quinta-feira, 9 de maio de 2019

Templo de Seth


FILOSOFIA SETIANA

Todas as escolas de investigação introspectiva (em oposição àquelas da fé) dirigem-se a uma diferença que distingue a humanidade do resto do cosmos: a qualidade de Ser, de existência consciente e voluntariosa. Essa consciência de si torna possíveis todas as nossas artes, nossas ciências, nossas noções de "bem" e "mal". É necessário livre vontade e habilidade de cada indivíduo para delegar sentido a pensamentos, afirmações e ações. Várias religiões confrontam esse fenômeno da consciência individual de várias formas diferentes. Algumas—por exemplo, a busca budista por nirvana—esforçam-se para extingui-lo completamente. Outras escolhem rotulá-lo como sendo a alma e esperam que alguém mais encarregue-se de tomar conta dela—algo como "deus" ou Cristo. E outras ainda negam esse fenômeno totalmente, relegando o homem ao mesmo status que um animal. Contudo também têm havido religiões adoradoras (ou respeitadoras) da consciência através de todas civilizações históricas e culturas.

Historicamente religiões adoradoras da consciência têm sido mais intelectualmente exigentes que suas parelhas adoradoras da natureza, uma vez que é bem mais difícil raciocinar em um caminho através de sua própria medida de existência consciente do que é ser dragado/varrido adiante por uma corrente de estímulos e respostas semi-racionais. Tais escolas foram admiradas em certas sociedades, tais como as antigas sociedades do Egito e da Grécia, mas geralmente seu exclusivo elitismo e atividades "sobrenaturais" faziam delas objeto de ressentimento e perseguição.

O Templo de Set procura sobretudo honrar e preservar a consciência. Desejamos compreender o que faz com que cada um de nós seja individualmente único e usar esse Dom para nos tornarmos mais fortes em todas as facetas de nosso ser. Para fazer isso nós preservamos e aperfeiçoamos a tradição da distinção espiritual entre nós e o universo natural, o que no ocidente judaico-cristão tem sido denominado Satanismo, mas que agora é mais geralmente conhecido como o Caminho da Mão Esquerda.

O Caminho da Mão Esquerda é o processo para a criação de uma Essência individual e poderosa que existe acima e além da vida animal. É, desta forma, o verdadeiro veículo para a imortalidade pessoal. Este processo tem certos componentes::

ANTINOMIANISMO
Iniciação começa com negação e rejeição da mentalidade-de-rebanho. Os valores sociais e culturais das massas, tanto os propostos por religiões convencionais ou pela mídia, são reconhecidos como obstáculos ao desenvolvimento espiritual individual. A sociedade humana valoriza a previsibilidade, estabilidade ou a estase acima de todas as coisas. O Iniciado, ao contrário, Busca uma contínua e positiva auto-evolução.

Entendimento objetivo e avaliação dos valores da sociedade são necessários a fim de podermos formular nossos próprios valores. Nas religiões ocidentais convencionais tal independência é chamada "Satanismo". [Foi em um antigo experimento dos anos sessenta, a Igreja de Satã, que princípios contemporâneos prefigurando o Templo de Set foram explorados e avaliados, resultando na mais sofisticada formulação do Templo de Set em 1975. Nós continuamos sendo a única instituição "Satânica" reconhecida legalmente no mundo.] Mas o Iniciado está se rebelando contra mais do que a idéia de um "deus" externo: na vida mundana ele busca libertar-se de várias forças externas controladoras, tais como propaganda, costumes e hábitos.

Para trabalhar magia que envolve a Si mesmo (seu próprio Eu) a vontade do magista deve prevalecer no mundo subjetivo, do mesmo modo que as vontades massificadas dos outros prevalecem no mundo objetivo. Uma fez que tal força de vontade individual é obtida, ela pode ser estendida ao mundo objetivo. Mas enquanto um indivíduo se permite ser governado por emoções animais tais como vergonha, medo ou desejo por aceitação social, ele não pode tornar-se um Adepto da Magia Negra.

