sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Satanismo Anti-Cósmico



“Que terror é este que agora caminha sobre a face da terra?”

É ele quem usa um diadema de sete chifres deformados e está envolto em vestimentas de fome e guerra.

É ele, cuja oração é o latido dos cachorros e o lamento das prostitutas, cujos hinos são como as lamentações dos leprosos e do pária atormentado pela varíola.

É ele, cujo nome é como o flagelo de nove caudas na espinha do mundo…” — Bestia Arcana: Shepherd of Perdition


Nas últimas décadas, o Satanismo se tornou cada vez mais popular, principalmente com o advento da internet. Dentre estas sendas umas das correntes que mais se destaca no Caminho Da Mão Esquerda é a Corrente 218 (também conhecida como Khaos-Gnosis, Khaosophia). Trata-se de uma síntese que incorpora principalmente elementos com matriz Gnóstica, Cabalística e Hermética sob um prisma Satanista, cuja principal meta é a dissolução das potências demiúrgicas e ilusórias que aprisionam e ocultam a essência Luciférica (também chamada de Chama Negra), princípio antecessor da Carne/Ego/Vaso, avesso até mesmo aos auspícios mais sutis da substância logóica que projeta suas emanações em múltiplas estruturas existenciais macrocósmicas.

Os meios estratégicos aeônicos para que este objetivo se prisme é através da comunhão entre o adepto e as energias contidas nos Qliphoth קליפות, os vasos rompidos de forças malignas, desequilibradas e Antinomianas da Etz Da’ath עץ דעת (Árvore do conhecimento/ciência do Bem e do Mal) que segundo a Torah, foram estes princípios que levariam ao colapso do homem arquétipico primordial Adam Kadmom אָדָם קַדְמוֹן para sua queda em Assiyáh אסייה, dando criação ao Homem caído rebelado Adam Beli-ya’al אָדָם בליעל.

“mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dessa não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” — Bereshit 2:17

As tradições mais clássicas da Cabala Hermética, oculta e esotérica, têm esses mundos como aberrações ilusórias que se projetam nos vícios e desejos mais sujos do homem e da natureza que o mantém preso a Assiah. Em um circuito iniciático com o objetivo de retorno à condição original reintegrada de Adam Kadmom, o adepto se defronta com os caminhos e esferas da Etz Chayim עץ חיים, a Árvore da Vida, de forma a conquistar progressivamente o domínio e o conhecimento da constituição de sua própria alma, simultaneamente dos mistérios multidimensionais do cosmos. Cada aspecto dos Sephiroth סְפִירוֹת e dos seus 22 caminhos são as virtudes ou graças das facetas de D’us que o adepto através de procedimentos contemplativos e magísticos de suas chaves busca obter contato. Durante esse processo o adepto se deparará com uma barragem, a sua casca, ou Qliphoth, que protege/isola a essência Sephiróthica da esfera em questão, agindo como uma ação testadora dos potências que o viajante possuí de superar os vícios que são as contrapartes obscuras dos Sephiroth. Esses seriam os ordálios em que todo magista deveria travar para provar sua natureza elevada, pois somente dominando, derrotando ou anulando os vícios e as forças demoníacas e obscuras o magista será dominante de si próprio. Tal procedimento é fundamental para que o o homem possa ser reintegrado na condição de Adam Kadmom e tomar seu trono em Kether כתר, em completa unificação com D’us.

Mas e quando nem mesmo a consciência de D’us é satisfatória? Quando o indivíduo percebe que o Todo não passa de gestações de cadeias cíclicas Aeônicas intermináveis? Quando tudo se resume em um super ego universal se aventurando em si mesmo em múltiplas emanações de consciências fragmentadas para manter vivida uma experiência holográfica de si mesmo?


“O Todo é mente, o Universo é mental.”

“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.”

“Tudo é duplo; tudo tem polos; tudo tem seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em graus; extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.”

- O Caibalion


Quando nossos sentidos são delimitados por parâmetros evidentemente falhos, tudo que resta é uma jornada infindável por meias verdades sobre meias verdades que se contradizem e se refutam paradoxalmente em ciclos e mais ciclos de vida, morte e ressurreição de paradigmas e leis arcônticas ordenando as formas de projeção da realidade como ela é, segundo nossas estruturas aeônicas forjadas naquilo que foi estipulado como a estrutura anímica do ser, homologada paralelamente com o corpo da realidade macrocósmica. A morte neste esquema não se aplica de forma fatídica tendo em vista que o que se faz fenomênico trata-se de uma transição de um estado de consciência a outro segundo estipulado pelos mistérios arcanos.

Popularmente os Qliphoth estão associados aos planos Assiyáhticos entretanto suas origens procedem dês dos primórdios do impulso criador, cuja as pistas encontraremos na cabala de Isaac Luria.

No primeiro ato criativo ocorre o processo de contração (Tzimtzum צמצום) da luz infinita (Ain Soph Aur אין סוף אור) gerando um espaço vazio (halal חלל) onde todas as coisas pudessem existir, pois sem o ato do Tzimtzum não haveria como separar D’us daquilo que não é D’us. Na revelação de Luria o primeiro ato do sem limites (Ain Soph אין סוף) foi o de ocultação da luz infinita e limitação.

A consequência do Tzimtzum e a gestação dos Sephiroth foram responsáveis pela Shevirat Ha-Kelim שבירת הכלים (ruptura dos vasos). Estes dez vasos destinados a conter e ocultar a emanação da luz de Ain Soph foram incapazes de conter a luz infinita e explodiram. Os Sephiroth, valores arquetípicos através dos quais o cosmos foi criado, são despedaçados em um evento posterior, o mundo dentro do qual residimos, Malkuth מלכות (reino), foi composto pelos fragmentos destas substâncias quebradas. As Sephiroth de Chesed חסד (misericórdia) à Yesod יסוד (fundamento) foram totalmente destruídas, todos os vasos, incluindo, Keter כתר (Coroa), Chochmah חכמה (Sabedoria) e Binah חכמה (Entendimento) foram destruídos, porém de forma parcial, pois estas eram cascas mais puras emanadas provenientes da luz infinita e portanto mais resistentes. O universo teria sido jogado de volta ao estado de completo e absoluto caos e vazio (Tohu wa-bohu תֹ֙הוּ֙ וָבֹ֔הוּ) antes da criação.

Neste momento com a total aniquilação da criação primal a Tikun olam תיקון עולם‎ (reparação do mundo) ou Tikun תיקון (retificação) é acionada através de novas sub estruturas chamadas Partzufim פרצופים (Visões/Faces/Formas/Configurações) as personalidades de D’us, que harmonizam e subdividem as parcelas menores da luz de Ain Soph em cascas mais fortes.


“No princípio criou Deus os céus e a terra.

A terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo, mas o Espírito de Deus pairava sobre a face das águas.

Disse Deus: haja luz. E houve luz.”

- Bereshit 1:1,2,3


O processo de retificação (Tikun) da criação se estende durante a promessa messiânica de reintegração de Adam Kadmom, desta forma a humanidade se torna co-autora da criação através dos mitzvot מצות (preceitos) da lei, de forma a auxiliar a reparação dos vasos ao estado ideal designado por D’us.

