segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Linga sharira e Kâma rupa

Linga sharira (em sânscrito: linga, significando modelo; e sharira, que provem da raiz verbal sri, significando apodrecer), ou duplo etérico, designa, na teosofia, o 3º princípio na constituição setenária do homem, que é levemente mais etéreo que o corpo físico (sthula sharira). Segundo a Teosofia, ele permeia todo o corpo humano, sendo um molde de todos os órgãos, artérias, e nervos.

Linga sharira também recebe outros nomes tais como corpo etérico, corpo fluídico, duplo etérico, fantasma, doppelganger, homem astral, etc. Após a morte física, este duplo etérico ainda permanece algum tempo com vitalidade, formando o que se chama de "espectro" ou "fantasma". Segundo Blavatsky, o duplo etérico desempenha um papel importante nos fenômenos espíritas, sendo a substância que forma os chamados "espíritos materializados" nas sessões espíritas.

Deve-se notar que na literatura teósofica original (como a escrita por Blavatsky) o termo "corpo astral" não tem o mesmo significado de que o termo utilizado em literatura teosófica posterior (como a de C. W. Leadbeater). Nas obras de Blavatsky o corpo astral não se refere ao corpo emocional mas ao duplo etérico linga sharira. Contudo mais tarde C.W. Leadbeater e Annie Besant (Adyar School of Theosophy), e a seguir a eles, Alice Bailey, equacionaram o astral com o princípio kama (desejo) e designaram-no por corpo emocional (um conceito não encontrado na Teosofia anterior).

O duplo etérico é equivalente ao corpo vital na literatura rosacruciana de Max Heindel , pois o mesmo refere que o corpo etérico ou vital é divisível pelo indivíduo de forma voluntária-consciente-positiva (no caso de um "Auxiliar Invisível") ou de forma involuntária-inconsciente-negativa (no caso de "Medium"), em duas partes, cada uma das quais com dois etéres. A designação de "corpo vital", segundo Heindel, deve-se ao facto de o éter ser o meio de ingresso da força vital do Sol e das agências na natureza que promovem actividades vitais com o assimilação, o crescimento e a propagação.

Kâma rupa

Kâma rupa (em sânscrito: kama, desejo; rupa, corpo), também conhecido como corpo de desejos, corpo emocional ou corpo astral, designa na teosofia e em algumas correntes rosacrucianas, um dos princípios da constituição humana.

Na teosofia é usado indistintamente kâma rupa e corpo de desejos para denotar o 4º princípio na constituição setenária do homem. Kâma rupa é a sede da mente (a mente humana, inferior), a parte da constituição do homem que contém as energias mentais e psíquicas.

Deve-se notar que na literatura teósofica original (como a escrita por Blavatsky) o termo "astral" não tem o mesmo significado de que o termo utilizado em literatura teosófica posterior (como a de C. W. Leadbeater). Nas obras de Blavatsky o corpo astral não se refere ao corpo emocional mas ao duplo etérico Linga Sharira. Contudo mais tarde C.W. Leadbeater e Annie Besant (Adyar School of Theosophy), e a seguir a eles, Alice Bailey, equacionaram o astral com o princípio kama (desejo) e designaram-no por corpo emocional (um conceito não encontrado na Teosofia anterior).

Na literatura rosacruciana de Max Heindel, (que foi também teósofo), fundador da Fraternidade Rosacruz, aceitam uma constituição tríplice do homem, e neste caso o chamam de corpo de desejos. Assim, diz-se que o homem é um Espírito tríplice, possuindo uma mente que governa o tríplice corpo. Assim, o Espírito Divino emana de si o corpo denso extraindo como alimento a Alma consciente; o Espírito de Vida emana de si o corpo vital, extraindo como alimento a Alma intelectual; e finalmente, o Espírito Humano emana de si o corpo de desejos, extraindo como alimento a Alma Emocional.

Segundo estes mesmos rosacruzes, diz-se que o corpo de desejos tem uma densidade ainda inferior à do corpo vital, e é por meio dele que o homem exerce suas faculdades emocionais. Tal corpo amadurece no homem apenas na puberdade e tem a forma de uma esfera achatada, que circunda o corpo denso, sendo preso a este por meio do fígado. Após a morte, este corpo adquire a mesma forma do corpo denso durante a vida terrestre e permanece vivo por cerca de dois terços do tempo em que o indivíduo tenha vivido no mundo físico.

Além disto, outras correntes rosacruzes, como é o caso da Fraternitas Rosicruciana Antiqua, preferem propor uma constituição humana formada por três princípios: corpo, alma e espírito.

A Ordem Rosacruz, AMORC, codifica a existência de três níveis: o corpo físico, o corpo psíquico e a alma. O corpo psíquico equivale ao corpo astral, salvo por algumas diferenças conceituais de superfície. Os rosacruzes da AMORC acreditam que dividir o ser humano em tantos níveis (como a divisão setenária) pode causar certa confusão no público, por isso opta pela divisão ternária.