sábado, 3 de março de 2018

Ecclesiæ Gnosticæ Catholicæ Cannon Missæ



Liber XV: A Missa Gnóstica
Ecclesiæ Gnosticæ Catholicæ Cannon Missæ

Editado de antigos documentos Assírios e Gregos pelo Mestre Therion

A Ecclesia Gnostica Catholica (E.G.C.), ou Igreja Gnóstica Católica, é o braço eclesiástico da Ordo Templi Orientis (O.T.O.). A E.G.C. é um ambiente religioso, dedicado ao avanço em Luz, Vida, Amor e Liberdade pelo alinhamento à Lei de Thelema

I. Sobre o Mobiliário do Templo

No Leste, que é a direção de Boleskine, a qual é situada na margem Sudeste do Lago Ness na Escócia, duas milhas a leste de Foyers, há um santuário ou Grande altar. Suas dimensões devem ser 7 pés de largura (2,13m), 3 pés de profundidade (91,5cm), 44 polegadas de altura (1,11m). Deve ser coberto com uma toalha de altar carmesim, na qual, poderá estar bordada uma flor–de–lis em ouro, ou uma luz solar intensa, ou outro emblema apropriado.

De cada lado do altar deve estar um pilar ou obelisco com padrões alternados em preto e branco.

Abaixo do altar deve haver um estrado de três degraus, em quadrados pretos e brancos.

Acima do altar está o altar superior, em cujo topo encontra–se uma reprodução da Estela da Revelação com quatro velas de cada lado. Abaixo da Estela há um local para O Livro da Lei com seis velas de cada lado. Sob este está o Santo Graal com rosas nas laterais. Há espaço em frente da Taça para a Patena. De cada lado, além das rosas, há duas grandes velas.

Tudo isto está protegido por um grande Véu.

Formando o ápice de um triângulo eqüilátero cuja base é a linha traçada entre os pilares, há um pequeno altar preto e quadrado, de cubos sobrepostos.

Considerando este altar como o meio da base de um triângulo semelhante e igual, há, no ápice deste triângulo, uma pequena fonte circular.

Repetindo, o ápice do terceiro triângulo é uma tumba perpendicular.

II. Dos Oficiais da Missa

O Sacerdote: Porta a Lança Sagrada e está vestido primeiramente com uma túnica branca e simples.

A Sacerdotisa: Deve ser realmente Virgo Intacta ou especialmente dedicada ao serviço da Grande Ordem. Ela estará vestida de branco, azul e dourado. Porta a espada numa bainha vermelha e a Pátena e hóstias, ou Bolos de Luz.

O Diácono: Está vestido em branco e amarelo. Porta O Livro da Lei.

As Crianças: Elas estão vestidas em branco e preto. Uma porta um cântaro de água e um recipiente com sal, a outra um incensário aceso e uma pequena caixa de perfumes.

III. Da Cerimônia de Entrada

O DIÁCONO, abrindo a porta do Templo, admite a congregação, e toma seu lugar entre o altar menor e a fonte. (Deveria haver um porteiro para auxiliar na admissão). O DIÁCONO avança e se curva perante o santuário aberto onde o Graal está exaltado. Ele beija O LIVRO DA LEI três vezes, o abre e o coloca sobre o supra–altar. Ele se volta para o Oeste.

O DIÁCONO: Faze o que tu queres será o todo da Lei. Eu proclamo a Lei de Luz, Vida, Amor e Liberdade em nome IAO.

Todos: Amor é a lei, amor sob vontade.

O DIÁCONO vai para o seu lugar entre o altar de incenso e a fonte, [orienta a congregação para que se levante] de frente para o Leste dá o passo e o sinal de um Homem e um Irmão. Todos o imitam.

O DIÁCONO e a Congregação:
Eu creio em um SENHOR secreto e inefável; e em uma Estrela na companhia de outras Estrelas de cujo fogo nós fomos criados e para o qual nós deveremos retornar; e em um Pai de Vida, Mistério do Mistério, em Seu nome CHAOS, o único vice–regente do Sol sobre a Terra; e em um Ar o nutridor de tudo o que respira.

E eu creio em uma Terra, a Mãe de todos nós, e em um Ventre no qual todos os homens são gerados, e onde eles deverão descansar, Mistério do Mistério, em seu nome BABALON.

E eu creio na Serpente e no Leão, Mistério do Mistério, em seu nome BAPHOMET.

