quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Energia Sexual Nos Ritos Goeticos


O uso da Energia Sexual: Uma Perspectiva Diacrônica

Se um homem deseja ardentemente um certo poder e guarda este desejo do instante que penetra a mulher até o instante que a deixa, seus votos necessariamente serão satisfeitos. Paschoal Randolph

O EMPREGO das energias sexuais, atrelado às práticas ocultistas, data do mais remoto  passado da humanidade. Diacronicamente, isto é, ao longo das eras, observa-se que, deste os primeiros cultos à fertilidade até os dias atuais, tal associação jamais demonstrou o menor sinal de declínio. Conforme nos relata Runyon, em O Livro da Magia de Salomão, o berço de um grande número de religiões se encontra na antiga Canaã. As religiões baseadas nos cultos a Bael  e a Astarte floresciam ao lado dos recém chegados israelistas. Sabe-se que a dança hora,comum nos casamentos judeus, era chamada de círculo de danças das prostitutas  sagradas. Os templos dedicados a Afrodite em Érix, Corinto e Cipro funcionavam com o auxílio de inúmeras sacerdotisas dedicadas ao ato sagrado. Tanto em Roma quanto na Grécia antigas, existiam as virgens vestais dos templos que se dedicavam a conjugar o ofício religioso com práticas sexuais – elas tinham que manter a chama sagrada do santuário sempre acessa. É com o surgimento do cristianismo que se vai verificar um enfraquecimento das  práticas sexuais no interior dos Templos. Aliás, não só a magia sexual, mas a magia em geral, neste momento particular da história, foi intensamente rejeitada e desprezada. É devido a este momento de perseguição que vamos compreender o porquê da exigência do segredo, da linguagem cifrada e obscura dos mistérios e da criação de uma aura mística em torno de tudo aquilo que era considerado esotérico. Na verdade, tudo isso foi um mecanismo de autodefesa e proteção contra perseguições. Ainda hoje, rastros destes  procedimentos podem ser verificados em alguns círculos ocultistas; mas notamos que a Era de Aquário já está modificando, significativamente, tal postura. A despeito das perseguições perpetradas contra o ocultismo em geral e a magia sexual em particular, esta continuou a existir sempre maquiada por metáforas. Exemplos são encontrados na Idade Média européia. Naqueles tempos, temos os Sabbaths Negros das  bruxas montadas em suas ‘vassouras’ e a Magia Enochiana na qual seus ‘fundadores’ – Dee e Kelly – realizaram atos sexuais com suas parceiras, durante as operações angélicas. Entre os séculos XVI e XIX, a Igreja Católica ordenou um número muito maior de padres do que o necessário. Uma boa parte destes ampliavam suas rendas através da realização de Missas  Negras que, não raro, empregava a energia sexual. Nesta mesma época, a Goécia já estava  praticamente delineada, tal qual a conhecemos hoje. Assim como muita coisa da tradição mágica está alegorizada, o mesmo é válido para a magia sexual. Certamente, bastões e varas, caldeirões e taças são mais que instrumentos: representam os elementos masculinos e femininos empregados em um ritual.  No século XIX, a Ordem do Templo do Oriente, a Ordem Hermética do Áureo  Alvorecer , a Irmandade Hermética de Lúxor , dentre outras organizações, deram continuidade ao uso secular da magia sexual. Sabemos que, apesar do esforço destas organizações, o contexto histórico (como, por exemplo, a Era Vitoriana) não permitiu que elas explicitassem os Mistérios em sua completude, levando-as a optar pelo obscurantismo lingüístico.  Na aurora do século XXI, notamos que o preconceito quanto ao uso da energia sexual, nos ritos espirituais, tem se afrouxado, ainda que de maneira tímida e parcial. Se dizemos que é de forma tímida e parcialmente é porque, por experiência própria, sabemos que ainda há muita incompreensão neste particular. Não faz muito tempo, O.T.O. Draconiana foi deveras critica devido a exposição de algumas fotos com ritos de natureza sexual. A seguir, falaremos um pouco da Goécia combinada com o uso da energia sexual.  Neste texto, não usaremos termos poéticos e floridos para tratar do assunto e sim uma linguagem direta, sem rodeios. Pedimos desculpas aos amantes do obscurantismo, das cifras e dos códigos. Também é importante frisar que esta pratica é dedica a magistas experientes, que já tenham suficiente conhecimento teórico-prático do tema. O que apresentamos é uma forma de potencialização da prática goética, através da energia sexual inteligente e habilmente direcionada.

