terça-feira, 24 de outubro de 2017

Materialização

A materialização, segundo muitos espiritualistas, no Ocidente mais notadamente adeptos e simpatizantes da Doutrina Espírita, é o fenômeno mediúnico no qual um espírito desencarnado ou um objeto qualquer, não proveniente do mundo físico, torna-se visível e tangível. É, portanto, uma manifestação de efeitos físicos. Mas é importante frisar que na Codificação Espírita não existe o termo materialização, Kardec se limitou a chamar de aparições tangíveis, palpáveis.

Afirmam determinadas obras espíritas, que para que um espírito desencarnado materialize o seu perispírito ou um objeto inexistente no mundo físico, ele tem que fazer uso de uma substância semi-material exalada pelos seres vivos em geral e, em maior quantidade, pelos médiuns de efeitos físicos, chamada de ectoplasma. Também o termo ectoplasma é inexistente na Codificação Espírita (o primeiro registro que se tem desse termo foi feito por Charles Richet, Nobel em Medicina), mas aparece em outras obras espíritas, como o livro "Espírito, Perispírito e Alma" (1984) do engenheiro e parapsicólogo Henani G. Andrade. Na Codificação, os Espíritos falam de fluidos, de sua condensação mais ou menos vaporosa, nunca usando o termo ectoplasma.

A mediunidade de efeitos físicos, mais comum na segunda metade do século XIX, foi responsável pelos primeiros fenômenos que deram origem tanto ao Moderno Espiritualismo quanto a Doutrina Espírita. Encontram-se inúmeros registros de mediunidade de efeitos físicos no Antigo Testamento. Moisés foi um grande médium destes efeitos. Na verdade, relatos de efeitos mediúnicos sempre existiram, porém os homens os tratavam como milagres, guiados pela ignorância e superstição. Há também que se definir e distinguir Espiritualismo de Espiritismo, sendo o primeiro apenas o contrariamento ao materialismo e o segundo, a Doutrina ditada pelos Espíritos e compilada por Kardec. Espiritualismo não nasceu com as manifestações que chamaram a atenção dos intelectuais franceses da época em que surgiu o Espiritismo, mas sempre houve, uma vez que está latente no ser humano uma intuição sobre sua natureza física e espiritual, seja católico, protestante, ou adepto de outra; aliás, pode-se dizer que todas as religiões são espiritulistas. Logo, espiritualista é todo aquele que crê ter uma alma ou espírito, e segue-se que nem todo espiritualista é espírita, mas todo espírita é necessariamente espiritualista.

Como a presença de um ou mais médiuns de efeitos físicos é alegadamente essencial à ocorrência de fenômenos de materialização, são raros os Centros Espíritas que atualmente mantêm sessões com tal finalidade. Tais sessões raramente são públicas, devendo os interessados, geralmente, fazer contato prévio com os seus dirigentes para delas participarem. Os espíritos podem se utilizar dos fluidos especiais para os efeitos físicos que queiram fazer, mesmo sem o conhecimento do médium. Acerca dos fenômenos, o que se busca hoje, aliás, é o que o próprio Kardec afirmara outrora: o que se deve buscar é o efeito moral da fenomenologia, e não esta em si mesma, sendo seu estudo importante para a ciência espírita, mas jamais a base da Doutrina Espírita.

Materialização de peças em parafina e outras

As chamadas peças em parafina constituem-se em moldes de partes dos corpos dos espíritos produzidos no processo de materialização em reuniões mediúnicas com o objetivo de estudos dos fenomênos de efeitos físicos.

Embora não se tenha comprovado a autenticidade dessas peças, elas podem ser encontradas no Museu Nacional do Espiritismo (MUNESPI) em Curitiba.

Médiuns muitas vezes não ligados ao espiritismo também alegam ser capazes de reproduzir fenômenos de materialização. A exemplo, Edelarzil Munhoz Cardoso é famosa por suas materializações "apport" em meio ao algodão.

Outras demonstrações

Uma outra forma de demonstração de materializações são as chamadas "fotografias espíritas", que por sinal, nunca puderam ser cientificamente refutadas ou comprovadas.

