quarta-feira, 3 de abril de 2019

Ritual de Separação


0. Este ritual é usado pelo Magista Setianista quando ele achar necessário separar ou criar divergência entre diferentes indivíduos, causando discórdia entre um e o outro.
Por exemplo, o ritual pode ser usado para eliminar os elementos indesejáveis de qualquer específico grupo, ou o ritual pode ser usado para criar discórdia e divisão entre as pessoas amadas ou amigos!

1. O ritual começa com o “Ritual Setianista de Abertura”.

2. O Magista Setianista medita por um longo tempo sobre o propósito do ritual, e depois finaliza a meditação com a queima de incenso em honra à Set!

3. O Magista Setianista escreve em tinta vermelha em um pergaminho, os nomes das pessoas que ele quer separar uma da outra, um nome deve ser escrito no lado direito do pergaminho, e o outro deve ser escrito no lado esquerdo.

4. O Magista Setianista continua o ritual, e por quatro vezes recita a seguinte invocação carregando as forças no pergaminho:

“Eu clamo a ti, ó meu deus poderoso Set, tu que governa sobre a escuridão da noite, tu que és aterrorizante, invencível e todo-poderoso, invoco-te!

Esteja comigo, Set-Tifão, cuja ira faz os céus, a terra, e todo universo tremer, Invoco-te!

Vinde a mim, Kolchoi Tontonon, ó tu que ama a desordem e divergência, e odeia a estabilidade e estagnação, esteja comigo agora, e fortaleça a minha vontade, para que eu, com a tua ajuda, seja capaz de controlar e isolar as pessoas que estão em foco no rito negro nesta noite!

Esteja comigo, ó senhor Set-Typhon, Iaia Iakoubiai Erbeth Io, Io Io Pakerbeth Bolchoseth Basdouma Papathnax Apopess Osesro Ataph Thatbraou Eo Thaththabra Borara Abrobreitha Bolchoseth Kokkoloiptole Rambithnips e dissemine o ódio e a discórdia entre NN, e NN, para que somente a hostilidade e antagonismo existam entre eles!

Poderoso Bolchoseth, separe NN de NN, de forma que seus destinos sejam como o de Set e Osíris, repletos de ódio um para o outro!

Ó poderoso Set-Tifão, o mais poderoso de todos os deuses, ouça agora a minha invocação, e da ira eterna da garra negra deixe a minha vontade ser feita!”

5. O Magista Setianista rasga lentamente o pergaminho ao meio, e ao mesmo tempo ele exclama:

"Em nome de Set, eu separo para sempre NN de NN!
Assim como Set odeia Osíris, então NN odiará NN!
Esta é a minha vontade, e que assim seja!
Salve Set!
Salve Tifão!"

6. O Magista Setianista queima uma metade do pergaminho, e espalha suas cinzas ao vento, e outro pedaço ele joga em um lago, mar ou poço.

7. O Magista Setianista completa o ritual da maneira tradicional.

Ritual Setianista de Abertura


Este ritual setianista de abertura é usado pelo Magista para iniciar todos os seus rituais, e é realizado depois do pôr do sol, pois Set é o deus das trevas e do céu noturno, e é melhor invocado durante a noite.

O altar utilizado durante este ritual deverá estar localizado no sul do espaço ritual.

1. O Magista Setianista inicia uma meditação na qual ele visualiza intensamente as sete estrelas da Carruagem (Ursa Major), que é a representação astral de Set, e deixa as suas luzes brilharem através delas, de maneira que o limpe e o torne mais forte do que o ritual anterior.

Quando a meditação é concluída, o Magista leva até ao altar uma vela vermelha ou preta (Que são as cores de Set-Tifão) e começa a proferir os quatro nomes de Set-Tifão, convocando e canalizando as correntes de energia setianista!

2. Encarando o altar (ao sul), o Magista Setianista visualiza com os olhos cheios de raiva, que está cercado por ameaçadoras nuvens de tempestade no céu negro da noite, ao mesmo tempo ele exclama o seguinte:

“Erbeth, meu poderoso senhor, tu que és o deus da sabedoria e dos mistérios sombrios, peço-lhe para plantar a semente da iluminação nas profundezas escuras da minha negra alma, para que eu, em teu nome e pelo conhecimento divino que tu entregaste-me, seja capaz de libertar a minha Caótica Chama Interna desta forma patética da existência cósmica da qual fui forçado!”