A otz chayim é reestruturada no modelo cosmogônico atual no reino de Assiyáh delimitando ainda mais a luz de Ain Soph. A visão cósmica universal da criação é delineada como a miragem das estrelas do espaço que há muito tempo jazem mortas, desta forma, não apenas os Qliphoth da otz da’ath estão ligados a Assiyáh como citado na literatura popular, mas também a própria visão que possuímos da existência em suas estruturas sephiróticas. A árvore da vida é uma projeção qliphóthica Assiyáhtica, ou seja, não passa de uma ideia que a criatura possui em relação às virtudes da criação e do criador.

Os fragmentos da antiga estrutura morta do cosmos se reorganizam nos aspectos cadavéricos em contraposição aos esquemas estabelecidos existenciais. São estas regiões responsáveis pelos aspectos desagradáveis, mórbidos e malignos que habitam na matéria tais como a dor, a doença, o medo, a nihilidade, e tudo que pertença ao campo da morte e da escuridão se projeta nestes estilhaços alojados na nova constituição da natureza e, consequentemente, no homem. São nestas regiões ocultas que a moralidade humana e as estruturas das leis e da moral, em escala micro e macrocósmica, são colocadas a prova.A Corrente Chaosophica tem como parâmetros a ideia de que todas as questões que envolvem a vivência humana, em seus aspectos idílicos, são como celas que aprisionam o homem nos apegos de sua própria constituição egoica e, portanto, estariam alimentando os sistemas criados pela rede arcôntica, a árvore da vida. O Satanismo Anti-Cósmico busca cair na danação das Anti-Estruturas de forma a ferir ainda mais as instituições do Ego que luta para reconstruir aquilo que foi destruído no princípio de Tzimtzum através da alimentação dos delírios do logos, condenando sua luz novamente a contração e a limitação.

O processo de desilusão nos leva ao enfrentamento do negativo e do consumo das estruturas vitais do ego, os terrores nos quais o homem evita o encontro são liberados. O enfrentar das forças malignas devoradoras e corruptoras do ego levam ao gradativo estado de morte, de forma que o adepto vá ao encontro de uma natureza cada vez mais vazia, despertando impulsos atávicos primitivos e bestiais inerentes à medida que os valores do ego são desalojados da constituição humana. Tais processos podem ser muito difíceis e dolorosos pois o abismo se projeta em inúmeras formas conduzindo o adepto ao estado de desapego às estruturas vigentes. O desejo instintivo, predatório, vampírico, se torna forte tal como a sede Luciférica de transcender os limites de sua própria carne. A angústia de uma fera encarcerada se alastra em seu interior, devido ao despertar da Chama Negra acausal, que é a própria luz de Ain Soph, manifestando-se em desejo adverso em prol do retorno para sua condição primordial contrapondo-se ao desejo de contração, limitação e criação.

Os Caminhos Antinomianos são para os devotos do abismo, amantes da escuridão que almejam a Nulificação dos processos da constituição cosmogônica se aliando e alimentando os véus severos e sinistros das energias adversárias saturninas e marciais do Outro Lado da composição humana e do cosmos, exaltando as formas negativas do mal que causam a ruptura dos parâmetros ditatoriais instituídos pelo diagrama sephirótico cosmogônico, aniquilando gradativamente os apegos humanos. Esses processo levam ao despertar da chama negra acausal no forte. Para estes, a vida é uma doença que deve ser curada através de um processo de eutanásia em uma radical e colérica oposição bélica.

Trajar o manto da escuridão é selar o contrato de um caminho solitário, espinhoso e colérico com o ideal completamente dissociado dos caminhos utópicos e idílicos da falsa iluminação atrelada a apegos demiúrgicos limitadores e ilusórios de um pseudo-equilíbrio e uma enganadora sensação de bem estar do ego, pois a verdadeira iluminação é um processo de dissecação dolorosa e sem anestesia, visto que todas as metamorfoses implicam em destruição das formas estabelecidas e estagnantes alimentadas pela moral do fraco.

Se desejas ultrapassar seus limites e fores forte o suficiente para olhar diretamente a face da morte sem véus, se sua cólera interna grita de sede do verdadeiro pleroma além da vida, se abandonou toda esperança de uma umbrática iluminação, então seu lugar é com aqueles que flutuam sobre os estilhaços da eterna desgraça dos vivos.

Satan é o grande arcano do grito de guerra e aversão misantrópica da existência vigente, o maior ato adversário que se alastra pelo Infinito do Todo em fogo e fúria.


“Nossa vontade é a lei e nossa lei é o Caos!”

Ave Azerate!

Ave XI!

As Bases da Corrente Anticósmica 218

As bases da Corrente 218 firmam‐se originalmente nos mitos sumérios contidos no poema épico Enuma Elish escrito há mais de 3000 anos. No mito babilônio, Tiamat, um monstruoso dragão feminino, é a mãe de tudo aquilo que existe e de todos os deuses. Ela é a personificação da água salgada, das águas do Caos. Tiamat tem originalmente Apsu como consorte. Apsu é a personificação do abismo primordial da água doce do mundo inferior. Da união de Tiamat e Apsu surgiram os primeiros deuses.

O comportamento dos primeiros deuses irritava o casal primordial e Tiamat e Apsu planejaram matar a própria descendência. Ea¹, deus da quarta geração após Tiamat e Apsu, descobriu os planos e engendrou um plano para matar Apsu.

Ea aguardou Apsu adormecer e o matou. Tiamat foi tomada por fúria violenta ao saber da morte de seu esposo, tomou seu filho Kingu² como novo consorte e criou um exército de onze demônios para vingar a morte de Apsu. Tiamat pretendia que seu filho e esposo se tornasse Senhor dos Deuses, deu a ele as Tábuas do Destino e o colocou à frente de sua armada.

Foi Marduk, filho de Ea e Damkina, quem enfrentou e venceu Tiamat e Kingu³. A vitória sobre os dragões do Caos conferiu a Marduk “poderes supremos”.

Marduk representa os poderes cósmicos que são combatidos pela Corrente 218 que, por sua vez, é representada pelos deuses anticósmicos e pelos onze poderes criados por Tiamat, ou seja, por Azerate.


Cosmos e Logos, Um Esboço de Definição


O cosmos nos é apresentado como a totalidade de um universo “ordenado”. Descrevem‐no como o espaço universal, composto de matéria e energia, regulado por certas leis.

À suposta lei universal e fixa, regedora da “harmonia”, Heráclito de Éfeso chamou “Logos”. “Logos” também significa Palavra, Verbo e Razão.

O evangelista João se referiu ao Cristo como sendo o Logos. “Adaptado”, o vocábulo passou a ser uma forma de sinônimo para Deus e para seu filho.

Para os filhos do Logos morto o universo está sob a lei de uma pretensa força criadora onipotente, responsável pela manutência da “harmonia”: o funesto e confuso “demiurgo”. O Logos Morto, a pretensa força criadora do “demiurgo”, os conceitos arcaicos, tolos e estagnados resumem a corrente cósmica, a Grande Ilusão de Maya.

