pois, que a Loja é sustentada por três grandes colunas, quais sejam a SABEDORIA, a FORÇA ou FORTALEZA e a BELEZA [25], representadas pelo Venerável Mestre, pelo 1.º Vigilante e pelo 2.º Vigilante e assim se costuma dizer, eis que a Sabedoria, a Força e a Beleza constituem-se na perfeição de todas as coisas e nada pode subsistir sem elas. “Assim o é, porque,”, diz o Rito de York, “é necessário Sabedoria para conceber, Força para suportar e Beleza para adornar todas as grandes empreitadas.” “Acaso não sabes,” diz-nos o Apóstolo Paulo, “que sóis o templo de Deus e que o Espírito de Deus o habita? Se algum homem profanar o templo de Deus, este homem será destruído por Deus, porquanto o templo de Deus é sagrado e este templo sóis vós.”

24. A Sabedoria e o Poder da Divindade estão em equilíbrio. As leis da natureza e as leis morais não são meros mandatos despóticos da Sua vontade omnipotente, para que então elas possam ser arbitrariamente mudadas por Ele e assim, transformar ordem em desordem, o bem em mal, o certo em errado, honestidade e lealdade em vícios e fraude, ingratidão e vício, em virtudes. O poder Omnipotente, infinito e existindo só, não tem necessariamente que ser forçado à consistência. Os Seus decretos e as Suas leis podem não ser imutáveis. As leis de Deus não nos são obrigatórias por se tratarem de decretos de Seu Poder ou por serem expressões da Sua Vontade, mas porque elas expressam a Sua infinita SABEDORIA. Elas não são certas por serem as Suas Leis; mas são as Suas Leis porque são certas. Do equilíbrio da Sabedoria e Força infinitas resulta a perfeita Harmonia no universo material e moral. Sabedoria [26], Rectidão e Harmonia constituem um ternário Maçónico [27]. Estes têm outros e ainda mais profundos significados que, em determinado momento, a ti serão revelados.

25. Como uma explicação simples, deverá ser aduzido o facto de que a sabedoria do Arquitecto é apresentada na combinação de – que só um habilidoso Arquitecto pode fazer, do mesmo tipo de arranjo que Deus fez em todos os lugares, como por exemplo, na árvore, no corpo humano, no ovo, nas células de uma colmeia – força com graça, beleza, simetria, proporção, iluminação e ornamentação. Esta, também, é a perfeição do orador e do poeta – o combinar a força, o vigor e a energia com o estilo gracioso, com as cadencias musicais e com a beleza de figuras, a representação e a irradiação da imaginação e da fantasia: a força guerreira e industriosa do povo com o seu vigor titânico devem ser combinadas com a beleza das artes, das ciências e da inteligência. Se o Estado pudesse escalar tais alturas da excelência, só assim o povo poderia ser realmente livre. A Harmonia neste caso, como em tudo o que é Divino, material e humano é o resultado do equilíbrio, da atracção e repulsa de elementos contrários; uma única Sabedoria acima delas segurando o feixe de escalas. Reconciliar a lei moral, a responsabilidade humana, o livre-arbítrio com o poder absoluto de Deus, bem como conciliar a existência do mal na Sua Sabedoria absoluta [28], com a bondade e com a piedade – são estes os grandes enigmas da Esfinge.

26. Por entre duas colunas entraste na Loja. Elas representam as duas colunas erigidas no pórtico do Templo, cada uma num lado do grande portão do Leste. Estes pilares, de bronze, de quatro dedos de espessura, eram, de acordo com o mais autêntico relato – aquele constante no Primeiro e no Segundo Livro dos Reis, confirmado em Jeremias – era de dezoito cúbitos de altura com mais cinco cúbitos de altura no seu capitel. O eixo de cada uma tinha quatro cúbitos de diâmetro. Um cúbito representa um pé e 707/1000. Isto é, o eixo de cada coluna tinha um pouco mais de 30 pés e oito polegadas de altura, e os capitéis de cada uma tinham um pouco mais de oito pés e o diâmetro do eixo tinha seis pés e dez polegadas. Os seus capitéis eram enriquecidos com romãs de bronze cobertas por uma malha de bronze e ornamentadas por uma grinalda também de bronze, parecendo que foram feitas para imitar as sementes da flor de lótus ou o lilás egípcio, um símbolo sagrado para os hindus e egípcios. O pilar ou a coluna da direita, ou no sul, foi denominada como a palavra hebraica traduzida na nossa Bíblia como JACHIN, e a outra, na esquerda, foi denominada como BOAZ. Os nossos tradutores dizem que a primeira palavra significa “Ele proverá (estabelecerá)” e a segunda significa “Nela há força”.

27. Tais colunas são imitações, feitas por KHURUM, o artista de Tiro, das grandes colunas consagradas aos Ventos e ao Fogo, posicionadas na entrada do famoso TEMPLO DE MALKARTH, na cidade de TIRO [29]. É bastante comum, nas lojas do Rito de York, ver um globo celestial numa coluna e um globo terrestre noutra; mas estas colunas não são garantidas, pois são objectos que imitam as duas colunas originais do Templo. O significado simbólico destas colunas, por ora, deixaremos sem explicação, apenas acrescentando que os Aprendizes mantém as suas ferramentas de trabalho na coluna “JACHIN”. Daremos também, por ora, apenas a etimologia e o significado literal destes dois nomes.

28. A palavra “JACHIN” em hebreu, provavelmente pronunciada como “YA-KAYAN”, entendida como um substantivo verbal significa “aquele que apoia” e, portanto, tida como firme, estável e confiável.

29. A palavra BOAZ é “baaz” que por sua vez significa Forte, Força, Poder, Poderoso, Refúgio, Fonte de Força, fortaleza. O prefixo significa “com” ou “dentro”, e confere à palavra a força de um gerúndio latino – roborando -, ou seja, fortalecendo.

30. A primeira palavra também significa “ele vai estabelecer”, ou plantar, por em posição erecta – vem do verbo “Kun”, ou seja, ele se manteve erecto. Provavelmente significava Activo e Energia Vivificante e Força; BOAZ, significava Estabilidade e Permanência, no sentido passivo.

