segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Bases do Gnosticismo Aquariano


1. A mente do homem moderno está totalmente degenerada e confusa devido aos erros e conflitos psicológicos que acarreta a si mesma. Por isso mesmo, o homem atual já não tem a capacidade de ver as coisas como elas são; percebe apenas uma realidade deformada e determinada por suas próprias debilidades e fraquezas emocionais e psicológicas.

2. O maior propósito da Gnose, como sistema filosófico de vida, é eliminar da mente os elementos psicológicos que lhe foram agregados pelas sucessivas existências. Enquanto esses agregados psicológicos existirem em nossa mente nunca poderemos ter uma verdadeira percepção da verdade e da realidade da vida.

3. Nisso, as religiões orientais levam certa vantagem sobre as ocidentais, porque o buddhismo desde há tempos prega que uma mente intoxicada não está pronta para experimentar a realidade e a vacuidade.

4. Porém, aceitar qualquer doutrina sem prévia compreensão e correto entendimento de seus valores é como construir uma casa começando pelo telhado. Por isso mesmo a Gnose ensina distintos métodos de comprovação prática dos princípios de sua doutrina.

5. Também é um erro muito grave querer ensinar o que não aprendeu nem para si. Todo instrutor deve saber perfeitamente bem o que faz e porque faz. Os que se dedicam integralmente ao ensino e à práxis da Gnose devemos buscar a crescente e permanente pureza do ensinamento. Uma Escola, Lumisial ou Igreja Gnóstica exerce papel fundamental nesse propósito porque uma instituição gnóstica tem a grave responsabilidade de ser a encarnação dos preceitos da doutrina que ensina. Se algum instrutor ou líder gnóstico, no fundo tem a intenção de continuar a viver e a agir como sempre viveu e agiu, é melhor que não dê instrução. Ensinar uma doutrina distorcida certamente só lhe gerará mais karma a pagar.

6. No que tange a proporcionar meios e maneiras de se cultivar os aspectos positivos da mente e eliminar os negativos, de um modo geral todas as grandes religiões do mundo sempre ensinaram isso. A Gnose Aquariana é a síntese de todas elas. Por isso mesmo encarna em si tanto a parte mística quanto a parte racional. O Grande Mestre Gnóstico responsável por essa Nova Gnose Aquariana, Samael Aun Weor, é bem claro quanto a esses aspectos, quando afirma que “não quer seguidores, mas gente preparada para pesquisar e investigar o ultra de todas as coisas por si mesmo”.

7. Quando bem transmitida e compreendida, esta Nova Gnose Aquariana torna-se um método muito eficiente para o Despertar da Consciência, para a Iluminação do Espírito e para a Auto-Realização Íntima. Mas, quando mal transmitida e mal compreendida, não gera outros frutos que o fanatismo e o frio racionalismo teológico e cultural típico de nosso tempo. Em matéria de Gnose é preciso ir muito além da simples razão [e também das alucinações mentais] como ferramenta de pesquisa, investigação e comprovação.

8. A vivência ou a práxis gnóstica é muito mais que recitar mantras e orações ou cumprir um dever religioso semanal. Além dos aspectos devocionais, existem ainda os elementos do RETO AGIR, do RETO SENTIR e do RETO PENSAR, não desprezando nem ignorando tampouco os caminhos da SANTIDADE e da CASTIDADE CIENTÍFICA.

9. A prática da Gnose torna-se mais fácil e simples quando se compreende o valor e a importância de se poder contar com um Mestre de Sabedoria, uma Escola Capacitada e uma Doutrina Prática e consistente. Os autossuficientes, que crêem poder fazer tudo sozinho, fracassam devido à ilusão que criaram sobre suas próprias e elementares capacidades espirituais. A convivência com autênticos “irmãos mais velhos e experientes” em muito contribui e facilita percorrer o Caminho. O oposto também é válido: maus irmãos e instrutores não qualificados tornam a jornada íntima bem mais difícil. Mas difícil mesmo é encontrar hoje no mundo irmãos e instrutores qualificados. Como reconhecê-los se já não temos mais capacidade de distinguir o bom do mau?