Nesse contexto, encontramos Marduk ‐ o “demiurgo” ‐ associado a Javé.


Da Não Percepção ou da Percepção Ilusória


O homem ordinário (não) “percebe” o universo ao seu redor através de sentidos comuns, sendo ele mesmo parte do cosmos. O homem ordinário não percebe nada além de ilusão.

No estado de dormência há uma espécie de sensação de equilíbrio (falso‐), um caminho com o qual se conformar, uma senda que se segue guiado por outrem, por algo. Um “ir” junto aos “muitos”, um caminhar entre os vários. Um não ver aquilo que é. Um não‐ser. Um enaltecer da ilusão. Um doloroso sonho cósmico.

O indivíduo tem o Eu (Ego) plasmado, modelado pelas restrições impostas pelas correntes cósmicas, por Maya. O indivíduo comum É algo que não É.


Da Dominação do Pão e do Circo


Servilismo. Subserviência. Alienação. Prostração.

Cega sujeição à vontade alheia e aos interesses manipuladores daquilo que o próprio homem ordinário criou e que não controla. Alheação. Incapacidade.

O rebanho oprimido sob o jugo se deleita no que é franca e deliberada mentira, ilusão. Os muitos são os Vermes.


Da Caosofia


O vazio informe e a vacuidade ilimitada a que se referiu Hesíodo, a desordem e a confusão dos platônicos.

Estado indefinido de não‐ordem que antecedeu a pretensa obra do “demiurgo”.

Caos, o estado original do que está além e sob o abismo.

Propiciar o Caos é incitar, impelir e impulsionar Transformação.

Somente a transformação é contínua.

O cosmos é tridimensional, linear, causal, previsível. O caos é multidimensional, não linear, é acausal e imprevisível. No cosmos jazem forças. No caos, energia dinâmica explode mundos e possibilidades sem fim.

O cosmos precisou ser criado. O caos é causado por si, em si. Caos é potencial ilimitado em destruição (transformação) e criação. Nele estão todas as coisas manifestas e não‐manifestas.


Azerate

Divindade — Fórmula — Conceito


Azerate é formado pelos 11 demônios criados por Tiamat para ajudá‐la a vingar a morte de Apsu.

Azerate é o nome da Divindade amorfa e anticósmica originária da reunião dos Onze Arquidemônios das Qliphoth. É o Deus Híbrido formado pela totalidade dos aspectos de Nahema, Lilith, Adramelek, Baal, Belfegor, Asmodeus, Astaroth, Lucifuge Rofocale, Beelzebub e Moloch.

Azerate alude aos onze príncipes de Edom que reinaram ao sul do Mar Morto antes das guerras judaico‐romanas.

É a fórmula de consecução mágicka que opera a destruição dos véus da Ilusão que aprisiona e aliena.

Azerate é a união das onze potências da Árvore do Conhecimento que destroem a mentira sobre o Universo criado.

Azerate é a chave para as dimensões de poder além dos limites da consciência.

Azerate é o Dragão Negro de 11 Cabeças que vomita fogo, morte, destruição e terror.

218 é o número místico de Azerate e da Corrente Anticósmica.

Azerate evoca e manifesta o conceito maldito e banido do Onze sobre o Dez.

O Onze, aquele que sucede o Ciclo Eterno, aquele que traz destruição, antítese e embate ao cosmos.

Azerate é o Onze que é Sessenta e Seis.

66 é o número místico das Qliphoth e da Grande Obra.

Σ(1‐11) =66

Azerate é o duplo 109, a dupla Esfera da Iluminação.


Proposições Básicas da Corrente Anticósmica


Destruir os véus da Ilusão, trazer a condição de Caos ao universo manifesto.

A implosão impele e impulsiona dolorosa Transformação e Renascimento em Nox.

Fazer ruir estruturas decrépitas nas quais se fundamentam as idéias dos opositores da Vida.

Desfazer laços e cortar amarras que impedem o avanço e a evolução do indivíduo.

Proporcionar desafio ao indivíduo que, por vocação, aprende e faz guerra contra os agentes alienadores em todos os aspectos.

Trazer ao Universo manifesto as forças que combatem eternamente para que elas possam destruí‐lo tal como o conhecemos.

Trazer Morte ao Universo, propiciar Dissolução do Ego plasmado sobre os moldes da restrição imposta por padrões hipócritas, vazios e mentirosos.

A Corrente 218, Algumas Características Mais

Podemos dizer que a Corrente 218 é anticósmica, caótica, luciferiana e satânica.

É uma corrente por ser caracterizada pelo movimento acelerado das forças que a compõe.

É anticósmica por estar alinhada à Destruição dos conceitos estagnados de cosmos e logos tal como os conhecemos e por buscar a Dissolução da dispersão do Ego que concorre contra a verdadeira vontade.

É Caótica por não se apegar a conceitos estagnados, superficiais e submissos; por enfatizar que o processo verdadeiro de aprendizado e de evolução do indivíduo se dá através da própria experiência, do contato direto com as forças inerentes à corrente; por estar alinhada com muitas das idéias do que se costuma rotular como magia do CAOS; por ter como uma de suas proposições básicas trazer o CAOS ao Universo manifesto e Destruí‐lo como Ilusão, como Maya.

Luciferiana por propiciar ao indivíduo a possibilidade de evolução através do Conhecimento (Luz, Gnose Luciferiana).

Satânica por ser uma força de embate contra valores idiotas, hipócritas, ultrapassados, dominadores e alienadores.

O motor da Corrente é a força dinâmica de Azerate como Divindade, Conceito, Chave e Fórmula de consecução mágicka.

A fundamentação da corrente se dá a partir de um vasto sincretismo de ramos e vertentes do Caminho da Mão Esquerda. Tal sincretismo busca sintetizar a essência de cada aspecto que compõe a heterogeneidade e aplicá‐la na consecução das proposições fundamentais. Dentre as diversas tradições que coadunam forças que se combinam na Corrente 218 citamos: a magia do Caos, o Satanismo (Tradicional e Moderno), o Luciferianismo (Tradicional e Moderno), a tradição Draconiana, a tradição Tifoniana, a Bruxaria Sabática, a Qabalah Qliphótica, Thelema, o Tantra, a Quimbanda, o Vodu e cultos ligados à Morte.

Atualmente o Templo da Luz Negra na Suécia é o maior expoente relacionado à corrente anticósmica. O Templo é a evolução do trabalho iniciado pela Ordem Misantrópica Luciferiana (MLO). Seus principais trabalhos literários publicados são Liber Azerate, Liber Falxifer — The Book of the Left‐Handed Reaper e Quimbanda — Vägen till det Vänstra Riket.

Uma das principais manifestações artísticas relacionadas à Corrente 218 é o singular álbum Reinkaos, último trabalho da banda Dissection.


Algumas Divindades Anticósmicas

Kali e Shiva

Deuses hindus que conduzem à liberação removendo a ilusão do Ego. Kali é a toda‐consumidora do tempo (Kal), Deusa que traz Morte à falsa consciência, pois está além de Maya. Kali é uma das variadas formas de Devi, Mãe compassiva que traz liberação (moksha) aos seus filhos. Seus devotos adoram‐na com amor incondicional. É conhecida e adorada por vários nomes: Kalikamata, Kali Ma, Bhavatarini, Dakshineshvara, Kalaratri, Kottavei, Kalighat e Negra Mãe Divina.

