Theodor Herzl (Budapeste, 2 de maio de 1860 — Edlach, 3 de julho de 1904) foi um jornalista judeu austro-húngaro que se tornou fundador do moderno Sionismo político. Seu nome em hebraico era Benjamin Ze'ev (בנימין זאב).
A primeira escola de Theodor Herzl foi uma escola primária judaica. Aos 10 anos foi enviado para uma escola normal, mas saiu dessa escola por conta do anti-semitismo. Depois foi matriculado num colégio evangélico, onde não existiam problemas com o anti-semitismo.
Em 1878 sua família se mudou para Viena. Formou-se em Direito em 1884 e o seu trabalho inicial não tinha qualquer relação com a vida judaica, pois trabalhava como empregado não-assalariado nos tribunais de Viena e Salzburgo. Ele queria muito viver em Salzburgo, mas sua condição de judeu nunca permitiria fazer-se juiz.
Apesar de ser formado em Direito ele se dedicava mais ao jornalismo e à literatura. Ao invés de procurar um emprego fixo, começou a viajar e escrever para jornais.
Na sua juventude frequentou uma associação, chamada Burschenschaft, que aspirava à Unificação alemã, sob o lema: Honra, Liberdade, Pátria. Herzl era um judeu assimilado.
Em 1891 o jornal "Neue Freie Presse" ofereceu-lhe um cargo de correspondente em Paris. Ele aceitou o cargo, expressando, nesta época, suas ideias num pequeno livro. Nesse cargo ele fazia ocasionalmente viagens a Londres e Constantinopla. O seu trabalho era inicialmente do gênero da crítica literária, descritivo e não político. Mais tarde ele tornou-se o editor literário do Neue Freie Presse. Herzl tornou-se simultaneamente um escritor de peças destinadas aos palcos vienenses, tendo sido autor de comédias e dramas.
Em 1894 ele interferiu no Caso Dreyfus, que desvelou na Europa o latente anti-semitismo.
Em 1895 ele escreveu "O Estado Judeu". A principal ideia do livro era que a melhor maneira de formar um estado judeu era formar um congresso sionista formado apenas por judeus. Da ideia partiu para a prática e, pouco tempo depois, já havia formado o "Sionismo Político". No dia 29 de agosto de 1897 foi realizado o primeiro congresso sionista desde a diáspora, em Basiléia. Durante o congresso foi criada a Organização Sionista Mundial, e Herzl foi eleito presidente.
Resoluções do primeiro Congresso Sionista em Basileia
Theodor Herzl o organizou e foi eleito presidente.
Adoção de um hino nacional e uma bandeira.
Compra de terras e formação de kibutz (que uma das principais ideias do sionismo socialista).
Negociações diplomáticas, com o Império Turco-Otomano para a fixação de judeus alemães na Palestina não deu certo e mais tarde com a Grã Bretanha só seria possível após a primeira guerra mundial e mesmo assim mal interpretado ou de forma conspiratória, tendo em vista que o povo da Alemanha possuía dívidas de guerra com a Inglaterra.
Líder do Movimento Sionista
A partir de 1896, ano da tradução para o inglês do seu livro "Der Judenstaat" ("O estado judaico"), a sua carreira tomou uma nova direcção e ele adquiriu uma reputação diferente.
O livro que é considerado como o ponto de partida do movimento Sionismo. Pregava que o problema do anti-semitismo só seria resolvido quando os judeus dispersos pelo mundo pudessem se reunir e se estabelecer num Estado nacional independente.
Herzl impressionado pelo caso Dreyfus, cobriu seu julgamento para o jornal austro-húngaro e também foi testemunha das manifestações em Paris após o julgamento em que muitos cantaram pelas ruas "Morte aos Judeus"; isto convenceu-o da possibilidade das manifestações anti-judaica atravessasse as fronteiras e refletisse até a Polônia ou Alemanha países que reconheciam sua influência.
O sionismo (em hebraico: ציונות Tsiyonut) é um movimento político e filosófico que defende o direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judaico independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel (Eretz Israel).
O sionismo é também chamado de nacionalismo judaico e historicamente propõe a erradicação da Diáspora Judaica, com o retorno da totalidade dos judeus ao atual Estado de Israel. O movimento defende a manutenção da identidade judaica, opondo-se à assimilação dos judeus pelas sociedades dos países em que viviam.
O sionismo surgiu no final do século XIX na Europa Central e Oriental como um movimento de revitalização nacional e logo foi associado, pela maioria dos seus líderes, à colonização da Palestina. Segundo o pensamento sionista, a Palestina fora ocupada por estranhos.Desde a criação do Estado de Israel, o movimento sionista continua a defender o estado judeu, denunciando as ameaças à sua permanência e à sua segurança.
Em uma acepção menos comum, o termo pode também se referir ao sionismo cultural, proposto por Ahad Ha'am, e ao apoio político dado ao Estado de Israel por não-judeus, tal como no sionismo cristão.
Os críticos do sionismo o consideram como um movimento colonialista ou racista.Os sionistas rebatem essas críticas, identificando o antissionismo com o antissemitismo.
O termo "sionismo" é derivado da palavra "Sion" (em hebraico: ציון), que, em hebraico, quer dizer elevado. Originalmente, Sião ou Sion era o nome de uma das colinas que cercam a Terra Santa, onde existiu uma fortaleza de mesmo nome. Durante o reinado de David, Sião se tornou um sinônimo de Jerusalém ou da Terra de Israel. Em muitas passagens bíblicas, os israelitas são chamados de "filhos (ou filhas) de Sião".