E eu creio em uma Igreja Gnóstica e Católica de Luz, Vida, Amor e Liberdade, cuja Palavra é THELEMA.

E eu creio na comunhão dos Santos.

E, assim como a comida e a bebida são diariamente transmutados em nós em substância espiritual, eu creio no Milagre da Missa.

E eu confesso um Batismo de Sabedoria pelo qual nós realizamos o Milagre da Encarnação.

E eu confesso minha vida una, individual e eterna que foi, é e será.

AUMGN AUMGN AUMGN

É tocada uma música. A criança entra com o jarro e o sal. A VIRGEM entra com Espada e a Pátena. A criança entra com o incensário e o perfume. Eles ficam de frente para o DIÁCONO alinhadas entre o espaço dos dois altares.

A Virgem: Saudações da Terra e do Céu!

Todos dão o sinal de um Mago, liderados pelo DIÁCONO.

A SACERDOTISA, a criança negativa do seu lado esquerdo, a criança positiva à sua direita sobe os degraus do Altar Maior. As crianças a aguardam atrás. Ela coloca a Pátena na frente do Graal. Tendo–os adorado, ela desce e com as crianças que a seguem, a positiva próxima a ela, ela se move serpentinamente percorrendo 3 e 1/2 circuitos do Templo. (No sentido horário ao redor do altar, sentido anti–horário ao redor da fonte, sentido horário ao redor do altar e da fonte, no sentido anti–horário ao redor do altar e assim até a tumba no Oeste.) Ela desembainha sua espada e com ela retira o Véu que ali se encontra.

A Sacerdotisa: Pelo poder do (+) Ferro, eu te digo, Levanta. Em nome do nosso Senhor (+) o Sol, e do nosso Senhor (+) que tu possas conferir as virtudes aos Irmãos.

Ela embainha a Espada.

O SACERDOTE, erguendo–se da tumba, segurando a Lança ereta com ambas as mãos, direita sobre a esquerda, sobre o seu peito, dá os três primeiros passos regulares.

Ele então dá a Lança para a SACERDOTISA e dá os três sinais penais.

Ele então se ajoelha e adora a Lança com ambas as mãos. Música penitencial.

O Sacerdote: Eu sou um homem entre os homens.

Ele toma novamente a Lança e a baixa. Ele se levanta.

O Sacerdote: Como poderia eu ser digno de conferir as virtudes aos Irmãos?

A SACERDOTISA toma da criança a água e o sal, misturando–os na fonte.

A Sacerdotisa: Que o sal da terra exorte a água a carregar a virtude do Grande Mar. (Genuflexa) Mãe, sê tu adorada!

Ela retorna para o Oeste. (+) sobre o SACERDOTE com a mão aberta sobre a sua fronte, peito e corpo.

A Sacerdotisa: Seja o SACERDOTE puro de corpo e alma!

A SACERDOTISA pega o incensório da criança e o coloca no altar menor. Ela então coloca incenso naquilo.

A Sacerdotisa: Que o Fogo e o Ar façam doce o mundo! (Genuflexa) Pai sê tu adorado!

Ela retorna para o Oeste e faz (+) com o incensório diante do SACERDOTE, três vezes como antes.

A Sacerdotisa: Seja o SACERDOTE ardente de corpo e alma!

A criança retoma suas armas conforme elas não necessitem mais ser usadas

O DIÁCONO traz o robe consagrado do Altar Maior e o traz para ela. Ela veste o SACERDOTE em seu robe escarlate e dourado.

Ela coloca o robe sobre o SACERDOTE

A Sacerdotisa: Seja a chama do SOL teu ambiente, Ó tu SACERDOTE do SOL!

O DIÁCONO traz a coroa do Grande altar. A coroa pode ser de ouro ou platina ou de electrum magicum; mas de nenhum outro metal, exceto as pequenas porções necessárias à liga. Ela pode ser adornada com diversas jóias, à vontade. Mas ela deve ter a serpente Uraeus enrodilhada à sua volta e o tecido em seu topo deve igualar–se ao escarlate da túnica. A sua textura deve ser aveludada.

Ela coloca a coroa sobre a cabeça do SACERDOTE

A Sacerdotisa: Seja a serpente tua coroa, Ó tu SACERDOTE do SENHOR!

Ajoelhando–se, ela pega a lança entre suas palmas das mãos, e as corre para cima e para baixo 11 vezes, muito gentilmente.

A Sacerdotisa: Esteja o SENHOR presente entre nós!