Kali Ma é a dissolução e a destruição. Foi graças a ela que os deuses, feitos Shiva, puderam destruir Raktabija, pois Kali consumiu todo o sangue que jorrava dos ferimentos de Raktabija e ele não pôde mais se reproduzir.

Shiva é o Deus da destruição e regeneração, fogo consumidor da transformação, cujo olhar relampeja e destrói violentamente. É um dos Três formadores da Trimurti hindu. Shiva é chamado o Destruidor. Shiva e Kali

costumam ser adorados em crematórios a céu aberto, pois aludem à transitoriedade da vida material. O Lingam está para Shiva como a Yoni está para Kali: na destruição estão os elementos da geração.

Apsu

Deus primevo sumero‐acadiano das águas doces do submundo. Primeiro consorte de Tiamat.

Tiamat

Deusa Dragão senhora do Caos e das águas salgadas. Deusa das águas abissais e do oceano primevo. Na mitologia sumeriana é chamada Nammu. É provavelmente uma das divindades mais antigas do panteão sumeriano.

Kingu

Deus Dragão, filho de Tiamat. Seu sangue foi utilizado para criar a humanidade segundo o mito babilônio. Tiamat o tomou como esposo após a morte de Apsu.

Lúcifer

Insígnia máxima da não‐servidão, da rebeldia, do conhecimento aplicado e esclarecido. Beleza sem mácula. Portador do Archote, da Luz que guia “seus filhos” no tortuoso caminho da liberação.

Lilith

Negra Mãe Divina, Rainha da Noite e das Bestas da Escuridão, personificação da plena força feminina. Mãe, Bruxa, Irmã, Anciã e Meretriz. Egrégora primitiva do Lado Obscuro da Alma.


¹ Ea: deus das águas doces; patrono da magia e da sabedoria; dizia‐se que era onisciente.

² Tiamat e Kingu são chamados Dragões do Caos.

³ Segundo o mito babilônio, Marduk criou a humanidade com o sangue de Kingu.


Publicado originalmente em Lucifer Luciferax VII, páginas 15 à 21.

THURSATRU

É imperativo acertar as coisas desde o início. Portanto, aqui está o fundamento da crença de nossa religião thursiana estabelecida, que escolhemos chamar de 'Thursatru' ou 'Tradição Thursatru' para nos separar de outros ramos thursianos, e as explicações de por que é assim; simplesmente para dar ao praticante sério a mesma base que os fundadores de nosso Þurssiðir receberam de outros devotos, livros adequados e a vontade generosa dos poderes dos Thursianos.

O texto abaixo trata especificamente do caminho / tradição / religião referido como 'Thursatru' e qualquer crença que entre em conflito com sua tradição e princípios estabelecidos não pode ser definida como Thursatru.

Ekortu cunhou o termo 'Thursatru' há mais de uma década, mas foi publicado pela primeira vez em seu livro intitulado Gullveigarbók em 2010, para separar sua crença e práxis religiosa de outros e escreveu o texto abaixo para explicar sua definição exata.

Não há diferença em 'Thursatru' e 'Tradição Thursatru’, a palavra 'tradição' é complementar para enfatizar a importância e relevância de se ter uma Tradição estrita, para não fazer acréscimos e / ou eliminações livremente para apaziguar as preferências pessoais.

Nossa Tradição e aderência a ela é importante porque consiste em um corpo de conhecimentos, princípios e práticas específicos que foram recebidos por vários Thursatruar ao acessar uma determinada Corrente, usando invocações, ligações e nomes específicos, enquanto mantém imagens mentais estabelecidas de os Thurses, compartilhando expectativas semelhantes, atitude e assim também um ethos que nos alinha à Corrente em questão, que assim recebe as formas Thursianas de possuir e animar com sua Luz do Espírito.

Essas abordagens "Atual-Específicas" que estabelecem nossa tradição foram testadas e praticadas por mais de uma década e mostraram ser capazes de reproduzir os resultados desejados com e dentro das estruturas de nossa Tradição Thursiana. É por isso que, e a única razão, um estranho deve aderir à Tradição de outra pessoa, pois essa é a única maneira pela qual essa pessoa pode acessar a mesma Essência Espiritual e ser capaz de obter resultados semelhantes com base em objetivos alinhados.

Se alguém não seguir a tradição corretamente no que diz respeito à vontade ou intenção e motivação que molda a atitude e o estado de espírito de alguém, ou quando se trata de procedimentos rituais focalizando tal Poder de Vontade e Força do Espírito, não será capaz, portanto, para se conectar à Corrente que foi aproveitada pelo Thursatruar.

 

Da mesma forma, se alguém decide remover, por exemplo, elementos essenciais e adicionar outros deuses à tradição (especialmente aqueles que são considerados antitéticos às forças com as quais trabalhamos), a corrente que liga a Tradição à Corrente / Essência torna-se para tal pessoa quebrada e toda uma repentinamente, não se está usando a mesma corrente específica da Essência Thursiana, mesmo usando nomes e símbolos semelhantes.

Compare essa tentativa de comunicação com essas forças com o envio de uma carta pelos correios, se alguém usar o mesmo nome completo e endereço completo, todas as letras (provavelmente) chegarão à pessoa pretendida, mas se você começar a mudar os nomes, adicione números e palavras que você gosta mais e coloque adesivos aleatórios em vez dos selos necessários, isso não alcançará a pessoa pretendida e, se não ficar preso, provavelmente alcançará alguém totalmente aleatório e não relacionado ao destinatário originalmente pretendido. 

Assim, é muito importante para os praticantes de Thursatru manter as abordagens tradicionais para que tenham acesso à nossa corrente específica.

Thursatru como um termo e conceito estabelecido, conforme cunhado por nossa Tradição específica, não é, portanto, algo que se possa adicionar e remover como achar conveniente, pelas razões acima mencionadas, e se você sentir que não está alinhado com o Ethos da corrente Thursiana que apresentamos nesta Linha de Prática do Norte, então você precisa ir encontrar outra coisa.

Nosso caminho não contém nenhuma verdade universal com a qual esperamos que todos se alinhem; em vez disso, é algo muito específico para alguns que podem se harmonizar com o Impulso Dissolvente da Divindade, buscando o Grande Retorno de Tudo ao Estado Primordial de Todo Potencial Não Manifesto e Além qualquer limitação.

A maioria se deterá no que é, enquanto nossa Tradição busca o que não é e a plenitude de seu vazio e sem lei, a menos que nossa corrente flua e busque levar tudo de volta para dentro.

A tradição Thursatru é baseada na crença religiosa pré-cristã nórdica, mitologia e práxis feiticeira. Mas os deuses cósmicos e a vida ( æsir , vanir , álfar , dísir e verðir ) NÃO são adorados; em vez disso, os gigantes adversários ( þursar ) do submundo e além são. Seguidores Thursatru (Thursatruar) usam o termo guarda-chuva anti-cósmico para este tipo de Gigantes ou Poderes Thursianos Adversários, pois sua herança e essência se originam além do cosmos e não de dentro dele.