No Livro de Isaias, o nome de Sião figura diversas vezes como equivalente para todo aquele que crê no Deus de Israel: Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que saia a sua justiça como um resplendor, e a sua salvação como uma tocha acesa (Isaias, 62-1).
História do sionismo
O chamado "sionismo moderno" articulou-se e desenvolveu-se especialmente a partir da segunda metade do século XIX, em especial entre os judeus da Europa Central e do Leste Europeu, que viviam sob a pressão das perseguições e massacres sistemáticos provocados pelo antissemitismo crônico destas regiões.
O século XIX foi uma época de irrupções nacionalistas em todo mundo. Gregos, italianos, poloneses, alemães e sul-americanos, entre outros, estabeleceram seus movimentos nacionais em busca de singularidade política, étnica e cultural. Seguindo estes modelos, o sionismo foi o mais recente dos processos de renascença nacional a despertar na Europa.
O sionismo também pode ser considerado como uma reação ao crescente assimilacionismo provocado pela integração dos judeus da Europa Central aos povos e comunidades onde se encontravam estabelecidos, o que, segundo os críticos, solapava as bases culturais e religiosas fundamentais do judaísmo tradicional.
O uso do termo "sionismo" surgiu durante um debate público realizado na cidade de Viena, na noite de 23 de janeiro de 1892, e foi cunhado por Nathan Birnbaum, um escritor judeu local que fundara em 1885 a revista “Selbstemanzipation!” (Autodeterminação!)[5]. No entanto, considera-se que o "Pai do sionismo" tenha sido o jornalista e escritor austríaco Theodor Herzl, autor do livro Der Judenstaat (O Estado Judeu).
Precedentes do sionismo
São considerados precursores do sionismo (ou "protossionistas") alguns pensadores e religiosos judeus que expressaram em obras escritas o desejo ancestral do povo judeu de retornar às suas raízes históricas através da volta para sua terra de origem. Por outro lado, o nacionalismo judaico é considerado como uma decorrência direta dos diversos movimentos nacionalistas que surgiram no Ocidente a partir do iluminismo, da Revolução Francesa e da Revolução Americana.
Os primeiros protossionistas foram membros do clero judaico, como os rabinos Judá Alkalai; Naftali Berlin (o “HaNatziv”); Tzvi Kalisher; Samuel Mohiliver e Isaac Jacob Reines.
Segundo a narrativa religiosa e tradicional, o sionismo surgiria logo após a queda do Segundo Templo e a consequente expulsão da maioria dos judeus dos territórios do antigo Reino de Israel, entre os anos 66 d.C. e 135 d.C. A oração "no ano que vem, em Jerusalém", recitada todo os anos durante o Pessach, expressa a vontade, transmitida através das gerações, de retorno à Terra de Israel como condição precípua para a vinda do Messias e do estabelecimento de uma nova ordem, onde as esferas sagrada e terrena passariam a conviver em um único plano.
A "nostalgia de Sião" se manifestou claramente nos discursos de diversos místicos judeus surgidos ao longo dos séculos de duração da Diáspora, desde David Alroy ("falso messias"), no século XII, até Sabbatai Zevi, no século XVII, passando pelos poemas de Yehudah Halevi e por uma infinidade de místicos.
No século XIX, o britânico George Eliot publica o romance Daniel Deronda (1876), que descreve a vida de um homem que se dedica à busca da criação de um centro nacional para os judeus. Mas seriam Leon Pinsker, médico polonês e Moses Hess, escritor alemão, aqueles que mais se destacariam como precursores do sionismo naquele século.
O Caso Dreyfus como impulso
Ao final do século XIX, os judeus que detinham uma condição social um pouco mais elevada (em geral os habitantes dos países da Europa Ocidental) julgavam-se mais seguros contra as perseguições antissemitas que vitimavam os judeus do Leste, mais arraigados às tradições, pois encontravam-se plenamente inseridos nas sociedades daqueles países. Esses judeus pouco diferiam, culturalmente, de seus vizinhos cristãos, e muitos abandonavam as práticas religiosas ou se convertiam ao cristianismo, como forma de selar o processo de completa assimilação. Entre esses, encontrava-se Theodor Herzl, um advogado nascido em Budapeste e que, na juventude, chegou a pedir em carta ao Papa que ajudasse os judeus de toda a Europa a se converterem coletivamente ao catolicismo.
Herzl ganhou notoriedade quando passou a publicar matérias assinadas na imprensa alemã a partir do final da década de 1880 e, graças a isso, recebeu um convite para se tornar correspondente do jornal "Neue Freie Presse" em Paris, onde cobriu o julgamento do militar Alfred Dreyfus. Dreyfus era um oficial judeu do Exército Francês acusado injustamente de espionar em favor dos alemães. Ao testemunhar a série de fraudes engendradas por elementos da oficialidade francesa para culpar Dreyfus com alegações antissemitas, Theodor Herzl se deu conta de que nem a assimilação cultural seria capaz de livrar os judeus da discriminação.