A sociedade convencional instintivamente teme e frequentemente odeia o que não pode facilmente entender. Se você busca o Templo, você pode ser acusado sem motivo de algum mal popular do dia: racismo, sexismo, anti-isso ou pró-aquilo. Quando você consegue olhar ao redor com seus próprios olhos e ver que o Templo não encorpora nem promove nenhuma dessas coisas, você vai perceber muito sobre a suspeita e a antipatia com as quais as culturas sociais/religiosas convencionais julgam qualquer manifestação de independência intelectual da consciência.

INDIVIDUALIDADE

Ninguém pode fazer por você seu trabalho de auto-transformação. A intensidade e o passo de sua própria Iniciação cabem a você, não ao Templo de Set. E o Templo também não pode ditar as suas metas pessoais. Você mesmo precisa fazê-lo, e com sabedoria ao invés de emoção ou impulso.

CONTROLE

O mundo é um ambiente caótico caracterizado pela falta de metas inteligentes por parte das massas, e pela falta da disciplina necessária para o alcance dessas metas. O Iniciado precisa Ter um forte senso de disciplina pessoal antes de embarcar em qualquer aventura. A habilidade de reconhecer, iniciar e completar grandes missões distingue o Iniciado daqueles que se dizem ocultistas e que tentam demonstrar grandeza pronunciando alguns incoerentes "feitiços".

MAGIA NEGRA

Seguidores do Caminho da Mão Esquerda praticam o que, em um sentido muito especialmente definido, denominamos Magia Negra. Magia Negra concentra-se em metas autodeterminadas. Sua fórmula é "Minha Vontade será feita", em oposição à à magia branca do Caminho da Mão Direita, cuja fórmula é "Tua/Vossa Vontade será feita".

Magia Negra é evitada e temida porque fazer Magia Negra é assumir inteira responsabilidade por suas ações, opções e eficiência.

Uma vez que a Magia lhe habilita a influenciar ou mudar eventos de maneiras não compreendidas nem antecipadas pela sociedade, você precisa primeiro desenvolver uma apreciação sadia e sofisticada pelas éticas que governam seus próprios motivos, decisões e ações antes de pô-la em prática. Usar magia por desejos impulsivos, triviais ou egoístas não é uma atitude Setiana. Você deve tornar sua segunda natureza a prática de sempre pré-avaliar cuidadosamente as conseqüências do que você deseja fazer, e então escolher o caminho da sabedoria, justiça e aperfeiçoamento.

O Templo de Set utiliza um longo espectro cultural e conceptual de ferramentas mágicas, muito além de apenas as egípcias, e está sempre buscando novas abordagens e técnicas.

Magia pode tanto ser operativa—para curar a doença de sua mãe, conseguir um emprego melhor, fortalecer sua memória, etc.—ou ilustrativa/iniciatória. A segunda refere-se a processos mágicos que visam habilitar e desempenhar o processo vitalício de Iniciação. Eles são como os "ritos de passagem" de várias culturas primitivas e religiões convencionais, mas se distinguem desses através de um importante fator: Eles representam uma mudança individual, em vez de social. Trabalhos Iniciatórios representam dessa forma a realização da auto-deidificação, enquanto "ritos de passagem" sociais integram um indivíduo à sociedade. Um "rito de passagem" comunicando passagem ao estado adulto afirma que o indivíduo envolvido está agora possuído de certa dignidade e responsabilidades. Um trabalho Iniciatório desperta o indivíduo a certos poderes individuais [e responsabilidades], os quais podem ou não ser usados em um contexto social.

Magia Iniciatória é necessariamente individual, e situa o praticante a uma distância conceptual da sociedade. Iniciação não ocorre dentro da Câmara Ritual, mas é ilustrada lá.

Magia Negra é o meio através do qual os Iniciados no Caminho da Mão Esquerda experimentam sua própria divindade, em vez de rezar para deuses imaginários.