10. De qualquer modo, desses três aspectos mencionados, o mais importante deles é a DOUTRINA. Afinal, em última análise, ninguém pode fazer nada concreto a nosso favor, e só nós mesmos podemos nos ajudar. Ninguém pode obter a Iluminação ou a LIBERAÇÃO em nosso lugar. A ILUMINAÇÃO vem quando limpamos nossa mente dos seus venenos, dos seus agregados e dos seus elementos estranhos. E para isso, tudo que é requerido é que se pratique CORRETAMENTE [Reta Ação] a Sagrada Doutrina.

11. A mente de uma pessoa comum e corrente é indisciplinada e descontrolada. Portanto, não reúne os elementos básicos e fundamentais para nos catapultar a um SAMADHI ou a uma “visão profunda” do VAZIO ILUMINADOR e TRANSFORMADOR. Para que possamos ter êxito nos sistemas avançados da Gnose é preciso primeiro DOMINAR as práticas básicas. Portanto, sem uma DISCIPLINA compreensiva e voluntária para iniciar e sustentar a prática dos valores e exercícios espirituais propostos pela Gnose, jamais seremos bem sucedidos naquilo que a Nova Gnose Aquariana apresenta como METAS AVANÇADAS, dentre as quais está a de encarnar nosso Buddha Íntimo e depois o próprio Cristo Íntimo.

12. A essência da Nova Gnose Aquariana de Samael Aun Weor consiste de três fatores distintos, a saber:
1. Morrer em defeitos [purificar a mente]
2. Renascer do Espírito [formar o Filho do Homem dentro de si]
3. Trabalhar pela humanidade sem buscar retribuições [sacro ofício]

13. MORRER EM DEFEITOS é “renunciar a si mesmo” como ensinou o Cristo Jesus. RENASCER DO ESPÍRITO é formar dentro de nós a verdadeira natureza divina mediante o sábio uso e transmutação de nossas energias sexuais. O SACRO OFÍCIO é toda ação praticada em favor do próximo sem objetivo e ânimo de recompensas. De todas as boas ações, a mais elevada de todas é ensinar a DOUTRINA DA LIBERAÇÃO.

14. Em tese, é possível obter a LIBERAÇÃO em uma única vida. Entretanto, a vida é curta e já vivemos boa parte dela. Importa agora nos perguntarmos o quanto “avançamos espiritualmente” nesta vida – se é que avançamos alguma coisa. Se a morte nos levar amanhã, deixaremos atrás o que fizemos e realizamos concretamente. Isso é o nosso Karma, que nos trará de volta em melhores ou piores condições, segundo tenhamos vivido essa existência.

15. Se chegamos à Gnose, agora temos oportunidade de praticar uma Doutrina Liberadora. Portanto, é nosso dever espiritual praticá-lo de forma intensa e pura. A correta e positiva práxis gnóstica nos dá paz, luz, amor e verdade [sabedoria]. Ou seja: praticar ou não praticar é algo que está em nossas mãos decidir e só nós podemos decidir isso.

16. No entanto, a maioria das pessoas continua sonhando, projetando fantasias em forma de planos futuros, como se, de fato, o futuro estivesse em nossas mãos. Só o dia ou o momento presente é real e usá-lo de forma positiva ou negativa depende só de nossa vontade e livre decisão. Portanto, o único que realmente vale a pena na vida é praticar e viver intensamente as leis e princípios da Doutrina Sagrada, porque quando cultivamos ou praticamos ações virtuosas, a lei das correspondências e conseqüências [Karma] nos assegura uma corrente de mudanças positivas que virá ao nosso encontro. E isso é uma das dádivas mais preciosas da vida humana: sermos capazes de gerar um ambiente positivo e promissor enquanto a vida mesma segue seu curso.