3. O Magista Setianista encara o leste e visualiza o poderoso Set na imagem de um deus com cabeça de burro, segurando dois sangrentos punhais de ferro, enquanto exclama o seguinte:

“Io, Set, ó soberano e senhor cruel, tu que violas as leis de Hórus e mostra aos indignos deuses que é superior a eles, peço-lhe para me despertar do meu sono forçado e abrir meus olhos para que eu possa ver através das mentiras e ilusões cósmicas que visam apagar a minha Chama Negra interna com o propósito de para sempre escravizar o meu espírito!
Esteja comigo agora e expulse as mentiras que escurecem os meus sentidos e deixe que a tua verdade prevaleça!”

4. O Magista Setianista encara o norte, visualizando as sete estrelas da Ursa Major e sente a presença escura e poderosa do impiedoso Set, compreendendo que esta constelação é um portal para o Setheus Astral, ele profere o seguinte:

“Pakerbeth, ó deus dos deuses, que detém o cetro Djam e invoca os ventos,
Tu que exaltas aqueles que trilham no Caminho da Mão Esquerda, que é a via para os grandes e orgulhosos Deuses Sombrios, eu convido-lhe e peço para que tu dês-me o cetro negro de poder e dominação suprema sobre o escuro vazio, que se chama futuro!
Permita-me, em teu nome, montar o teu vento forte, de modo que através de tuas bênçãos, possa refletir a brilhante escuridão do teu sol negro e me tornar Xeper-I-Set!”

5. O Magista Setianista encara o oeste e visualiza o terrível, majestoso e grande Set na forma de um Grifo negro, que em sua garra esquerda segura o indigno Osíris, e ao mesmo tempo, profere o seguinte:

“Ó poderoso Ablanathanalba Suthek que segura o derrotado e escravo Osíris em tuas brilhantes garras, convido e peço-lhe para expulsar e matar a força estática da luz que procura impedir minha evolução espiritual!
Esteja comigo agora, Ablanathanalba, e conceda-me o poder de tuas negras garras, de modo que em teu nome, possa ascender poderosamente à vitória!”

6. O Magista Setianista se volta para o altar e com sua mão esquerda faz o sinal do tridente, e ao mesmo tempo, com grande entusiasmo e com uma poderosa voz exclama:

“Ablanathanalba Suthek!
Set é o meu pai!
Salve Set!”

7. O Magista Setianista abaixa sua mão esquerda e recita uma oração/invocação:

“Ó poderoso Sut-Hek, ó Set-Tifão, ó poderoso Bepon-Beput Bata, cuja magia é poderosa, em teu nome, eu estou lutando contra os deuses cósmicos e a criação!

Tenho vagado por milênios pela criação do demiurgo, como um instrumento das forças das trevas, assim eu tenho servido, e minha vontade é a destruição da ordem cósmica!

Porque eu sei que eu estou no meio da noite e sou digno de invocar teus poderes, dos quais através da minha mágicka alteram a realidade pela minha divina vontade!

Então agora, ouça a minha invocação, ó senhor Setnakt, e olhe para mim de Setheus, abaixo do teu negro trono!

Eu que caminho em tua sombra, agora vos evoco Typhon, Python, Seth, Erbeth Io, Io Pakerbeth, Bolchoseth Io, Io Apomx, esteja comigo e preencha minhas veias com teu sangue negro que me dá a força demoníaca e poder divino!

Ó poderoso Set, honre-me com a presença de tua obscura e inascida alma e, portanto imortalize a minha Chama Negra interna, que é o meu próprio Sekhem!
Torne-me a tua semelhança e use tua magia para dominar e controlar este mundo do qual habito, e assim controlar os inimigos e a criação e ser o supremo deus, mais forte do que nunca!
Eu sou um com Set-Tifão!
Xeper-I-Set!”

8. O Magista Setianista respira fundo, e sente a atração de energias setianistas e sinistras que o cercam e em seguida, expira lentamente todo o ar e ao mesmo tempo vibra mentalmente a palavra de poder “Pakerbeth”.