SET

A mais velha forma conhecida do Príncipe das Trevas, o arquétipo da Consciência de Si isolada, é o deus egípcio Set, cujo sacerdócio remonta a épocas pré-dinásticas. Imagens de Set têm sido datadas de antes de 3200 aEC (aEC = antes da era comum), com estimativas astronomicamente baseadas de inscrições datando do ano 5000 aEC.

Set é uma imagem metafísica mais complexa e menos estereotipa que o judaico-cristão Satã. Satã, o arquétipo de rebelião contra a ordem cósmica e a estase, pode ser o símbolo para o compromisso inicial de muitas pessoas com sua Iniciação, mas esse símbolo está muito preso a religiões convencionais e a seus códigos de moral para ser uma representação efetiva da riqueza, sutileza e complexidade do Caminho da Mão Esquerda.

Na antiga cultura egípcia Set passou por períodos de imensa popularidade alternados por períodos de total rejeição. Set, nos períodos pré-dinásticos e arcaicos, era uma divindade essencialmente positiva, visto como uma extensão da existência. Ele era dessa forma deus da expansão dos limites/fronteiras e das mudanças radicais do ser—particularmente nascimento, circuncisão, iniciação, morte na batalha e renascimento através da cerimônia Abertura da Boca.

Popular entre os orientais—seu primeiro local de culto sendo o Pelusium no delta oriental do Nilo—o culto de Set rapidamente se espalhou para áreas vizinhas, onde ele foi identificado com deuses locais de Iniciação. Dois exemplos de tais locais de culto são Kharga no sul (o qual tinha sido primeiramente uma área de cultura nilótica) e o povoamento líbio de Ombos, onde Set foi identificado com o deus local Ash na II dinastia.

A adoração original de Set como uma divindade circumpolar/estrelar sofreu um declínio com o surgimento da adoração solar na IV dinastia. A Grande Pirâmide de Gizé é um dos últimos monumentos primitivos conectados com a idéia de uma vida-após-a-morte Setiana, bem como um monumento solar. A Grande Pirâmide tinha uma coluna interna de ar especial para o akh do rei voar para a estrela Alpha Draconis, que é a estrela de Set na constelação da Ursa Maior.

Durante o Médio Império Set foi reduzido a um símbolo do Egito Superior e aparentemente visto somente durante o festival Setiano de heb-sed ("unificando"; "binding-together"). Foi durante essa época que Set foi pela primeira vez acusado do assassinato de Osíris, um deus semítico do milho que tinha chegado com a III Dinastia. Primeiramente Osíris tinha morrido de afogamento.

Não importa o quanto os osirianos possam agora retratar Set como sendo mau, sua função essencial de ir além e expandir os limites da existência e então retornar aquela energia caótica ao centro sempre continuou. É a escuridão que unifica a luz egípcia. O assassinato de Osíris é a destruição das restrições da sociedade, é a aceitação da auto-mudança e auto-cultivo sobre as forças que levam à auto-estagnação.

Os hicsos, estrangeiros que invadiram e governaram o Egito durante o Segundo Período Intermediário (dinastias XII-XVII, aproximadamente 1785~1580 aEC) identificaram-se com Set e estabeleceram sua capital em um antigo local Setiano, Avaris. Pouco é conhecido sobre suas práticas religiosas ou mágicas, embora escavações ocorrendo nos dias de hoje possam provar-se informativas. Os hicsos eram grandes cavaleiros, e o cavalo (como o asno) tinha sido identificado com Set. De fato, antes das dinastias dos hicsos a representação do cavalo (o qual já era conhecido no Egito há pelo menos dois séculos antes) não era permitida na arte egípcia.

O segundo florescimento do pensamento Setiano pode ter começado na XVIII Dinastia, mas certamente atingiu seu ápice nas XIX e XX Dinastias, quando uma família de Sacerdotes Setianos de Tânis tornou-se a linha faraônica. Durante esse tempo de expansão de fronteiras, Set era extraordinariamente popular, como pode ser visto através de nomes de faraós como Seti ("homem de Set") e Setnakt ("Set é poderoso").