Com base nessas reflexões e aproveitando-se do pensamento de outras pessoas, Herzl escreve, em 1895, sua principal obra, Der Judenstaat – Versuch Einer Modernen Lösung der Judenfrage ("O Estado Judeu – Uma Solução Moderna para a Questão Judaica"), onde preconiza a necessidade da reconstrução da soberania nacional dos judeus em um Estado próprio[6]. Em O Estado Judeu, Herzl descreve, de forma romanceada, suas visões de como tornar possível a construção de uma futura nação judaica, discorrendo sobre imigração, compra de terras, edificações, leis, idioma etc. Muitas das ideias de Herzl serviriam de inspiração para os primeiros legisladores do futuro Estado de Israel.
O Congresso Sionista
O livro de Herzl foi bem recebido pela maior parte dos judeus europeus que compartilhavam dos mesmos ideais. Com o intuito de aglutinar as diversas tendências nacionalistas judaicas, Herzl organizou o Primeiro Congresso Sionista, que deveria ser realizado em Munique, na Alemanha. Contudo, líderes religiosos da comunidade judaica local se opuseram à iniciativa, por temerem uma exposição excessiva e uma possível retaliação antissemita. Assim, o evento acabou por se realizar na cidade suíça de Basileia, em 29 de agosto de 1897. Segundo seus criadores, o Congresso tinha como propósito de mostrar ao mundo "o que é o sionismo e o que ele pretende" e também para unir todos os sionistas sob uma só organização.
O evento reuniu cerca de 200 participantes e seus principais resultados foram a formulação da plataforma sionista, conhecida como "Programa de Basileia", e a fundação da Organização Sionista Mundial, sob a presidência de Herzl. Durante a reunião, discutiu-se onde deveria ser instalado o Estado Judeu, dividindo-se os congressistas entre a Palestina Otomana ou algum território desabitado cedido aos sionistas, como a ilha de Chipre, a Patagônia e até em alguma das colônias europeias na África, como o Congo[desambiguação necessária] ou Uganda. Venceram os partidários da Palestina, com o argumento de que aquela era a região de origem de toda identidade judaica na Antiguidade. Em seu diário, Herzl escreveu: "Se eu tivesse que resumir o Congresso de Basileia numa só frase, ela seria: ‘em Basileia eu fundei o Estado Judeu’. Se eu dissesse isto hoje, seria objeto de risos universais; mas em cinco anos, talvez em cinquenta, todos o verão".
Seriam realizados 21 Congressos Sionistas até à eclosão da Segunda Guerra Mundial.
Oposição judaica ao sionismo
Segundo alguns autores, a intenção de imigrar e viver na Palestina seria algo distante das intenções reais da maioria dos judeus, estando presente apenas enquanto referência religiosa. Abraham Leon escreve em 1942 que "durante o tempo que o judaísmo ficou incorporado ao sistema feudal, o 'sonho de Sião' não foi precisamente mais que um sonho e não correspondia a nenhum interesse real (...). O taberneiro ou o 'granjeiro' judeu da Polônia do século XVI pensava em retornar à Palestina tanto quanto o milionário judeu da América de hoje."
A tese do retorno ao lugar de origem ganhou a grande maioria dos adeptos por ter forte apelo religioso, baseado na redenção do povo de Israel e na “Terra Prometida”. Por outro lado, outras correntes religiosas (em especial as fundamentalistas) a consideravam uma compulsão heroica e sentimental, e alguns até a reprovavam duramente, alegando que esta “redenção” deveria vir obrigatoriamente pela “obra de Deus” e não de ações políticas. Outros judeus a não aderir ao sionismo foram os adeptos do budismo. No entanto, tais visões foram se tornando gradativamente minoritárias e isoladas com o passar dos anos e o crescimento da Organização Sionista.
Nos dias atuais, a oposição judaica ao sionismo está restrita a alguns membros de seitas religiosas, como os haredim do Neturei Karta, Satmer e Edá Hacharedit, bem com aos adeptos de ideologias internacionalistas de esquerda.
A Palestina e a Terra de Israel
A região da Palestina, onde historicamente existiu uma pátria judaica, encontrava-se desde o ano de 638 sob o controle árabe muçulmano. A partir de 1517, o Império Turco-Otomano incorpora aquelas terras, tornando-se a Palestina uma província turca, status que duraria até o início do século XX. A presença dos judeus na região permaneceu ininterrupta por todo este período, embora em condição de minoria. Em algumas cidades, como Hebron e Safed, a presença das comunidades judaicas se fazia mais numerosa e importante, convivendo em relativa paz com a maioria muçulmana.
Havia também a tradição judaica de migrar para a Palestina para lá morrer e ser sepultado, ou para estudos religiosos nas diversas yeshivot instaladas na região. Estas escolas de formação rabínica recebiam recursos doados por organizações filantrópicas, mas na segunda metade do século XIX, algumas destas organizações, como a Aliança Israelita Universal, passaram a investir na fundação de cidades e fazendas coletivas, dentro de um espírito socialista e secular. Assim Mikveh Israel foi fundada em 1870, seguida por Petah Tikva (1878), Rishon LeZion (1882) e outras comunidades agrícolas fundadas pelas sociedades Bilu e Hovevei Zion.
Mas com a primeira grande leva de imigrantes judeus chegados à Palestina, a partir de 1881, a demografia na Palestina começou a sofrer a sua primeira grande mudança em séculos. Estas ondas (chamadas de aliot), oriundas principalmente do Império Russo e do Iêmen, acabaram por gerar mais comunidades agrícolas e cidades. Estas primeiras aliot independentes serviriam de modelo para as imigrações que viriam nos anos seguintes, já sob o estímulo da Organização Sionista de Herzl.
