O seguinte texto foi retirado do Líber Azerate, sendo uma representação dos ideais e aspirações que um verdadeiro Adepto do caminho sinuoso draconiano deve possuir, sendo este o caminho do transgressor, do fora da lei.
Sendo este um caminho marcado com o próprio sangue onde a dor é uma constante, e em cada estação uma parte dele e deixada para trás, a fim de renascer através da alquimia negra em formas cada vez mais aprimoradas e nobres.
Rejeitando suas fraquezas e forjando nas profundezas do inferno “seu interior” a si mesmo como uma arma primorosa de destruição e de ruptura dos padrões estagnados e limitantes impostos de antemão, sendo assim um verdadeiro transgressor, um verdadeiro Qayn trilhando o caminho de NOD.
Frater Zero
1. Eu aceito Satanás, o deus do Caos Colérico como meu Senhor e Pai, e apenas obedecerei a sua lei; a esmagadora ilegalidade.
O satanista caos gnóstico reconhece satã na figura do adversário e sabe que satã representa a transgressão da lei e dos paradigmas, mais que isso o satanista sabe em linguagem figurada, que ao aceitar a figura do adversário como senhor e pai não esta se submetendo a nada apenas a sua própria liberdade, pois é isso que Satã representa!
2. Eu acredito na verdade, uma pura além de todas as formas, e em uma palavra, aquela que destrói a mentira, esta palavra é a Sabedoria.
O adepto caos gnóstico sabe que o mundo é ilusório e todas as formas são miragens e que apenas através da sabedoria e do trabalho árduo poderá transcender a ilusão da matéria, o Adepto caos gnóstico, possui a capacidade de ver nas entrelinhas e desvelar para si mesmo aquilo que esta oculto em cada símbolo, e cada palavra.
3. Eu acredito na luta e na causa que é o Interminável Aeon, por isso estou pronto para sacrificar meus inimigos e, se necessário, o meu próprio sangue para acelerar o início do novo Aeon.
O adepto acredita piamente no Aeon sombrio e na causa das forças da dissolução, sendo este para ele um ideal de verdadeira liberdade e transcendência por isso ele está sempre comprometido e disposto a usar de todas as formas magicas bem como meios mundanos para acelerar o dia da ira “Mahapralaya” sendo assim um agente incondicional da sua própria liberdade o Caos!
4. Acredito na coragem, força e poder, e, portanto, rejeito a piedade, compaixão e covardia, pois são grilhões do velho Aeon que detém os fracos escravizados.
O magista sabe que os valores éticos e morais são na verdade ferramentas de condicionamento humano, ferramentas demiúrgicas para sugestionar o fraco sobre o que é certo e errado, impondo de forma sutil grilhões e amarras que impedem a evolução e libertação da humanidade através de um inconsciente coletivo e subjetivo, enraizado de forma tão profunda que na infância o individuo na maioria das vezes sofre sua influencia através de uma falsa moral condicionada da qual ele não sabe de onde vem. Sendo assim o adepto caos gnóstico busca se emancipar e desintegrar esses padrões de “configuração de fabrica” sendo que para isso é preciso ter coragem e foça interior.
5. Eu acredito em disciplina e lealdade. Pois se o nosso objetivo é o Caos, a ordem primeiramente deve prevalecer em nossas fileiras.
O satanista é um individuo fiel aos seus propósitos que estão sempre em ressonância com os propósitos de dissolução das serpentes antinomianas do caos, sendo sempre um individuo consciente e organizado, em tudo que se propõe a fazer, sendo um exímio estrategista selecionando como ferramenta as ideologias e movimentos as quais julga uteis para os propósitos obscuros aos quais aspira.
6. Eu acredito na interminável fórmula do Aeon das Trevas “Chao Ab Ordo” e ansiosamente aguardo a destruição da vigente ordem cósmica.
O adepto espera no dia da ira a completa dissolução de si mesmo, e de todas as formas condicionadas e limitantes através da reintegração ao “Ain” primordial, sendo isto sua mais sincera aspiração, pois ele sabe que apenas dentro da não existência estará livre do sonho ilusório simbolizado pelas estruturas cósmicas da criação, sendo para ele o caos a verdadeira plenitude.
7. Eu acredito na essência amorfa e poder sem fim e, portanto, estou disposto a sacrificar sanguinariamente tudo no altar da liberdade.
O adepto concebe a sua chama interna amorfa como fonte ilimitada de poder, um fragmento do caos amorfo, e assim como Lucífer nos mitos rejeitou sua posição privilegiada mais ainda submissa, rebelando-se para trilhar o caminho da transgressão rejeitando titulo de ser iluminado para se tornar a própria luz, o adepto sacrifica os possíveis privilégios de submissão a tirania e viaja rumo ao deserto vermelho que simboliza a dureza e aspereza do caminho draconiano, e assim como Lúcifer ele busca alcançar sua própria Apoteose através da transcendência dos véus limitantes da prisão de barro adâmica.
8. Eu acredito no Caos, o princípio e o fim, e reconheço o seu arauto e vingador, Satanás, como aspecto externo do meu poder interno. Por isso eu exalto Satanás, com todo meu corpo e alma, tenho o prazer de ver à frente a batalha e a vinda da vitória.
O satanista vê a figura de satã em cada ordália do seu caminho, como o aspecto externo do seu próprio satã interno que representa sua força e poder, sendo que ao vencer cada desafio da sua jornada ele derrota o Satã externo “Adversário/adversidade” fazendo prevalecer o seu satã interno crescendo assim em poder, por isso ele exalta o Deus do caos colérico Satanás, pois reconhece nesta figura a representação do seu verdadeiro eu, e assim avança e vence qualquer batalha espiritual ou mundana com força e garra, não aceitando as limitações impostas nem se submetendo a símbolo algum se não aquele que representa sua própria liberdade.
Salve Satanás! Salve a Vitória! Salve o Caos!