A Convocação Goética – Elementos Essenciais

Há diversas abordagens acerca das convocações goéticas. Acreditamos que todas são válidas. Cada magista é livre para optar por aquela que melhor se alinhe com seu próprio gosto ou mesmo, com a devida experiência, desenvolver sua própria abordagem do assunto. Para uma convocação goética, são requeridos um Círculo cerimonialmente traçado (às vezes, chamado de Círculo de Salomão) e de um Triângulo (o famoso Triângulo da Arte). Obviamente, todos os participantes devem estar dentro do Círculo. Embora não haja a exigência de um número específico de participantes para uma operação desta natureza, deve-se observar um mínimo de 03 e um máximo de 10. Tanto o Lemegeton quanto Clavículas de Salomão recomendam que o Círculo tenha 2,70 m de diâmetro. No entanto, um Círculo que irá comportar atos de magia sexual, terá que ser maior. Uma boa pedida seria um Círculo de 5 metros. Também aqui cada um terá que fazer as adaptações necessárias. O Círculo é o universo dos participantes e deve ser devidamente traçado e consagrado durante a cerimônia.

A Utilização Ritualística da Energia Sexual

O uso da energia sexual é apenas um caminho, traçado sobre um plano: ao magista cabe o dever de erigir a vela de seu barco e orientá-lo na direção onde brilha o Sol.

Há métodos de auto-magia sexual (masturbação) referentes ao Oitavo Grau da O.T.O. para  praticantes solitários e que não serão o foco deste artigo. O que aqui propomos é para uma dupla ou um grupo conectado ao Soberano Santuário da Gnosis, IX° O.T.O., que pratique magia cerimonial já a algum tempo. Os rituais que serão descritos estão na tônica heterossexual.

Há dois elementos fundamentais na magia sexual e que são usados para elevar os níveis de energia e para focar todas as etapas do processo goético. O primeiro, é o orgasmo. O poder do orgasmo contribui para movimentar e elevar a energia do processo mágico. Os participantes devem estar envolvidos com a preparação do ritual, o traçado do Círculo e do Triângulo, com as conjurações, bem como atentos ao propósito do ritual. A concentração intensa durante o orgasmo (ou a pequena morte, como era chamada pelos autores do século XIX) fortalece a vontade e facilita a manipulação energética da cerimônia. Faz-se mister observar que, se os participantes perderem o foco no propósito do ritual e deixarem-se levar apenas pelo sexo em si, sabotarão e arruinarão a operação. O segundo elemento, são os fluidos provenientes do corpo no momento do orgasmo. Esses fluidos, em parte porque foram produzidos durante o ritual, apresentam propriedades mágicas. Eles podem ser usados para uma variedade de propósitos: podem servir como  pomadas e óleos, podem ser usados na consagração de amuletos e outros instrumentos mágicos, incluindo o próprio Círculo Mágico. Para produzir esses fluidos pelos menos uma mulher se faz necessária para atuar como ‘receptáculo’ durantes essas cerimônias. Uma mulher deve ser o suficiente; naturalmente pode-se ter mais e tudo vai depender de quantas operações cada grupo realiza regularmente. De qualquer forma, em uma cerimônia somente uma ‘sacerdotisa-receptáculo’ deve ser empregada. As interrupções e distrações na troca de ‘receptáculos’ interrompe o fluxo e a focalização da operação. Além disso, a mulher–sacerdotisa deve estar realmente desejosa de participar da cerimônia e de se entregar completamente à mesma. Se isto não for verificado, ter-se-á um ‘curto-circuito’ no ritual. Algumas tradições permitem o uso de expansores de consciência suaves para a indução de transes e outras não. Cada grupo deve determinar seus próprios critérios quanto a isto. A ingestão destes expansores (plantas de poder), por parte de um grupo experiente e que não utiliza esses artifícios para velar seus vícios, auxiliam os participantes e ao ‘receptáculo’ a se manterem focados nos processo ritualístico.