Até meados do século XIX, a população total da Palestina registrava um decréscimo lento. Mas as migrações judaicas inverteram este quadro, e no raiar do século XX a região registrou o primeiro aumento demográfico em séculos. A população de judeus chegou a 10% do total antes de 1909, quando foi fundada a cidade de Tel Aviv, a primeira urbe exclusivamente judaica desde a Antiguidade.
O estabelecimento dos primeiros olim em terras palestinas se deu em zonas desabitadas, adquiridas com recursos doados por subscrições públicas ou por grandes filantropos europeus. O mais célebre destes foi o barão Edmond de Rothschild, que sozinho doou recursos para a aquisição de 125 mil acres (ou 22,36 km²) de terras.
No entanto, uma nova onda de perseguições antissemitas ocorrida na Rússia fez crescer o número de olim. Em abril de 1903 o Pogrom de Kishinev vitimou dezenas de judeus e evidenciou para os sobreviventes a necessidade de buscar a autodeterminação em um ambiente democrático.
As divisões do sionismo
O sionismo socialista
A partir do Segundo Congresso Sionista, realizado em 1898, surgiram os Sionistas Socialistas, inicialmente um grupo minoritário, em sua maioria oriunda da Rússia, mas que exigiu representação na Organização Sionista Mundial. A presença dos sionistas socialistas seria cada vez maior, chegando à maioria dos delegados a partir de do 18º Congresso, realizado em Praga, em 1933. Os sionistas socialistas formariam o principal núcleo político dos fundadores do Estado de Israel, gerando futuros líderes como David Ben-Gurion, Moshe Dayan, Golda Meir, Yitzhak Rabin e Shimon Peres.
Alguns pensadores fundamentais para o conhecimento do sionismo socialista são Dov Ber Borochov e Aaron David Gordon. Ambos, porém, encontram em Moses Hess uma origem da combinação de um estado judeu e socialista.
Diferentemente dos primeiros sionistas reunidos por Herzl, os sionistas socialistas não acreditavam que o Estado Judaico seria criado apelando à comunidade internacional, mas através da luta de classes e dos esforços da classe trabalhadora judaica na Palestina. Os socialistas pregavam o estabelecimento dos kibbutzim (fazendas coletivas) no campo e de um proletariado nas grandes cidades.
O sionismo político
A cisão da Organização Sionista pelos socialistas provocou a formação de um segundo bloco, a que se chamou de “Sionistas Políticos”, que tal como Herzl e também Chaim Weizmann, preconizavam a independência do Estado Judeu pela via diplomática. Em busca disso, o próprio Herzl encontrou-se com o Kaiser Guilherme II da Alemanha e com o sultão Abdul Hamid II da Turquia, com os quais pediu o apoio de seus países para o estabelecimento do Estado Judeu na Palestina. Após a morte de Theodor Herzl, em 1904, e com o fracasso de uma solução negociada para a independência do Estado Judeu, o sionismo político foi perdendo importância dentro da Organização Sionista.
O sionismo revisionista
Os maiores opositores dos sionistas socialistas seriam os sionistas revisionistas, que surgiram em 1925, liderados por Vladimir Ze'ev Jabotinsky, um filósofo liberal que pretendia reviver na Organização Sionista “o espírito e a doutrina verdadeiramente herzlianos”[13].
Para os sionistas revisionistas, o Estado Judeu só seria viabilizado com a organização dos judeus em frentes paramilitares que combatessem, simultaneamente, a presença britânica na Palestina (a partir de 1917) e a resistência armada dos árabes muçulmanos da Palestina, que vinham atacando pessoas e propriedades dos sionistas. Os revisionistas também combatiam os socialistas, pois pregavam uma ideologia liberal-democrática (contrária ao marxismo) dentro da Organização Sionista e a defendiam para o futuro Estado Judeu.
Pensadores sionistas
São conhecidos por esse nome personalidades que, com suas obras e artigos colaboraram com a estruturação do sionismo como ideologia de formação de um Estado Judeu nos mais diferentes formatos.
Além disso, os pensadores sionistas serviram (e servem) como eixo orientador das comunidades ao redor do mundo, e como referências para seus seguidores. Isso não descarta a importância de autores como Leon Pinsker, considerado um pré-sionista.
Diversas correntes de pensamento são importantes para a compreensão do sionismo atual. Achad Haam, por exemplo, foi o criador de uma visão peculiar do sionismo, mas que é intimamente ligada aos dias atuais. Há ainda Rav Kook, com o sionismo religioso.
Relativamente às criticas dirigidas ao sionismo, de que seria um movimento de cunho racista, seus defensores defendem-se alegando que o sionismo não é doutrinariamente unificado e coeso, possuindo diversas versões divergentes umas das outras. Além disso, alguns também discordam afirmando que palestinos e judeus não são racialmente distintos, e assim não se aplicaria o termo já que a discriminação não se funda na raça.
Antissionismo
Antissionismo é a oposição política, moral ou religiosa às várias correntes ideológicas incluídas no sionismo, inclusive ao estado judeu, criado com base nesse conceito.
