quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Goetia



O termo Goetia provem do latim da Idade Média significando “A Arte de Uivar”, e do Grego γοητεία (goēteia) que significa "feitiçaria".

Goetia ou Ars Goetia refere-se à prática de Invocação de Anjos ou a Evocação de Demónios descritos no Grimório do séc. 17, The Lesser Key of Solomon (A Chave Menor de Salomão).

A Goetia baseia-se na lenda judaico-cristã segundo a qual alguns Anjos transmitiram a Salomão, rei de Israel, ensinamentos que lhe permitiram ter poder e controlo sobre os principais demónios existentes na Terra e consequentemente a todos os espíritos menores por eles comandados facultando-lhe desta forma diversos poderes sobrenaturais: como invisibilidade, sabedoria sobre-humana e visões do passado e futuro.

A Chave de Salomão, Grimório medieval tem 2 formatos:

- A Chave Maior de Salomão, que contem instruções de magia, orações, conjurações e pentáculos para cada um dos planetas;

- A Chave Menor ou GOETIA:

A Chave Menor de Salomão ou Lemegeton (em latim, Lemegeton Clavícula Salomonis)

O Lemegeton é dividido em cinco partes: Ars Goetia, Ars Theurgia Goetia, Ars Paulina, Ars Almadel e Ars Notoria.

Contem comentários detalhados sobre a natureza dos espíritos evocados na magia cerimonial, bruxaria e necromancia.

A Arte Goética, geralmente chamada simplesmente de Goetia, é a ensinada na primeira parte das Clavículas de Salomão.

O primeiro capítulo é conhecido como "Lemegeton Clavicula Salomonis" ou "A Chave Menor de Salomão" e nele são descritos todos os 72 Espíritos Infernais assim como todo o sistema que terá sido usado pelo rei Salomão.

Uma conhecida tradução do Lemegeton é The Goetia: The Lesser Key of Solomon the King (Lemegeton Clavicula Salomonis Regis), de 1904, é uma tradução do texto por Samuel Mathers e Aleister Crowley. É essencialmente um manual que pretende dar instruções para a convocação de 72 diferentes espíritos.

Todos os seres derivam do nome de DEUS, o "SHEMHAMPHORASH".

Segundo o princípio da dualidade, ele desdobra-se em positivo e negativo, em luz e sombras, em anjos e demónios, gerando assim os 72 anjos cabalísticos e os 72 demónios.

Segundo a teoria das leis herméticas, esses 72 espíritos seriam apenas um só, dividido em dois.

O acima mencionado nome de Deus, o SHEMHAMPHORASH, divide-se em dois aspectos:

* "LVX" (Árvore da Vida)

*"NOX" (Árvore da Morte)

Tanto em LVX, quanto em NOX há 72 dois anjos e 72 demónios.

A Goétia é uma prática Mágicka que se dedica exclusivamente à evocação dos 72 demónios de LVX (Árvore da Vida). Esses espíritos são como o contra-ponto dos 72 anjos cabalísticos.

Assim como os Anjos Cabalísticos, cada um dos seres da Goetia comanda e tem influência sobre algo específico. E cada um desses espíritos comanda legiões de espíritos.

Cada um desses espíritos Goeticos possui uma forma diferente, e cada um deles possui um "SELO", que o identifica e que é utilizada para chamá-lo.

Os 72 espíritos da Goetia dividem-se numa hierarquia complexa: são divididos em Reis, Príncipes, Duques, Marqueses…

Os praticantes da arte goetica, consideram esses espíritos não como demónios, mas sim como Deuses, sendo que os mesmos seriam benéficos. A título de exemplo, assim como o demónio Astaroth é uma derivação da Deusa Ishtar, e subsequentemente de Inanna, Afrodite, Vénus, outros há, que podem ser relacionados a outros tantos Deuses da Antiguidade…

Existem várias teorias sobre a natureza dos demônios:

1.    São entidades supra-naturais.
2.    São projeções de nosso psiquismo.
3.    São almas de seres humanos involuídos.

A primeira hipótese tem duas versões:

1.    A versão talmúdica: os demônios são seres intermediários entre os homens e os anjos.
2.    A versão cristã: eles são anjos caídos.