Médiuns de efeitos físicos

No Brasil, destacaram-se nomes como Anna Prado, Carmine Mirabelli e outros.

Materialização e a Ciência

A questão acerca da existência ou não de espíritos fora outrora questão recorrente em ciência, nos idos anos de seu nascimento e adolescência. Em época em que a separação entre as formas de pensar religiosa e científica ainda não havia se dado por completo; em época que acreditava-se que seres vivos emergiam espontaneamente da matéria inanimada; em época que muitos dos fenômenos científicos tentavam-se explicar como resultantes direta ou indiretamente da existência de fluidos imperceptíveis quasi-transcendentais de naturezas diversas, a citarem-se o calórico e o luminífero; é certamente correto afirmar que indagações sobre materializações de objetos a partir de tais fluidos também fizeram-se recorrentes na ciência. A conexão com os fluidos espíritas fez-se imediada: nessa época dominada pela ideia dos fluidos transcendentes ocorre a codificação do espiritismo.

Idos os distantes séculos XVII, XVIII, e XIX, e, encontrando-nos atualmente no século XXI, uma regressão histórica acerca da rápida evolução da ciência desde a sua dissociação da metodologia religiosa quando do julgamento de Galileu perante o Santo Ofício mostra-nos que, se outrora a ideia dos fluidos fora recorrente, esta rapidamente mostrou-se incorreta diante dos avanços alcançados em função do forte mecanismo de autocorreção intrínseco ao método científico: nas teorias científicas modernas os fluidos etéreos e indetectáveis não mais integram as explicações para os fenômenos tangíveis conhecidos. Como exemplos desse avanço, a temperatura dos corpos liga-se não mais à quantidade de calórico mas sim à energia cinética média das partículas de um sistema; e o éter luminífero mostrou-se em verdade inexistente frente a experiências como a de Michelson e Morley, e teoricamente desnecessário frente à teoria eletromagnética atual. Os avanços na biologia rapidamente desbancaram o vitalismo e a ideia do fluido vital; o advento da física nuclear levou às bombas nucleares de Hiroshima, Nagasaki, e no ápice da Guerra Fria os avanços na compreensão das naturezas físicas e da inter-relação entre matéria e energia levaram a bombas de hidrogênio cerca de 5000 vezes mais potentes (Bomba Tsar) que suas primas de fissão.

Diante dos conhecimentos físicos atuais quanto à estrutura da matéria e quanto às leis da conservação - pilares da física moderna - faz-se hoje correto afirmar que a ideia de materialização de objetos a partir do nada, ou mesmo a partir de fluidos transcendentais emanados por seres vivos, na atual etapa da história do universo, não encontra qualquer corroboração científica; e, para a ciência moderna ao menos, tais fenômenos classificam-se, na melhor das hipóteses, como fruto de uma ilusão dos sentidos. Não há também evidência científica alguma que corrobore a existência de espíritos, e embora uma mistura dos conceitos em discussão continuem a ser estudados por doutrinas não científicas, esses também não enquadram-se como fenômenos naturalmente verossímeis à luz da ciência moderna. Espiritismo, embora clame ser uma doutrina que visa a conciliar religião, ciência e filosofia, não é uma ciência, tampouco uma ciência natural ao rigor da acepção moderna do termo.

Elucidando, à luz da conservação da energia, que conta com uma inexorável e muito conhecida contribuição dada por Albert Einstein, E=mC², e encontra-se igualmente presente no cerne da teoria quânica (expressando-se no hamiltoniano do sistema em foco), a materialização de um pequeno e simples objeto com cerca de 60 gramas de massa implicaria a preexistência de uma fonte de energia capaz de fornecer a energia equiparável à liberada na explosão de 100 (cem) bombas nucleares idênticas à jogada em Hiroshima. Como outra possibilidade, a transmutação de elementos, à exemplo na materialização de um simples prego a partir de outros elementos químicos encontrados, digamos, no ar ou no algodão, implicaria energias envolvidas se não muito maiores, pelo menos com igual ordem de magnitude. Vale lembrar que toda a energia oriunda do sol provém da constante conversão de hidrogênio em hélio, em um processo de fusão nuclear em cadeia que ocorre em seu núcleo.