Eventualmente, o termo também é muitas vezes aplicado à oposição política ao governo de Israel, sobretudo se motivada por denúncias de violações sistemáticas de direitos humanos dos palestinos, incluindo crimes de guerra, mas também à negação ao direito de existência do Estado de Israel.
A linha mais forte e numerosa de antissionistas contudo continua a ser a que deriva de Amin al-Husayni, tio de Yasser Arafat, e tido como um grande mentor do antissemitismo muçulmano.
Os antissionistas condenam o movimento sionista por ter promovido a compra e ocupação das terras no Mandato Britânico da Palestina, com o objetivo de criar o Estado de Israel, que consideram artificial. O questionamento sobre a definição de Israel como estado judeu ainda suscita controvérsia e oposição entre os antissionistas há mais de sessenta anos, assim como a ocupação da Cisjordânia.
Antisionismo e Antissemitismo
Para a grande maioria dos judeus, o antissionismo é uma manifestação antissemita. Normalmente quando não se reconhece Israel como um Estado judeu ou se odeia o país por isso. Contudo, não significa que todos os que criticam Israel sejam antissemitas.
Por outro lado, como o antissemitismo é crime em muitos países, muitos antissemitas pretendem ser apenas antisionistas para seguir espalhando o ódio.
Inclusive muitos judeus são antissemitas.Há agnósticos marxistas, como Ralph Shoenman, Michel Warschawski e Norman Finkelstein, como também há os adeptos ao movimento Neturei Karta que consideram-se antissionistas. Igualmente, alguns proeminentes intelectuais judeus, que defendem a desocupação dos territórios palestinos ou que pregam a eliminação do Estado de Israel, são considerados antissemitas pelos judeus e frequentemente são proibidos de entrar em território israelense.
Sionismo religioso
O Sionismo religioso ou Movimento Religioso Sionista (em Hebraico: ציונות דתית, pronunciado Tziyonut Datit, ou דתי לאומי, Dati Leumi, lit. "Nacional Religioso" [Plural: דתיים לאומיים, Datiyim Leumiyim]; Também conhecido como: כיפה סרוגה, Kippah Seruga, lit. "Kipá (solidéu) de Crochet" [Plural: כיפות סרוגות, Kippot Serugot]) é uma ideologia que combina o sionismo e o judaísmo religioso, baseando o sionismo nos princípios da Torá, Talmud e outros, e do patrimônio autêntico.
O Sionismo religioso é uma denominação genérica dada a todas as correntes religiosas judaicas que se auto-definiram como participantes do movimento sionista, apoiando a imigração ao Estado de Israel. O argumento comum entre as várias correntes do sionismo religioso é que o nacionalismo judaico e a criação de um Estado, são obrigações impostas pela Torá (a Bíblia Hebraica). Este argumento contrapõe a posição da maior parte dos judeus ultra-ortodoxos, que vêm a volta do povo judeu a Terra de Israel, e a criação de um Estado judaico - como parte da era messiânica, portanto não deram seu apoio ao movimento sionista.
O Sionismo religioso tem como lema: "O povo de Israel, com a Torá de Israel, na Terra de Israel", e vê a criação do Estado de Israel como o princípio da consumação deste lema e da redenção do povo judeu.
Hoje em dia em Israel, os religosos sionistas podem ser identificados pelo seu principal símbolo externo: a 'Kipá Serugá' (o solidéu de Crochet). Pessoas religiosas usando este símbolo são caracterizadas por sua integração com a sociedade secular Israelense, ocupando funções e cargos em todo o espectro de profissões, participando no IDF (Forças de Defesa de Israel), cargos políticos ligados a vários partidos diferentes, e ativos em centros acadêmicos e de pesquisa. Em paralelo esta pessoa mantém a observação aos estatutos e leis religiosas provenientes da Torá, e o envolvimento com estudos religiosos em Yeshivot (centro de estudos judaicos), seja em sua formação escolar ou depois dela.
Os idealizadores espirituais do Sionismo religioso
A ideia do retorno dos judeus a Terra de Israel e o despertar do nacionalismo religioso, apareceram antes ainda do movimento sionista, nos meados do século XIX. Estes estão presentes nos livros do Rabino Yehudá Ben Shelomo Hay Alkalay, Rabino Eliyahu Gutmacher e Rabino Zvi Hirsch Kalisher. Em contrário a opinião da maior parte dos rabinos na diáspora judaica, eles frisavam que o povo judeu não deveria esperar passivamente pela era messiânica e a redenção, senão, é de vital importância a cooperação ativa dos membros das comunidades judaicas em prol do retorno aos lugares sagrados, ao trabalho agrícola lá, ao uso da língua hebraica no dia-a-dia e a imigração (Aliá) à Terra de Israel (então sob domínio do Império Turco-Otomano). Há inclusive pesquisadores e escritores que dizem que Theodor Herzl baseou seu livro O Estado Judeu na filosofia do Rabino Alkalay, já que seu avô era integrante ativo na sinagoga onde o Rabino Alkalay oficiava os serviços religiosos e nela dava aulas. Eles argumentavam que estes atos levam a consolidação das profecias do Tana"ch, e futuramente ajudam inclusive na vinda do Mashiach (Messias). O melhoramento da classe dos judeus da Europa Ocidental, como consequência da emancipação, era visto por eles como o primeiro passo da redenção futura.