9. Agora o Magista Setianista começa o ritual principal!

10. O Magista Setianista completa o seu ritual, voltando a encarar o altar (ao sul) e fazendo o sinal do tridente com sua mão esquerda, ele diz o seguinte:

“Erbeth, dai-me a sabedoria e a iluminação para que eu eleve a minha alma e liberte meu espírito!
Salve Erbeth!” (7x)

11. O Magista Setianista encara o leste, e fazendo o sinal do tridente com sua mão esquerda, ele diz o seguinte:

“Io Seth, conceda-me o clareamento da visão e abra meus olhos para que eu possa ver através de todas as mentiras e ilusões do criador!
Salve Io Seth” (7x)

12. O Magista Setianista se volta para o norte, e fazendo o sinal do tridente com sua mão esquerda, ele diz o seguinte:

"Pakerbeth, conceda-me a força e o cetro do futuro, e conceda-me a possibilidade de me reinventar, para que eu, assim, possa renascer na escuridão dos deuses imortais!
Salve Parkebeth!" (7x)

13. O Magista Setianista se vira para o oeste, e fazendo o sinal do tridente com sua mão esquerda, ele diz o seguinte:

“Ablanathanalba, conceda-me a força e poder, para que eu possa vencer os meus inimigos e reinar para sempre sobre suas escravizadas almas!
Salve Ablanathanalba!”(7x)


14. O Magista Setianista retorna ao altar e diz o seguinte:

"Set fortaleceu a minha vontade, e eu fortaleço a causa de Set através da minha vontade!
Minha vontade é a lei!
Salve Set!" (7x)

15. O Magista Setianista apaga as velas do altar.

O ritual é finalizado com sucesso!

Setnakt/Set


Set é quem os gregos chamavam de Tifão, ele é o terrível e cruel deus do Egito que, de acordo com os registros e escrituras que os arqueólogos têm traduzido, entre outras coisas, é chamado de “O Poderoso Deus (a Pahuti), cuja ira deve ser temida”.
Set também é conhecido como o “Poderoso de Tebas” e “Senhor do Deserto”.
Set é descrito como o terrível e poderoso deus da guerra, que premeia e dá vitória aos fortes que seguem o seu caminho e são fiéis a ele.
Mas ele também é descrito como o deus cruel e implacável que atormentou e destruiu todos os que ousaram ficar em seu caminho.
O ferro é um metal associado a Set, e estava escrito que “Seth-Typhon possuía ossos de ferro”.
Set possui diversas formas simbólicas, tais como: besta (Akhekh), hipopótamo, jacaré, porco negro, burro, tartaruga, leopardo, cobra e dragão.
E enquanto todos os deuses egípcios são como animais, Set é o único Deus, que é definido com uma cabeça de um animal mitológico.
Set também é identificado como o “sol negro, o senhor da escuridão e deus dos assassinos”.
Ele é o rei do deserto e terra estéril, que constantemente luta contra as leis da ordem cósmica da natureza.
Set também é o senhor das tempestades e pesadelos, que com seus poderes de magia negra mergulha os humanos na loucura!
Ao contrário dos outros deuses que não querem uma grande mudança no mundo que eles criaram, Set é o deus que violentamente força a evolução e o desenvolvimento.
Set é o deus que ajuda aqueles que se ajudam, por isso é o deus e exemplo dos fortes.
Set também é o deus do isolamento, solidão e misantropia.
Pois ele é o único deus, que foi atraído para longe do resto dos deuses, deuses cujas fraquezas e tolices fizeram com que fossem inimigos do poderoso Set.
Set é o poderoso e senhor solitário que governa a si mesmo e o seu destino e futuro.
Set é aquele que dilacera e se isola para tornar-se forte e divino!
Set nem sempre foi considerado pelos egípcios como um “deus satânico”, pois antes mesmo que os cultos à Osíris fossem espalhados por todo o Egito (cerca de 4000 aC), Set era oficialmente adorado em uma grande parte do Egito, e haviam muitos grandes e poderosos templos dedicados a ele.
Isto era natural, pois a maior parte do Egito consistia em regiões desérticas, e Set era o senhor do deserto.
Um dos muitos famosos templos dedicados ao Setianismo foi o da cidade Tanis.
Este templo foi utilizado como um ponto focal para canalizar as energias de Set em um de seus aspectos como “O Poderoso Deus da Guerra”.
Durante este período, Set era adorado e glorificado, mesmo que visto como um cruel, violento e sanguinário deus da guerra!
Além disso, haviam muitos faraós e outras pessoas poderosas que abraçavam o nome de Set considerando-o como o deus supremo.
Mas quando o culto de Osíris se espalhou como uma praga no Egito, os aspectos demoníacos e malignos de Set foram se destacando mais e mais.
Pois Set com base em “suas próprias intenções egoístas” matou Osíris e desmembrou o seu cadáver!
Desta forma, os fãs de Osíris usaram a “má reputação” de Set, da mesma forma como os cristãos fizeram milhares de anos depois com Satanás.
Isso continuou por muito tempo, mas nem todos os templos setianistas foram destruídos.
Set em sua ira tornou-se inimigo dos egípcios, mas também o deus dos estrangeiros e desconhecidos.
Set ainda é considerado como um deus aterrorizante e poderoso, mas agora sabemos identificar pelos textos que os seus aspectos destrutivos, vieram através do dragão identificado como Apep, que conjuntamente e constantemente lutavam.
Desta forma, Set tornou-se o protótipo de muitas futuras religiões como a “figura do diabo” como, por exemplo, o Satanás para o cristianismo!

