quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Liber Sephiroth

 


O – A possibilidade do espaço, o zero [círculo] representa a possibilidade da formação do corpo de Baphomet, onde tudo, o espaço e o tempo em si se materializarão.

1 – O ponto. A manifestação da Vontade, que ainda não possui forma ou foco, a coroa ardente.

2 – A reta. A vontade segue uma direção, já possui seu foco.

3 – Forma-se uma superfície. Agora existe a primeira noção de relação entre os pontos, podemos traçar a relação que tem entre si, qual está mais próximo ou mais afastado. Surge a forma.

4 – A cristalização, surge a primeira manifestação tridimensional, aqui a ideia passa a existir, a forma cria volume.

5 – Equilíbrio, os pólos opostos se formam, o objeto está finalizado.

6 – O movimento, o objeto, com um propósito passa a agir, ter consciência de si mesmo. É a forma mais sublime e perfeita. O ser consciente seguido sua Vontade.

7 – O caminho, a experiência. Este não é o objetivo da jornada, mas a jornada em si.

8 – A Sabedoria, o 8 remedia as consequências que os atos causados pela falta de vivência.

9 – A Maturidade. A manifestação em seu estado mais sublime.

10 – O objetivo alcançado. A porta atravessada. A iniciação, o esconderijo do devorador de almas. A morte.

11 – A ilusão.

Assim se completa esta faceta da G’O’


Apêndice I – Considerações de Ratz Tnb.
Ratz Tnb.


Que Satã, a Grande Mãe Negra, inunde com seu amor este seu servo!

Apenas como ilustração e não como forma de diminuir este excelente texto do Tenebrae Petrus, que o amor Dela o nutra sempre, coloco abaixo uma analogia que usei para instruir uma colega nesta Via Sombria. Não passa de apenas um véu mais mundano, mas que serviu para mostrar os contornos da Grande Sabedoria aqui contida.

Na tentativa de tornar o Subjetivo algo mais palpável criei esta parábola, que como todos sabemos é o artifício preferido de todos que A servem desde os tempos em que o povo que se dizia escolhido perambulou pela terra do calor e do pó.

Imagine que um belo dia você se apercebe de algo que não exatamente te incomoda, mas que está se revirando dentro de você. Tem dias que esse algo passa desapercebido, em outros momentos é como tentar se lembrar de um nome que está na ponta na língua mas não se revela, algo enlouquecedor? Isto é como o 0 (zero). Você não sabe o que é, mas é algo que está ai, não existe ainda, mas está se formando, é como olhar para a terra e imaginar a semente que virará a árvore e então a maçã, é algo que vai ser um desejo, mas ainda não é.

Um belo dia você está andando e vê um Porsche e então cai a ficha, você quer o carro. Surge ai o número 1. A primeira manifestação deste algo, mas como um ponto a coisa não tem forma nem direção, “quero um carro!”, e ai percebe outra coisa: você tem pernas para te levar para cima e para baixo, tem transporte público, tem uma bicicleta, mas isso não interessa você quer o carro. É para chegar mais rápido nos lugares? É para conseguir possuir um carro? Para impressionar pessoas e conseguir mais sexo? Não interessa é um impulso.

Você vai a uma consecionária e procura vários carros e chega um novo momento: nenhum carro te satisfaz, você tem aquilo que te impulsiona, que é o solo/local/espaço onde a vontade se manifesta (zero), sabe que a vontade é de ter um carro (1), mas essa vontade não está manifesta ainda, ter um carro é vago. Você volta para casa e vai pensando, acha aqueles carros sem graça, ou eles não tem a ver com você, seja porque são pequenos, feios, amarelos… Isso já dá uma direção para o seu desejo, sabe o que não quer, é como formar uma reta, por exclusão sabe para que lado não ir, tem o seu caminho. Você pára para pensar então o que foi que te mostrou que a sua vontade era ter um carro, e ai se lembra do Porsche.

Surge o número 3, você quer um carro, e ele tem que ser um porshe, seu desejo de um carro tomou uma forma definitiva, sua idéia tem uma cara. Você pode desenhar o que você quer no papel. Mas um desenho tem apenas duas dimensões, não é um Porsche de fato.

E ai você descobre os meios de conseguir seu Porsche. Chega em casa do trabalho e está na sua garagem o seu Porche 911 Turbo, negro como nossa Mãe, estofado de couro, cheiro de carro novo que obviamente alguém levou anos para desenvolver em um laboratório. O número 4 se manifestou na sua frente. A cristalização do seu desejo. A idéia passa da mente para o papel para o “mundo real”.

Mas o problema do “mundo real” é que não podemos simplesmente nos sentar atrás de um volante e sair por ai curtindo o carro. Então você tira vai a uma auto escola, tira carta de motorista, enquanto isso registra o carro, arranja o seguro dele, deixa tudo em ordem. Isto é o 5, é o equilíbrio, para se ter um carro de forma legal não adianta apenas o lado do “ter o carro” estar em ordem o resto é necessário, quando esses dois lados da moeda forem resolvidos chegamos ao número 6.

