sexta-feira, 22 de outubro de 2021

OPHIUSSA

Ofiússa ou Ophiussa é o nome dado pelos antigos gregos ao território português. Significa Terra das Serpentes.

Os ofis viveriam, principalmente, nas montanhas do norte de Portugal, incluindo a Galiza. Outros dizem que estes viviam na foz do rio Douro. As fontes clássicas, principalmente a Ora Maritima, localizam os ofis ou sefes perto dos cempsos, sobretudo ao longo da costa sul do Tejo ou junto à foz dos rios Tejo e Sado. Este povo venerava as serpentes, daí Terra das Serpentes ou serpes.

Existem alguns estudos arqueológicos que mencionam este povo e cultura. Alguns crêem que o dragão, muitas vezes representado como um grifo e originário de uma primitiva serpente alada – a “Serpe Real”, timbre dos Reis de Portugal e depois também dos Imperadores do Brasil, está relacionado com este povo, ou com os celtas que mais tarde colonizaram a zona, que por sua vez poderiam ter sido influenciados pelo culto ofi.

No século IV, o poeta romano Avieno, na Ora maritima, um documento inspirado por uma viagem marítima, anotou “Oestriminis” (ou o extremo ocidente) povoados pelos Estrímnios, um povo que vive naquela área desde há muito tempo, que tiveram que fugir das suas terras depois de uma “invasão de serpentes”.

Essas pessoas podem estar ligadas aos Saephe ( Saefs ) ou Ophis ("Povo das Serpentes") e aos Dragani("Povo dos Dragões"), que veio a essas terras e construiu a entidade territorial que os gregos chamaram de Ophiussa .

Alguns autores relacionam o povo Ofi com os druidas ou proto-celtas ou, até mesmo, antigos egípcios. Numa tradição egípcia, refere-se que as “serpentes” egípcias de Karnak ou Luxor teriam emigrado para a Europa.

Os Estrímios terão sido os primeiros povoadores do território que hoje corresponde a Portugal. Estes foram invadidos pelos Ofis que, posteriormente, foram invadidos pelos Lusitanos.

Uma lenda conta que no solstício de verão uma serpente virgem , uma deusa ctônica , revela tesouros escondidos para as pessoas que viajam pelas florestas. Esta donzela iria viver na cidade do Porto. As festividades relacionadas a esta deusa ocorreram durante o solstício. Durante o resto do ano, ela se transformava em uma cobra que vivia sob ou entre as rochas, e os pastores separavam um pouco do leite de seus rebanhos como oferenda a ela.