As fórmulas de Magia Cerimonial têm sua ênfase sobre o plano astral porque este é o plano de causa (manifestação) para o nosso plano físico tridimensional. O Plano astral é um Plano de formas e formatos, mas não de matéria. Dizem que tudo que é físico tem um correspondente astral, mas nem tudo que é astral tem um correspondente no plano físico.
A maioria dos fenômenos chamados de paranormais, sincronicidades e aparentes milagres têm no Astral a sua origem. Entretanto, o trabalho do adepto ou mago ocultista pertence a regiões superiores – principalmente aos níveis angelicais do plano briático - onde pode dirigir suas energias para influenciar o mundo astral e, consequentemente, o físico.
O plano mental é o plano de pensamento e da criação. Já o plano astral é de forma e função. Quando pensamos sobre aquilo que queremos manifestar, criamos o pensamento antes de dar forma a ele.
Como qualquer plano de existência, há entidades que habitam o plano astral.
A classificação dos seres astrais é quase infinita, por exemplo no astral existem regiões ou planos onde habitam as almas ou personalidades astralizadas dos homens e mulheres falecidos, cuja verdadeira localização no mundo astral é descrito de maneiras diferentes.
Existem também Sombras ou Kamarupas ( cadáver astral de pessoas falecidas em estado de desintegração), psíquicos sonambúlicos (duplo de pessoas fisicamente vivas em projeção astral durante o sono), Espíritos da Natureza (do, Ar, Terra e Água), Devas ou Encantados (Kamarajas), Nirmanakayas (Mestres Astralizados), Elementais artificiais e egrégores (como Vampiros, Lobisomens que são seres da mitologia mundial), Demônios etc. etc.
Tudo isso ( e muito mais) existe no Plano Astral que é de natureza dupla, há o aspecto Astral inferior ou básico e o Astral superior conhecido como morada dos deuses “...na qual existe uma riqueza de imagens reais, idéias e sugestões espirituais.” (Israel Regardie) Em resumo, o astral incorpora aspectos de escuridão e luz, característicos de sua natureza intermediária entre o mundo físico e espiritual.
É necessário ressaltar que as entidades astrais possuem somente a mônada mental e um corpo astral (com seus órgãos astrais) e, portanto, conhecem apenas os astrosomas, que é o duplo astral das coisas ou suas “chayas” (sombras), e não as manifestações físicas dos seres e objetos com os quais entram em contato.
A maioria das entidades contatadas na Magia Cerimonial pertencem ao plano astral, muito embora existam inteligências superiores do plano mental invocadas nos rituais teúrgicos.
Para as entidades astrais nós somos os fantasmas; para nós eles são as imagens nebulosas de nossos sonhos.
Uma entidade astral pode entrar em relação com o mundo apenas só temporariamente, e com a ajuda do chamado empréstimo de fluidos mediúnicos, isto é, através de uma apropriação temporária da força vital dos princípios materiais, mais sutis, das pessoas chamadas médiuns ou psíquicas.
Sem a ajuda de energia vital (ou ectoplasma) uma entidade astral não poderá ver, por exemplo, uma mesa; todavia percebe o astrosoma dessa mesa, o corpo sombra ou duplo, que constitui seu princípio metafísico ou base da aparência física da mesa. Ela também não pode ouvir as palavras pronunciadas, mas percebe a vibração energética que constitui a frase, etc.
Da mesma maneira esse empréstimo de energia vital pode ser adquirido com a ajuda de alguma matéria orgânica ou dos componentes de organismos que vivem no plano físico como, por exemplo, da seiva das plantas, da saliva, do sangue, do sêmem, do leite, do suor, etc. Também no processo de evaporação de essências ou da queima de produtos orgânicos, tais como resinas, ervas secas, etc.
Na Magia Cerimonial este empréstimo vital geralmente é efetuado utilizando condensadores fluídicos. Os condensadores fluídicos são materiais preparados especialmente para ajudar na manifestação das energias e entidades astrais, eles ajudam na transição do sutil para o denso e na ancoragem das forças e entidades astrais.
Eles são de três tipos: sólidos, líquidos e aéreos. Na prática os condensadores fluídicos podem utilizar elementos dos reinos animal, vegetal e mineral de forma isolada ou combinados entre si.
Entretanto, é a emanação de fluidos do corpo do próprio operador (seu astrosoma) que faz a ponte inicial para a transição das energias tênues de um plano mais espiritual para outro mais denso, seja em aparições, evocações, etc.
No caso de empréstimo mediúnico de fluidos, a entidade astral fabrica para si mesma, temporariamente, órgãos para-físicos, e durante este tempo ela é capaz de ver, ouvir, cheirar, etc., assim como nós fazemos. Em casos especiais e raros até mesmo sons (humanos ou não) tornam-se audíveis na cerimônia mágica e objetos astrais podem materializar-se.
Algumas entidades não-humanas do plano astral
A palavra “entidade” é muito utilizada no ocultismo. Ela resume a essência de um ser ou princípio que garante a sua coesão e seu sentimento de existir. Existem entidades de diversos tipos e graus de inteligência. Na natureza, sob forma invisível, vivem sem dúvida entidades sem corpo, fadas, demônios etc. Fala-se também de entidades coletivas e nos planos superiores existem grandes entidades cósmicas etc.
Entretanto, se olharmos de perto, é provável que o que chamamos de personalidade seja uma entidade complexa composta de vários “eus” que tal como elementares autômatos brigam e querem ser os donos de nossa vida. O combustível desses “eus inferiores” são as emoções negativas que os alimenta com valores e desejos ilusórios. Além da personalidade, nosso corpo astral e a nossa sombra também são entidades.