31. As dimensões da Loja, dizem os nossos Irmãos do Rito de York, “são ilimitadas e cobrem nada menos que toda abóbada celestial”. “Para este objectivo”, eles dizem, “é que a mente do Maçom é direccionada constantemente e é para lá que ele espera chegar ao fim da sua jornada com a ajuda da escada teológica, a qual Jacob viu nas suas visões, se elevando da terra aos céus; os três principais lances são aqueles que são denominados como Fé, Esperança e Caridade, cada qual nos remete à Fé em Deus, Esperança na Imortalidade [30] e a Caridade destinada a toda a Humanidade”. A propósito, a escada, algumas vezes representada com nove lances é vista no quadro, começando no chão da terra, o seu cume nas nuvens e as estrelas brilhando acima dela, como que para representar a escada mística que Jacob viu no seu sonho, posta sobre a terra com a sumidade a tocar o Céu, com os anjos de Deus subindo e descendo por ela [31]. A adição dos três principais lances, para o seu simbolismo, é de todo moderno e incongruente.

32. Os antigos contavam sete planetas, assim arranjados: a Lua, Mercúrio, Vénus, Sol, Marte, Júpiter e Saturno. Existiam então sete céus e sete esferas destes planetas. Em todos os monumentos dos Mitras existiam sete altares ou piras consagradas aos sete planetas, assim como existiam sete velas no candelabro de ouro do Templo [32]. CLEMENTE DA ALEXANDRIA [33] assegura-nos que estas luzes representavam os sete planetas na sua “STROMATA [34]”, bem como FÍLON, O JUDEU [35].

33. Para retornar à sua fonte no Infinito, a alma humana, os antigos diziam, deveria subir antes ter descido pelas sete esferas. A escada pela qual a alma reascendia – conforme MARCÍLIO FÍCINO nos seus Comentários às Enéades de PLOTINO [36] -, possuía sete degraus ou passos; e nos Mistérios de MITRA [37], trazidos a Roma durante o reinado dos imperadores, a escada, com os seus sete lances, era um símbolo da ascensão por entre estes sete planetas. Jacob viu os Espíritos de Deus subindo e descendo por esta escada e no topo desta encontrava-se a própria Divindade. Os MISTÉRIOS MITRÁICOS [38] eram celebrados em cavernas, onde os seus portais eram marcados nos quatro pontos equinociais e nos pontos dos solstícios do ZODÍACO, sendo que os sete planetas foram representados na descida do céu de estrelas fixas para os elementos que constituem a terra; ao passo que cada um dos sete portões destinados a representar um planeta, foram marcados para que os adeptos passassem por eles, seja na descida ou no seu retorno à superfície.

34. Nós sabemos disto pelos ensinamentos de CELSO, em Orígenes, que dizia que esta imagem simbólica de passagem pelas estrelas, usada pelos Mistérios Mitráicos era uma escada que, da Terra ao Céu era dividida em sete níveis ou estágios e cada um destes era um portal e que, no seu cume, havia ainda um oitava estágio, onde se encontravam as estrelas fixas. O símbolo era o mesmo dos sete estágios da Pirâmide de Tijolos Vitrificados chamada “BORSIPPA [39]”, próxima à Babilónia, construída também com sete estágios, cada um destes de uma cor diferente. Nas cerimónias mitráicas, o candidato passava por sete estágios de iniciação, enfrentando vários desafios bastante arriscados – e era isto que esta escada representava.

35. Vês a Loja, os seus detalhes e ornamentos através das suas Luzes. Já ouviste também que tais Luzes, como dizem os nossos Irmãos do Rito de York, podem ser Grandes ou Pequenas.

36. A Bíblia Sagrada, o Esquadro e o Compasso não são apenas caracterizadas como as Grandes Luzes da Maçonaria, mas também são definidas tecnicamente como o mobiliário [40] da Loja; e como já visto, não pode a Loja ser constituída sem elas. Tal medida tem sido por algumas vezes usadas como pretexto para a exclusão de judeus das nossas Lojas, eis que eles não podem tomar o Novo Testamento como um livro sagrado. A Bíblia é uma parte indispensável no mobiliário de uma Loja Cristã, uma vez que é o livro sagrado da religião Cristã. Ao Altar pertencem, o PENTATEUCO hebreu numa Loja hebraica e o CORÃO numa Loja Maometana. Um destes Livros – que fique bem entendido-, bem como o Esquadro e o Compasso são as Grandes Luzes sob as quais um Maçom deverá sempre andar e trabalhar.

37. O juramento de um candidato deve sempre ser tomado sobre o livro ou os livros sagrados da sua religião, pois só assim o juramento se torna solene e marcante, eis que te foi perguntado a qual religião pertencias. Não temos qualquer outro problema com a religião que professas.

38. O Esquadro é um ângulo recto, formado por duas linhas rectas. Por sua natureza adapta-se apenas à superfícies planas, pertencendo unicamente à geometria, agrimensura, tal qual a trigonometria que lidava apenas com o plano e com a terra, que os antigos supunham ser plana. O Compasso descreve círculos e lida com a trigonometria esférica, que é a ciência das esferas e dos céus. O primeiro é um emblema do que respeita a terra e ao corpo; o outro, no que respeita à alma e aos céus. Entretanto, o Compasso é também usado para a trigonometria plana, como para erigir perpendiculares; ainda, foste alertado para o facto de que neste Grau ambas as pontas do Compasso estão sob o Esquadro e estás apenas lidando com os seus sentidos moral e político destes símbolos e não com o seu significado filosófico e espiritual, mesmo que o divino sempre se coaduna com o elemento humano, intercalando com o terreno e o espiritual, pois há sempre algo de espiritual na mais corriqueira das actividades da vida. As nações não são apenas corpos políticos, mas também, corpos com uma alma política, para a desgraça daquelas pessoas que, buscando apenas o material, se esquecem de que a nação também tem uma alma. E, desta forma, temos uma raça petrificada em dogma, que pressupõe a ausência de uma alma e que confia na presença apenas da memória e do instinto, porquanto desmoralizada pelos lucros. Uma natureza assim não poderá nunca liderar a civilização. As genuflexões ante ao ídolo do dólar atrofiam tanto os músculos que usamos para andar quanto a vontade que origina tais movimentos. A absorção hierática ou mercantil diminui o brilho do povo, diminui o seu horizonte rebaixando o seu nível, privando-o do entendimento dos objectivos universais que são ao mesmo tempo humanos e divinos, o que constitui as nações missionárias. Um povo livre, esquecendo-se de que tem uma alma para cultivar, emprega todas as suas energias unicamente na perseguição de avanços materiais. Se tal povo faz a guerra, é com o objectivo único de atender aos seus interesses comerciais. Os cidadãos, ao emular o Estado, perseguem por sua vez apenas a fortuna, a pompa e a luxúria como se fossem estes os únicos bens da vida. Uma nação assim gera riqueza muito rapidamente, mas as distribui muito mal. Resultam disto, portanto, os dois extremos de uma monstruosa opulência e de uma monstruosa miséria; toda a alegria é destinada apenas para muito poucos e para o resto, o povo, toda sorte de privações; Privilégio, Excepções, Monopólio e Feudalismo são produtos do próprio trabalho: uma falsa e perigosa circunstância que transforma o trabalho num Ciclope [41], que acorrentado e cego, nas minas, nas forjas, nas oficinas, nas tecelagens e nos campos, sob os venenosos fumos, nas celas nauseabundas, nas fábricas sem ventilação, se fundamenta o poder público através da miséria individual, construindo a grandeza do Estado através do sacrifício do indivíduo. É nesta grandeza mal constituída que todos os elementos materiais se encontram combinados sem a participação, no entanto, do elemento moral. Se o povo, como uma estrela, tem o direito de eclipsar, a luz, por sua vez, tem o direito de retornar. O eclipse não se poderá degenerar em noite.