Todos fazem o Sinal de Saudação de um Mago.

A Congregação: Que assim seja!

IV. Da Cerimônia de Abertura do Véu

O Sacerdote: A Ti a quem adoramos nós também invocamos. Pelo poder da Lança erguida!

Ele eleva a Lança. Todos repetem o Sinal de Saudação de um Mago.

Uma frase de música triunfante.

O SACERDOTE toma a mão direita da SACERDOTISA com sua mão esquerda, mantendo a Lança erguida.

O Sacerdote: Eu, SACERDOTE e REI, te tomo, Virgem pura e sem mácula; Eu te ergo; Eu te conduzo para o Leste; Eu te coloco sobre o ápice da Terra.

Ele entrona a SACERDOTISA sobre o altar. O DIÁCONO e as crianças seguem, em ordem, atrás dele. A SACERDOTISA pega o Livro da Lei e toma seu assento, mantendo o Livro aberto em seu peito, com suas duas mãos abertas, formando um triângulo descendente com seus polegares e indicadores. [As pessoas podem sentar].

O SACERDOTE dá a Lança para o DIÁCONO segurar, tomando o recipiente de água da criança borrifa a SACERDOTISA, fazendo cinco cruzes nela, fronte, ombros e coxas. O polegar do SACERDOTE está sempre entre o indicador e o médio, fazendo uma figa, quando não está segurando a Lança.

O SACERDOTE toma o incenso da criança e faz cinco cruzes sobre a SACERDOTISA como antes.

As crianças repõem suas armas nos respectivos altares.

O SACERDOTE beija o Livro da Lei três vezes. Ele ajoelha para um espaço em adoração, com as mãos juntas, punhos juntos, polegares na posição já citada anteriormente. Ele se levanta e fecha o Véu sobre todo o altar.

Todos se levantam e mantêm em ordem [sob a direção do DIÁCONO].

O SACERDOTE toma a Lança do DIÁCONO e a segura como antes, como Osíris ou Phthah: lança é mantida com a ponta para cima com ambas as mãos, direita sobre a esquerda). Ele circumbula o Templo três vezes em sentido horário, seguido pelo DIÁCONO e as crianças como antes. (estes, quando não usando suas mãos, mantêm seus braços cruzados sobre o peito).

Na última circumbulação eles o deixam e vão para um local entre a fonte e o Altar Menor, onde eles ajoelham em adoração, suas mãos unidas, palma com palma, e elevadas acima de suas cabeças. Todas as pessoas imitam este movimento.

O SACERDOTE retorna para o leste e sobe o primeiro degrau do Altar.

O Sacerdote: Ó círculo de Estrelas do qual o nosso Pai nada mais é do que o irmão mais jovem, maravilha além da imaginação, alma do espaço infinito, diante de quem o tempo se envergonha, a mente se confunde, e o entendimento se obscurece, não podemos alcançar–Te a não ser que a Tua imagem seja Amor. Portanto, pela semente e raiz, caule e broto, folha e flor e fruto nós Te invocamos.

“Então o sacerdote respondeu & disse para a Rainha do Espaço, beijando suas adoráveis sobrancelhas, e o orvalho de sua luz banhando seu corpo inteiro em um perfume adocicado de suor: Ó Nuit, única e contínua do Céu, que seja sempre assim; que os homens não falem de Ti como Uma mas como Nenhuma; e que não falem de Ti de modo algum visto que Tu és contínua!”

Durante esta fala a SACERDOTISA deve se despir completamente.

A Sacerdotisa: Mas amar–me é melhor do que todas as coisas: se sob as estrelas noturnas no deserto tu neste momento queimas meu incenso perante mim, invocando–me com um coração puro, e a chama da Serpente aí dentro, tu virás a deitar um pouco em meu seio. Por um beijo tu então estarás querendo dar tudo, mas aquele que der uma partícula de pó perderá tudo nessa hora. Vós devereis juntar bens e provisões de mulheres e especiarias; vós devereis trajar ricas jóias, vós devereis exceder as nações da terra em esplendor & orgulho; mas sempre no amor de mim, e então devereis vir para a minha alegria. Eu vos ordeno seriamente a vir ante mim num robe único e cobertos com um rico adorno na cabeça. Eu vos amo! Eu anseio por vós! Pálido ou púrpura, velado ou voluptuoso, eu que sou toda prazer e púrpura, e a embriaguez do sentido mais profundo, vos desejo. Colocai as asas e despertai o esplendor enrodilhado dentro de vós: vinde até mim! A mim! A mim! Cantai a arrebatadora canção de amor para mim! Queimai perfumes para mim! Trajai jóias para mim! Bebei a mim, pois eu vos amo! Eu vos amo! Eu sou a filha de pálpebras azuis do Pôr–do–sol; eu sou o brilho nu do voluptuoso céu noturno. A mim! A mim!