Sendo Opositor


Dentro do Setianismo Draconiano existe um conceito que é divido em duas partes essenciais.
A primeira parte é a natural e cósmica, que é a pré-criada, ordenada e pré-determinada.
Essa parte que é a indesejável pelo Magista, geralmente é dita estar sob a ordem de Osíris e Hórus, que estão em harmonia com a tirania cósmica, a deusa cujo nome é Maat.
Maat representa a estagnação, a involução e a estrutura limitada. Nesta existência criada por outro ser (Rá), os adeptos da Maat se encontram felizes por não violarem as leis da ordem cósmica, pois eles devem “seguir a corrente” e sentirem-se confortáveis com todas as outras criaturas de forças externas, permitindo que suas vidas sejam controladas pelo destino cósmico.
Da mesma forma é o Caminho da Mão Direita que não leva a lugar algum além do que já é conhecido por si mesmo e pelos outros.
Portanto, “Tornar-se” é a oposição que o é propósito do Setianismo Draconiano, e a forma de vida na busca através do Caminho da Mão Esquerda.
A segunda parte que é a forma de vida, da qual é o caminho do Magista Setianista, é a eterna força que está em um escandaloso contraste com a natureza e limitação de existência.
Tornar-se (Xeper) significa mover-se conscientemente para longe das condições préditadas e lutar parar tornar-se em todos os níveis/planos para ser sua autocriação, de acordo com sua própria vontade e desejo mágicko.
A fonte dessa vontade de ser sua própria criação e libertação de todos grilhões e fraquezas que nos ligam à criação que não está em harmonia com a nossa própria essência, é chamada na obscura tradição de “Khem Sedjet”.
Khem Sedjet significa “Chama Negra”, e é a vontade de poder, sabedoria e liberdade do Eleito.
A vontade de poder torna-se contínua, e na perspectiva cósmica, não é natural e o leva diretamente para a catártica escuridão do desconhecido.
Portanto o processo de percepção não está em harmonia externamente com Maat e sim com a condução da força motriz de ISFET, que é o impulso anticósmico.
ISFET é o aspecto interno e externo da Chama Negra, e, geralmente, é representada por nós e nosso ídolo e poderoso deus, Set.
Set é o “deus não natural”, que, com suas energias caóticas e obscuras porta revolução e evolução e que, de acordo com a sua força de vontade, Cria e Destrói (Coagula et Solve), sem levar em consideração que ele viola a ordem e leis e estruturas existentes.
Set é a eterna vontade, que se recusa a aceitar qualquer restrição, e por isso é o deus da liberdade, o destruidor de barreiras e o eterno e supremo “Tornar-se”.
“Tornar-se” é um sinônimo do Caminho da Mão Esquerda, do qual é a maior fórmula da alquimia setianista.
Esta alquimia esotérica tem como base transformar algo em nobre, transformando o homem em um deus e o Cosmos em Caos, permitindo assim, “tornar-se” tudo no infinito, atemporal e pandimensional.
O Cosmos é o Cosmos e, portanto morrerá, enquanto o Caos foi o Caos e o Caos há sempre de ser eterno.
Portanto Xeper-I-Set, e então Xeper-I-Apep.
Torne-se um deus, transcenda o Cosmos, em seguida, torne-se um com o Caos eterno, infinito, e prospectivo!

Xeper-I-Khem Sedjet.