39. As três Luzes menores, ou as Luzes Sublimes, das quais já ouviste falar, são o Sol, a Lua e o Mestre de uma Loja; e já ouviste também que os nossos Irmãos do Rito de York têm a dizer sobre elas e porque eles as mantêm como se fossem Luzes de uma Loja. Porém, o Sol e a Lua não fazem, de forma alguma, luz dentro da Loja, a menos que seja simbolicamente, e as luzes não são tais astros, mas tratam-se daquelas coisas de que elas são símbolos. Sobre o que significam tais símbolos, o Maçom deste Rito não tem instrução. Nem a Lua tampouco, qualquer que seja o seu sentido, não rege de forma alguma a noite com a sua regularidade.

40. O Sol é o símbolo ancestral da vida e do poder de criação da Divindade [42]. Para os antigos, a luz era a causa e a origem da vida; e Deus era a fonte de onde toda luz emanava; a essência da Luz, o fogo invisível, desenvolvida como Flama e que se manifestava como luz e esplendor. O Sol era a Sua manifestação e a sua imagem visível, e os Sibaritas [43] veneravam o Deus-Luz, pareciam venerar ao Sol, em que eles acreditavam ser a manifestação da Divindade.

41. A Lua era o símbolo da capacidade passiva de produzir, a fêmea, sendo que o poder e energia de dar a vida eram do homem. Era o símbolo de ÍSIS [44], ASTARTE e ÁRTEMIS ou DIANA [45]. O “Mestre da Vida” era a divindade suprema, acima dos dois e que se manifestava através dos dois; ZEUS [46], o Filho de SATURNO, se tornou o Rei dos Deuses; HÓRUS [47], filho de OSÍRIS e de ÍSIS, se tornou o Mestre da Vida; DIONÍSIO ou BACO [48], assim como MITRA [49], se transformou no criador da Luz, da Vida e da Verdade.

42. O Mestre da Luz e da Vida, o Sol e a Lua, são simbolizados em cada Loja pelo Venerável Mestre e pelos Vigilantes: é a obrigação do Mestre é de dispensar a luz pura para os Irmãos, por si próprio, e através dos Vigilantes, que são os seus ministros.

43. “Teu Sol”, diz ISAÍAS a Jerusalém, “não deverá mais ir abaixo, nem tua lua deverá desaparecer por si mesma; para o SENHOR haverá uma sempre presente luz, e os dias de teu sofrimento deverão acabar. Teu povo será também em tudo correcto; eles deverão herdar a terra para todo o sempre.” E assim um povo livre.

44. Os nossos ancestrais nórdicos veneravam esta tríplice Divindade: ODIN [50], o todo-poderoso Pai; FRÉIA [51], sua esposa, era o símbolo universal da matéria e THOR [52], seu filho, era o mediador. Porém, acima deles, estava o Deus Supremo, “o autor de tudo o que existe, o Eterno, o Antigo, o Vivificante e o Terrível Ser, o Buscador dentre as coisas ocultas, o Ser Imutável.” No TEMPLO DE ELEUSIS – um santuário iluminado apenas por uma janela no tecto que representava o Universo -, as imagens do Sol, da Lua e de Mercúrio encontravam-se representados [53].

45. “O Sol e a Lua”, diz o sábio IIr∴ DELAUNAY [54], “representa os dois grandes princípios de todas as gerações, o activo e o passivo, o masculino e o feminino. O Sol representa a luz verdadeira. Ele derrama sobre a Lua os seus raios fecundantes; ambos dividem a sua luz com os seus rebentos, a Estrela Flamígera ou HÓRUS e as três formas do Grande Triângulo Equilátero, em que no centro se encontra a omnipotente letra da Kabalah, sobre o qual a criação teria surtido os seus efeitos.”

46. Os ORNAMENTOS de uma Loja são tidos como “o Pavimento Mosaico, a Orla Dentada e a Estrela Flamígera”. O Pavimento Mosaico, dividido em quadrados ou em losangos claros e escuros é tido como para representar o piso do Templo do Rei Salomão e a Orla Dentada como “aquela bela borda que envolvia o piso do Templo”. A Estrela Flamígera no centro é tida como “o símbolo da Providência Divina e a representação comemorativa da estrela que surgiu para guiar os sábios do Leste para o lugar onde nasceu o nosso Salvador.” Entretanto, “as pedras não podiam ser vistas” no interior do Templo. As paredes eram cobertas com pranchas de cedro e o piso era de abeto. Não existem evidencias de que este tipo de pavimento ou piso existia no Templo, bem como tais bordas. Antigamente, na Inglaterra, apenas PRANCHETA DE LOJA era envolvida por uma orla dentada e é só na América que tal tipo de borda é disposta ao redor de todo Pavimento Mosaico. Os “TESSERAE”, de facto, eram os quadrados ou os losangos do pavimento. Na Inglaterra, ainda, “a orla dentada ou denteada” é chamada “TESSELLATED [55]”, devido à mesma ter quatro “TASSELS [56]”, que representavam a Temperança, Fortaleza, Prudência e Justiça. Ela foi denominada como a “Trassel” dentada, mas isto é um mau uso da palavra. É, pois, um pavimento quadriculado com uma orla dentada.

