quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sabbat da Bruxas


Na religião Judaico – Crista, o Sabbat corresponde ao ultimo dos dias da criação, no qual  Deus repousou.O Sabbath é por isso um dia semanal de descanso ou repouso e adoração a uma divindade. O Sabath consta mesmo como um dos 10 mandamentos ditados a Moisés. Por assim ter sido, o Sabbath emana das sagradas escrituras. O Sabbath Hebraico, assinala o dia em que Deus repousou, e por isso também o Homem deve cessar toda e qualquer actividade, para apenas se dedicar á adoração de Deus.

Muitas outras religiões possuem este conceito Sabbathiano, e praticam-no de acordo com as suas crenças teológicas.

Na Bruxaria, ( uma religião de natureza espírita e necromântica, tal como o Vodu, a Kimbanda e outras religiões Africanas), o Sabbath é um momento de reunião e comunhão religiosa entre bruxas, e que se pratica em torno celebração de uma comunicação com os seres espirituais de onde provem o seu poder e existência.

A maior parte das crenças comuns ao Sabbath concordavam que o demónio se encontrava presente aquando da realização de um Sabbath, geralmente incorporado na forma de um bode negro.

Também era comum acreditar-se que vários demónios presidiam e participavam na celebração desta cerimónia infernal de bruxaria.

Igualmente defendia-se que durante os Sabbath, as bruxas ofereciam os seus corpos á possessão de demónios que assim incorporavam nelas para festejarem os seus mais luxuriosos e depravados vícios em carne humana, como tanto lhe é agradável.

Acreditava-se igualmente que o Sabbath começava ás 00h00 e prolongava-se pela madrugada fora.

O Sabbath, é consumado em 5 grandes momentos,  ( tantos quantos os pontos da estrela de Baphomet), que se materializam em 5 rituais, que são:

I

A Procissão de Caim:

O ritual tem início com uma procissão. Nessa procissão todos os bruxos se unem em peregrinação realizada a caminho do templo onde será celebrado o Sabbath. Este momento representa o caminho que cada bruxo realiza ao longo da sua vida de servo do demónio, caminho esse que leva ao destino da sabedoria do oculto e do eterno poder da Magia Negra.

Uma das características identificativas das bruxas, ( de acordo com os manuais inquisitórios), é a «marca da bruxa». Essa marca corporal confirma que a bruxa é na verdade uma bruxa. A marca não pode ser um sinal de nascença, mas sim algo adquirido no momento em que o Diabo assume poder sobre essa pessoa, ou escolheu essa pessoa para ser seu servo e sacerdote. A «marca» é deixada pelo demónio no corpo da bruxa como forma de assinalar a obediência dessa pessoa para com o Diabo. A «Marca» é criada de diversas formas: ou pelas garras do Diabo ao passar pela carne do seu servo, ou pela língua do Diabo que tocando o individuo, lhe deixa a marca demoníaca. A «marca» pode-se manifestar em diversas formas: Uma verruga, uma cicatriz, um sinal, e especialmente um pedaço de pele totalmente insensível. As teses ocultistas mais actuais, tendem a identificar esta «marca do Diabo» não como um sinal físico presente no corpo da bruxa, mas antes como um «sinal» marcado na alma da bruxa, ou seja: o seu «nome espiritual», o nome com que bruxa viverá depois do pacto com o Diabo, e com o qual fará as suas bruxarias. O «nome espiritual» é o nome que o demónio concede a uma bruxa quando ela outorga o seu pacto infernal, e é a «marca» que identificará para sempre essa pessoa diante do Diabo, da mesma forma que o «nome de baptismo» Cristão identifica uma pessoa diante de Deus.

Seja como for, a «marca da bruxa», é também chamada a «marca de Caim».

Tal como Caim foi rejeitado por Deus e se tornou imortal por via do caminho das trevas, (Génesis 4, 10-15), também o bruxo é marcado pelo exemplo de Caim. Assim se acredita que todo aquele que entrou em pacto com e demónio, possui esse «selo» na carne, a «marca de Caim» ( Génesis 4,15).

Pois como o destino da vida de Caim, também é o destino da vida do bruxo, e por isso a «procissão de Caim» é representativa desse percurso de vida.

A procissão representa tanto a vida do bruxo, ( o seu caminho de vida dedicado á bruxaria e á submissão aos espíritos), como a sua morte, uma vez que depois de mortos os espíritos dos bruxos não abandonam este mundo terreno e aqui permanecem vagueando eternamente, aliciando novos bruxos, alimentando-se da carnalidade, semeando a feitiçaria, apadrinhando outros seguidores do oculto. Pois a procissão também representa esse caminho no mundo terreno, que se perpetua na vida eterna.

A procissão é feita em nome de Caim, aquele que sendo filho de Eva e Lúcifer foi desprezado e assim induzido ao pecado. Por ser um filho de Lúcifer e de uma humana, Caim foi humilhado, renegado  e condenado á desolação. Sobre Caim caiu a maldição da vida eterna, uma vida eterna a vaguear pelos caminhos deste mundo. Assim como Caim é eterno, também o bruxo alcança a eternidade espiritual neste mundo pela sua aliança infernal. Caim é o padroeiro deste ritual.