As Palavras de Set aos 72 eleitos


Ouça minhas palavras, ó tu que carrega a Khem Sedjet, abra teus olhos!
Aumente tua força, Xeper-I-Set, venha a mim e una-se com as asas do dragão, Xeper-I-Apep!
Pois eu convido-te, senhor do trono do sul, cujo nome é a chave da sabedoria divina e poder!
Eu sou o rei do deserto vermelho, cuja areia sangrenta enterrará todos os indignos deuses!
Eu sou a imortal estrela, que reina sobre a escuridão da noite e as destruidoras tempestades!
Eu sou o vencedor dos deuses, o grandioso Set!
Eu seguro o cetro Tham (Djam), que domina o futuro rebento e desconhecido vazio que é o teu futuro!
O meu direito é o de condenar à morte os inimigos e dar vida eterna àqueles que estão unidos com o meu Sekhem!
A minha aterrorizante ira e força, obriga os deuses cósmicos a se ajoelharem perante o meu trono negro! A minha coroa real é o título de Seth-heh, o eterno!
Eu sou o aspecto externo da Chama Negra que queima interiormente em ti!
Eu sou a tua vontade de poder, e teu caminho para a suprema vitória!
Eu sou o cruel, que lhe fornece poder para pisotear e destruir todos os teus inimigos indignos!
Eu sou a força que aterroriza os outros deuses! Eu sou Pakerbeth!
Eu sou guiado pela ira do dragão, e pela semente de Apep que é o meu próprio Sekhem!
Eu ergo a minha mão esquerda e cumprimento meus aliados que se dedicam a ISFET, que é a minha mais intima essência, e com a minha mão direita erguida com ira, eu impiedosamente destruo os fracos que permitem ser escravizados por Maat!
Eu sou o assassino da ordem cósmica e o terrível arauto do Caos Colérico. Eu sou o filho primogênito do Dragão, que porta o poder e a sabedoria para o forte e iluminado, aquele que eleva os eleitos à imortalidade dos Deuses Sombrios! Eu sou Erbeth!
Então, ouça minhas palavras, ó tu que és um com a Khem Sedjet, abra teus olhos!
Aumente sua força, Xeper-I-Set, venha a mim, e una-se sob as asas do dragão, Xeper-I-Apep!

Invocação à Apep


Eu, NN, invoco-te, Apophis, ó poderoso dragão do Caos!
Invoco-te, ó destrutiva negra serpente, Apep! Ó poderoso Portador do Niilismo, levante-se de tua eterna morada nas trevas; o oceano negro do vazio, e deixe o teu ardente fogo incendiar a minha alma e purificá-la de todas as fraquezas!
Terrível Apophis, ó tu que governas sobre o Caos e a Escuridão, desperte do teu sono e deixe as tuas gloriosas águas coléricas acalmarem a minha alma!
Levante-se com as mandíbulas abertas do eterno vazio, ó poderoso Apep, e deixe que o teu divino veneno flua para fora de tua terrível boca e misture-se e ferva como sangue em minhas veias!
Ó dragão da destruição, inimigo da luz e da criação, abra teus olhos de diamante negro e deixe a escuridão da tua alma devorar o sol cósmico, cuja luz imunda enfraquece o meu espírito!
Apophis, tu que és a serpente colérica, cuja congelante ira é o fim de todas as formas cósmicas e cujo ardente ódio é a espada destrutiva que irá aniquilar o tolo criador, ouça agora a invocação de teu servo!
Esteja comigo, ó arauto da eterna escuridão, e deixe tuas anticósmicas energias afogarem o ser humano em minha alma. Permita-me, em teu nome, ser o mensageiro eleito do Caos Colérico!
Apep, ó dragão perverso, em teu nome, agora deixo os sete portões da minha alma abertos, de modo que deixe a escuridão de teu sangue negro fluir em mim para ascender-me e queimar-me com as tuas poderosas chamas de energia!
Ascenda em mim, ó Senhor Apophis, e deixe-me ser purificado em tuas negras chamas e tornar-se um resultado perfeito de sua anticósmica criação!
Salve Apep!