A definição substancial de Thursatru: um culto religioso-feiticeiro prático dos gigantes antagônicos conhecidos como thurses ( þursar ). Thursatru é uma nova progênie religiosa da religião nórdica pré-cristã, mitologia e gigantologia thursiana, com uma conexão com o satanismo gnóstico anticósmico.

Definição funcional de Thursatru: um esforço espiritual, por feitiçaria prática e comunicação com os poderes de Thursian, para liberar o espírito do corpo e alma mundanos, e atravessar espiritualmente para o reino além do cosmos e o reinado do Demiurgo, conhecido como Caos. Para ser capaz de fazer isso, o praticante Thursatru deve receber o conhecimento acósmico divino que irá conduzir o espírito para fora dos grilhões cósmicos do Demiurgo.

Thursatru está apenas em harmonia com os antagônicos poderes Thursianos: os deuses ( æsir , também vanir , álfar , dísir e verðir ) e o tipo gigante conhecido como jotuns ( jötnar ) são todos parte do panteão cósmico e são considerados nossos inimigos.

A perspectiva gnóstica da cosmovisão é essencial e fundamental na adoração Thursatru e esforços espirituais, e visa viajar além das leis e limites do Demiurgo e seus mundos cósmicos.

Thursatru é uma crença no outro mundo conhecida como Ginnungagap-Chaos; em seus poderes como aliados da Vontade do praticante de ser espiritualmente libertado do aprisionamento cósmico. Por meio da adoração e feitiçaria Thursiana, os Seguidores Thursatru acreditam devotadamente na passagem espiritual para o Caos.

Thursatru é uma tradição desenvolvida a partir do processo de fundir invenções nórdicas e inovações modernas. Os Seguidores Thursatru acreditam em métodos ecléticos e sincréticos nos empreendimentos religiosos e feiticeiros. Os Seguidores Thursatru são inspirados pela ilegalidade e falta de forma dos thurses.

Thursatru é um empreendimento espiritual onde a carne é vista apenas como um vínculo cósmico que aprisiona o espírito, no qual os assuntos da carne são insignificantes. Conseqüentemente, os Seguidores Thursatru não se importam com o racismo e o nacionalismo.

A tradição Thursatru tem uma perspectiva gnóstica sobre a vida, a morte e além; o que significa que o deus demiúrgico, governante do universo (que é análogo a Óðinn (em seu papel como criador junto com seus dois irmãos e como governante e rei da terra, o céu e os deuses, por exemplo, Völuspá 4, Grímnismál 48 , Gylfaginning6, 20, Zeus, Yahweh, Deus e Allah), é um tirano que usa seus poderes para escravizar e aprisionar o homem. As escrituras gnósticas nos permitem saber que o cosmos e seus governantes são opressores e escravizadores, e a terra é colocada no abismo mais profundo do cosmos para manter nossos espíritos aprisionados e sem saber. Por outro lado, além do cosmos, que está fora do cosmos, habita um mundo que chamamos de Ginnungagap ou Caos - um mundo que existia antes do cosmos e de seu tirano, o Demiurgo - que é governado pelo verdadeiro e oculto deus e salvador. Acredita-se que o antigo conceito nórdico de Ginnungagap seja o portal para o mundo do Caos, e dentro dele habitam Niflheimr e Múspellsheimr. Nossos espíritos pertenceram ao Caos: eles são faíscas das chamas de Múspellsheimr e os poderes do Caos estão nos chamando de volta. Portanto, a missão de um seguidor de Thursatru é usar os meios dos poderes de Thursian para se libertar do mundo mundano microcósmico e macrocósmico e retornar ao Caos. O Seguidor de Thursatru acredita que isso seja feito através da adoração aos Thurses para ganhar Gnose divina, seguindo as tradições religiosas (Þurssiðir) para manter um forte nexo com os Poderes Thursianos em todos os aspectos, e feitiçaria para obter iluminação abrangente que ajudará a libertar os espírito.

É importante dentro da Tradição Thursatru pesquisar e compreender o antigo conhecimento da religião nórdica, mitologia e gigantologia Thursiana, tanto quanto o Satanismo gnóstico e anticósmico. É igualmente importante invocar ritualmente e tradicionalmente os gigantes de Thursian e seus poderes finais para se tornarem transformados, um aliado, e iluminados pela luz negra. Ao fazer isso, o Seguidor de Thursatru atinge a iluminação que libertará seu espírito da prisão cósmica. Esta deve ser uma prioridade na vida, antes das distrações mundanas, que são todos truques cósmicos ilusórios para ficar bêbado, cegar e aprisionar nosso espírito, Vontade e liberdade.

Você precisa ser de uma determinada área geográfica ou linhagem física para ser um verdadeiro Seguidor Thursatru? Absolutamente não, seu espírito só tem uma morada geográfica enquanto está aprisionado em um corpo humano (em um mundo mundano microcósmico que chamamos de terra), e o espírito é a única parte de você que pertence ao Caos e pode ser libertada. O corpo, o ego e a alma são as algemas mundanas que aprisionam seu espírito troll. O caos não está chamando espíritos apenas dos países nórdicos; O caos exige todos os seus fragmentos espirituais em todo o cosmos, o que, conseqüentemente, significa que qualquer coisa cósmica deve ser destruída.

Como você decidiu que Thursatru é o seu caminho espiritual, você precisa entender sua base na mitologia nórdica antiga, na gigantologia e na crença thursiana. Recomendamos que você comece lendo ambos os Eddas para ter uma base nas sagas originais. Com a ajuda do livro Thursian Gullveigarbók você será guiado de uma forma verdadeira através das sagas para entender o significado dos gigantes Thursian, suas localizações e conexões. Claro, este é apenas o começo para você e você deve, a partir daqui, encontrar seu próprio caminho Thursiano para receber a gnose do Caos.

Ao longo de Þursakyngi, bons livros sobre estudos mitológicos, religiosos e de feitiçaria serão recomendados. Veja livros de interesse. Em segundo lugar, você precisa de conhecimento básico na tradição das runas. Queremos que você realmente aprenda sobre as runas, isso só é feito estudando as runas e praticando magia rúnica, o que envolve receber orientação nas runas por thurses invocados como Gullveig e seu járnviðjur(gigantas do Ironwood). Você não receberá o verdadeiro conhecimento das runas apenas lendo livros - isso é essencial para você entender; isso é chamado de pseudo-conhecimento ou conhecimento de segunda mão: você não pode apostar sua vida que esse conhecimento é realmente verdadeiro. Em terceiro lugar, você deve conhecer a cultura nórdica para enriquecer sua simpática magia e imagens ligadas ao seu funcionamento: para construir uma atmosfera relacionada a uma nórdica pré-cristã. Que materiais, fontes, plantas estavam disponíveis, etc.? Não estamos sugerindo que você só pode usar coisas e conhecimentos que estavam disponíveis naquela época; estamos apenas dizendo que é sábio conhecer a Velha cultura para adaptar seus caminhos e desenvolver-se a partir dela. Por exemplo, em vez de comprar um castiçal cromado e uma vela de estearina comprada no supermercado, stallr (altar nórdico pré-cristão) e imite a maneira antiga para formar uma atmosfera antiga para seus trabalhos feiticeiros nórdicos. Veja, você quer conectar esta vida com as memórias antigas nas profundezas do seu espírito, e apenas uma infinidade de elementos precisos e misturados serão capazes de invocar essas memórias ocultas.