Tal escala energética coloca todos os fenômenos de materialização em questão literalmente fora da realidade natural. A materialização descrita pela doutrinas espiritualistas não encontra corroboração alguma frente à ciência moderna.

Sessão espírita

Sessão espírita, séance ou reunião mediúnica acontece quando pessoas buscam obter supostas comunicações com espíritos. No Brasil, a primeira sessão espírita registrada ocorreu em 17 de setembro de 1865, em Salvador, pelo jornalista Luís Olímpio Teles de Menezes, um dos pioneiros do Espiritismo no país.

Reuniões mediúnicas segundo o espiritismo

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, cap. 29, discorre sobre reuniões mediúnicas e centros espíritas, à época chamados de "sociedades espíritas". Ele classificou as reuniões em 3 tipos: frívolas, experimentais e instrutivas, de acordo com a moralidade e interesses dos espíritos e médiuns que participam da sessão.

Cientistas adeptos

Entre os cientistas que pesquisaram sessões espíritas e acreditaram que entraram em contato com espíritos de falecidos através delas, incluem-se o físico Sir Oliver Lodge, o químico e físico Sir William Crookes, o co-criador da teoria da evolução Alfred Russel Wallace, o psiquiatra e criminologista Cesare Lombroso, o inventor do rádio Guglielmo Marconi, o inventor do telefone Alexander Graham Bell e o inventor da tecnologia de televisão John Logie Baird, que afirmou ter contactado o espírito do inventor Thomas Edison.

Críticas

Citando a falta de evidências, céticos e ateus geralmente consideram as sessões espíritas, tanto as religiosas quanto as seculares, como fraudes, ou, no mínimo, uma forma piedosa de fraude.

Alguns cristãos protestantes, acreditam que os espíritos podem ser contatados, considerando interpretações literais da Bíblia. Ao mesmo tempo, defendem que a Bíblia proíbe especificamente este tipo de contato.

Os parapsicólogos católicos, como o jesuíta Carlos María de Heredia, também consideram as sessões espíritas como fraudes.

Mediunidade

Mediunidade envolve um ato em que o praticante, denominado médium, afirma receber mensagens de pessoas mortas e de outros espíritos que ele acredita existirem. Alguns médiuns afirmam ser totalmente conscientes e despertos no contato com espíritos. Outros afirmam perder contato durante um transe parcial ou completo, em um típico estado alterado de consciência. Estes autodenominados "médiuns em transe" muitas vezes afirmam que quando retornam do estado de transe não têm lembrança das mensagens transmitidas por eles. Por isso é habitual o uso de um assistente que escreve ou registra as palavras dos médiuns.

Tabuleiro ouija

Tabuleiro ouija ou tábua ouija é qualquer superfície plana com letras, números ou outros símbolos em que se coloca um indicador móvel. Foi criado para ser usado como método de necromancia ou comunicação com espíritos.

Os participantes colocam os dedos sobre o indicador que então se move pelo tabuleiro para responder perguntas e enviar mensagens dos supostos espíritos. Há um jogo de tabuleiro registrado no Departamento de Comércio dos Estados Unidos da América com o nome de Ouija, mas a designação passou a ser usada para caracterizar qualquer tabuleiro que se utilize da mesma ideia.

No Brasil há variantes conhecidas como brincadeira do copo, jogo do copo, ou ainda sessão de copo, em que um copo faz as vezes do indicador para as respostas. Também é conhecido como brincadeira do compasso, quando se usa um compasso como indicador. Existem também apoios para a utilização de lápis durante as sessões.

O tabuleiro não necessita ter um formato retangular. Muitos tabuleiros ouija são circulares. Como indicadores, em vez do ponteiro, podem utilizar uma moeda ou um copo de vidro. Afirma-se que este último não é aconselhável porque o espírito poder vingar-se utilizando o copo.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...