segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Projeciologia

Projeciologia (do latim projectio significa projeção e logos no grego significa tratado) é o ramo de caráter mais prático da conscienciologia, uma pseudociência fundada pelo médico e médium brasileiro Waldo Vieira. Vieira propõe o estudo "da consciência de forma integral", relacionada a supostas projeções energéticas da consciência e as projeções da própria consciência para fora do corpo humano, ou seja, das ações da consciência operando fora do estado de restrição física do cérebro e todo o corpo biológico. Devido à falta de evidência científica e experimentos em condições controladas, dentro dos parâmetros da ciência, mesmo com todos os esforços da parapsicologia, a projeciologia é considerada uma pseudociência.

O neologismo projeciologia foi proposto pelo médico e médium Dr. Waldo Vieira, em 1979, no livro Projeções da Consciência, uma reunião de relatos de experiências fora do corpo do próprio autor, em forma de diário.

Este fenômeno também é conhecido como: EFC (Experiência Fora-do-Corpo), OBE (Out-of-Body Experience), desdobramento, projeção astral, dentre outras.

Vieira foi membro atuante de duas das mais importantes organizações de pesquisa parapsicológica do mundo, a estadunidense ASPR (American Society for Psychical Research) e a britânica SPR (Society for Psychical Research)

Correlações

Além da experiência fora-do-corpo propriamente dita, a Projeciologia também investiga dezenas de fenômenos parapsíquicos correlatos tais como: bilocação, clarividência, deja-vú, experiência de quase-morte (EQM), precognição, retrocognição, telepatia e outros.

Método de pesquisa

Embora inúmeras alegações já tenham sido feitas,[10] não há evidência científica aceita da existência do fenômeno da projeção da consciência para fora do corpo humano. Inúmeros experimentos já foram realizados com sucesso, sobretudo em universidades norte-americanas no século XX, supostamente provando a possibilidade da projeção consciente, e a possibilidade da consciência projetada influir de forma sutil no ambiente, quando fora do corpo. Tais experimentos, entretanto, jamais convenceram a comunidade científica em geral, que em sua maioria apontou possíveis erros e enganos, ou exigiu a realização de um número maior de experimentos por pesquisadores independentes, ou mesmo sugeriu outras possíveis explicações, mais prosaicas, para os resultados observados. Parte-se do princípio que afirmações consideradas "extraordinárias" exigem provas mais fortes.

Tal limitação é semelhante à de algumas áreas da Psicologia que não possuem aparelhagens específicas para a captação daquilo que chama de subjetividade e de inconsciente como a psicanálise e a psicologia Mas é importante ressaltar que existem ramos da psicologia, especialmente a psicologia cognitiva e a psicologia comportamental que desenvolveram inúmeros testes, experimentos e para comprovarem a existência de determinados constructos através da análise do comportamento, neurociências, testes psicométricos.

As pesquisas do Dr. Charles T. Tart nos anos 1960, por exemplo, mostraram que durante os períodos relatados pelos projetores que estavam fora do corpo humano, o cérebro apresentou reações anormais às detectadas usualmente no sono de não-projetores, merecendo maior atenção da comunidade científica que vem estudando com maior dedicação fenômenos como experiência de quase-morte, projeção da consciência e autoscopia.

Para a Projeciologia, entretanto, o mais importante é o autopesquisador pesquisar suas próprias experiências e formar suas próprias convicções. O que acaba esbarrando contra conceitos da ciência que não leva em consideração o auto experimento, já que seres humanos estão propícios a falhas (estamos presos a cinco sentidos, facilmente enganados por truques de ilusão de ótica) por isso é imprescindível a utilização de métodos (como por exemplo utilização de equipamentos específicos) que possam estar neutros para conseguir registrar dados.

Um bom método para levar em consideração a projeciologia é fazer um pequeno teste: uma pessoa que se auto proclama como um projetor consciente se deita em um local que se sinta mais a vontade. Em outro local, previamente determinado, uma pessoa escreve em uma folha em branco um número (exemplo, 2340) o projetor então deve "sair de seu corpo físico" e ser capaz de ver o número que ele nunca tinha visto antes, voltar para seu corpo físico e ser capaz de falar exatamente qual número estava na folha. O processo deve ser totalmente registrado e monitorado para que não haja falhas e nem truques, deve então ser repetido várias vezes.

De acordo com Dr. James E. Whinnery, a experiência de quase morte não permitem a confirmação da projeções que podem ser explicadas como um processo neurofisiológico que leva à ilusão da projeção. Entretanto para o Dr. Titus Rivas, a EQM não pode ser completamente explicada por causas fisiológicas ou psicológicas, pois a consciência funcionaria independentemente da atividade cerebral.

Publicações históricas

A histórica obra "Projection of the Astral Body" (1929), dos parapsicólogos Sylvan Muldoon e Hereward Carrington, pode ser considerada o principal responsável pelo surgimento do interesse popular na projeção da consciência e o principal esboço da Projeciologia. Nesta obra os autores estudaram e categorizaram vários casos de projeções da consciência, descreveram casos experimentados por eles próprios e também por outras pessoas notáveis, e além disso Muldoon descreveu métodos para a auto-indução da projeção consciente.