Xeper-I-Apep


Antes do início dos tempos, tudo era um eterno mar de Caos amorfo. A escuridão, o silêncio e o vazio reinavam e apenas os oito deuses da inexistência existiam nesse Caos sem fim. Esses oito deuses do Caos reinaram sobre os oceanos negros do Caos; Nun, e juntos eles reinaram sobre a não-ordem original.
Estes deuses eram Ogdoden; Os oito animais, que se chamavam: Nun e Nunet, os deuses do mar sem fundo, Heh e Hehet, os deuses do espaço infinito, KEK e Keket, os deuses da escuridão e Amun e Amunet, os deuses do invisível.
Por causa de todas as possibilidades disponíveis no Eterno Caos, que foi dito que as energias viriam a formar o espírito do demiurgo Atum-Rá que começou a tomar forma na amorfa escuridão do mar. Quando o espírito Demiurgo tinha crescido bastante forte, começou sua natureza falsa e suja afetar o ambiente imediatamente ao seu redor.
Este ocorreu até o primeiro Lotus subir das profundezas. Abrir lentamente o azul da flor de Lotus, e suas pétalas revelarem o demiurgo, na forma de um jovem Deus, que estava sentado em meio ao ouro. A luz, que não estava em harmonia com o escuro Caos, fluiu para fora do corpo da criança “divina”. As crianças que estavam no Demiurgo Atum-Rá conseguiram com sucesso conter a sua luz imunda que rodeava e passaram para a escuridão caótica.
Mas as forças do Caos nunca foram derrotadas pelo demiurgo indigno, o ambiente caótico o rodeava em forma de cobras, monstros demoníacos e dragões terríveis. Pois o Caos original e os oito Ogdoden, cuja escuridão caótica estava contaminada por Atum-Rá, começaram a ferver de ira.
A partir das águas negras de Nun, ergueu-se o mais terrível de todos os dragões.
O nome do dragão da morte era Apep e seu único propósito na existência era destruir Atum-Rá e extinguir a sua luz para assim, restaurar a pura escuridão primordial.
Mas, então, Atum-Rá, que estava cercado e cego pela sua própria luz, sentiu a presença do colérico Dragão do Caos, o poderoso Apep. Ele se encheu de medo e percebeu o quão só estava em uma guerra que ele deliberadamente começou contra as eternas forças do Caos.
Essa solidão tornou-se insuportável e Atum-Rá ansiava por outros seres que o apoiariam e o confortariam. Por isso, Atum-Rá, criou da sua primeira ejaculação, e sua vontade, Shu, deus do Ar, e Tefenet, deusa da Umidade. Mas devido ao fato de Atum-Rá estar tão cheio de medo dos poderes do Caos Colérico, cuja presença era constante, deixou que Shu e Tenefet caíssem nas profundezas do caótico oceano. O Demiurgo Atum-Rá, então entrou em pânico, ele arrancou um de seus olhos e encheu-o com as suas forças para que o brilho fosse de sua luz.
Atum-Rá chamou o olho de sua filha e nomeou-a Hathor, e depois a mandou para fora na escuridão para procurar seus filhos desaparecidos. A luz do olho forçou através da escuridão do Caos e conseguiu encontrar Shu e Tefenet, trazendo-os de volta para Atum-Rá.
Em recompensa a ela, o demiurgo colocou o olho na sua testa, na forma de uma grande cobra venenosa, a cobra Uraeus. Ele prometeu que seu poder seria sempre grande, e que no futuro os deuses e os homens deveriam temê-la.
Em seguida, Atum-Rá abraçou seus primeiros filhos, Shu e Tefenet, e chorou de felicidade e alívio.
Mas o que Atum-Rá não sabia é que estavam portando a Chama Negra, como sabemos, Shu e Tefenet estavam em um mar de Caos, ambos estavam estuprados pelo Dragão do Caos Colérico, e as sementes do dragão tinham penetrado profundamente em Shu e Tefenet e se esconderam em suas formas.
Esta semente anticósmica; semente-dragão, que com a ajuda da primeira descendência de Atum-Rá, penetrou através da aura protetora do Demiurgo, e que será responsável pela guerra final entre a luz e as trevas, transformou-se em flor para ajudar a dilacerar interiormente a criação de Atum-Rá.
Entretanto Shu e Tefenet, que pela magia de Apep, não sabiam sobre o anticósmico ato de estupro, amavam um ao outro e eventualmente, Tefenet deu à luz a gêmeos, do qual eram Geb, deus da Terra, e Nuit, a bela deusa dos céus.
Ambos sem descobrir, transferiram a semente do nosso senhor Apep para Nuit e Geb. A semente do mal; a semente anticósmica, agora estava dormindo no céu e na terra, esperando pacientemente para volta do nosso pai Apep para ascender as forças escuras na matéria. O Grande dragão da morte, Apep, estava fora das barreiras de luz, no entanto, estava sob total controle de si mesmo, que ele através de sua ação astuta teve o sucesso de penetrar na criação do Demiurgo. O terrível dragão que vivia no mar do Caos Colérico, poderia agora, graças à essência anticósmica da sua semente maligna, monitorar os eventos do mundo desprezível do Demiurgo.