Dois textos Setianos importantes foram produzidos: primeiro, o Conto dos Dois Irmãos conta como Set (identificado como o deus Bata) sofre uma série de metamorfoses (Xeperu) que o transformam de um colono para uma estrela na constelação da Ursa Maior. Dessa forma Set representa o indivíduo que através de seu próprio trabalho árduo, habilidades mágicas e o uso da resistência do mundo Torna-se divino.

O segundo texto é o Livro do Conhecimento da Força Espiral de Ra e do Sentimento de Apep. Esta fórmula protetora, a qual Rameses III, filho de Setnakt, inscreveu em alguns monumentos, mostra duas particularidades Setianas. Primeiro, mostra como um deus anônimo cria a si mesmo no reino psíquico (subjetivo) tornando-se o deus Xepera. Segundo, o feitiço dá ao magista um dos poderes de Set, que é matar Apep, o dragão da desilusão. Set serve novamente como um modelo de desempenho, no qual cada Setiano se espelha para acabar com as desilusões da vida.

Com o início da XXII Dinastia, o Egito entrou em seu longo declínio. Set tornou-se uma divindade tremendamente impopular. Sua adoração cessou em todo lugar exceto nos oásis e na cidade de Tebas, onde seu culto foi absorvido no culto de Montu, o senhor da guerra de Tebas. Os aspectos negativos de isolamento e destruição foram enfatizados. Enquanto o Egito se virava para um passado idealizado, Set-heh, o deus do vazio chamado futuro, veio a assemelhar-se com o judaico-cristão Satã.

O terceiro florescimento veio com a vinda dos gregos ao Egito. Foi nesse período que as noções helênicas de independência e valor pessoal começaram a revivificar os aspectos operantes e Iniciatórios do culto do Novo Império de Set. O sucesso da magia greco-egípcia, apesar da perseguição romana, viu uma expansão de ambos os aspectos filosóficos e mágicos dessa tradição para o norte, até a Inglaterra.

O Terceiro Século da Era Comum foi o ápice do Hermeticismo Setiano. Mas com a imposição do cristianismo como a religião imperial romana, o individualismo foi novamente desprezado. O cristianismo egípcio identificou Set com Satã e ele quase desapareceu como uma figura na magia egípcia.

O quarto florescimento do pensamento Setiano começou no século 19, mas atingiu seu estágio mais explícito com a consagração e fundação do Templo de Set em 1975, acompanhado pela palavra da Era de Set Xeper ("Kheffer"), um verbo egípcio que significa "Eu Tenho Vindo a Ser" (no sentido de "Eu Tenho Criado a Mim Mesmo"). Esta palavra, que é a eterna Palavra de Set, reflete a natureza veneradora-da-consciência da nossa religião e a fonte de responsabilidade suprema em todas as coisas—o "Si-mesmo".

ESTRUTURA E OPERACAO DO TEMPLO

A atmosfera deliberadamente individualística do Templo de Set não é facilmente condutora a atividades em grupo em uma rotina ou base programada. Não há congregações de "dóceis seguidores", mas apenas filósofos e magistas cooperadores.

A autoridade executiva do Templo é mantida pelo Conselho dos Nove, o qual indica o Sumo-Sacerdote de Set e o Diretor Executivo. Os Iniciados são Reconhecidos segundo seis graus: Setiano I (Setian I°), Adepto/a II (Adept II°), Sacerdote/Sacerdotisa de Set III (Priest/Priestess of Set III°), Magister/Magistra Templi IV°, Magus/Maga V°, e Ipsissimus/Ipsissima VI°.

Reconhecimento como um Adepto II° constitui certificação pelo Templo de que o indivíduo tem de fato dominado e com sucesso aplicado os princípios essenciais da Magia Negra. A grandeza dos sistemas do Templo são gerados visando a aquisição e o subsequente suporte para o segundo grau (Adepto II°), e este é o nível de afiliação que a maioria dos Setianos irá manter. Compreende-se que isto é um ponto organizacional de referência, como a evolução mágica e filosófica de cada Adepto(a) irá certamente continuar na medida em que ele ou ela continua a energizá-la e atualizá-la. Os graus III° ao VI° são propriamente vistos não como referências adiantadas de nível, mas como ofícios religiosos especializados conferidos por Set, e Reconhecidos dentro do Templo de acordo com sua Vontade.

