Ancestral dos ancestrais em tua honra marco três vezes o meu pé neste solo, fumigo sobre vosso templo o bafo flamejante de Amiahzatan teu fiel servo eu louvo a ti e aos mortos elevados de nossa linhagem sagrada ò homem vermelho.
Filho da transgressão eu escolhi o teu caminho, o caminho torto o caminho sem lei, eu escolhi vagar por sobre os sepulcros e comungar com os mortos ao invés dos vivos.
Eu também sou uma criança nascida deste solo vermelho, preenchida com fogo negro, eu sou teu filho e irmão.
Retalhado por mil espadas, andando sob o fio da navalha, abrindo o crânio de Abel derramando o seu sangue sobre o solo, de onde brotam as flores da morte, o jardim negro da tua amada onde as entranhas do fraco são o fertilizante dos fortes “Gólgota” o trono da tua semente!
Eu glorifico o seu nome ò Algoz sagrado, sabendo que através do seu nome meu próprio nome é exaltado, pois caminho nos teus passos ò santo da morte, caminho em busca da minha própria coroação, pois este é o caminho sagrado.
Homem vermelho, semente maldita, semente bendita do fogo estranho no ventre da terra eu canto seu nome nas encruzilhadas da vida, e vejo teu rosto vermelho em cada espinho que perfura a minha carne, transpassada pelas setas da tirania maldita .
Ò Filho da serpente que envenena o solo desta criação, afasta do teu caminho todo aquele que o deseja, e atraia para ti aquele cujos passos estão perdidos nos fatídicos desertos da vida, aquele que é considerado peregrino em terras estranhas.
Detentor da foice sangrenta abençoa a minha segadeira para que eu possa colher os frutos abençoados da morte, sobre a terra estéril a qual o desprezível criador deu-me como posse para que eu padecesse e sofresse Abençoa-me, e dei-me sempre a força necessária para castigar os meus inimigos.
Que minha mão esquerda sempre prevaleça sobre a direita, e que a minha foice sempre prevaleça sobre o cajado do frouxo Abel, tão vazio e obsoleto quanto seu Deus imundo.
Que sobre a vara do abrunheiro repouse sempre a tua força, e que os malditos mortos obedeçam sempre ao meu chamado, ò filho do Diabo, aparta deste caminho o profano, e que toda a benção se lhe façam opróbrio, e que aquele outrora maldito ao encontrar este caminho seja sete vezes bendito, pois o estrangeiro é genuinamente herdeiro do sangue torto.
Senhor dos espíritos que habitam as profundezas, filho verdadeiro da chama enegrecida a ti ofereço essa oração, com toda minha devoção exalto a mentira atrelada a verdade que como a cobra esta sempre trocando de pele.
Pelo sangue do primeiro assassinato sagrado, Abençoado seja todo aquele que aceitar o caminho da mentira como verdade.
Pois quem dirá é mentira ou é verdade A não ser o espirito desperto?
Ora aquele que chega ate aqui já vagou por sobre os caminhos da loucura!
Já esta morto e sepultado, para tudo e para todos!
Ora os loucos são os verdadeiros sábios!
Abençoada seja a loucura do louco e amaldiçoada seja a lucidez do tolo.
Sete vezes maldito seja todo aquele que permanece inerte em cima do muro.