47. O pavimento que mescla o branco e o preto simboliza – talvez com este propósito ou não -, os Princípios do Bem e do Mal dos credos Egípcios e Persas. Representa o embate entre MICHAEL e SATÃ, entre os DEUSES e os TITÃS, entre BALDER [57] ou LOKI [58], entre a luz e as trevas, Dia e Noite, Liberdade e Despotismo, Liberdade Religiosa e os Dogmas Arbitrários da Igreja, que pensa pelos seus devotos e da qual o seu Pontífice clama serem infalíveis, e os decretos dos seus Concílios como verdadeiros evangelhos.

48. Os eixos deste pavimento, se encontrados em losangos, devem necessariamente ser dentados ou denteados, dispostos como os dentes de uma serra; para ser completo, ao demais, uma borda também é necessária. É completada ainda por franjas que servem como ornamentos nas suas esquinas. Se estes e as suas bordas têm algum significado simbólico são, pois, fantasiosos e arbitrários.

49. Encontrar na ESTRELA FLAMÍGERA de cinco pontos uma alusão à Divina Providência é também uma fantasia e entende-la como uma representação daquela Estrela que guiou os Magos, é impor a ela um significado moderno. Originalmente, ela simbolizava SÍRIUS [59], a estrela canina, a anunciadora das enchentes do Nilo ou o Deus ANUBIS, companheiro da deusa ÍSIS na busca pelo do corpo de OSÍRIS, seu irmão e seu marido. Assim sobreveio a imagem de HÓRUS, o filho de OSÍRIS, ele mesmo representado pelo Sol, o criador das estações e o Deus do Tempo; o filho de ÍSIS, que era a natureza universal, ele próprio a matéria primitiva, fonte inesgotável de vida e uma fagulha do fogo ainda não criado e a semente universal de todos os seres vivos. A ESTRELA FLAMÍGERA representava também a HERMES, o Mestre da Aprendizagem, conhecido pelos gregos antigos como o Deus Mercúrio. Então, veio a ser o símbolo ou característica potente e sagrada dos Magos, o PENTALFA [60], sendo o poderoso emblema da Liberdade e Isenção, resplandecendo com uma sempre firme e estável luz por entre os confusos elementos benignos e malignos das Revoluções, prometendo céus tranquilos e estações férteis para as nações, após as tempestades das mudanças e do tumulto.

Notas
[25] JOSEPH FORT NEWTON, ensina-nos, na sua belíssima obra “THE BUILDERS” que “Na índia, e entre os Maias e os Incas, existiam três pilares nos portais dos templos terrestres e celestiais – Sabedoria, Força e Beleza. Quando um homem erigia um pilar, ele se transformava num companheiro daquele a quem os sábios da China chamavam como o “Primeiro Construtor”. Ademais, pilares eram erigidos para marcar os lugares sagrados da visão e da Divina entrega, como quando Jacob erigiu um pilar em Bethel, Josué em Gilgal e Samuel em Mizpeh e Shen. Os pilares sempre foram símbolos de estabilidade, os quais os egípcios descreveram como “the place os stabilishing forever”, – emblemas da fé “que os pilares da terra são do Senhor, e que Ele dispôs o mundo sobre eles.” (Chapter II, p. 29, tradução livre, edição virtual, copyright 1996-2001 – Phoenixmasonry, Inc. in www.phoenixmasonry.org) (N. do T.)

[26] Digna de registro é a definição de SABEDORIA dada por ALICE A. BAILEY, na sua obra “INICIAÇÃO HUMANA E SOLAR”, que a seguir se transcreve: “A sabedoria é produto da CÂMARA DA SABEDORIA. Relaciona-se com o desenvolvimento da vida na forma, com o progresso do espírito naqueles veículos sempre cambiantes e com as expansões de consciência que se sucedem de vida em vida. Refere-se ao aspecto vital da evolução. Como lida com a essência das coisas e não com as próprias coisas, é a percepção intuitiva da verdade separada da faculdade de raciocínio, e a percepção inata que pode distinguir entre o falso e o verdadeiro, entre o real e o irreal. É mais do que isso, pois representa, também, a capacidade crescente do Pensador penetrar cada vez mais na mente do LOGOS, de conscientizar a verdadeira natureza interna do grande personagem do universo, de enfocar o objectivo e de se harmonizar progressivamente com a unidade mais ampla. Para a nossa presente finalidade (que consiste em estudar um pouco o CAMINHO DA SANTIDADE e os seus vários estágios) poderá ser descrita como a conscientização do “REINO DE DEUS INTERNO” e a percepção do “REINO DE DEUS EXTERNO” no sistema solar. Talvez possa ser expressa como a combinação progressiva dos caminhos do místico e do ocultista – a edificação do templo da sabedoria baseada no conhecimento. A sabedoria é a ciência do espírito, da mesma forma como o conhecimento é a ciência da matéria. O conhecimento é separativo e objectivo, ao passo que a sabedoria é sintética e subjectiva. O conhecimento divide; a sabedoria une. O conhecimento diferencia, ao passo que a sabedoria combina.” (p. 28/29). (N. do T.)

[27] Sobre o TERNÁRIO MAÇÓNICO recomendamos a leitura do texto “O TERNÁRIO” de autoria do IIr∴ JOSÉ ANTÓNIO DOS SANTOS (in “Caderno de Pesquisas Maçónicas – Caderno 4”, págs. 119 usque 127), do qual se extrai a seguinte ilação: “a Maçonaria adoptou o texto do Salmo 133, como invocação ao auxílio do G∴ A∴ D∴ U∴ na abertura dos Trabalhos da Loja de A∴ M∴ , o qual é composta de TRÊS versículos, formando o mais lindo TERNÁRIO filosófico deste meu trabalho, a saber: Versículo 1 – Oh! Como é bom e agradável/Aos Irmãos unidos viverem juntos. Versículo 2 – É como o óleo perfumado na cabeça,/Que desce para a barba, a barba de AARÃO;/ Que desce para a orla do seu manto. Versículo 3 – É como o orvalho do Hérmon/ Que desce sobre a montanha de Sião;/ Ali derrama o SENHOR a sua bênção./ E a vida para todo o sempre.” (N. do T.)