Agudat Hovevei Zion (A União dos Afeiçoados a Zion) se organizou com base nestas ideias, por todo o território Russo – dando início ao Sionismo Prático. Enquanto muitos dos rabinos viam com bons olhos o movimento de assentamento judaico na terra sagrada, houve rabinos que foram contra este movimento – mesmo entre os rabinos considerados modernos, como por exemplo, o Rabino Shimshon Refael Hirsch.
Rabino Avraham Itzchak Hacohen Kook
Uma das principais personalidades que moldaram e emolduraram o Sionismo religioso foi o Rabino Kook. Ele atuou como rabino chefe da cidade de Yafo e suas periferias (incluindo Tel Aviv na época), e posteriormente como o primeiro Rabino Chefe de Israel (ainda no Mandato Britânico). Ele fundou a Yeshivat Merkaz Harav, que forma rabinos, e ensina a filosofia do Rav Kook a jovens e adultos da comunidade sionista religiosa em Israel. Seus alunos e alunos de seus alunos se tornaram uma das principais forças no ativismo do sionismo religioso e no envolvimento com a sociedade israelense geral.
O Rabino Kook desenvolveu uma argumentação teológica a qual via de forma muito positiva o sionismo, em termos religiosos. Ele dizia que o assentamento judaico na Terra de Israel é "o início da redenção" (Atchalta deGueula - em Aramaico). A Aliá (imigração de judeus a Israel) era visto por ele como uma obrigação religiosa. Um de seus argumentos era que o sionismo faz parte do "plano Divino", não podendo ser considerado heresia, mesmo tendo como líderes, judeus que não observavam a lei judaica religiosa.
Rabino Zvi Yehuda Kook
Filho do Rabino Avraham Itzchak Hacohen Kook, recebeu do sucessor de seu pai a função de rabino chefe da Yeshivat Merkaz Harav em Jerusalém, que exerceu por 30 anos até o seu falecimento em 1982. Ele exercera anteriormente a função de coordenação espiritual da Yeshivá desde sua fundação, e parte do tempo foi também seu diretor administrativo.
A partir de 1935 dedicou-se intensivamente à pesquisa, ordem e edição das escrituras de seu pai. Este, junto com seus ensinamentos na Yeshivat Merkaz Harav, foram suas maiores contribuições para o sionismo religioso – ele transformou a filosofia do Rav Kook em livros organizados e alcansáveis ao público em geral, e os ensinamentos de seu pai viraram classes que podiam ser acompanhadas mesmo por pessoas que não tinham formação em Yeshivot. A Yeshivá cresceu e se tornou o centro espiritual de todos os religiosos sionistas de sua época, atraindo muitos jovens – principalmente participantes do movimento juvenil sionista Bnei Akiva.
Com a criação do Estado de Israel ele se filiou ao movimento político Hapoel HaMizrahi, inclusive entrando na lista de canditatos do partido nas eleições de 1951 (inclusão esta feita no lugar simbólico 119º para frisar seu apoio ao partido).
Em sua filosofia, ele via a criação do Estado de Israel uma etapa na redenção da nação judaica. Ele tentou fortificar os elementos que compunham deste Estado por um lado, e por outro agia para a implementação de elementos de um cunho mais religioso a política e ao governo.
Hoje em dia se formaram muitas Yeshivot que tomam como base a filosofia da Yeshivat Merkaz Harav e do Rabino Zvi Yehuda.
Rabino Yossef Dov Halevi Soloveitchik
Nascido de uma família tradicional de Rabinos importantes da comunidade de judeus ultra-ortodoxos internacional, salientou-se muito cedo nos estudos religiosos, e se tornou um novo integrante da Agudat Israel (congregação dos rabinos Ultra-ortodoxos) nos EUA, a qual foi fiel mesmo depois de deixar de ser integrante. Em 1935 ele visitou Israel com o propósito de se candidatar ao rabinato chefe da cidade de Tel-Aviv, não sendo eleito no final. Nesta visita teve contato com o Rabino Kook e foi palestrante na Yeshivat Merkaz Harav.
Em 1956, depois de ter passado o Holocausto e a fundação do Estado de Israel, o Rav Soloveitchik acabou se filiando ao movimento sionista, e se tornou Presidente de Honra do movimento Mizrahi mundial até seu falecimento em 1993. Seu tio, o Rabino Meir Bar-Ilan foi de grande influência nesta decisão. Seus dilemas e conclusões foram descritos num discurso que proferiu na comemoração do dia da independência de Israel em 1957 – editada posteriormente e chamada pelo título Kol Dodi Dofek (A voz de teu amado chama - retirado de um versículo do livro Shir HaShirim - Cântigo dos Cântigos).
Segundo sua filosofia, o Estado de Israel não recebe a santidade automática da Terra de Israel (diferente da filosofia do Rav Kook e seus seguidores), mas faz parte das escolhas feitas a cada etapa, por isso os judeus devem ser ativos no desenrolar dos fatos em Israel e no sionismo. E, sem dúvida, os fatos relacionados com a criação do Estado de Israel e seu desenvolvimento até os dias de hoje são milagres que afirmam a tese de que um judeu observante deve tomar parte deles.
