sábado, 4 de novembro de 2017

Os 'LANDMARKS' do Martinismo



1) Crença em Deus e invocação de Yeheshua. O Martinismo é uma Ordem essencialmente cristã, e Yeheshua é invocado quando de cada reunião martinista e figura em cada documento martinista. A crença na Divindade é um traço essencial de todas as estruturas iniciáticas. Sem ela, não temos razão de ser, e nossos juramentos são sem significação. Somos cristãos, não de um modo estreito e dogmático, mas de um modo verdadeiramente respeitoso do mistério da encarnação do Logos no mundo físico. Nesse sentido, os acontecimentos do drama cristão são progressivos, e é esta participação do divino na existência que engendra todos os milagres que se produzem em resposta a nossas preces e atos teúrgicos. Todos os Martinistas estão, ou deveriam estar, de acordo com esse 'Landmark'.


2) A Iniciação conferida por Louis-Claude de Saint-Martin, chamada S. I.. Alternativamente, podemos considerar esta Iniciação como a transmissão de uma essência espiritual proveniente de Martinez de Pasqually e de Louis-Claude de Saint-Martin. É esse legado que faz de nós Martinistas. Consideramos tal legado como a transmissão de uma essência espiritual que nos une como família iniciática. Podemos tê-la alcançado por diferentes caminhos, como a diferença entre a filiação russa, a filiação que veio de Papus, e aquela que veio de Chaboseau, mas é uma filiação que, em cada caso, remonta a Saint-Martin. De acordo com a tese de nosso estimado Irmão Robert AMADOU, trata-se, pois, de uma filiação de desejo, de uma filiação espiritual, que pouco a pouco se formaliza ritualisticamente, sob a influência de diversas personalidades.


3) A organização, por Papus, de uma estrutura que consiste em dois graus preparatórios e um grau, aquele de S. I. Todas as Ordens Martinistas trabalham com esta mesma estrutura, ainda que os nomes dos graus possam variar. Habitualmente são: o " Associado "; o segundo " Iniciado "; e o terceiro " Superior Desconhecido " ou " Servidor Desconhecido "i.

4) A transmissão da Iniciação de pessoa a pessoa, EM PESSOA, por um Iniciador autorizado, qualquer que seja seu título. A Iniciação é um presente dado pelo iniciador ao seu iniciado ou iniciada, e constitui uma marca da mais profunda confiança entre ambos. Ela jamais pode ser transmitida pelo correio ou por telefone ou de outra maneira que não fisicamente, por uma pessoa, e em presença dos símbolos martinistas fundamentais. É possível que os Iniciadores tenham diferentes títulos: Iniciador, Iniciador Livre, Filósofo Desconhecido, etc. Em todos os casos, tais títulos querem dizer a mesma coisa, uma vez dada a autoridade por outro iniciador para conferir a Iniciação. É verdade que, num certo grau, cada Iniciador é livre e autônomo e, em última instância, a Iniciação é deixada à sua discrição. Contudo, o desejo e a exigência de praticar ato de caridade intelectual e espiritual, no Homem de Desejo, devem ser equilibrados por uma consciência da responsabilidade implicada. Assim, um Iniciador não deveria jamais conferir a Iniciação àqueles que são apenas curiosos, e àqueles que procuram a Iniciação para satisfazer seus próprios egos exteriores ou àqueles que a procuram com finalidade mercenária. Ora, se é assim para a Iniciação, quanto mais verdadeiro não será para a posição do Iniciador? É em suas mãos que reside nossa Tradição. Assim, cada Iniciador deve fazer todos os esforços possíveis para conservar sua herança e para transmiti-la intacta à sua posteridade. Ele deve também assegurar-se de que esta Tradição não seja nunca rebaixada pelo fato de ser conferida a candidatos que não tenham sido profundamente preparados e instruídos, mas apenas àqueles dos quais estão seguros que a manterão em sua pureza, sem diluição alguma nem rebaixamento, fazendo dela uma simples mercadoria.

5) Os Mestres Passados. Foram eles que criaram, que têm contribuído e moldado nossa Tradição, e que nos transmitiram sua filiação. Todos nós conhecemos alguns deles: Papus, Sédir, Phaneg, Maître Philippe. Outros são conhecidos apenas dos membros de uma ou outra linha de filiação. E alguns trabalham tão completamente por trás da máscara que são conhecidos apenas de outros Santos e das grandes almas, e não o são nem por todos aqueles que estão ao seu redor. Nós invocamos sua presença em cada reunião e buscamos seus conselhos e proteção.

6) A liberdade essencial para o iniciado de seguir sua própria via de reintegração. Desde o seu começo, a Ordem Martinista teve um programa da instrução e de símbolos fundamentais. Ora, ao lado disso, cada Iniciador ou Presidente de Grupo foi livre para instruir de acordo com sua própria compreensão e na compreensão e interesse de seu grupo. O Martinismo é, pois, antes um lugar de encontro que um rígido programa de estudos, e é bom que seja desse modo, porque a via de reintegração é pessoal. Assim é que alguns trabalham em uma Ordem, e outros em outra e ainda em outras como Martinistas Livres. Isso sempre foi assim.

7) Necessidade da Crença no processo de reintegração para emergir da Floresta dos Erros. Desde seus mais longínquos antecedentes na doutrina de Pasqually, a Ordem Martinista sempre afirmou que o Homem sofreu a queda, perdido na privação e ignorando os privilégios de seu estado primordial. O papel das escolas de Don Martinez e de Louis-Claude de Saint-Martin tem sido sempre o de relembrar ao Homem as glórias de suas origens celestes e de indicar-lhe uma via de retorno. Alguns preferem seguir uma via operativa; outros, a Via do Coração; entretanto, qualquer que seja a via escolhida, a viagem deve ser começada e terminada.

8) O uso do Manto simbólico, da Máscara e o Cordão. Não é fundamental que o Manto seja preto, branco ou vermelho, ou que o Cordão de S. I. seja branco, vermelho ou dourado; ou que traga três nós, cinco ou nenhum ao todo. Todos os Martinistas fazem uso desses três profundos símbolos e sua significação subjacente é, em todo caso, a mesma.

9) O uso de três tecidos: negro, vermelho e branco. Como com o manto, a máscara e o cordão, eles são de uso universal, e seu simbolismo é explicado em toda parte da mesma maneira.

10) O uso do trígono das Luminárias. Sobre o altar martinista, há três velas brancas dispostas de modo triangular. Em algumas lojas, elas são utilizadas apenas em dois graus; em outras elas são utilizadas em todos os três, mas não são acesas em apenas um deles. Todavia, o simbolismo é sempre o mesmo e pode ser adotado por todos os Martinistas.

11) O uso do Pantáculo martinista. Em algumas Ordens, está por terra no Oriente; em outras, encontra-se acima da cadeira do Iniciador; em outras ainda aparece nos dois lugares. Ele aparece em todos os documentos martinistas e constitui um símbolo martinista universal.

12) O lugar dos Mestres Passados. Em cada Templo Martinista, qualquer que ele seja, existe um lugar, uma cadeira ou mesa, ou altar com uma vela que representa os Mestres Passados de nossa Ordem, de nossa família iniciática. Este lugar pode ser mais decorado, mas a vela está sempre presente e é acesa em todas as cerimônias, para representar nossa invocação dos Mestres Passados, para representar sua presença em nossas assembléias e para representar nossa aspiração em nos unir a eles.

i A abreviatura S.I. corresponde a essa denominação, qual seja, a de Servidor Desconhecido.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...