Originalmente publicado na página oficial da Tradição Thursatru:

https://www.thursatru.com/whatisthursatru

Cabala - A Esfera Não‐Numerada


Daath significa “Conhecimento” e é considerada uma Sephira – e também uma Qlipha – “invisível”, não aparecendo na maioria das ilustrações da Árvore da Vida. Quando aparece, é representada por detrás do Caminho da Grande Sacerdotisa, no Pilar do Equilíbrio, de forma sutil, grafada com traços e não numerada.

Pode ser considerada o Trigésimo Terceiro Caminho [33] da Árvore da Vida e da Morte, pois está além dos 32 Caminhos conhecidos. Daath não possui nome divino, Arcanjo ou Coro Angélico, e surge, no processo da Criação, das energias de Chokmah, a Sephira n.° 2, e Binah, a Sephira n.° 3, que estão no Triângulo Superior da Árvore, além do Véu do Abismo, onde se situa Daath. É o conhecimento que deverá se tornar Sabedoria (Chokmah) por meio da compreensão (Binah). É o Conhecimento do Abismo Cósmico, o Conhecimento do Bem e do Mal, que é o segredo da Criação manifesta.

Estar em Daath e permanecer isento de compreensão ainda ilude e aprisiona, mesmo que imperceptivelmente, na cela da falsa teologia, da falsa deificação de si mesmo, pois Daath contém todo o conhecimento cru do universo manifestado, a Ilusão do real como uma amálgama de todas as Sephiroth e Qliphoth, uma dimensão de loucura dispersa para todos os lados. Para Daath, são convergidas todas as Sephiroth e todas as Qliphoth, do mesmo modo que para Tiphareth (Jehovah Aloah Va Daath) são convergidas as forças das Sephiroth.

Sob esse prisma, Daath é a porta para o lado reverso da Árvore, o universo B, é um portal entre as “duas” Árvores, que na verdade são uma: a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal (Otz Daath). Daath é a própria semente que contém a Árvore do Conhecimento, que contém o universo; é a semente da planta que é néctar ou veneno.

Seguindo tal raciocínio, a semente é como um holograma, contendo em si o todo, a informação do todo e qualquer parte do todo. Assim, Daath é o grande holograma do universo A e do universo B, ou seja, sephirótico e qliphótico.

Trata‐se de um plano de transição do universo “real” (Ilusão) para o potencial (Real) na Árvore Sephirótica, onde o tempo não existe. O Iniciado só conseguirá realizar essa transição se tiver uma vontade verdadeira e forte e todos os seus elementos em perfeito equilíbrio e completamente purificado das escórias de suas encarnações na Terra, pois ele deverá ter uma visão extremamente clara e capaz de distinguir a Realidade da confusão ilusória. Poderá “filtrar” toda a energia de Daath com discernimento espiritual e não ser vítima do conhecimento falso, da distorção e da insanidade.

Daath é a ponte pênsil que liga ao supremo plano espiritual, mas também é o calabouço do condenado que sempre vacila, pois o indivíduo não preparado se perderá desesperadamente na corrente caótica, ficando cativo em seu labirinto insano e tendo sua consciência devorada pelo arquidemônio enochiano Choronzon, o senhor da dispersão e do conhecimento falso e confuso, o senhor de Daath. A influência de Choronzon no mundo causa a confusão da grande massa de força humana fragmentada que se dispersa, voltando‐se depois contra cada indivíduo que então se perde e se desorienta na vida, em vez de uma concentração para o progresso de cada um e da vida no planeta.

Estudando Daath, a conclusão a que se pode chegar é que toda a existência manifesta abaixo do Abismo Cósmico (abaixo de Daath), a matéria‐energia, o tempo‐espaço, são ilusões criadas pela Mente Divina. É como um jogo, uma brincadeira que pode até parecer de mau gosto, se formos refletir bem. Mas deveríamos aprender a “brincar”, já que somos também ilusão em um universo de ilusão cujo objetivo final é o despertar da consciência espiritual e nossa retirada vitoriosa desse jogo aparentemente (e realmente) perigoso e assustador.

Para se cruzar Daath, é preciso que o indivíduo seja perfeitamente resolvido psicologicamente e que possua todas as virtudes morais e espirituais possíveis, e uma das mais difíceis dessas virtudes é o total desapego. Trata‐se de uma fase do caminho espiritual extremamente crítica e delicada, em que todas as dúvidas e medos já deveriam estar eliminados definitivamente.

Apesar de ser uma “falsa” Sephira ou uma Sephira sem número, ou uma não‐Sephira e não‐Qlipha, pode‐se atribuir a essa Esfera o número 11 (onze). Onze é o número da Magia e das transformações e, consequentemente, da Ilusão. Expressa a dualidade da Manifestação e a Árvore dupla, pois 1+1 = 2, ou seja, a Árvore Sephirótica (10) mais uma (1), que por sua vez possui mais uma Árvore (10) que possui mais uma (1)... e assim por diante, em um ciclo dual alternante que se completa (10) e recomeça (1); é como um sistema de código binário. Onze é o número das dez Sephiroth mais uma Sephira falsa, e das dez Qliphoth mais a Qlipha falsa: Daath.

A cor de Daath é um cinza‐prata violáceo meio indefinido, porque o falso conhecimento é cinza, indefinido, uma mistura de luz e trevas, branco e preto, bem e mal, alegria e desespero, prazer e dor, alegria e trevas, paz e sombras, branco e mal, bem e dor, desespero e deus, prazer e demônio, amor e mal, branco e ódio, amor e ódio, desejo e discórdia (Eros e Éris, o amor erótico e a discórdia que muitas vezes se origina no desejo), etc. Enfim, um verdadeiro caos.

Daath é representada astronomicamente e astrologicamente pelo sistema estelar binário de Sírius (Sothis ou Sopdet), da constelação do Cão Maior, que no Egito antigo era simbolizada graficamente por um triângulo isósceles e uma estrela estilizada. Está a oito anos‐luz e é uma estrela dupla, Sírius A e Sírius B, sendo esta última chamada também de Po‐Tolo pela primitiva tribo africana dogon que já a conhecia em detalhes muito antes de ser descoberta por meio de potentes telescópios em 1862. Segundo os dogons, esse e outros conhecimentos foram trazidos por seres alienígenas chamados nommos, conhecidos como homens‐peixes. No Egito, Sothis era vista ao amanhecer juntamente com o Sol e a inundação do rio Nilo, marcando assim o início do ano egípcio com o forte calor do verão. Sírius significa “brilhante” (do latim sirius e do grego seirios), e era também a grande estrela da Iniciação e dos Mistérios. Eis aqui um fato para reflexão à luz da analogia simbólica.