O desígnio, cuidado e operação do Templo são confiados por Set ao seu Sacerdócio (III°+). Todos Iniciados do Sacerdócio são originalmente Adeptos altamente qualificados nas Artes Negras. A maior parte do seu contato com eles será nesse contexto. Por serem responsáveis pela integridade do Templo como um todo, os membros do Sacerdócio têm a autoridade tanto para avaliar e Reconhecer a competência dos Iniciados como para, se necessário, suspender ou expulsar indivíduos que tenham se provado incapazes de manter os modelos Setianos de dignidade e excelência.

O Sacerdócio toma todas essas responsabilidades muito seriamente, uma vez que considera seu nome literalmente e sua confiança como sagrada. Nesse respeito ele situa-se significativamente à parte do clero das religiões convencionais, que consideram seus "sacerdócios" como profissões sociais e seus deuses são meros símbolos e metáforas para sua exploração institucional ou pessoal.

O conhecimento do Templo de Set se faz disponível através de quatro principais avenidas: Uma extensa lista de leitura de trabalhos publicados em 24 campos especializados, a publicação Scroll of Set ("Pergaminho de Set"), as publicações de várias ordens especializadas do Templo, e a série de enciclopédias intitulada Jeweled Tablets of Set (Tábuas Preciosas de Set). Os conteúdos das Tábuas mudam periodicamente na medida em que idéias avançam e se aperfeiçoam ou são refutadas, ou na medida em que se tornam mais ou menos relevantes às áreas de interesse do Templo. A Scroll, publicações das ordens e Tábuas são reproduzidas de forma simples e barata para evitar excessivos custos para publicações frequentemente revisadas.

Muitos Iniciados são distantes geograficamente um do outro. Isso torna mais necessário um sistema organizacional equipado para atender ao indivíduo em vez de congregações locais. No entanto, reconhecendo o valor do companheirismo num ambiente de estudo, o Templo providencia Pylons (assim chamados com base nos portais—pilonos—dos antigos templos egípcios). Os Pylons são com frequência geograficamente isolados, mas alguns são Pylons de correspondência com afiliação e interação global. Enquanto cada Pylon está sob a confiança e responsabilidade de um Sentinela (II°+), eles não são congregações tipo "líder/seguidor", mas fóruns cooperativos e interativos para Iniciados individuais.

Cada novo Setiano deve afiliar-se com pelo menos um Pylon dentro de um ano de admissão no Templo, e o Reconhecimento ao c será normalmente recomendado e/ou formalizado pelo Pylon em questão. Reconhecimentos ao II° grau geralmente ocorrem depois do primeiro ano de afiliação.

O Templo providencia a cada indivíduo admitido como I° uma cópia pessoal da Crystal Tablet of Set (Tábua de Cristal de Set), que contém uma extensa série de informações organizacionais, filosóficas e mágicas pertinentes à qualificação como Adepto. Há um tempo limite de dois anos para cada novo Setiano se qualificar para o reconhecimento como Adepto. Se o Reconhecimento não é recebido dentro desse prazo, a afiliação é cancelada.

As Ordens do Templo são inteiramente diferentes em conceito e operação dos Pylons. Cada Ordem se especializa em um ou mais campos particulares das artes e ciências mágicas. Tal especialização pode ser transcultural ou orientada a uma área geográfica específica, ou a um período de tempo ou a uma tradição conceptual. Dentro de um ano após o Reconhecimento como II°, cada Adepto deve afiliar-se com uma Ordem que reflita seus interesses e aptidões pessoais. O conhecimento coletivo de todas as Ordens é geralmente disponível a todos os Iniciados do Templo.