O SACERDOTE sobe o segundo degrau.

O Sacerdote: Ó segredo dos segredos que estás escondido na essência de tudo o que vive, nós não Te adoramos, pois aquele que adora também és Tu. Tu és aquilo, e aquilo sou eu. “Eu sou a chama que queima em todo coração humano, e no âmago de cada estrela. Eu sou a Vida e o doador da Vida; entretanto o conhecimento de mim é o conhecimento da morte.” “Eu sou só: não existe Deus onde estou.”

O DIÁCONO e todas se levantam, fazendo o Sinal de Saudação de um Mago.

O Diácono: Mas vós, ó meu povo, levantai & acordai!

Que os rituais sejam corretamente executados com alegria & beleza!

Existem os rituais dos elementos e as festas das estações.

Uma festa para a primeira noite do Profeta e sua Noiva.

Uma festa para os três dias em que foi escrito o Livro da Lei.

Uma festa para Tahuti e a criança do segredo do Profeta, Ó Profeta!

Uma festa para o Supremo Ritual, e uma festa para o Equinócio dos Deuses.

Uma festa para o fogo e uma festa para a água; uma festa para a vida e uma festa ainda maior para a morte!

Uma festa todo dia em vossos corações, na alegria de meu arrebatamento!

Uma festa toda noite para Nu, e o prazer do máximo deleite!

As Pessoas se sentam.

O SACERDOTE sobe o terceiro degrau.

O Sacerdote: Tu que és Um, nosso Senhor no Universo, o Sol, nosso senhor em nós mesmos cujo nome é Mistério do mistério, supremo ser cujo esplendor iluminando os mundos é também o alento que faz todo Deus e até mesmo a morte tremerem diante de Ti – pelo Sinal da Luz…

O Sacerdote traça, com bom efeito, uma Cruz diante do Véu, então forma uma cruz com seu corpo como no primeiro Sinal de LVX do Ritual do Hexagrama; o DIÁCONO deve auxiliar o Sacerdote nesta tarefa, projetando a imagem de uma cruz luminosa sobre o véu, enquanto o sacerdote faz o gesto.

O Sacerdote: …aparece, glorioso, sobre o trono do Sol. Abre o caminho da criação e da inteligência entre nós e nossas mentes. Ilumina nosso entendimento. Encoraja nossos corações. Que Tua luz se cristalize em nosso sangue, preenchendo–nos de Ressurreição.

A ka dua
Tuf ur biu
Bi a’a chefu
Dudu nur af na nuteru!

A Sacerdotisa: “Não existe lei além de Faze o que tu queres.”

O SACERDOTE abre o véu com sua Lança. Durante a fala prévia a SACERDOTISA, se necessário, como no caso dos países selvagens, deve recolocar suas vestes.

O SACERDOTE deve estar olhando a SACERDOTISA enquanto invoca.

O Sacerdote:
IO IO IO IAO SABAO
KURIE ABRASAX KURIE MEITHRAS KURIE PHALLE.
IO PAN, IO PAN PAN IO ISKHUROS, IO ATHANATOS IO ABROTOS IO IAO.
KHAIRE PHALLE KHAIRE PANPHAGE KHAIRE PANGENETOR.
HAGIOS, HAGIOS, HAGIOS IAO.

A SACERDOTISA está sentada com a Patena em sua mão direita e a Taça em sua mão esquerda. O SACERDOTE apresenta a Lança, a qual, ela beija onze vezes. Ela então a segura contra o peito, enquanto o SACERDOTE, caído a seus joelhos os beija, braços estendidos sobre suas coxas. Ele permanece nesta adoração enquanto o DIÁCONO entoa as Coletas. Todos se levantam e se matem na posição de Dieu Garde, que é, pés em esquadro, mãos com polegares unidos, mãos relaxadamente pendentes. Esta é a posição universal quando de pé, a não ser que outra instrução seja dada.