O Rabino Soloveitchik herdou o lugar de seu pai como rabino chefe da Yeshivá Rabi Ytzhak Elchanan, conhecida como Yeshiva University (ou pela sigla Y.U.), e se tornou também o reitor da faculdade de filosofia judaica neste mesmo estabelecimento. A partir deste estabelecimento de ensino difundiu sua filosofia sobre o sionismo e a vida moderna de um judeu. Com seu carisma e sua inteligência ele reuniu um número muito grande de alunos e seguidores, mesmo entre aqueles que não o conheceram diretamente. Ele é considerado o pai da ortodoxia moderna () nos EUA, corrente paralela aos sionistas religiosos em Israel.
Um dos alunos mais ligados a ele, seu genro, o Rabino Aharon Lichtenstein imigrou a Israel, concretizando sua filosofia sionista, e se tornou Rabino Chefe de uma das maiores Yeshivot sionistas em Israel, Yeshivat Har Etzion, junto ao Rabino Yehuda Amital. Com isso sua filosofia sionista se difunde em Israel também, já tendo formado vários Rabinos e várias outras Yeshivot.
Partidos Políticos Religiosos
Com a organização do Primeiro Congresso sionista por Theodor Herzl, muitos judeus religiosos se uniram ao movimento sionista. A maior parte dos Rabinos que participaram do congresso tinham mais afinidade com o sionismo político, onde viram a possibilidade de uma ação conjunta entre sionistas religiosos e seculares, evitando problemas em torno da fiosofia cultural e educacional. Na conferência sionista russa de 1898, participaram 14 rabinos dentre os 140 presentes.
O movimento político do sionismo religioso, em todas as suas diversas correntes, sempre teve como lema O povo de Israel, com a Torá de Israel, na Terra de Israel.
Mizrahi
No ano de 1902 os religiosos se juntaram no Movimento Sionista Mizrahi devido a adversidades com relação a tópicos da educação divulgados pela Agência Judaica Sionista. O movimento foi fundado pela iniciativa do Rabino Shemuel Mohaliver, com o objetivo de defender as características judaicas nos assentamentos da Terra de Israel.
Após a fundação do Estado de Israel, o Mizrahi se tornou um partido político que concorreu nas eleições parlamentares três vezes em Israel conseguindo consecutivamente 4, 2 e 2 mandatos no Knesset(parlamento de Israel).
Hapoel HaMizrahi
Formado por um grupo discidente do Mizrahi, que optou por um caminho mais ligado ao sionismo prático, de pioneirismo, trabalho agícola e fundação do Kibutz Hadati (kibutzreligioso).
Após a fundação do Estado de Israel, o Hapoel HaMizrahi se tornou um partido político que concorreu nas eleições parlamentares três vezes em Israel conseguindo consecutivamente 7, 8 e 9 mandatos no Knesset(parlamento de Israel).
Mafdal (hoje em dia chamado de HaBaith Hayehudi)
Em 1956 formou-se o partido político Hamafdal (sigla em Hebraico que significa partido nacional-religioso) com a união do Mizrahi e do Hapoel Mizrahi, juntando então todos os sionistas religiosos num só partido que foi de grande força e influência política até o final da década de 70, obtendo entre 10 e 12 mandatos no Knesset (parlamento de Israel).
A partir da Década de 80 o número de mandatos abaixou para 6 em média, devido a criação de outros partidos concorrentes como o Shas e o Ichud Haleumi (União Nacional).
Antes das eleições de 2009 houve a tentativa de junção do Mafdal e do Ichud Haleumi num único partido chamado HaBaith Hayehudi (a casa judaica), que não deu certo, mas acabou mudando o nome do partido. Hoje o partido tem 3 mandatos no Knesset.
HaBaith Hayehudi, o Mafdal, o Mizrahi e/ou Hapoel HaMizrahi (cada um em sua época) participaram de todas as 32 coalizões de governo Israelense.
Meimad
Meimad é uma sigla em Hebraico que tem como significado Estado Judaico Estado democrático. É um partido que foi fundado em 1988 pelo Rabino Yehuda Amital, e era um partido mais identificado com as linhas esquerdistas israelenses, e de cunho mais sociais. Ele obteve 1 mandato nas eleições de 1999, 2003 e 2006. Em 2009 ele deu seu apoio ao partido HaBaith Hayehudi depois da separação do Ichud Haleumi, mesmo sem ter um representante na lista de candidatos do partido.
Kibutz Dati
Hoje em dia, o Movimento dos Kibutzim Datiim (Kibutz Religioso) compreende 19 Kibutzim em Israel que neles moram por volta de 10.000 pessoas.
A economia deles baseiam-se na agricultura, criação de gado, ovelhas e aves, pequenas indústrias e turismo - na mesma proporção do Movimento Kibutzi Geral. A situação econômica da maioria deles é estável.
Histórico
Os primeiros Kibutzim foram formados por integrantes de movimentos como "Berit Halutzim Datiim", "Tzeirei HaMizrahi", "HaPoel HaMizrahi" e outros - porém somente em 1935, durante o VII congresso do Hapoel HaMizrahi, eles se unificaram na organização chamada então como "União de Grupos do HaPoel HaMizrahi", em 1938 recebeu o nome o qual é chamado até hoje, Hakibutz Hadati.
Na Guerra de Independência de Israel, em 1948, o movimento sofreu uma perda enorme quando seus três Kibutzim localizados na área de Gush Etzion foram derrotados (junto com mais um kibutz não religioso), destruidos e seus poucos sobreviventes foram levados prisoneiros pelas forças da Liga Árabe. Com o final da guerra três dos quatro kibutzim foram reconstruídos dentro das fronteiras israelenses fixadas com o acordo de trégua em 1949.