Você está na fissura do seu Porsche novo, entra nele, sai guiando, não quer nem saber. Enche a cara, vai pra balada, cavalos de pau, descobre até onde o ponteiro do velocímetro chega, arrasa. Curte o Porsche como um prêmio bem merecido. E de fato ele é.

E ai o inevitável acontece, e você, depois de bater em outro carro, afinal estava curtindo a vida adoidada, capota algumas vezes e uma das suas portas ganha o decalque de um poste. O 7 é o que acontece quando você está em movimento tempo o suficiente. Quem não arrisca não petisca, dificilmente você petisca muito sem se estrepar em alguma coisa. Já disseram que você pode equilibrar três pratos no fim de varetas por horas e dias, mas uma hora esse equilíbrio, esse movimento, termina com um prato quebrado no chão.

Você, não morreu, e tinha seguro no carro. Fica mais experiente, e já queimou muito da animação dirigindo o carro, dar cavalos de pau já não tem a mesma graça e o seguro bancou todos os consertos, mas disseram: nós vimos o que você fez, tome seu carro consertado, mas não vamos renovar o seguro, qualquer outro erro será responsabilidade sua, está sozinha agora, por conta própria. E você se sente como se tivessem te tirado o bilhete de passagem livre pela prisão no meio da partida de Banco Imobiliário. O 8 é a maneira com que a realidade lida com a bagunça causada pelo 7, ele é o remédio que aparece porque você ficou doente de cama.

Então você tem as suas cicatrizes, suas fraturas foram consertadas, seu Porsche chegou novinho da oficina, não tem mais aquele cheiro de carro novo, mas tem aquele cheiro de lugar familiar que faz você se sentir bem. Está mais sábia com as experiências, não tem mais aquele fogo da inconseuqência, está muito mais madura, e tem o Porsche ainda. Tudo está da melhor forma possível. Teve suas experiências, tem tudo o que deseja e tem a vida pela frente. Você está neste momento no 9. Repare que qualquer número multiplicado por 9 tem como resultado final da soma de seus algarismo o 9 novamente (9-mente, again and again and again?)?

9 x 1 = 9

9 x 4 = 36 ~ 3 + 6 = 9

9 x 93 = 837 ~ 8 + 3 + 7 = 18 ~ 1 + 8 = 9

9 x 3427 = 30.843 ~ 3 + 0 + 8 + 4 + 3 = 18 ~1 + 8 = 9

9 x 0,008273 = 0,074457 ~ 0 + 0 + 7 + 4 + 4 + 5 + 7 = 27 ~ 2 + 7 = 9

Note também que quanto somamos qualque número com 9 ao somarmos os algarismos temos o número orginal:

9 + 1 = 10 ~ 1 + 0 = 1

9 + 15 = 24 ~ 1 + 5 = 6 = 2 + 4

9 + 371 = 380 ~ 3 + 7 + 1 = 11 = 3 + 8 + 0 ~ 1 + 1 = 2

É só brincar, o 9 então é a realização plena da sua vontade com o que você gosta com o mundo real.

Chega o momento do cuidado supremo então. Um belo dia você vai até sua garagem, olha para o seu carro e pensa: e agora? Tudo o que eu queria era um Porche e eu consegui. Fiz de tudo com ele. O que eu faço da vida agora?

É aqui que você tem dois caminhos na sua frente: por um lado, se acomodar e pensar que a vida é boa e você chegou onde queria, por outro pensar “so far, so good, so what?” O Porsche era apenas uma coisa, mas não é a minha vida, agora que cheguei aqui vou ver pra que lado vou. Ver se se forma em você um novo incômodo como aquele que se tranformou no Porsche na sua frente.

O primeiro caminho leva à estagnação, ao falso conforto. Quem somos nós para julgar o que é conforto real ou auto ilusão, mas o objetivo de uma jornada não é o tesouro no final, e sim fazer o heroi crescer a cada decisão que tem que tomar. Se você se aconchega deixa de ser o herói, e na prática isso pode ser ruim, você pode ficar ultrapassada, nostalgica e se descobrir sem propósito.

O segundo caminho não leva a um lugar novo, simplesmente é a continuação do caminho que você está seguindo, sem parada, sem descanso, apenas o seu desenvolvimento que continua. Aqui morrem os seus dogmas e eles se transformam em adubo para a sua crença que mudou. Pense assim. Se você luta para chegar no seu primeiro milhão de dólares, quando junta a grana pode empilhar ele na mesa na sua frente e deixar ela desvalorizar e juntar pó, ou pode reinvestir ela e fazer a soma chegar a dez milhões de novo.

O 10 é traiçoeiro, tem que tomar cuidado com o que parece a recompensa merecida e com a areia movediça.

O 11 fica como exercício para você, consegue imaginar de porque ser A Ilusão? Se você consegue é porque se enganou, olhe par ao outro lado.

Que a Mãe Negra sorria sempre para Eu & Eu.


Apêndice II- Anotações pessoais do Rev. Obito
Rev. Obito, Sacerdote do Templo de Satã


Este texto pode ser lido como base e até mesmo como uma correção para muitos textos que se baseiam na numerologia, inclusive na numerologia proposta por Crowley, e por conseguinte por quase todos estudiosos e pseudo-estudiosos de Thelema.