V. Do Ofício das Coletas, As Quais São Onze

O Sol

O Diácono: Senhor visível e sensível de quem esta terra nada é além de uma fagulha congelada girando ao teu redor com movimento diurno e anual, fonte de luz, fonte de vida, que teu brilho perpétuo nos encoraje ao trabalho contínuo e ao prazer; a fim de sermos partícipes contínuos de vossa generosidade, que nós possamos em nossa órbita particular irradiar luz e vida, sustento e alegria para aqueles que giram à nossa volta sem diminuição de substância ou efulgência para todo sempre.

As Pessoas: Que assim seja!

O Senhor

O Diácono: Senhor secreto e mais sagrado, fonte de luz, fonte de vida, fonte de amor, fonte de liberdade, sê tu sempre constante e poderoso dentro de nós, força de energia, fogo do movimento; permita–nos sempre trabalhar contigo diligentemente, que nós possamos sempre permanecer em tua abundante alegria.

As Pessoas: Que assim seja!

A Lua

O Diácono: Senhora da noite, que girando sempre ao nosso redor, és em tua estação ora visível e ora invisível, sê favorável aos caçadores, e amantes, e a todos os homens que labutam sobre a terra, e a todos os marinheiros sobre o mar.

As Pessoas: Que assim seja!

A Senhora

O Diácono: Doadora e receptora de alegria, portal da vida e do amor, sê tu sempre pronta, tu e tua serva em teu ofício de alegria.

As Pessoas: Que assim seja!

Os Santos

As palavras que se iniciam com “P” denotam energia Fálica

A cada nome o DIÁCONO assinala uma cruz (+) com o polegar entre o dedo indicador e médio. Em missas comuns é necessário comemorar apenas aqueles nomes que estão em itálico, com a dicção conforme é mostrada.

O Diácono: Senhor de Vida e Alegria, que és o poder do homem, que és a essência de todo verdadeiro deus que está sobre a face da Terra, conhecimento contínuo de geração a geração, tu adorado por nós em brejos e nas florestas, em montanhas e nas cavernas, abertamente nos mercados e secretamente nas câmaras de nossos lares, em templos de ouro e marfim e mármore, assim como nestes outros templos de nossos corpos, nós dignamente comemoramos aqueles ilustres que te adoraram na antiguidade e manifestaram tua glória diante dos homens, Lao–Tse e Sidharta e Krishna e Tahuti, Moshesh, Dionysus, Mohammed e To mega Thêrion, com estes também, Hermês, Pan, Priapus, Osiris e Melchizedek, Khem, e Amoun e Mentu, Hêracles, Orpheus e Odysseus; com Vergilius, Catullus, Martialis, Rabelais, Swinburne, e o mui sagrado bardo; Apollonius Tyanaeus, Simão o Mago, Manes, Pythagoras, Basilides, Valentinus, Bardesanes e Hippolytus, que transmitiram a luz da Gnose a nós seus sucessores e herdeiros; com Merlin, Arthur, Kamuret, Parzifal, e muitos outros, profeta, sacerdote e rei que portaram a Lança e a Taça , a Espada e o Disco contra os Bárbaros; e estes também, Carolus magnus e seus palatinos, com William de Schyren, Frederick de Hohenstaufen, Roger Bacon, Jacobus Burgundus Molensis, o Mártir, Christian Rosencreutz, Ulrich von Hutten, Paracelsus, Michael Maier, Roderic Borgia Papa Alexandre, o Sexto, Jacob Boehme, Francis Bacon Lord Verulam, Andrea, Robertus de fluctibus, Johannes Dee, Sir Edward Kelly, Thomas Vaughan, Elias Ashmole, Molinos, Adam Weishaupt, Wolfgang von Goethe, Ludovicus Rex Bavariae, Richard Wagner, Alphonse Louis Constant, Friedrich Nietzsche, Hargrave Jennings, Karl Kellnes, Forlong dux, Sir Richard Payne Knight, Sir Richard Francis Burton, Paul Gauguin, Doutor Gérard Encausse, Doutor Theodor Reuss, e Sir Aleister Crowley.

Ó Filhos do Leão e da Serpente! Nós dignamente comemoramos todos os Teus Santos, aqueles dignos que foram e são e serão.

Que a sua essência possa estar aqui presente, potente, pungente, e paternal para aperfeiçoar esta festa!

As Pessoas: Que assim seja!