Pela segunda vez, o silêncio foi quebrado em meio ao Caos que uma vez tinha sido mares tranquilos. Mas desta vez foi a risada de nosso pai que cortou a profanada quietude.
Apep agora sabia que ele iria ganhar a guerra final contra o deus sujo de luz criadora.
Geb amava sua irmã Nuit e durante longos séculos eles se abraçaram, desconhecendo a essência escura que eles carregavam dentro de si, Nuit pressionou os céus contra Geb/terra, de tal maneira que não havia espaço para mais nada existir entre eles.
Quando o demiurgo Atum-Rá viu isso, ele ficou com ciúmes, pois ele tinha criado esses deuses para fazer-lhe companhia, e agora parecia que nenhum deles se preocupava com ele.
Eventualmente, Atum-Rá comandou Shu (ar) que era pai de Geb e Nuit para que separasse os dois. Como o deus do ar era obediente, Shu, guiou seu próprio filho, Geb, e em sua mão aberta, ele levantou a sua filha, Nuit, segurou-a no alto de seu irmão, separando céus e terra.
O ciumento e tolo Atum-Rá não se contentava com isso, pois sabia que Nuit durante sua associação com Geb engravidou. Por isso, ele colocou uma maldição sobre Nuit, para que ela em nenhum dos dias no ano no qual ele havia estabelecido pudesse ter filhos.
Geb, que agora estava sob os pés de seu pai, lutou para se libertar, e Nuit chorava lágrimas escuras, tentando correr para baixo, mas um ao outro não poderiam se alcançar novamente.
O Demiurgo, que tinha cansado desses deuses ingratos, criou muitas outras criaturas das quais ele esperava que fossem mais fiéis a ele. Entre estes estava Thoth, que viria a ser um dos mais sábios dos deuses.
Quando Thoth viu o belo corpo da triste Nuit, que estava estendido acima da terra, ele se sentiu triste por ela e decidiu ajudá-la.
Thoth inventou o “Jogo Senet” e desafiou os outros deuses para jogar com ele por alguns dias, eventualmente conseguiu Thoth ganhar tanto tempo com os outros deuses que durou cinco dias. O Demiurgo já havia decidido que cada ano seria composto por 360 dias, mas o Thoth astuto adicionou o tempo que ele tinha ganhado, e assim ele criou cinco dias extras. Estes dias extras não foram incluídos na maldição de Atum-Rá, de modo que Nuit agora seria capaz de alimentar seus filhos neste tempo extra.
No primeiro dia Nuit deu à luz a uma criança que já havia sido coroada rei por ela mesma; e foi nomeado como Osíris.
No segundo dia, Nuit deu à luz a sua filha, Isis, que mesmo antes dela nascer, estava caindo de amor para com o fraco Osíris.
A semente do mal, que se escondia no interior de Nuit, tinha instruções a partir do Dragão da Morte, Apep, para penetrar mais profundamente na criação do Demiurgo, preenchendo Nuit poderosamente. Mas quando a semente do mal, cujo nome era ISFET, viu Osíris encolhido dentro do útero de Nuit, ela sabia que Osíris não era digno de ser permeado da essência mais íntima do dragão. ISFET, que podia ver no vazio chamado futuro, viu que o destino de Osíris era para ser derrotado, desmembrado e para sempre condenado à morte por um deus mais poderoso, por isso escolheu ISFET não fundir-se através do corpo de Osíris para renascer.
O mesmo com a segunda prole de Nuit; Isis foi analisada e rejeitada pela ISFET antes do seu nascimento.
ISFET que podia ver o futuro, viu que Isis viria a representar a natureza, as leis cósmicas e da criação da forma causal. Isso encheu ISFET de nojo e ódio, portanto, escolheu ISFET não fundir-se com o corpo da criada prostituta Isis.
Mas, durante o terceiro dia, antes que Nuit desse à luz ao seu terceiro filho, ISFET recebeu a ordem de nosso pai, Apep, que dizia que o tempo havia chegado para ela tomar forma e ocupar Nuit em seu terceiro filho, cujo nome foi definido como Set.
Quando ISFET ouviu a voz do dragão em sua mente, ela partiu mais uma vez pronta para examinar. Ela viu que o grande Set que estava no útero de Nuit tinha seus sonhos escuros de dominação mundial e Caos. Isso encheu o ISFET de alegria. ISFET contemplou o futuro, por ter certeza de que Set era o ser correto para se conectar a ela.
Ela viu Set sentado em um trono negro de ônix, cercado pelos corpos desmembrados de todos os deuses cósmicos que abaixo de seus pés estariam, então ISFET riu ao ver o demiurgo Atum-Rá, com a própria cabeça decepada. ISFET ficou muito feliz, pois ela agora sabia que o destino de Set era lutar contra a ordem cósmica (Maat), cujo derrotará os indignos deuses. ISFET penetrou em nome de Apep no corpo de Set e fez com que ele acordasse.