[28] Sobre “ como conciliar a existência do mal na Sua Sabedoria absoluta…” que figura nesta passagem do texto, seguimos o entendimento, mais uma vez, de FIGANIÈRE, eis que “Segundo os cânones esotéricos o mal é fenómeno, um desvio da verdade; é também o espírito que permeia a lição de JOB, que, perguntando onde se acha a sabedoria, qual é o lugar da inteligência, responde afinal: “Eis aí o temor do Senhor, ele é a mesma sabedoria; e apartar-se do mal, é a inteligência (Cap. XXVIII, 12-28). Não há que recorrer à ”tolerância” do Supremo (segundo rezam certos textos) para explicar o mal. Concorda com o que diz KRISHNA (isto é, ATMÃ) no BHAGAVAD-GITA: “Não estou na natureza que pertence às três qualidades ditas SATTV RAJAS e TAMAS, conquanto procedam de mim; estão contudo em mim. Achando-se o mundo confundido pela influência destas três qualidades, ignora que sou distinto delas, e sem decadência.” (…) É no mesmo espírito que se exprime o YADJUR VEDA: “Ele move-se, Ele não se move; Ele está distante, Ele está perto; Ele está em tudo, Ele está fora de tudo.” (in “SUBMUNDO, MUNDO E SUPRAMUNDO”, Biblioteca Planeta, n.º 10, Editora Três, p. 68) E, de arremate: “A unidade absoluta (como se costuma postular o estado não-manifesto) dá consigo no panteísmo, na omnipresença substancial de Deus, que assim estaria relacionado com tudo, sem excluir o mal” (Op. Cit., p. 67) (N. do T.)

[29] Cidade de TIRO, na FENÍCIA, o atual LÍBANO. “E do mesmo modo que a Grécia na sua infância se mostra humilde discípula do Egipto, quando exangue morre, por assim dizer, nos braços do Egipto; em Alexandria uniu os seus ritos, sistemas filosóficos e deuses com os do Egipto e da Judeia, para que mais tarde pudessem ressuscitar em Roma no Cristianismo. Só a influência fenícia pode comparar-se à egípcia. Os activos mercadores de Tiro e de Sídon foram agentes transmissores da cultura, que estimularam todas as regiões do Mediterrâneo por meio das ciências, tecnologia, artes e cultos do Egipto e do Oriente Próximo.” (WILL DURANT in “HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO” – Segunda Parte, Tomo I, 3.ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 1957, p. 91) (N. do T.)

[30] “Se a alma não teve passado, por certo não terá porvir.” – FIGANIÈRE.

[31] Sobre a ESCADA MÍSTICA DE JACOB, se vislumbra em FIGANIÈRE que “Vendo em sonhos uma escada, posta sobre a terra com a sumidade a tocar no céu, vinham “os anjos de Deus subindo e descendo por ela” (Génesis, XXVIII, 12). Por que não descendo e subindo – pois havia descida primeiro que subida? Porque o momento foi de início nem final; era de presença; “Anjos” em sonho, na realidade almas…” (in “SUBMUNDO, MUNDO E SUPRAMUNDO”, Colecção Biblioteca Planeta, n.º 10, Editora Três, Rio de Janeiro, 1973, p. 58) Importante notar ainda que Figanière ressalva na sua interpretação que não se tratam de “Anjos” e sim de “almas” e, a seguir, no texto – p. 33 – tais anjos são também definidos por Albert Pike como os “espíritos de Deus”, adoptando este mesmo entendimento. (N. do T.)

[32] São sete os Princípios Herméticos, (“The Principles of Truth are Seven; he who knows these, understandingly, possesses the Magic Key before whose touch all the Doors of the Temple fly open.”), a seguir transcritos: I – O Princípio do Mentalismo; II – O Princípio da Correspondência; III – O Princípio da Vibração; IV – O Princípio da Polaridade; V – O Princípio do Ritmo; VI – O Princípio da Causa e Efeito; VII – O Princípio do Gênero. (in “THE KYBALION – A STUDY OF HERMETIC PHILOSOPHY OF ANCIENT EGYPT AND GREECE, BY THREE INITIATES”, The Yogi Publication Centre, Chicago,1940, chapter II) (N. do T.)

[33] “CLEMENTE DE ALEXANDRIA” – era um judeu gnóstico considerado como o responsável pela helenização do judaísmo. Segundo HELENA PETROVNA BLAVATSKY, na sua obra “AS ORIGENS DO RITUAL NA IGREJA E NA MAÇONARIA”, Clemente “era um converso na aparência, mas de coração ardente neoplatónico e filósofo pagão” que supostamente foi um dos primeiros instrutores dos bispos cristãos na origem do cristianismo e da Igreja Católica. Ao demais, é considerado como um dos primeiros membros da Igreja da Alexandria e morreu entre os anos de 211 e 216 d. C. Importa ainda dizer que era conhecido por escrever sobre o mito do “CRESTUS” da seita dos judeus essénios, considerados como os cristãos primitivos. (N. do T.)

[34] “STROMATA” pode ser traduzida como “miscelânea” e é o último livro da trilogia de Fílon, que foi assim chamado pelo facto de abordar diversos assuntos filosóficos, religiosos e científicos. Os outros dois livros eram “PROPEPTICUS” e “PAEDAGOGUS”. (N. do T.)

[35] “FÍLON, O JUDEU” ou “FÍLON DA ALEXANDRIA” – escreveu um tratado sobre Serapis ou o Bom Deus, destruído mais tarde pela Igreja Católica. Segundo estudiosos, os evangelhos teriam sido originados nos seus escritos e talvez tenha sido o pensador mais influente durante o período de formação do Cristianismo, mesmo sem nunca ter mencionado ou reportado a existência de Jesus Cristo, segundo LA SAGASSE. Historiadores impõem que Fílon platonizou e helenizou o judaísmo – que desde a diáspora vinha perdendo adeptos em favor de outras religiões, como por exemplo, a persa – dando-lhe feições greco-egípcias e que teria sido o autor do livro “Apocalipse” que mais tarde foi catalogado na Bíblia. Foi um dos pensadores mais influentes do seu tempo – época em que CALÍGULA era o imperador romano – tratando de diversos acontecimentos históricos em Roma, na Palestina e na Judeia, bem como se dedicou ao estudo da então estranha seita dos essénios e da sua organização proto-socialista. Por fim, era notável por pregar a Igualdade e a Fraternidade entre os homens. (N. do T.)