A Terra

O Diácono: Mãe da fertilidade em cujo seio jaz a água, cuja face é acariciada pelo ar, e em cujo coração está a chama do sol, ventre de toda vida, graça recorrente das estações, responde favoravelmente à prece do trabalho, e aos pastores e maridos sê tu propícia.

As Pessoas: Que assim seja!

Os Princípios

O Diácono: Misteriosa Energia, triforme, Matéria misteriosa em quádrupla e sétupla divisão, a interação das coisas que tecem o Véu da Vida por sobre a Face do Espírito, conceda–nos Harmonia e Beleza em nossos amores místicos, que em nós possa haver saúde e riqueza e força e prazer divino de acordo com a Lei da Liberdade; conceda que cada um persiga a sua Vontade como um homem forte que se regozija em seu caminho, como o curso de uma Estrela que arde para sempre na jubilosa companhia dos Céus.

As Pessoas: Que assim seja!

Nascimento

O Diácono: Seja a hora auspiciosa e o portal da vida aberto em paz e conforto, de forma a que ela que carrega as crianças possa se regozijar, e o bebê agarrar a vida com ambas as mãos.

As Pessoas: Que assim seja!

Casamento

O Diácono: Que se derrame sucesso sobre todos que se unirem neste dia com amor sob vontade; possam a força e a perícia se unirem para trazer êxtase, e que a beleza responda à beleza.

As Pessoas: Que assim seja!

Morte

Todos se levantam, Cabeça erguida, Olhos abertos.

O Diácono: Limite de tudo o que vive, cujo nome é inescrutável, sê favorável a nós em tua hora.

As Pessoas: Que assim seja!

O Fim

O Diácono: Que possa ser garantido o cumprimento de suas verdadeiras Vontades para aqueles de cujos olhos o véu da vida caiu; quer isto seja a absorção no Infinito ou a união com seus escolhidos e preferidos, ou permanecer em contemplação, ou estar em paz, ou alcançar o trabalho e heroísmo da encarnação neste planeta ou em outro, ou em qualquer Estrela, ou outro lugar, que lhes seja garantida a realização das suas Vontades; sim, a realização das suas Vontades.

AUMGN, AUMGN, AUMGN.

As Pessoas: Que assim seja!

Todas as pessoas sentam.

O DIÁCONO e as crianças assistem o SACERDOTE e a SACERDOTISA, prontos para segurar qualquer arma apropriada, conforme for necessário. [O DIÁCONO vai para o altar com o Sacerdote, as Crianças permanecem atrás.]

VI. Da Consagração dos Elementos

A SACERDOTISA pega a TAÇA e a PÁTENA, a TAÇA na mão direita e a PÁTENA na mão esquerda.

O SACERDOTE faz as cinco cruzes na Patena e na Taça, uma cruz em cima, uma cruz à direita e uma cruz à esquerda (perspectiva do sacerdote) de cada uma dessas armas mágicas, quatro cruzes só na patena, cinco cruzes só na taça.

O Sacerdote: Vida do homem sobre a terra, fruto do trabalho, sustento do esforço, sê tu o alimento do Espírito!

Ele toca a Hóstia com Lança.

O Sacerdote: Pela virtude da Baqueta! Seja este pão o Corpo de Deus!

Ele entrega a lança para o DIÁCONO. Ele pega a hóstia.

O Sacerdote: TOUTO ESTI TO SOMA MOU

Ele recoloca a hóstia na patena, ajoelha, adora, levanta, toma a patena e a hóstia, se volta para a assistência, mostra a hóstia segurando a patena logo abaixo desta, se volta para o altar, recoloca a Patena e a Hóstia, e adora. Música.

Ele toma a Taça.

O Sacerdote: Veículo da alegria do Homem sobre a terra, conforto do trabalho, inspiração do esforço, sê tu o êxtase do Espírito!

Ele toca a Taça com a Lança.

O Sacerdote: Pela virtude da Baqueta! Seja este Vinho o Sangue de Deus!

Ele entrega a lança para o DIÁCONO e mantém a taça.

O Sacerdote: TOUTO ESTI TO POTERION TOU HAIMATOS MOU

Ele recoloca a taça no altar, ajoelha, adora, levanta, pega a Taça, se volta e mostra a Taça para as pessoas, se volta novamente para o altar onde recoloca a Taça e adora. Música. Ele toma a Lança.

O Sacerdote: Pois esta é a Divina Promessa de Ressurreição.

Ele faz as cinco cruzes na SACERDOTISA.