Pontos que acho importante levantar:

I – A relação entre o 1 e o O

Muitos tratam o O como negativo, a oposição ao 1. Isso é falho. A real oposição ao 1 é o -1, o mesmo valor, volume e espaço só que negativado. O Zero não se qualifica sequer como numeral. Ele é uma possibilidade de algo a vir se tornar. O Zero é o vazio apenas no sentido de o vazio ser na realidade não a ausência de algo, mas a possibilidade de algo vir a surgir. Enquanto o vazio como ausência é estagnação ele como possibilidade é dinânico em si mesmo, como a realidade.


II – Relações dos números com a Geometria de Crowley

Crowley em seu An Essay Upon Number, publicado no 777 faz a seguinte comparação:


0-     ponto

1-     linha

2-     superfície

3-     sólido

4-     o sólido existindo no tempo

5-     o sólido em movimento

6-     mente

7-     desejo


Acho que esta definição se esquece de que o ponto apenas existe em um espaço, e que não existe diferença entre espaço e tempo a não ser na física newtoniana, e a realidade iniciática não condiz com a proposta por Newton. Não podemos ignorar que o espaço/tempo também precisa existir para que a equação seja plena.

Temos um ponto, um ponto não possui massa, ele é apenas uma localização no espaço, uma coordenada, num espaço bidimensional precismos de duas coordenadas para ter um ponto X e Y. Num espaco tridimensional precisamos de três coordenadas, X,Y e Z, num espaço quadridimensional quatro coordenadas e assim em diante.

Com dois pontos temos a informação para traçar uma reta, são apenas com três pontos que temos uma superfície. O primeiro geométrico surge com quatro pontos, passamos de duas dimensões para três. Nosso universo palpável possui três dimensões, o tetrahedro é a forma geométrica mais simples, não vou falar da esfera no momento.

Veja que com o quinto ponto surge a simetria. O sexto coloca o objeto simétrico em movimento. O sétimo ponto pode ser comparado com desejo, mas o que Crowley parece não ter levado em mente é que para o ponto existir tem que haver um espaço seja como for a nossa noção de espaço. O Zero é a folha, a tela, a representação deste espaço necessário. Querer separar espaço de tempo cria a necessidade de localizar o objeto manifesto em 2 momentos diferentes que não é real, como algo pode de fato existir no tempo sem estar localizado no espaço?


III – Relações com o Taro e com a Árvore da Sabedoria

Utilizando o modelo proposto por Petrus temos uma aproximação muito maior tanto do Taro quanto do modelo satânico da Árvore da Sabedoria.

Sobre o Taro

1 = Ás

O Ás aqui é usado tanto na sua forma de arcano menor (Ás,2,3,4,5,6,7,8,9 e10) quanto na sua forma de carta da corte (Ás, Princesa, Príncipe, Rainha, Cavaleiro – que erroneamente é chamado de Rei, na cosmologia do Tarô; o rei seria representado pelo elemento que dá origem ao Ás).

Nesta comparação o 1 (ponto) surge tanto como numeral quanto como elemento, isso ficará claro quando o aplicarmos à Árvore da Sabedoria.

Quando nos atemos aos significados numéricos dos arcanos menores, sem levar em conta o seu elemento/naipe, o modelo proposto no Liber Sephiroth se encaixa com perfeição, a carta 2 sendo a manifestação da idéia mas ainda sem forma, o 3 sendo a forma da idéia mas ainda não cristalizada e o 4 a cristalização final da idéia (ou do elemento representado pelo naipe). O 5 é a idéia cristalizada se desenvolvendo (sendo posta em movimento).

Da mesma forma que o Ás, quando aliado às cartas da corte representa a forma mais pura e essencial do elemento administrado pelas cartas da corte.


Sobre a Árvora da Sabedoria

O 1 surge aqui como a emanação Coroa. É o elemento que representa a essência da árvore. Quando montamos o esquema da Árvore da Sabedoria  refletida pelos Naipes do Tarô cada  Ás representa a coroa de determinado elemento (Paus = fogo = Satã, Espadas = Ar = Lúcifer, Copas = Água = Leviatã e Discos ou Ouros = Terra = Belial). O O é o estado/local de onde as emanações surgem, a possibilidade a que chamamos Baphomet.

Os números de 4 a 9 são o processo que teve início com a união do 2 e do 3 e que resultará na manifestação física do 10. Ele é “gerenciado” pelo príncipe – filho embrião da rainha, filha do rei, com o cavaleiro.

Dai o erro de igualar o O com o ponto, que é a unidade em sua forma mais simples e poderosa.

O O é um universo em sí de onde temos o Infinito em suas três facetas, o Vazio, o Vazio Sem Limites e o Vazio Transcendete, que não pode ser descrito ou sequer compreendido.

Existe mais um momento entre o número 3 e o 4 na Árvore da Sabedoria, ele não é um número ou uma emanação, é uma condição, chamada de Conhecimento ou Abismo, mas não cabe aqui entrar em detalhes sobre ele, por isso não aparece na imagem acima.


Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...