O planeta Urano também passou a ser uma representação astrológica de Daath, após sua descoberta no século XVIII. Urano é co‐regente de Aquário e sua força é revolucionária e caótica, é energia destrutiva para os despreparados e conformados, pois sua força quebra tabus e impele à evolução drasticamente de maneira perturbadora e com determinação. Mudanças fortes e às vezes súbitas, ocorrem no indivíduo e no mundo por meio da influência de Urano, mesmo que tal mudança cause catástrofes e destrua a ordem estabelecida.

O deus grego Urano é um correspondente mitológico de Daath. Janus, o deus romano que possui dois rostos opostos, olhando para lados contrários. Janus é o deus da dualidade, que olha para o passado e para o futuro ao mesmo tempo, que busca conhecer tudo, seja bom ou mau. Janus é a “porta” para a vida e para a morte, para a lucidez e para a loucura, para o bem e para o mal...

Podemos também atribuir à Esfera de Daath, o deus egípcio Set, já abordado longamente neste livro. Além de Daath, Set está associado à próxima Sephira, Binah.

Alguns dos símbolos mais interessantes e significativos de Daath são o calabouço, a cela de hospício, a casa maluca, o labirinto, o cubo mágico, a semente, o holograma, o espelho (de Alice), a toca do coelho, a cabeça de Janus, o relógio mecânico, a “oficina do Diabo”, o palhaço, a máquina do tempo, a caixa de Pandora, o código binário, o cérebro, o disco rígido do computador, a torre de Babel, o navio fantasma, etc.

Além dos símbolos citados (alguns principais) e das atribuições astrológicas e astronômicas, podemos considerar todos os símbolos possíveis para Daath, os antigos e os modernos, os sagrados e os profanos, os concretos e os abstratos, infinitamente, bem como desconsiderar qualquer símbolo também. Paradoxal? Absurdo?

Pelo que precede, Daath pode ser considerada como o centro principal da magia do caos ou caoísmo, que é um sistema não muito sistemático no qual cada magista faz seu próprio sistema. Na magia do caos o mais importante é a experiência individual (como em qualquer outro sistema ocultista), a busca pelos estados alterados de consciência, o desenvolvimento pessoal e a responsabilidade ou irresponsabilidade pelos seus seus resultados. Crenças são adotadas ou criadas à vontade como meios de se atingir determinados fins ou objetivos, podendo ser abandonadas ou substituídas por outras. O magista caótico visa alterar sua própria “realidade” e utiliza tudo o que possa ser útil e funcional para o seu sistema pessoal, como, por exemplo, magia cabalística, xamanismo, magia enochiana, tantrismo, Necronomicon, doutrinas religiosas, magia goética, mitologia, psicologia junguiana, radiônica, tarô, neurologia, fisiologia, biologia, mecânica quântica, ciência acadêmica em geral, plantas enteógenas e psicoativos sintéticos, sigilização, ufologia, música atonal, rock progressivo, filosofia, artes, literatura, poesia, fantasia, ficção científica, teorias, hipóteses, etc. Enfim, tudo pode ser adaptado e utilizado no sistema caótico no qual não há mestres, gurus ou professores, a não ser que o magista queira.

Assim como a magia do caos, Daath é um verdadeiro pandemônio que influencia a vida na Terra e as civilizações. Na humanidade, a influência de Daath pode gerar insanidade ou criar gênios encarnados…

Fonte:

Livro: A Cabala Draconiana, Editora Madras

Autor: Adriano Camargo Monteiro

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Luciferianos

Se dio el nombre de luciferianos a los que se adhirieron al cisma de Lucifer, obispo de Cagliari en Cerdeña.

El cisma de Lucifer acaeció en el siglo IV con el siguiente motivo. Después de la muerte del emperador Constancio II favorecedor de los arrianos, su sucesor Juliano restituyó a sus sillas a los obispos desterrados. San Atanasio y Eusebio de Vercelli reunieron un concilio en Alejandría el año de 362, con el ánimo de restablecer la paz y en él se resolvió admitir a la comunión a los obispos que en el de Remini habían hecho por debilidad traición a la fe católica con tal que reconociesen su fallo. El concilio comisionó a Eusebio para calmar las divisiones que turbaban la Iglesia de Antioquía en la cual unos reconocían a su obispo Eusebio que había sido desterrado de su silla por su adhesión a la fe católica y otros, a Melecio que después de haber sido semi-arriano, volvió a esta misma fe.

Lucifer, en lugar de ir con Eusebio al concilio de Alejandría, fue derecho a Antioquía y ordenó por obispo a Paulino, cuyas virtudes esperaba que reunirían los dos partidos. Esta elección desagradó a la mayor parte de los obispos de Oriente y aumentó las turbulencias porque en lugar de dos obispos y dos partidos se hallaron de repente con tres obispos. Lucifer, ofendido de que Eusebio y los demás no aprobasen lo que él había hecho, se separó de su comunión, no quiso tener ninguna sociedad con los obispos recibidos a la penitencia, ni con los que le habían hecho la gracia de admitirlos. Sin embargo, las señales de arrepentimiento que habían manifestado los hacían dignos de la indulgencia de sus hermanos.

Así, este prelado recomendable por sus talentos y virtudes por su adhesión a la fe católica y por sus trabajos, turbó la paz de la Iglesia por un rigorismo exagerado y perseveró en el cisma hasta la muerte. No se le acusa de ningún error sobre el dogma pero sus partidarios no tuvieron tanto miramiento: uno de ellos llamado Hilario, diácono de Roma, sostenía que los arrianos, igualmente que los otros herejes y cismáticos debían ser bautizados cuando volviesen al seno de la Iglesia. Jerónimo de Estridón le refutó con solidez en su Dial, contra los luciferianos: sostiene que los padres de Remini solo pecaron por sorpresa: que su corazón no había sido cómplice de su debilidad porque si no profesaron con bastante exactitud el dogma católico, tampoco habían enunciado el error, todo lo que se prueba por las actas del mismo concilio.

Los luciferianos se esparcieron aunque en pequeño número por Cerdeña y por España. En una representación que dirigieron a los emperadores Teodosio, Valentiniano y Arcadio hicieron profesión de no querer comunicar con los que consintieron en la herejía, ni con los que les concedieron la paz: sostenían que el papa San Dámaso, San Hilario de Poitiers, San Atanasio y los demás confesores habían hecho traición á la verdad católica, admitiendo a la penitencia a los arríanos. Véase a Pelavio, t. 2, l. 4, c. 4, §. 10 y 11: Tillemont, t.7, pág. 514.

Faustino Luciferano

Faustino Luciferano fue un sacerdote de la secta cismática de los luciferianos en el siglo IV.

Lo poco que se sabe de Faustino hay que buscarlo en sus escritos. Por el año 380 era en Roma sacerdote de la secta cismática de los luciferianos. Presbítero romano del siglo IV. Participó en el Concilio de Nicea. Es uno de los padres de los primeros siglos que menos datos se conocen de su vida. El apellido Luciferino proviene de haberse adherido a una secta que lideraba Lucifer de Cagliari, condenado por san Atanasio, san Hilario de Poitiers, Osio de Córdoba y Liberio de Roma.