O Sacerdote: Aceita, Ó SENHOR, este sacrifício de vida [indica a Hóstia] e alegria [indica a Taça] verdadeiras garantias da Promessa Divina de Ressurreição.

O SACERDOTE oferece a Lança para a SACERDOTISA que a beija; ele então a toca entre os seios e sobre o corpo. Ele então lança seus braços para cima, como se abrangesse todo o templo.

O Sacerdote: Que esta oferenda possa nascer sobre as ondas do aethyr para o nosso senhor e Pai, o Sol, o qual viajou através dos Céus, em seu nome ON.

Ele fecha suas mãos, beija a SACEDOTISA entre os seios, e faz três grandes cruzes sobre a Pátena, a Taça, e ele mesmo.

Ele bate em seu peito. Todos repetem esta ação.

O Sacerdote: Ouçam todos, santos da igreja verdadeira do tempo antigo agora essencialmente presente entre nós, de vós nós clamamos herança, convosco nós clamamos comunhão, de vós nós clamamos benção em nome de IAO.

Ele faz três cruzes sobre a Pátena e a Taça juntas. Ele entrega a Lança para o DIÁCONO. Ele descobre a Taça, genuflexa, pega a Taça com a sua mão esquerda e a hóstia em sua mão direita.

Com a Hóstia ele faz cinco cruzes na Taça formando um círculo horário acompanhando a borda da taça. Ele eleva a Hóstia e a taça, a hóstia logo acima da Taça.

O Sino bate.

O Sacerdote: HAGIOS HAGIOS HAGIOS IAO

VII. Do Ofício do Hino

O Sacerdote:
Tu que és eu, além de tudo o que sou,
Que não tens natureza e nem nome,
Que és, quando todos já se foram,
Tu, centro e segredo do Sol,
Tu, oculta fonte de todas as coisas conhecidas
E desconhecidas, tu reservado e solitário,
Tu, verdadeiro fogo interno ao junco,
Meditando e procriando, fonte e semente
De vida, amor, liberdade e luz,
Tu além da palavra e da visão,
A Ti eu invoco, meu fogo vigoroso e lânguido,
Ardendo conforme meus intentos aspira
A Ti eu invoco, ó permanente,
Tu, centro e segredo do Sol,
E aquele mistério mais sagrado
Do qual eu sou o veículo.
Aparece mais terrível e mais suave,
Como é legítimo, em tua criança!

O Coro:
Para o Pai e o Filho,
O Espírito Santo é a norma;
Macho–fêmea, quintessencial, um,
Homem–ser velado em Mulher–forma.
Glória e adoração no altíssimo,
Tu Pomba, que deificas a humanidade,
Sendo aquela raça, a mais nobremente vinda,
Para lançar o raio do sol pela tempestade do [inverno.
Glória e adoração a Ti,
Seiva do freixo do mundo, árvore das maravilhas!

Primeiro Semi–Coro: Homens
Glória a Ti da Tumba Dourada!

Segundo Semi–Coro: Mulheres
Glória a Ti do Ventre que Espera!

Primeiro Semi–Coro: Homens
Glória a Ti da terra não arada!

Segundo Semi–Coro: Mulheres
Glória a Ti da virgem prometida!

Primeiro Semi–Coro: Homens
Glória a Ti, verdadeira Unidade
Da Eterna Trindade!

Segundo Semi–Coro: Mulheres
Glória a Ti progenitor e grávida
Essência do Eu sou o que sou!

Primeiro Semi–Coro: Homens
Glória a Ti, além de todo limite,
Tua fonte de esperma, tua semente e germe!

Segundo Semi–Coro: Mulheres
Glória a Ti Sol eterno,
Tu Um em Três, Tu Três em Um!

O Coro
Glória e adoração a Ti,
Seiva do freixo do mundo, árvore das maravilhas!

(Estas palavras são a substância do hino; mas tudo ou qualquer parte deste pode ser acompanhado de música. A música deve ser tão elaborada quanto uma peça de arte deveria ser. Ainda que o Pai da Igreja autorize outros cânticos, este deve manter o seu lugar como o primeiro do gênero, o pai de todos os outros).

VIII. Do Casamento Místico e Consumação dos Elementos

O SACERDOTE toma a Pátena entre o indicador e o dedo médio da mão direita. A SACERDOTISA segura a Taça em sua mão direita.

O Sacerdote: Senhor mais secreto, abençoa este alimento espiritual em nossos corpos, outorgando–nos saúde e riqueza, força e alegria, paz e a realização da vontade e do amor sob vontade que é perpétua felicidade.