[36] “PLOTINO” – foi um dos maiores filósofos do mundo antigo e é considerado como o fundador da corrente do Neoplatonismo que exerceu enorme influência em místicos e filósofos pagãos, cristãos, judeus, muçulmanos e gnósticos. Morreu em 276.

[37] “MITRA” – era para os persas o seu deus redentor e, segundo vários escritores, pode ser considerado o traço de união entre o cristianismo primitivo e o budismo dos hindus. Nasceu numa gruta no dia 25 de Dezembro e os acontecimentos da sua vida lendária lembram bastante aos acontecimentos da vida de JESUS CRISTO: a visita dos reis magos, o nascimento de mãe virgem, a tentação do diabo, a sua morte e ressurreição, etc., assim como nos remete, pela sua semelhança, ao mito de Hórus dos egípcios, de Prometeu dos Gregos e ao da reencarnação do avatar Salvitri dos hindus, que também nasceram no dia 25 de Dezembro (solstício de Inverno). No que respeita às semelhanças com Jesus Cristo, alguns hindus crêem que Cristo seria o novo avatar destinado aos ocidentais – o oitavo foi KRISHNA, o nono foi BUDA, nome dado a Sidarta Gautama, nascido na Índia por volta do ano 621 a.C. –, sendo notável, ainda, as semelhanças dos nomes de JESEU KRISHNA com JESUS CRISTO. (N. do T.)

[38] “MISTÉRIOS MITRÁICOS” ou ‘MISTÉRIOS DE MITRA” – tais mistérios vêm da religião criada por ZARATUSTRA ou ZOROASTRO (para os gregos, que sempre resistiram a adoptar a pronúncia dos bárbaros), em que existia a eterna luta entre o bem e o mal. AHURA MAZDA (ou ORMUZD) era o deus do fogo e da luz e ANGRA MAYNIU (ou AHRIMAN) era o deus das trevas, representando o mal. Nesta luta, AHURA MAZDA foi auxiliado pelo seu filho MITRA, o espírito do Bem e da Justiça, porquanto era o mediador entre os homens e AHURA MAZDA. Este deus mandou o seu filho à Terra, o qual nasceu de uma mulher virgem, pura e bela, concebido através de um raio de sol. Morreu e ressuscitou para salvar os homens e os mistérios mitráicos retratavam através dos seus rituais os acontecimentos da sua vida lendária. (N. do T.)

[39] “BORSIPPA” – importante cidade da SUMÉRIA – actual IRAQUE – que actualmente se chama BIRS NIMRUD, em homenagem ao DEUS NIMROD e onde se encontrava a pirâmide que é mal identificada na cultura judaico-cristã, bem como na cultura árabe, como a “TORRE DE BABEL”. Era possivelmente o templo de NABU, chamado filho de MARDUK da Babilónia e foi reconstruída pelo rei NABUCODONOSOR II com sete esferas de tijolos de nobre lápis lazúli. Tinha 231 pés (aproximadamente 70,41 metros) de altura divididos em sete terraços e mesmo quando em ruínas, alcançava 172 pés (aprox. 52,43 metros) de altura. Temos ainda em WILL DURANT, que em BORSIPPA se encontrava a maior das bibliotecas babilónicas. Apesar de terem todas sido destruídas, todo o acervo da biblioteca de BORSIPPA foi copiado e mantido na biblioteca de ASSURBANIPAL, e as trinta mil tabuletas constituem-se na principal fonte de conhecimento sobre a vida, história e cultura do povo da Babilónia. Importante notar que, segundo este mestre, “que o grande ziggurat de BORSIPPA era chamado de “Os Estágios das Sete ESFERAS”; cada pavimento era dedicado a cada um dos sete planetas conhecidos na BABILÓNIA, e cada um tinha uma cor simbólica. O mais baixo era preto, representando a cor de Saturno; o próximo logo acima era branco, a cor de Vénus; o próximo era roxo, cor de Júpiter; o quarto azul, para Mercúrio; o quinto era escarlate, para Marte; o sexto era prata, para a lua; o sétimo dourado, para representar o sol. Estas esferas e estrelas, começando do topo, eram para designar os dias da semana.” (in “OUR ORIENTAL HERITAGE”, Editora Simon and Schuster, Estados Unidos, Nova York: 1954, p. 249/255)

[40] Do inglês original “FURNITURE”, ou seja, mobiliário, podendo ser entendido como “Jóia” ou como as “Jóias Móveis de uma Loja”, conforme se depreende de vários manuais maçónicos. (Nota do Tradutor)

[41] Os CICLOPES eram gigantes de um olho só. Os três primeiros eram filhos de GAIA e ÚRANO. Aprisionados no mundo subterrâneo, foram libertados por ZEUS e ajudaram-nos a combater os seus captores, os Titãs. Como ferreiros de Zeus, fizeram também os seus raios e também o capacete de POSEIDON. (PHILIP WILKINSON in “O LIVRO ILUSTRADO DA MITOLOGIA”, p. 58) Ainda, Os CICLOPES eram chamados de “construtores” e ocultismo os chama de “Iniciadores”, que, iniciando alguns pelasgos, lançaram as fundações da verdadeira Maçonaria. ”(in “SECRET DOCTRINE”, II, P. 345 apud GEOFFREY FARTHING in“THE RIGHT ANGLE – H. P. BLAVATSKY ON MASONRY IN HER THEOSOPHICAL WRITINGS “, Chapter II, tradução livre) (N. do T.)

[42] HELENA PETROVNA BLAVATSKY, na sua obra “AS ORIGENS DO RITUAL NA IGREJA E NA MAÇONARIA”, aponta numa belíssima passagem que “sobre toda a superfície da Terra – do Pólo Norte ao Pólo Sul, dos Golfos gelados dos países nórdicos Às planícies tórridas do sul da Índia, na América Central, na Grécia e na Caldeia -, era adorado o fogo solar como símbolo do Poder Divino, criador da vida e do amor. A união do sol (o espírito – elemento masculino) com a Terra (a matéria – o elemento feminino) era celebrada nos Templos do Universo inteiro. A propósito, segundo o eminente ocultista e Maçom belga Ragon, no seu magnum opus “LA MAÇONNERIE OCULTE” temos que “o Sol era o mais sublime e natural das imagens do Grande Arquitecto; igualmente a mais engenhosa de todas as alegorias pelas quais o homem moral e bom (o verdadeiro sábio) simbolizava como a Inteligência infinita, sem limites.” “ No coro sideral o sol vai prosseguindo, qual na origem lho hás dado, o curso harmonioso. Tonitruante baixo no seu concerto infindo, só mandando-lho tu, Senhor, terá repouso. A sua luz dobra a nossa, enchendo-nos de espanto não podemos sondar-lhe a portentosa essência. Como o fora a princípio, ó sacra Omnipotência, teu sol é hoje ainda enigma, assombro, encanto.” GOETHE, em “FAUSTO”. (N. do T.)