Os Setianos são encorajados a se comunicar uns com os outros através de uma Lista de Inter Comunicação (ICR—Inter Comunication Roster) contida na Tábua de Cristal, e Conclaves periódicas são agendadas em bases regulares, nacional e internacionalmente. Uma recente adição à estrutura do Templo é Glinda, um computador database e bulletin board system (bbs) acessível somente a Setianos. Além de oferecer meios para correspondência eletrônica e conferências, Glinda serve como um depósito para uma biblioteca sempre crescente de documentos do Templo que cada Setiano pode acessar através de download como lhe for conveniente.

Afiliação pessoal com o Templo é mantida confidencial; sua admissão será conhecida apenas pelo Sacerdócio. Você pode usar os serviços e sistemas do Templo à sua vontade, da maneira que julgar mais conveniente para o seu processo de Xeper.

UM IMPORTANTE ESCLARECIMENTO

Lastimavelmente ainda existem alguns indivíduos cuja idéia de "Satanismo" não passa de uma primitiva síntese de propaganda cristã e filmes hollywoodianos de horror. O Templo de Set aprecia o colorido legado das Artes Negras, e nós usamos muitas formas de imagens satânicas históricas para o nosso prazer e estimulação artística. Mas não consideramos que interesses ou atividades que um maturo e instruído intelecto julgaria indignas, sádicas, criminais ou depravadas, possam ser desejáveis, muito menos necessárias ao nosso trabalho.

O Templo de Set é um produto evolucionário da experiência humana. Tal experiência inclui o trabalho mágico e filosófico de vários indivíduos e organizações ocultistas que nos precederam. Alguns desses foram socialmente aceitos pelos modelos contemporâneos ou modernos, outros não. Alguns fizeram brilhantes descobertas em um campo de interesse enquanto arruinavam suas reputações com excessos chocantes ou falhas trágicas em outros.

Examinando o segredo e suprimindo ângulos da história em busca de materiais úteis e de valor, o Templo insiste em uma ética e um uso ético de tais descobertas. Setianos que estiverem em qualquer dúvida envolvendo qualquer um dos campos que exploramos deve procurar por conselho do Sacerdócio. Todos Setianos devem demonstrar uma grande medida de maturidade e bom senso nessa área.

As Artes Negras são perigosas no mesmo contexto em que trabalhar com produtos químicos voláteis é perigoso. Este não é de forma alguma um campo para pessoas instáveis, imaturas ou de qualquer forma emocionalmente ou intelectualmente fracas. Isso seria um perigo para elas mesmas e para os outros com quem elas entrem em contato. O Templo esforça-se para não admitir tais pessoas. Se tal indivíduo for admitido e mais tarde descoberto, será sumariamente expulso. Em casos de dúvida o Templo pode depositar a carga da prova sobre o indivíduo, pelo bem de todos Setianos e pela integridade do Templo.

O Templo de Set considera errôneas em princípio as religiões convencionais e portanto indignas de um status nobre. Não sentimos necessidade de nos preocuparmos com suas atividades, nem fazemos questão de manter qualquer tipo de "relações diplomáticas" com elas (como em conselhos de igrejas). Nossa posição é que elas devem servir a uma útil função social como provedoras de mitos e fantasias para humanos incapazes de atingir níveis Setianos de consciência-de-si. Portanto ignoramos religiões convencionais, a não ser que elas se intrometam em nossos assuntos.

Estes avisos não têm a intenção de serem opressivos ou intimidantes, mas eles devem ser levados a sério. O Templo é um fórum para a investigação de muitos assuntos que a sociedade convencional considera esquisitos, misteriosos, excêntricos e até mesmo extremamente perigosos. O Templo será tolerado somente na extensão em que é conhecido por perseguir seus interesses de maneira cuidadosa, hábil e responsável. Ele ocupa uma posição delicada em um mundo que é extensamente infeliz consigo mesmo e que incessantemente procura por "bodes expiatórios". Portanto o Templo precisa cuidar de manter sua balança social com prudência e dignidade.