Ele faz uma cruz (+) com a Pátena e a beija. Ele recoloca a Pátena sobre o Altar e entrega a Lança para a SACERDOTISA.

Ele descobre a Taça, genuflexa, levanta. Música.

Ele toma a Hóstia, e a quebra sobre a Taça. Ele recoloca a porção da Hóstia que ficou na mão direita na Pátena. Ele quebra uma partícula da porção que ficou na mão esquerda.

O Sacerdote: TOUTO ESTI TO SPERMA MOU. HO PATER ESTIN HO HUIOS DIA TO PNEUMA HAGION. AUMGN. AUMGN. AUMGN.

Ele recoloca a parte da Hóstia da mão esquerda na Pátena.

A SACERDOTISA estende a ponta da Lança com sua mão esquerda para receber a partícula. O SACERDOTE sustenta a Taça em sua mão esquerda. Juntos eles descem a ponta da Lança na Taça.

O Sacerdote e A Sacerdotisa (juntos): HRILIU

O SACERDOTE toma a Lança. A SACERDOTISA cobre a Taça.

O SACERDOTE entrega a Lança para a SACERDOTISA, genuflexa, levanta, se curva, junta as mãos. Ele bate no peito.

O Sacerdote:
Ó Leão e Ó Serpente que destrói o destruidor, sê poderoso entre nós.
Ó Leão e Ó Serpente que destrói o destruidor, sê poderoso entre nós.
Ó Leão e Ó Serpente que destrói o destruidor, sê poderoso entre nós.

A SACERDOTE coloca as mãos sobre os seios da SACERDOTISA e toma de volta a sua Lança. Ele se volta para a assistência, baixa e eleva a Lança, faz uma cruz (+) sobre as pessoas.

O Sacerdote: “Faze o que tu queres será o todo da Lei”.

As Pessoas: “Amor é a lei, amor sob vontade.”

Ele abaixa a lança e se volta para o Leste.

A SACERDOTISA toma a Lança em sua mão direita. Com a mão esquerda ela oferece a Pátena.

O SACERDOTE ajoelha.

O Sacerdote: Que em minha boca esteja a essência da vida do Sol!

Ele toma a Hóstia com a mão direita, faz uma cruz (+) com ela sobre a Pátena e a consome.

Silêncio.

A SACERDOTISA toma a Taça descobrindo–a e oferecendo–a com antes.

O Sacerdote: Que em minha boca esteja a essência da alegria da Terra!

Ele toma a Taça, faz uma cruz (+) sobre a SACERDOTISA, bebe e devolve–a.

Silêncio.

Ele se levanta, pega a Lança e se volta para as pessoas.

O Sacerdote: Não há parte de mim que não seja dos Deuses.

Aqueles da assistência que desejarem comungar, e ninguém sem essa intenção deveria estar presente, tendo assinalado a sua intenção, uma Bolo de Luz e um gole de vinho foi preparada para cada um.

O DIÁCONO os guia; eles avançam um por vez até o altar. As crianças tomam os Elementos e lhes oferecem. As Pessoas comungam do mesmo modo que havia feito o SACERDOTE, dizendo as mesmas palavras em atitude de Ressurreição: “Não há parte de mim que não seja dos Deuses.”

A única exceção para essa parte da cerimônia ocorre quando ela é da natureza de uma celebração, quando apenas o SACERDOTE comunga; ou parte da cerimônia de um casamento, quando nenhum outro, salvo os dois que vão se casar comungam; parte da cerimônia de batismo, quando somente a criança batizada participa; e da Confirmação na puberdade quando apenas a pessoa confirmada comunga. O sacramento pode ser reservado ao SACERDOTE para ministrar a pessoas doentes em suas casas.

Ao final da comunhão o SACERDOTE fecha o véu do Altar Maior. Com a Lança ele faz três cruzes sobre a assistência.

O Sacerdote:
(+) Que o SENHOR vos abençoe.

(+) Que o SENHOR ilumine vossas mentes, conforte vossos corações e sustente vossos corpos.

(+) Que o SENHOR vos conceda o cumprimento de vossas verdadeiras Vontades, a Grande Obra, o Summum Bonum, A Verdadeira Sabedoria e a Perfeita Felicidade.

Ele sai, o DIÁCONO e as Crianças o seguem para dentro da tumba do Oeste. Música (Voluntária).