Consagrando o Círculo de Ingresso Egresso dos Espíritos

Um lugar deve ser escolhido para a construção do Círculo. Pode ser um lugar fechado, como um Templo, ou um lugar ao ar livre. Em ambos os casos, a necessária privacidade deve ser observada para evitar inconveniências e incompreensões quanto à natureza de tais  práticas. Lembramos que esta prática de consagração fará uso da energia sexual e um mínimo de 03 e um máximo de 10 participantes deve ser observado. Como há diversos tipos de círculos mágicos, construa o seu Círculo de acordo com a técnica que você normalmente utiliza para traçar seu Círculo. Dois altares devem ser erguidos: Um para a sacerdotisa-receptáculo – que fica no centro do círculo. Este altar deve ser construído sobre uma superfície macia (tapete, por exemplo) para conforto da sacerdotisa. Deve também conter uma almofada para que a sacerdotisa – que estará deitada com a barriga para baixo - possa elevar seu ventre, a fim de que sua vagina esteja em relevo, facilitando a penetração. Também podem ser colocados suportes nas laterais para que ela possa se firmar durante as relações sexuais. Logo abaixo do altar da sacerdotisa, deve estar um container – normalmente um cálice – para receber os fluidos sexuais. O outro para o Magista Oficiante – nele se colocam as armas necessárias ao trabalho. Após a construção do Círculo, a ‘sacerdotisa-receptáculo’ é trazida para seu interior, completamente nua. O magista oficiante entra no Círculo. Ao chegar no centro dele, remove seu robe e, lentamente, começa a penetrar a sacerdotisa. Ambos precisam estar concentrados no objetivo do ritual e uma consciência em estado de transe é bem-vinda. Após o clímax, o oficiante veste seu robe e inicia a consagração do Círculo. Os demais participantes, cada um a sua vez, irão fazer o mesmo que o oficiante: terão seu intercurso sexual com a sacerdotisa. Enquanto isto, o oficiante continua a consagração do Círculo. Este procedimento continua até que todos os presentes tenham participado da cerimônia. Lembramos que todos devem ficar atentos ao objetivo do ritual: consagrar o Círculo. Após a contribuição de todos, os fluídos corporais coletados no container são levados ao altar do oficiante. Se ainda restar qualquer resíduo de fluídos na sacerdotisa, ele deverá ser recolhido no container. Os fluidos são misturados em partes igual com o Óleo de Abramelin. Essa mistura é utilizada para se traçar novamente o Círculo e finalizar sua consagração. A união dos fluidos corporais com o óleo de Abramelin torna o Círculo perfeito, uma vez que gerará uma substância que é a soma da essência individual de cada participante no todo. Este gesto irá adicionar um poder extra aos ritos realizadas no Círculo, especialmente para aqueles que efetivamente contribuíram para sua formação e consagração. Se sobrar algum fluido, ele  pode ser guardado e usado para uma outra operação mágica, dentro de um espaço curto de tempo. No entanto, o fluido é mais eficiente quando obtido e utilizado em seguida, por ter maior potência energética. O Círculo deve ser ‘reconsagrado’ desta forma pelo menos uma vez ao ano.