[43] “SABBAEANS”, no texto original, aqui traduzido como “Sibaritas”. (N. do T.)

[44] “ÍSIS” – “era esposa fiel e irmão de OSÍRIS. ÍSIS criou o Nilo com as suas lágrimas. OSÍRIS e ÍSIS são os pais de HÓRUS, o deus do céu com cabeça de falcão, cujos olhos eram a lua e o sol. HÓRUS foi concebido quando Ísis, transformando-se num gavião, bateu as asas tentando devolver o alento vital a OSÍRIS. HÓRUS guiava a alma dos mortos no outro mundo e era um dos protectores do faraó.” (in “O LIVRO ILUSTRADO DA MITOLOGIA – LENDAS E FÁBULAS SOBRE GRANDES HERÓIS E DEUSES DO MUNDO,” Editora Publifolha, São Paulo, 2000, p. 32)

[45] “ÁRTEMIS OU DIANA” – Deusa da caça e irmã gémea de Apolo, era também protectora dos filhotes dos animais. Era casta e enfurecia-se quando ameaçada. (N. do T.)

[46] “ZEUS” – “Filho caçoula dos Titãs Cronos e Réia, Zeus derrotou os Titãs e tornou-se rei dos deuses. Era ele quem governava os deuses que viviam no Monte Olimpo, assegurando a justiça e presidindo a ordem social. Zeus punia os seus inimigos com raios, que os Ciclopes faziam para ele. Nos seus domínios, os céus, Zeus fixava a ordem das estações e o curso das estrelas. Ele teve três esposas – Métis, Témis e Hera – e muitos casos com deusas, ninfas e mulheres normais (PHILIP WILKINSON, in “O LIVRO ILUSTRADO DA MITOLOGIA”, p. 56). Esta luta entre Zeus e aliados contra os Titãs tornou-se para os gregos o símbolos da conquista do barbarismo e da força bruta pela civilização e a razão. Em Will Durant temos que “começou como deus do céu e das montanhas, distribuidor das preciosas chuvas. Nas suas formas primitivas foi um deus da guerra; discute consigo mesmo se deverá por termo ao cerco de Tróia ou “tornar a guerra mais sangrenta”, e acaba escolhendo a segunda alternativa. Aos poucos vai se transformando no calmo e poderoso chefe dos deuses e dos homens, encarapitado no Olimpo com barbuda dignidade. Torna-se cabeça e fonte da ordem moral do mundo; pune a negligência filial, protege a propriedade da família, sanciona juramentos, persegue perjuros e protege fronteiras, lares, suplicantes e hóspedes. Por fim faz-se o sereno juiz que Fídias esculpiu para o templo de Olímpia.” (in “HISTÓRIA DA CIVILIZAÇÃO”, Segunda Parte – Tomo I, p. 232/233)

[47] “Assim como seu pai, o supremo OSÍRIS, HÓRUS, deus do céu, teve de lutar com o seu invejoso tio, SETH. Quando OSÍRIS morreu, Hórus foi até a corte dos deuses reivindicar o trono. Mas SETH, alegando ser o mais forte e o mais capaz para defender o deus sol nas suas travessias do mundo subterrâneo, disse que o rei deveria ser ele. De início, os deuses não quiseram escutar HÓRUS, porque SETH fizera o seu hálito cheirar muito mal. Depois, HÓRUS e SETH participaram de uma série de testes para ver quem era o mais forte. SETH arrancou os olhos de HÓRUS e, por isso, o mundo ficou às escuras. A deusa HATOR curou HÓRUS despejando leite nos seus olhos. Os adversários continuaram lutando, empatados, até que OSÍRIS interveio, ameaçando evitar demónios do outro mundo à morada dos deuses se os dois não parassem a disputa. Eles desistiram, e HÓRUS tornou-se o rei.” (in “O LIVRO ILUSTRADO DA MITOLOGIA – LENDAS E FÁBULAS SOBRE GRANDES HERÓIS E DEUSES DO MUNDO,” Editora Publifolha, São Paulo, 2000, p. 33)

[48] “DIONÍSIO” – ou BACO, para os romanos. Era filho de ZEUS e protector das vegetações e das vinhas, era considerado também, o deus dos mortos, através das promessas de ressurreição. (N. do T.)

[49] Das semelhanças entre o deus PROMETEU dos gregos e MITRA dos persas: importa dizer que este deus, PROMETEU, também era um protector da humanidade. Quando ZEUS e os homens encontraram-se para partilhar comida, PROMETEU tramou para que ZEUS levasse os ossos e deixasse a carne para os homens. ZEUS reagiu tirando o fogo da Terra. Mas PROMETEU foi até a forja de HEFAÍSTOS e roubou um pouco do fogo para os humanos. Ele também os ensinou a usá-lo para trabalhar os metais. Notável também são as semelhanças com os deuses de todos os povos de origem indo-ariana como os persas, gregos, romanos, etc. e os seus mitos da criação e dos cultos solares que se manifestam em todas estas culturas, servindo como elemento de ligação. Sobre a questão aqui apontada, recomenda-se, para maior clareza, o estudo da obra “A CIDADE ANTIGA” do mestre FUSTEL DE COULANGES. ( N. do T.)