O grande Set, que agora possuía o colérico poder do Caos, abriu os seus brilhantes olhos vermelhos, revelando sua Khem Sedjet (Chama Negra) e gritou seu ódio.
Set que sabia que ele era o mais poderoso entre os deuses, estava cheio de ódio para com sua mãe Nuit. Pois ele sabia que era seu direito, como o mais forte, ter sido o primogênito. Mas ao invés disso Nuit teve a indignidade de ter dado à luz a Osíris primeiro, portanto, lhe dando a coroa. Set estava possuído por uma raiva profana, rasgou Nuit, internamente abrindo-a emergindo do ventre, a partir do qual ele forçou-se para fora.
Desta forma mais natural, nasceu nosso rei. Durante este nascimento aterrorizante, Nuit gritou de dor e chorou sangue, mas nenhum entre os outros deuses se atreveu a ajudá-la.
Quando Set se arrancou do corpo de Nuit, ele amaldiçoou os outros apavorados deuses e afastou-se para o deserto vermelho, que se tornaria um de seus muitos reinos. Por isso, foi ele o eleito para ser o deus solitário e orgulhoso, do qual seria o portador do Caos e provocador de tempestades dentro do Cosmos.
No quarto dia, o dia após o nascimento de Set, Nuit se recuperou o suficiente para dar à luz a sua quarta prole e segunda filha, que se chamou Néftis.
Néftis, também chamada de Nebhet, odiava seu irmão Set do qual tinha deixado-a sozinha. Pois, mesmo antes do nascimento tinha Néftis conhecido a terrível força de Set, e esperava ela que, assim como Isis se casou com Osíris, iria se casar com o poderoso Set.
Mas Set, que zombava da fraqueza dos deuses, não ficou interessado no amor, devido a isso, Néftis se juntou com os outros deuses, os mesmos que iriam acabar em guerra com Set.
O Demiurgo, que se tornou intoxicado e cego pelo poder que ele tinha sobre os outros deuses, que viviam para servi-lo, criou muitos outros deuses e deusas. Ele encheu do Céu à terra e debaixo da terra com inúmeros espíritos, animais, demônios e outros deuses menores. Um desses deuses, no qual o demiurgo em seu confuso e embriagado estado havia criado, foi nomeado Khnum.
Khnum foi encarregado para criar as formas que o demiurgo queria encher sua criação, como foi dito.
O Demiurgo ordenou Khnum a criar os primeiros seres humanos usando Geb (argila/terra). Como parte da semente de Apep estava adormecida dentro de Geb, esta veio à vida.
Esta parte da semente do dragão colérico era chamada de Khem Sedjet, ou seja, a Chama Negra.
A Khem Sedjet de Apep foi despertada pelos gritos do além e governada por instintos compartilhando o Caos em 72 chamas. As chamas se espalharam e se esconderam no fundo da lama, da qual Khnum fez o uso para dar forma à nova criação; o homem.
Assim 72 formas humanas foram invadidas pela Khem Sedjet, a essência antes da vida que Atum-Rá tinha os dado.
Assim misturando a porção da semente de Apep dentro de Geb, em 72 pessoas selecionadas. Estes 72 filhos do dragão, vivem além dos portões do Nun, o lugar sem lei, do qual nosso pai Apep faz parte.
Nós, que somos Magista Sacerdotes e Sacerdotisas do Caos, somos devidamente assim, pelas diferentes partes e aspectos das originais Khem Sedjet (Chamas Negras) que trabalham dentro de nós.
Nossa forma cósmica pode morrer, mas as nossas Chamas Negras, que fazem parte do outro lado do Cosmos, que é o Caos, são eternas, sem fim.
Estamos na criação de Atum-Rá, onde a semente de Apep queima. Com a nossa amorfa e devoradora Chama Negra e nosso pai Apep e, juntamente com nosso poderoso rei de nome Set, somos nós, os eleitos, para restaurar o Caos primordial e quietude.
Para ISFET a Khem Sedjet é mais forte que Maat, sendo Apep e Set mais forte que toda legião de deuses cósmicos indignos.
Da mesma forma, nós também somos os 72 mais fortes do que o resto da humanidade desprezível. Para cada um de nós; para quem possui a Chama Negra, pode se ver além do momento finito e ver o infinito.
Quando as 72 chamas se reunirem e der vida a 218 novas chamas, o sol de Atum-Rá para sempre será extinto, em seguida, Set tomará o seu lugar como o eterno vencedor, assentado no trono negro de Ônix. Porque nós somos a essência escura do dragão. Aquele que enxerga no escuro vazio que é o futuro, sabe que a vitória final pertence ao nosso poderoso pai, Apep.

Xeper-I-Apep!

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...