II

A ceia dos 21:

Precede a procissão, a consumação de uma ceia demoníaca, ou seja: um grandioso banquete celebrado com os mais tortuosos excessos. No banquete,  pão azeite e sal estão totalmente proibidos, pois são substancias detestadas pelo diabo, e todo e pecado da gula é celebrado ao excesso mais pervertido. Neste ritual simboliza-se a eterna união e a infernal aliança, estabelecida desde o início dos tempos, entre os demónios e as bruxas.

Da mesma forma como Jesus se uniu em aliança aos seus 12 discípulos na última ceia, também bruxas e demónios se unem pela carne e pelo sangue nesta ceia. Este banquete é realizado numa mesa cerimonial, na qual se encontram 21 sacerdotes e sacerdotisas. Ao centro da mesa, a ceia é presidida por um demónio encarnado. O demónio é possuidor do cálice de Lúcifer, por onde cada um dos 21 sacerdotes e sacerdotisas beberão a essência da vida eterna através da bruxaria.Com esse cálice e essa essência liquida, é celebrado o dia em que cada um dos 21 assumiu o seu pacto com o demónio e assim passou a ser embaixador dos espíritos neste mundo, através da aliança Luciferiana. O filho do Diabo, é o padroeiro deste ritual.

III

A Missa Negra

Ao banquete  segue-se  uma missa negra.

A mesma celebrada é em missais Luciferianos orados em  Latim, acompanhada de liturgias infernais realizadas sob os corpos nus de acólitos femininos ou jovens indicadas nas artes satânicas.

È neste momento que é realizada a admissão e iniciação, na sociedade infernal,  de novas bruxas recém recrutadas e já instruídas nas artes da bruxaria. Na missa negra são conjurados os espíritos demoníacos, e a hóstia de Satã é servida numa  forma de grande perversão.

Na missa negra lêem-se as escrituras Luciferianas, Satânicas e Infernais, assim como os oráculos do príncipe deste mundo revelados pela boca dos seus profetas infernais. Ancestrais fórmulas de invocação demoníaca são recitadas, velhos oráculos são relidos, místicas liturgias são celebradas, profanas orações são proferidas, tudo para agrado dos espíritos.

A missa negra representa o momento em que Lúcifer desejou Eva, e por isso a contactou. Em troca do prazer, Lúcifer ofereceu a Eva o fruto da árvore do conhecimento. A Missa Negra representa o momento em que Lúcifer e Eva se contactaram, em que Lúcifer possuiu Eva e em que o Homem recebeu em troca a sabedoria sobre a ciência e a magia. A Missa Negra representa por isso o contacto com os espíritos, e através dela os espíritos são chamados a contactar com as bruxas.

Lúcifer é o padroeiro deste ritual.

IV

O Festim da possessão

Finalmente o Sabbath termina em êxtase carnal, numa celebração ritualista do pecado manifestada em todos os envolvidos na Missa.

Nesse festim de pecados, os demónios conjurados ao longo de todo o Sabbath incorporam nos fiéis demoníacos, e tanto na forma de corpo humano masculino, como de corpo humano feminino, eles praticam a carnalidade mais pecaminosa, celebrando assim a corrupção e perversão que os demónios tanto amam.

Este é o momento da possessão, no qual os demónios entram no corpo daqueles que voluntariamente se lhes oferecem. Este é um momento altamente perigoso, pois uma possessão que não seja adequadamente produzida, conduzida e depois desencarnada de uma pessoa, tem terríveis e totalmente irreversíveis efeitos, sendo que a pessoa jamais conseguirá abandonar o estado de possessão demoníaca,  podendo acabar em condições psicológicas miseráveis ou mesmo morta. Por isso, apenas os filhos das trevas podem participar neste tipo de festim, uma vez que pessoas normais não possuem força espiritual para conseguir aguentar uma possessão demoníaca e controlar o processo. No entanto, pela boa celebração deste perigoso ritual, os demónios concedem os seus favores aos fiéis de Satã, ou seja: as bruxas.

O festim da possessão representa o momento em que Satã e os seus 199 anjos abandonaram os céus e amaram as filhas dos homens, (Génesis 6) no acto de bruxaria e possessão primordial. A padroeiro deste ritual é Astaroth, demónio do desejo e da luxúria que conduziram tanto Lúcifer e o seu exercito seguidor , como mais tarde Satã e os seus 199 anjos,  ao exílio e condenação. Astaroth é um dos demónios da trindade infernal constituída por si mesmo, Lúcifer e Satã.

V

O convénio dos 200 anjos

Por ultimo, após a realização de todos os citados processos, ( a Procissão de Caim, A Ceia dos 21, a Missa Negra e o Festim da Possessão ), os bruxos reúnem-se em convénio para trocar entre si e com os seus novos membro iniciados, conhecimentos, ensinamentos, Grimórios e saber oculto.

Assim se cumpre a perpetuação das artes ocultas, sendo o conhecimento partilhado, renovado e eternizado tanto pela tradição escrita como pela tradição oral.

O convénio representa o momento da queda dos 200 anjos que se unindo ás mulheres dos homens, em troca ofereceram á humanidade o conhecimento, ou seja: tanto as ciências, como a bruxaria.

O padroeiro deste ritual é Satã, o demónio que por desejo da mulher desceu á terra e se condenou á perdição.

Conteúdo cedido por magianegra.com.pt

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