quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Gnosimaginalismo


Gnosimaginalismo é um neologismo resultante da combinação da palavra gnose com imaginalismo. Preferindo a palavra Imaginal à de Imaginação pois a primeira subentende uma intrusão gnóstica de imagens arcaicas de natureza preternatural, com a imersão paraclética de conteúdos não racionais no campo imaginário de nossa psique, sem a deliberada intervenção volitiva da subjectividade particular do sujeito que a recebe, como no segundo caso. Ela enquadra-se no fenómeno de expressão e intrusão do Daimonico.


O Adepto tem sempre a face dupla de Janus. Cada Iniciado como na física quântica é simultaneamente onda e partícula. Devemos lembrar-nos que por detrás de nosso rosto convencional existe Outro rosto, o de nosso Eu Preternatural. Este tem o rosto teriónico e azazélico dos Anjos Guardiões. Ao olhar para trás o Iniciado segue o Caminho Retrógrado, olhando para a Origem, o Ser Primordial de onde emana o Eu como sua máscara e fantasma no jogo de ilusões do Pluriverso.

​Sobre o Iniciado


​O Iniciado é Aquele/a que se despiu Inteiramente de sua Humanidade. Deixou de ser o veículo do gregarismo consensual que aliena e unidimensionaliza os macacos racionais.


O Iniciado encarna Qayin, regeitando tanto Deus como o Homem. Matando Abel, o homem indiferenciado e unidimensionalizado, nasce o primeiro Assassino e Iniciado. O Crime que garante a Liberdade ao matar o Homem Profano encarna o Primeiro Iniciado, o Homem Diferenciado de sua própria humanidade.


O Iniciado aceita desaprender tudo o que de humano aprendeu, renegando tanto as suas leis como a sua moral colectivista, voltando ao estado selvagem  de Ser Livre e aprender somente com os animais irracionais que dormem nas nossas pulsões e atavismos. O verdadeiro Iniciado é aquele ou aquela que passou pela experiência da Morte, não qualquer morte, como a das massas acéfalas, mas aquela que heroifica, assim como  da Metanoia.


A Nigredo do Iniciado é representada pelo reconhecimento do carácter de rigor mortis  de tudo o que é em si o fundamento do Eu e do Homem, enquanto um campo psíquico omnipresente de conhecimento prático-conceptual que uniformiza e aliena a consciência do Ser.


A Espiritualidade é uma nova maneira de olhar e conhecer sem o efeito de blindagem do pensamento condicionado. O seu "conhecer" dá-se inteiramente livre pela Sensação.


​Abandona quem és e pensa como um Liberto e Autocrata, entrega-te inteiro à sensação pura e exaltada das tempestades e das paixões violentas, sem medo de seres condenado ou censurado. Desnuda-te de tudo o que és  enquanto existes. Então deixarás de existir (exsistere), isto é, estar fora,  para inxistir (insistere), isto é, estar dentro, no Ser.