[50] “ODIN” ou “ODIM” – “Era o líder de ASGARD e deus da guerra, das tempestades, da magia, da inspiração e do mundo dos mortos. O mais velho e o maior de todos os deuses escandinavos, foi o criador do cosmo, ao lado dos irmãos VILI e VE. Odin tinha dois segredos para tanto poder. O primeiro era a sua capacidade de mudar de forma, assumindo aquela que desejasse. O segundo era a sua sabedoria, que obteve bebendo do poço de MIMIR. Este continha orvalho de uma das raízes do grande freixo do mundo, IGDRASIl.” (in “O LIVRO ILUSTRADO DA MITOLOGIA – LENDAS E FÁBULAS SOBRE GRANDES HERÓIS E DEUSES DO MUNDO,” Editora Publifolha, São Paulo, 2000, p. 82)

[51] “FRÉIA” – “Era deusa da fertilidade. Ela ajudava o crescimento das plantas, favorecia as pescarias e socorria as mulheres na hora do parto. Deusa da magia e da riqueza, tinha um famoso colar chamado BRISINGAMEN (feito por quatro irmãos anões chamados BRISNIGS) e um manto de penas, chamado VALHAMR. Fréia também defendia a liberdade sexual e tinha muitos amantes – tantos deuses quanto mortais.” (Op. Cit., p. 83)

[52] “THOR” – “era o deus do trovão, era uma das divindades mais poderosas e populares de ASGARD. O som trovejante das suas marteladas ecoava pelos céus. O martelo feito pelos anões, era capaz de esmagar o mais forte dos adversários. Defendendo os deuses contra os seus inimigos, os gigantes, Thor derrotou THRYM, que roubara o seu martelo, e HRUNGIR, que ameaçava destruir Asgard.” (Op. Cit., p. 83) Também conhecido como “THONAR” ou “DONAR”. (N. do T.)

[53] “In all the ancient mythologies there were triads, which consisted of a mysterious union of three deities. Each triad was generally explained as consisting of a creator, a preserver, and a destroyer. The principal heathen triads were as follows: The Egyptian, Osiris, Isis, and Horus; the Orphic, Phanes Uranus, and Kronos; the Zoroastric, Ormuzd, Mithras, and Ahriman; the Indian, Brahma, Vishnu, and Siva; the Cabirie, Axereos, Axiokersa, and Axiokersos; the Phenician, Ashtaroth, Mileom, and Chemosh; the Tyrian, Behls, Venus, and Thammuz; the Grecian, Zeus, Poseidon, and Hades; the Roman, Jupiter, Neptune, and Pluto; the Eleusinian, Iacchus, Persephone, and Demeter; the Platonie, Tagathon, Nous, and Psyche; the Celtic, Hu, Ceridwen, and Creirwy; the Teutonic, Fenris, Midgard, and Hela; the Gothic, Woden, Friga, and Thor; and the Seandinavians, Odin, Vile, and Ve. Even the Mexicans had their triads, which were Vitzliputzli, Kaloc, and Tescalipuca.” (in “ENCYCLOPEDIA OF FREEMASONRY AND ITS KINDRED SCIENCE, BY ALBERT G. MACKEY, M.D.”) (N. do T.)

[54] DELAUNAY, FRANÇOIS H. STANISLAUS, segundo Mackey, “era uma literato e historiador francês, autor de vários trabalhos sobre a Maçonaria, dos quais o principal é “TUILEUR DES TRENTE-TROIS DEGRÉS DE L’ ECOSSISME DU RITE ANCIEN ET ACCEPTS”, sendo, críticas à parte, um trabalho de grande erudição e de exaustiva pesquisa sobre a etimologia das palavras do Rito.” (in “Encyclopedia…”). (N. do T.)

[55] Ou seja, embutida com mosaico ou ainda, incluída ou calçada em mosaico. (N. do T.)

[56] Franja, ou “TASSEL” no original em inglês.

[57] “BALDER” – “Era filho de ODIN e FRIGA, BALDER era o mais belo dos deuses. Quando foi morto pela lança de visgo, todos os deuses de Asgard ficaram de luto. Eles convenceram HEL a deixar que BALDER voltasse à vida, desde que todos no mundo chorassem o deus morto. Tudo e todos choraram, excepto uma giganta, que na verdade era LOKI disfarçado – de modo que Balder foi obrigado a continuar no mundo dos mortos.” (in “O LIVRO ILUSTRADO DA MITOLOGIA…”, p. 82).

[58] “LOKI” – “Parte deus e parte gigante, Loki era uma mescla de deus ardiloso e criador. Apesar de ser amigo dos ASES, causou a morte de BALDER. Era ele quem iria liderar os seus filhos monstruosos e as almas dos mortos contra os deuses, em RAGNAROK, e por isso todos o receavam. Era também conhecido como Deus Dissimulado e Pai das Mentiras.” (Op. Cit., p. 84)

[59] SÍRIUS é a estrela mais brilhante da constelação CANIS MAJOR e no Hemisfério Norte é considerada o vértice do triângulo invernal, apelidada de ESTRELA CANINA. Em Roma, já era conhecida como “CANÍCULA”. Esta estrela sempre foi o centro das atenções e em todas as culturas – das mais primitivas às mais sofisticadas – sempre lhe foi destinada especial significação. Era objecto de adoração para os egípcios do Vale do Rio Nilo e era chamada de “SOTHIS”, sendo que diversos templos foram construídos em que a sua luz penetrava nos altares. Ao demais, acredita-se que o calendário egípcio foi inteiramente baseado na sua ascensão helíaca, a qual ocorre um pouco antes das cheias do Nilo. Para a Mitologia Grega, os cães caçadores de ÓRION tornaram-se a estrela Sírius pelas próprias mãos de ZEUS. Ainda, os gregos antigos associavam a estrela ao calor do Verão, pois “seirius”, em grego, significava “o escaldador”. (Nota do Tradutor)

[60] Segundo ALBERT G. MACKEY in “ENCYCLOPEDIA…”, também conhecido como o “TRIÂNGULO DE PITÁGORAS”, também conhecido como “PERDALPHA” e “TRIPLE TRIANGLE”. José Castellani nos ensina que “ A Estrela Pentagonal, ou PENTALFA (cinco princípios), ou PENTAGRAMA (cinco letras), que, a partir dos meados do século XVIII, passou, com o nome de Estrela Flamejante, a fazer parte da Simbologia Maçónica, é de origem pitagórica, representando, também o homem na sua alta espiritualidade (Estrela Hominal), sem ter, todavia, qualquer relação com a magia, como no pitagorismo.” (in “Caderno de Pesquisas Maçónicas”, Caderno 4,, Editora Maçónica “A Trolha”, Londrina, 1992, p. 68 (N. do T.)

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...