Abaixo descrevemos 7 tipos de entidades astrais:
* Obsessores - Inimigos do passado que se encontram em estado incorpóreo de existência, unidos ao ser humano por liames kármicos, e que voltam para atrapalhar sua escalada evolutiva.
* Encostos - Entidades que muitas vezes se mantém unidas aos seres humanos por alguma afinidade localizada. Geralmente tem afinidade com os vícios humanos e deles se alimentam. Pode ser de origem humana ou não-humana ( larvas astrais, fantasmas demoníacos, elementais sombrios etc)
* Larvas ou Miasmas – Entidades espirituais criadas por fortes emoções de uma pessoa (em geral, de forma inconsciente).Estes parasitas astrais que se alimentam das substâncias emocionais inferiores, muitas vezes provocando a reincidência de estados de depressão, tristeza, nostalgia, e outras baixas vibrações emocionais. As Larvas se criam sozinhas, aleatoriamente, na esfera mental correspondente, através de fortes estímulos psíquicos, de qualquer tipo. As causas desses estímulos psíquicos podem ser muitas, mas normalmente são: o medo, a luxúria, a preocupação, o horror, o ódio, a inveja, etc. A forma assumida por uma larva depende da origem do estímulo psíquico e é sempre simbólica.
* Vampiros – Entidade astral que suga a vitalidade, à força, de seres vivos. Muitas seitas de Magia Negra fazem uso desse tipo de entidade, embora não exclusivamente delas. A natureza dos vampiros psíquicos varia grandemente, pode ser um cascão astral, uma larva ou elementar criado por fortes emoções; entre outras possibilidades. Segundo os espíritas incluem-se nessa categoria de entidades espirituais os maridos e esposas astrais, seres do passado e que não reencarnaram, mas insistem numa ligação sexual com seus antigos consortes, atrapalhando por vezes seus relacionamentos atuais.(1)
Íncubus e Súcubus – vampiros sexuais astrais criados por pensamentos sexuais ou luxuriosos que atacam na calada da noite provocando sonhos eróticos e subjugação nas vítimas. São formados de elementos astrais da lascívia ou formas astrais de desencarnados (cascão astral). Ambos travam intercâmbio sexual astral com suas vítimas, pois são como vampiros. Íncubo é um vampiro sexual em forma masculina, Súcubo é um vampiro sexual em forma feminina.
Egun – Cascão Astral de pessoa morta, magicamente avivado, e então habitado por entidade criada artificialmente. Na Necromancia o cadáver astral de um morto pode ser evocado, ativado e servir de hospedeiro para uma larva ou elementar (elemental artificial). No Egito antigo, o corpo astral de um defunto era às vezes a morada de alguns desses elementares, que transformados em gênios protetores guardavam os túmulos e os locais sagrados dos templos. Esses cascões ativados são também largamente utilizados nos ritos do vodu, geralmente associados ao sacrifício animal.
Cascão Astral (Kama-Rupa) – Restos do cadáver astral em sua última etapa de desintegração. Quando as últimas partículas do mental o abandonarem o cascão flutua no astral até se desintegrar, porém pode aproximar-se de alguém para vampirizar um pouco de energia e permanecer estável por tempo indefinido. Com efeito, o ser que ao morrer se desprende mal de seus elementos astro-psíquicos, que são perecíveis, é arrastado ao inferno (rios subterrâneos do telurismo, a zona mais baixa do mundo astral) e aí fica sofrendo durante todo o tempo em que sua sombra se decompõe. Essas regiões do astral são comparáveis ao Kama-Loka das escrituras hindus. Neles a alma do morto é obrigada a permanecer até que desapareçam completamente os elementos passionais que integram o seu corpo astral, e que são da natureza do mundo das paixões que ele habita. A zona do baixo astral é comparável a um fundo submarino escuro. O estado de consciência que dele se desprende constitui, segundo os iniciados, ora a melancolia ora a angústia. Com efeito, o baixo astral serve de vazão ao astral; as paixões e os sentimentos dos mortos continuam a flutuar nele e se movimentam com melancolia; e as baixas paixões dos vivos assumem aí formas perfeitas de demônios malignos. Os dementes, os alcoólatras e os drogados se enclausuram no baixo astral, tornando-se seus médiuns.
Nota sobre vampiros encarnados
Também existe o vampiro psíquico que possui um corpo físico – você os conhece por causa da maneira como o “sugam energeticamente”. Nesse último caso não estamos falando de uma entidade astral e sim da necessidade que algumas pessoas possuem de sugar a quinta-essência do sangue de outrem ou sua vitalidade. Esse gênero de “sugação” se processa pela “aura”, sendo que certas pessoas possuem uma aura com propriedades absorventes. De fato, algumas pessoas possuem o don natural de exteriorizar o seu corpo energético a bel prazer e de projeta-lo sobre outrem. Se a vítima estiver dormindo haverá mudança (troca) de corpo energético sem que a mesma aperceba-se disso. Durante momentos este se sentirá como que ausente de si mesmo; adormecido, talvez sonhe que está tendo relações íntimas com um (a) desconhecido (a) ou com uma pessoa que ele (a) mal divisou ao longe. O vampiro por sua vez também tem relação com o duplo vital de sua vítima. Além de exteriorizar o seu duplo energético (corpo vital) alguns vampiros encarnados parecem ter a capacidade de gerar um Tulku de si mesmos (Forma Pensamento) e também vampirizar à distância.