Introdução

A divisão destes livros em três tomos ou partes foi alternativa. Na primeira encontraremos os 72 espíritos goeticos descritos em detalhes. As edições cotejadas para esta primeira parte correspondem a uma união de livros como o Pseudo-Monarchia Demonorum (1577), de Joannes Wierus e da primeira parte de Lemegeton (século 17) de Kevin Wilby. Os selos são da edição de Aleister Crowley do Goétia traduzido por S. L. MacGregor Mathers (1904, facsimile reimpressa em 1976) e os desenhos ilustrativos de alguns dos espíritos são provenientes do Dictionnaire Infernal de J. Collin de Plancy (Paris 1863, 7th edition.)
Como o leitor poderá observar, os 72 espíritos vem acompanhados de seus respectivos selos, que devem ser confeccionados estabelecendo como referencia as tabelas dadas ao final da primeira parte do primeiro tomo.
Já a segunda parte deste volume é consagrada à parafernália cerimonial utilizada no culto goético tais como encontradas em várias a edições. Existem algumas ilustrações sobre os diversos instrumentos desta ritualista e liturgia. Cabe ressaltar a principio que pouco ou quase nada do que está aqui descrito como necessário ao trabalho goético deve ser imprescindível ou levado em conta ao pé da letra.
Como é bem sabido de alguns entendidos neste tipo de trabalho, vários elementos podem ser livremente permutados ou mesmo eliminados. o trabalho goético não deveria parecer tão ritualistico assim como se presenta, mas esse ritual pode ser simplificado se ficar claro na mente do Magista que este santuário é tão somente evocatório, ou seja, as coisas e fatos importantes se dão nos planos sutis e astrais, o que não estabelece necessariamente a obrigatoriedade de todo o aparato descrito. Todavia é necessário também que se diga que embora o material seja de difícil obtenção nos dias de hoje, a experiência para quem dispõe de recursos será igualmente recompensadora.

II – Entendendo Goetia

 Existe muita mitificação sobre o sistema Goétia. Muitas pessoas falam sem autoridade alguma, e muitas autoridades no assunto preferem se manter caladas. Sem grandes mistérios, basicamente trata-se de um sistema de invocação multi-propósito.

O presente livro foi dividido em três partes, a saber: A descrição dos 72 Espíritos e seus respectivos selos, uma descrição dos principais materiais usados na invocação e por fim as conjurações a serem usadas para chamar-se o espírito. Para maior entendimento do sistema, daremos aqui um breve resumo de seu funcionamento.

A primeira coisa a se fazer é escolher com qual espírito irá se trabalhar. Este momento é de suma importância e dele dependerá o sucesso ou não da invocação – uma forte motivação e um grande envolvimento emocional são de grande ajuda neste momento. Para uma escolha sensata, o melhor a se fazer é ler a descrição de cada um dos 72 espíritos para encontrar o que melhor se encaixa (em personalidade e poder) com suas necessidades.
O sistema de invocação em si não guarda grandes segredos.

Seus elementos poderiam ser reduzidos a um mínimo composto por:

Baqueta – Ferramenta da vontade manifesta do magista.

Circulo – Onde ficará o adepto protegido de qualquer influência externa.

Triângulo – É o local destinado a manifestação do espírito invocado, que lá estará contido e sob as ordens do mago.

Selo do Espírito – Cada um dos 72 espíritos possui seu próprio selo, que será disposto no triângulo para a conjuração.

Hexagrama e Pentagrama – Usados na proteção do mago.
A segunda parte do livro contém descrições mais detalhadas sobre cada uma estas ferramentas, bem como a de acessórios opcionais que em sua maioria trarão maior eficiência ao rito.

Inicia-se então os preparativos para a evocação.

Certifique-se de que não será interrompido, tire o telefone do gancho, desligue a campainha. Comece colocando o Selo do espírito no triângulo e entrando no círculo.

O próximo passo é a realização de um ritual de banimento (como o Ritual menor do pentagrama que é dado como anexo neste livro) seguido da Conjuração Preliminar do Não Nascido.