Convocações

Uma vez que o Círculo foi devidamente preparado, podemos, agora, realizar as convocações goéticas. Uma vez mais, esbarramos com diversas formas de fazê-la: desde as mais complexas até as mais simplificadas. Use a que estiver mais familiarizado. Antes de iniciar o ritual, o magista oficiante precisa definir qual será a entidade a ser convocada e informar a todos. Em seguida, desenhar o sigilo (yantra) daquela entidade com um material que resista ao suor e uma tinta que não manche ou desbote durante a prática. Utilizamos a energia sexual nas convocações goéticas da mesma maneira que a utilizamos na consagração, descrita em epígrafe. A sacerdotisa está nua e é levada para o altar, no centro do Círculo. Ela poderá estar com a barriga para cima ou para baixo.  Normalmente, a posição de bruços (barriga para baixo) é mais indicada uma vez que ajuda a sacerdotisa a evitar possíveis distrações, ao ver quem a está penetrando. É importante sempre ter uma almofada, ou outro objeto adequado, que permita à vagina da sacerdotisa ficar mais elevada. Depois que todos os participantes forem admitidos ao interior do Círculo e após o mesmo estar devidamente traçado, de acordo com os procedimentos habituais ao magista oficiante, este deve despir-se. Ele deve colocar o sigilo do espírito goético a ser convocado nas nádegas da sacerdotisa ou entre sua vagina e o umbigo, de acordo com a posição que a mesma estiver (de barriga para baixo ou de barriga para cima). O sigilo assim disposto  permitirá que cada participante foque sobre ele enquanto realiza o ato sexual com a sacerdotisa. À medida que o sacerdote vai penetrando a sacerdotisa, as convocações devem ser por ele emitidas e acompanhada por todos. Alguns praticantes se preocupam com a possibilidade de um ‘convite deliberado’ aos espíritos goéticos pelo fato do sigilo estar sobre a sacerdotisa. No entanto, é preciso considerar que o sigilo está dentro do Círculo Mágico e, portanto, não constitui um ‘convite’ ao espírito a ser evocado para ali se manifestar. A sacerdotisa tornar-se-á a incorporação do espírito goético. Nestas operações, o círculo mágico não é um ‘círculo de  proteção’, mas de ingresso e egresso de entidades extra-físicas. Às vezes, alguns grupos optam pela presença de um clarividente na cerimônia. Se um clarividente estiver presente, ele deve participar do ato sexual. Isto irá permitir que tenhamos duas pessoas realizando as convocações, enquanto os demais continuam a elevar o nível da energia através do intercurso sexual ritualístico com a sacerdotisa. Se o clarividente for uma mulher ou se tivermos outras mulheres presentes que não irão atuar como ‘sacerdotisa-receptáculo’, todas deverão participar do ato sexual com a sacerdotisa. É preciso observar que se trata de um rito goético que tem na energia sexual seu diferencial operacional; este ato serve para criar um elo entre todos os participantes do ritual através do solícito sacrifício (uso sexual) da sacerdotisa. Significa dizer que todos os membros femininos do grupo precisam realizar o ato sexual com a sacerdotisa através, pelo menos, de sexo oral mútuo (69). Se isto soar muito ofensivo para os membros femininos do rito e elas ainda não tiverem como ultrapassar esse limite; elas poderão participar simbolicamente do ritual através do beijo ritualístico no oficiante e/ou aplicando sexo oral nele, tão logo este tenha acabado de realizar o ato sexual com a sacerdotisa. Uma cerimônia sexual do Soberano Santuário da Gnosis em que o foco seja um ritual com muitos Adeptos, inúmeras técnicas do VIII°, IX° & XI° podem ser realizadas – dependendo da natureza do rito – para  potencializar a Operação. O ritual deve prosseguir com o magista oficiante e o clarividente fazendo os conjuros e cada participante realizando seu ato ritualístico com a sacerdotisa. O ideal é que o uso do receptáculo ocorra durante todo o tempo das chamadas. Talvez por impossibilidades  pessoais ou devido ao número de participantes isto não seja possível. Independentemente disto, a sacerdotisa deve ser mantida, o tempo todo, em seu altar. Deve-se observar que a unificação da Goécia com a energia sexual produzirá uma convocação poderosa das entidades goéticas. Os resultados das convocações serão também mais potentes. Os fluidos coletados durante as operações podem ser usados para uma variedade de  propósitos. Algumas entidades goéticas requerem gratificações. Os fluidos, se especialmente misturados com os aromas próprios da entidade convocada, podem ser uma excelente oferenda. E mais, os fluidos que sobrarem podem ser divididos com os  participantes ou guardados para usos futuros. Uma substância magicamente carregada é melhor de se usar logo após sua obtenção e ela ainda pode ser aplicada como loção, como agente consagrador de amuletos, talismãs; pode ser empregada para a obtenção de saúde, aumento da força vital no organismo; magnetismo; maior poder de atração sexual; desenvolvimento de dons paranormais; concretizações de projetos ou desejos legítimos, dentre outros.