Lista de Kibutzim
Beerot Itzchak
Yavne
Bnei Darom
Beith Rimon
Lavi
Nir Etzion
Meirav
Maale Guiboa
Saad
Alumim
Massoot Itzchak
Ein Tzurim
Tirat Zvi
Ein Hanatziv
Sde Eliyahu
Sheluchot
Kfar Etzion
Migdal Oz
Rosh Tzurim
Movimentos Juvenis Religiosos Sionistas
O Movimento sionista em todas as suas correntes vê a educação das futuras gerações como um de seus objetivos, por isso se tornou natural a criação dos movimentos juvenis. O sionismo religioso dá mais importância ainda a educação das nova geração para valores do sionismo e da religião e espiritualidade, por isso já no início do século XX se formaram os primeiros movimentos juvenis sionistas religiosos.
Bnei Akiva
O movimento Bnei Akiva se formou em Jerusalém, em 1929, quando um grupo de jovens, inspirados pelos ensinamentos do Rabino Kook, resolveu fazer algo para mudar as coisas. Eles fundaram então a primeira sede do Bnei Akiva, com atividades aos sábados. Nestas atividades, os madrichim (monitores) e chanichim (monitorados) aprendiam sobre Torá, Sionismo, a importância da Terra de Israel para o povo judeu.
O movimento cresceu, abrindo sedes em todos os cantos de Israel, realizando atividades aos sábados e machanot (acampamentos). Em pouco tempo, formaram-se os garinim (lit:sementes – trata-se de pequenos grupos de membros, que criaram novos povoados e kibutzim).
Doze anos depois, o Rabino Moshé Tsvi Neriah, criou a primeira Yeshivá do Bnei Akiva, em Kfar Haroé. A idéia era preparar melhor os membros do movimento, para que fossem mais versados na Torá da Terra de Israel, e ao mesmo tempo se preparassem melhor para começar a vida adulta. Surgiram então várias outras yeshivot Bnei Akiva, que se espalharam por todo o país.
O Bnei Akiva é hoje representado em mais de 30 países. Há poucos anos, o Bnei Akiva instalou suas estruturas em muitos países da Diáspora, embutindo nessas comunidades a ideologia de Torá e Avodá. Em comunidades onde há pouco conhecimento do Judaísmo, o Bnei Akiva espalhou as palavras da ética Judaica e o Ideal Sionista.
O Lema do Bnei Akiva é Torá VaAvodá (Torá e trabalho)
Este lema representa os ideais do movimento de levar uma vida de acordo com as tradições da Torá e da Halachá (lei judaica), e, ao mesmo tempo, não se afastar dos deveres materiais da sociedade moderna, de trabalhar e participar ativamente da sociedade e da organização do povo.
O nome ao Movimento foi inspirado na personalidade de Rabi Akiva um dos maiores rabinos da época da formação da Mishná, citado em muitas partes do Talmud. Porém começou seu caminho como um pastor simples e somente com 40 anos começou sua formação.
Ezra
Seu nome completo é Movimento Juvenil Torani Nacional Ezra em Israel. Como seu nome diz, ele é ativo principalmente em Israel, apesar de ter sido fundada na Alemanha em 1919 por um grupo de estudantes religiosos.
A primeira sede do movimento em Israel foi aberta em 1936, vindo com a quinta aliá, por um lado o movimento trabalhava lado a lado com o partido Hapoel HaMizrahi, mas por outro aderira a educação formal dos ultra-ortodoxos.
Este movimento fundou 7 assentamentos e kibutzim em Israel: Kibutz Hafetz Haim, Issodot, Gat Rimon, Shaalabim, Mevo Modiin, Mevo Horon e Nachliel.
Hoje em dia o Ezra tem por volta de 12.000 participantes, espalhados por 50 sedes em Israel. Suas atividades são basicamente aos sábados, às terças-feiras e nos acampamentos de verão.
O nome "Ezra" é em homenagem e inspiração ao personagem Ezra do Tanach (Bíblia Hebraica) que voltou a Israel com os judeus da Babilônia, no período do Império Aquemênida, quando estes deram autorização aos judeus voltarem do exílio babilônico a Israel, e reconstruírem Jerusalém e o Templo (começando a época do segundo Templo judaico).
Ariel
Ariel é um movimento sionista religioso que foi formado em 1980, por integrantes do Movimento Bnei Akiva que estavam descontentes com o nível religioso deste. As duas grandes características que o diferem dos demais movimentos sionistas religiosos são que as sedes são totalmente separadas por sexo (um prédio para homens e outro para mulheres), e cada sede tem um rabino responsável (além do rabino centralizador, como existe em outros movimentos).
O movimento tem hoje em dia por volta de 5.000 participantem divididos em 59 sedes, sendo 27 de homens e 32 de mulheres por todo o território israelense.
Sua organização, divisão de grupos e lema, são baseados nos mesmos pilares do Bnei Akiva, inclisive os nomes dados aos diferentes grupos de idade.
O nome Ariel é um dos nomes o qual é chamado o Templo Sagrado (destruido pelos romanos) em Jerusalém. Seu símbolo são as tábuas da lei com o mapa de Israel no meio.