Chega-se a hora das Conjurações, começando pela Conjuração Preliminar do Não-Nascido. O uso das invocações tais como seguem na terceira parte do livro é geralmente usada simplesmente pela força que causa na psique do mago e pelo seu sucesso já provado em diversas ocasiões. No entanto, mais importante do que seguir um roteiro é envolver-se mental e emocionalmente com o texto. Algumas pessoas gostam de reescrever as conjurações de modo a torná-las mais pessoais.

As Conjurações devem ser feitas até que se sinta a presença do espírito invocado, isto pode ser notado por uma sensação visual do quarto encher-se de neblina, queda súbita de temperatura, sensação de formigamento no corpo, simples premonição, etc...

Com a chegada do espírito às ordens podem ser então dadas à eles. Se for de seu desejo ver o espírito, na maioria das vezes terá que ordenar que ele apareça. Quando digo “ver” quero dizer as diversas formas de manifestação sensória de um espírito: ele pode realmente se tornar visível, pode tremular em uma imagem, surgir e desaparecer como um vulto na área do triangulo, pode manifestar-se psiquicamente, aparecendo com detalhes na “tela mental”, entre outros...

Os comandos para o espírito conjurado devem ser obrigatoriamente expressos nas próprias palavras do adepto. As ordens ao espírito deveriam ser claras, e talvez algumas restrições deveriam ser impostas, como não ferir amigos e familiares, e quem sabe um prazo para que seus pedidos sejam compridos.

Existem duas formas basicamente de se barganhar com um espírito de Goétia. Pedindo, ameaçando-o ou recompensando-o. Na maioria das vezes o espírito pode aceitar ou negar um pedido seu e não exigir nada em troca. Alguns deles no entanto parecem ter uma certa tendência para a negociação.
Se for necessário ameaçasse um espírito dizendo que seu selo será destruído. Recompensa-os com a criação de uma nova cópia do sigilo (seja ela um trabalho artístico, um grafite ou o que quer que seja.), embora em casos mais complicados sacrifícios mais ousados sejam pedidos. Será comum você “ouvir” o espírito lhe oferecer mais do que você realmente pediu tentando persuadi-lo a desejar outras coisas. Permaneça firme em sua vontade inicial ou acabará fechando contratos dos quais vai se arrepender depois. Na negociação não é necessário ser estúpido como os magos medievais, muitos dos espíritos são razoáveis e amigáveis, seja flexível, mas mantenha-se sempre no controle.

Feito isso pode se dar a licença para o espírito partir. Use a versão fornecida pelo livro ou reescreva-a em uma forma mais pessoal. A licença deverá ser declarada até não se sentir mais a presença do espírito.
Finalmente execute novamente o ritual de banimento. Recolha todos os acessórios e o selo que agora está “ativado”, deverá ser guardado em um lugar seguro, longe de mãos e olhos profanos.

Agora simplesmente aguarde o espírito cumprir sua missão. Durante este período esteja pronto para manifestações como o aparecimento dos espíritos em sonhos, a visão de vultos, ouvir o seu próprio nome falado alto em uma hora perdida do dia, sensações de arrepio e formigamento e inclusive a sensação do toque além de casos raros de poltergaist.
O sucesso é uma pratica freqüente neste sistema, mas em caso de falha temos duas alternativas. Podemos simplesmente esquecer o ocorrido e continuar nossas vidas, ou podemos dar um ultimato ao espírito. Para isso conjure o espírito mais uma vez e ordene que complete sua missão em um numero certo de dias sob a pena de ter seu selo torturado e/ou destruído. Na maioria das vezes isso bastará para fazer-lo cumprir seu dever.

Esta é a base da prática Goetica. O sistema se revelará especialmente eficiente para aqueles que buscam poder, hedonismo e prazeres materiais. Na verdade as conseqüências podem ser similares a que se tem com o jogo ou com certas drogas no tocante de que tenderá cada vez com mais freqüências buscar poder e prazer com os espíritos. Se você acredita que corre o risco de perder o controle com a sensação de poder, este sistema não é para você.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...