A Responsabilidade na utilização da Maior Força Mágica da Natureza

É inegavelmente sedutora a idéia de se unir energia sexual aos ritos mágicos em geral, e ao goético em particular. No entanto, não podemos deixar também de refletirmos sobre os  principais inconvenientes que esta prática pode ocasionar: doenças sexualmente transmissíveis e gravidez indesejada. Como o objetivo do rito é obter uma mistura de fluidos masculinos e femininos, a camisinha não pode ser empregada. Daí a importância de que todos os participantes sejam saudáveis. A melhor forma de garantir isto é através de exames periódicos e de uma conduta que não seja promíscua por parte dos participantes. A gravidez é outra questão preocupante dado ao número de relações que uma sacerdotisa tem em um rito. Assim, precauções se fazem necessárias. Uma criança concebida numa operação mágica será portadora de habilidades e capacidades interessantes. Além das questões físicas (doenças e gravidez), a magia sexual também requer um intenso trabalho sobre nossos próprios limites, conceitos e pré-conceitos. Somos testados em nossa personalidade, em nosso aspecto emocional, espiritual e também confrontados  por valores sociais. Muitas são as tocaias e armadilhas que podem surgir: apegos, ciúmes,  possessividades, etc. Nesta direção, cada um deve fazer uma análise, uma profunda reflexão, considerando todos os prós e os contras, antes de se lançarem às práticas sexuais com um grupo de magistas. E mais importante é se perguntar:o que realmente está me motivando a praticar magia sexual? Seja sincero e conheça suas reais motivações, nunca a magia será culpada por seus erros. Esta é uma senda de maturidade e de responsabilidade  pelas próprias ações. Além disso, existe a necessária transparência para as pessoas que são casadas ou que tenham relacionamentos estáveis. É importante que o outro saiba o que você faz, para não configurar traição. Sabemos que aqui pisamos num terreno movediço e cabe a cada um ser honesto; primeiramente, consigo mesmo e a máxima:faça aos outros aquilo que gostaria que fizessem a você, é tudo o que podemos dizer. A cada um, sua consciência. Algo fundamental é o respeito pela sacerdotisa do grupo. Ela jamais deverá ser vilipendiada ou abusada. Ela está se doando para o benefício de toda a coletividade e contribuindo superlativamente para o sucesso das operações. Sem dúvida, não é fácil encontrar uma sacerdotisa que se entregue de alma e corpo a esta função. Daí mais um motivo para sua valorização e respeito. Trate-a como uma deusa, a Divina Shakti encarnada. Outra coisa importante: o sadomasoquismo não deve ser praticado, pois foge ao escopo e ao objetivo do ritual. Aliás, se o grupo se desviar do foco do ritual e se aterem exclusivamente ao sexo e à realização de taras pessoais, em pouco tempo surgirão  problemas, querelas, desentendimentos e a dissolução do grupo. As razões para isso são simples e se encontram no ‘choque de retorno’. As técnicas que aqui indicamos podem ser aplicadas de outras formas e cabe ao dinamismo do grupo, de acordo com seus objetivos específicos, fazer os arranjos que forem necessários para que possam somar a energia sexual às suas práticas. Essas técnicas podem ser combinadas a outras como a Magia Enochiana, por exemplo. Use sua criatividade, faça adaptações, mas, sobretudo, não se esqueça que o foco é a operação mágica em si.
O ato sexual quando realizado sob vontade, sem desvios de propósito; quando a união entre os participantes ocorre dentro de todos os níveis (físico, emocional, mental) de seus respectivos seres, suas forças aumentam tanto psíquica, quanto fisicamente. Assim, um apelo vibrante é feito e este apelo será atendido. Sem dúvidas, a energia sexual é a maior força mágica da natureza. Do amor nascem, segundo as circunstâncias, as paixões, os arrebatamentos, os estímulos para a criação divina ou humana, o surgimento de deuses ou demônios. No entanto, os usos e aplicações dessa magia simples e eficaz só é possível a um verdadeiro iniciado. É uma trilha destinada e reservada a poucos seres humanos que sejam capazes de utilizar com ética, desprendimento, inteligência, maestria pessoal e de forma útil esta sagrada energia que lhes habita o interior. Lembrem-se disto.

NOTAS:

1 Neste texto, o termo Convocação será usado no lugar da tradicional palavra Evocação.É apenas preferência terminológica, o sentido é o mesmo: trazer uma entidade à manifestação.
2 Optou-se neste artigo a grafia da palavra magia ao invés de magick . Isso ocorreu devido a ele estar destinado não somente àqueles magistas que operam com a Corrente Shaitan-Aiwass, mas também àqueles que operam com outros sistemas mágicos.
3 A O.T.O. reformulada pelo mago inglês Kenneth Grant, sucessor de Aleister Crowley, foi completamente realinhada com o sistema tântrico oriental, assim não operando com a interpretação homossexual que Crowley anteriormente atribuiu ao XI° O.T.O.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...