Escribió su famoso tratado De Trinitate inspirado en Gregorio de Elvira, junto con otros dos escritos compuesto hacia el 380 y que dedicó probablemente a Flacila, esposa del Emperador Teodosio. Esta obra expone los puntos fundamentales de la doctrina católica antiarriana, sin especial originalidad, pero de manera muy clara. Faustino expresa primero la posición arriana, después añade una exposición de conjunto con la doctrina católica, y desciende luego a cuestiones particulares para dilucidar algunos puntos nodales de la controversia (el Hijo no ha sido creado, sino que es verdadero Hijo y verdadero Dios; la inmutabilidad del Hijo, sobre todo en relación con la encarnación), así como comentarios a textos bíblicos muy debatidos por ambas partes (Jn 14, 28; Hch 2, 36; Prov. 8, 22). Esta obra termina con una exposición breve, pero completa, sobre el Espíritu Santo.

Envió una breve profesión de fe a Teodosio para defenderse de la acusación de sabelianismo que le habían lanzado los católicos. Dicha profesión la realiza debido a que no parece muy subsidiario de Ambrosio y otros. Faustino se mueve con competencia y desenvoltura a pesar del riguroso tecnicismo del asunto. Esta profesión de fe demuestra un sentido teológico más despierto en especial en la doctrina del Espíritu Santo.


Obras

De Trinitate sive de fide adversus Arianos (De Trinitate), escrita hacia el 380, dedicada a la emperatriz Flacila. Por esta obra es acusado de sabelianismo (confusión de las tres divinas personas). Basándose en los lugares básicos de la Sagrada Escritura, Faustino explica la realeza y sacerdocio de Cristo, procedentes de la plenitud de la unción del Espíritu Santo. Por su belleza teológica ha merecido figurar en la Liturgia de las Horas.

El præfatio a su memorial que se creía obra de Faustino, no lo es sino de Ursiniano.

De confessione verae fidei et ostentatione sacrae communionis et persecutione adversantium veritati, conocido mejor como Libbellus precum, escrito en el 384, junto con el sacerdote luciferano Marcelino, dirigido a Teodosio para obtener la protección de los cismáticos contra las violencias de los católicos. La obra contiene, junto con elementos legendarios, noticias importantes para la historia de los luciferanios. Sus deducciones son exageradas y partidistas. Este escrito es de gran importancia para conocer el cisma.

Lucifer de Cagliari

Lucifer, fallecido en Cagliari el 20 de mayo de 370, fue obispo de Cagliari, en Cerdeña. Fue defensor de la ortodoxia católica contra el arrianismo y es venerado como santo por algunas confesiones cristianas.

Aparece por primera vez en la historia en el año 354, cuando ya era obispo de Cagliari. En el año 355 fue enviado por el papa Liberio al Concilio de Milán para defender a San Atanasio, acabando desterrado por el emperador Constancio II, junto a Osio de Córdoba, Dionisio de Milán, Hilario de Poitiers, Eusebio de Vercelli y el mismo papa Liberio.

Durante su exilio, fue enviado a Siria, después a Palestina y, finalmente, a Egipto. Durante su estancia en Eleutherópolis (actual Bayt Jibrin, Palestina) escribió la obra Ad Constanetium Augustum pro Sancto Athanasio Libri II, en favor de sus tesis, pero escrito en un lenguaje furioso y poco razonado. A la muerte del emperador Constancio II en el 362 d.c., los obispos exiliados pudieron regresar.

En el concilio de Alejandría (362 d. C.), San Atanasio preconizó una actitud de perdón respecto a numerosos obispos que habían suscrito fórmulas arrianas, pero Lucifer afirmó que la herejía no difiere de la apostasía y entraña la pérdida del poder de orden. En Antioquía ordenó cómo obispo al diácono Paulino, enfrentándose por ello con Melecio de Antioquía y Eusebio de Vercelli, este último enviado para hacer de mediador en el conflicto.

Como sus opiniones extremas no recibían apoyo oficial de la Iglesia, se retiró a Cerdeña donde fundó una pequeña secta conocida por los Luciferianos en la que ningún obispo arriano o que hubiese favorecido a los arrianos podía ser reintegrado en la Iglesia aunque mostrase arrepentimiento o confesase sus errores; además, los obispos que hubiesen atendido las súplicas de éstos también quedarían incluidos en el mismo anatema.

Murió en el 370 d.c.3​


Obra escrita

Escribió algunas obras y epístolas, todas las cuales se conservan excepto la primera, escrita cuando fue encarcelado en Milán después del concilio:


1. Epistola ad Catholicos (355, perdida).

2. Epistola ad Eusebium (355).

3. De non conveniendo cum Haereticis (357).

4. De Regibus Apostolicis (358).

5. Ad Constantium Augustuum pro Sanclo Athanasio, Libri II (360).

6. De non parcendo in Deum delinquentibus (360).

7. Moriendum pro Filio Dei (361).

8. Epistola ad Florentium Magistirum Officiorum (361).

En 1568, Jean du Tillet publicó una edición de las obras de Lucifer.


La mayor parte de los escritos de Lucifer son Libelos integristas, cuyo contenido teológico resulta exiguo.


Veneración

Durante el siglo XVI, el obispo Francisco de Esquivel encontró los cuerpos de mártires sardos y el de Lucifer fue encontrado alrededor de la Basílica de San Saturnino. En 1623 se encontró una lápida de mármol con la inscripción:

Hic iacet BM Lucif Crus Arcepis Callapitanus Primarius Sardine et Corice.ca fl s r me eclesiae que vixit.annis LXXXI.K.Die XX mai.

También se halló una tumba con huesos y una lápida que decía:

A. Llucifer Epp.

Las reliquias encontradas fueron llevadas al Santuario dei Martiri de la Catedral de Santa María de Cagliari el 24 de junio de 1623.


Santidad de Lucifer

La santidad del obispo de Cagliari ha sido discutida desde tiempos antiguos. Sus seguidores, cómo Gregorio de Elvira, fueron atacados por Jerónimo de Estridón en Altercatio Luciferiani et Orthodoxi (Litigio entre luciferianos y ortodoxos, 378) por su rigorismo doctrinal y disciplinario. También, Jerónimo se posicionó en contra de las tesis de Lucifer en su diálogo Adversus Luciferianos.

Ambrosio de Milán, en De excessu fratris Satyri (375), lo considera cismático. Posteriormente, diversos autores se manifestaron tanto a favor cómo en contra para considerarlo un santo venerable. En 1639, el arzobispo Ambrogio Machin escribió una Defensio Sanctitatis beati Luciferi (Defensa de la santidad del beato Lucífer). Urbano VIII decretó el 20 de junio de 1641 que se dejase de hablar en público sobre la cuestión, y prohibió defender o condenar la santidad hasta que la Santa Sede decidiese alguna cosa.

Lo que se conoce por Cisma Luciferino consiste en la posición intransigente de cierto número de obispos de Italia y España respecto a las antiguas herejías.