17. Todas as ações humanas são realizadas ou por poder, ou por compaixão ou por necessidade. E todas elas nos brindam oportunidades de AGIRMOS RETAMENTE. É isso, e somente isso, que nos garante um curso existencial livre de KARMAS.

18. Por fim, nada é totalmente bom nem totalmente mau no mundo Samsárico. O que é bom para uns é mau para outros; o que beneficia a uns, diminui ou subtrai de outros. Por isso mesmo, tudo gera e implica em KARMA. E só nós podemos decidir o tipo de karma que queremos para nós mesmos.

 Autor: Karl Bunn

Os Gnósticos na História


Historicamente, os gnósticos viveram, em sua larga maioria, durante os três ou quatro primeiros séculos da Era Cristã. Bastante provável que eles mesmos não se considerassem gnósticos porquanto eram sabedores do significado oculto dessa palavra. Mas, certamente, eram formados por cristãos, judeus e até adeptos de antigos cultos egípcios, babilônicos, gregos e romanos.

Ao contrário do que diziam seus detratores, os gnósticos não formavam uma religião específica nem eram sectários, fanáticos ou arrogantes. Simplesmente, compartilhavam de uma atitude comum para com a vida e o mundo e, essa atitude, sabemos, era fundamentada no conhecimento do coração (Gnozis kardias) como diz O Evangelho da Verdade, também conhecido como O Evangelho de Felipe.

Quando consideramos hoje o gnosticismo como a raiz mesma da psicologia profunda, como descobriu e atestou Jung, torna-se fácil entender porque havia tanta divergência entre os gnósticos e os crentes católicos antigos. É que a sabedoria do coração (Gnozis kardias) não pode ser conseguida com preces, promessas e uma obediência cega às instituições humanas, mas sim, por meio de vivências e disciplinas muito próprias e específicas. Incluía-se aqui a visão gnóstica do próprio sacrifício de Jesus que, para os crentes, veio para lavar a humanidade de seus pecados, mas que, para os gnósticos, apontava um exemplo de vida a ser imitado em seu Reino Interno, onde, cada Adepto deve se lavar nas águas da renúncia dos apegos, dos afetos, da vida, do mundo e de tudo que ele oferece (alquimia psicológica).

Já se passaram uns dezessete (17) séculos desde que os gnósticos fizeram história. Nesse ínterim, os gnósticos não só foram esquecidos como, principalmente, foram perseguidos, caluniados e mortos. Examinando-se atentamente a história vemos que os gnósticos foram dizimados, numa das mais implacáveis e longas perseguições religiosas que se tem notícia. Obras teológicas antigas, hoje acessíveis, comentam que “os gnósticos foram perniciosos hereges do cristianismo primitivo”. “A última grande perseguição – só para exemplificar – terminou com o extermínio de aproximadamente duzentos gnósticos (cátaros ou albigenses) em 1244, no castelo de Montségur, na França”.

É inegável o fato de que judeus, cristãos, católicos, protestantes e os ortodoxos orientais (e, no caso da Gnose Maniqueísta, até os zoroastristas, os muçulmanos e outros odiaram e perseguiram os gnósticos com persistente determinação).

Voltamos à pergunta: Por que os gnósticos eram temidos?

Certamente não era apenas pela sua desconsideração pela lei moral que escandalizava os rabinos. Ou, porque suas dúvidas relativas à encarnação física de Jesus e sua reinterpretação da ressurreição enfurecia os sacerdotes. Nem porque eles rejeitavam o casamento e a procriação, como afirmam alguns de seus detratores.

A verdade é que os gnósticos realmente possuíam um conhecimento que os tornava uma ameaça a todos aqueles que buscavam perpetuar uma instituição com vistas a usufruir vantagens e poderes pessoais e políticos. Os gnósticos sempre souberam que o mundo, tal como se apresenta aos nossos olhos, simplesmente atende às necessidades da economia natural ou da Lei do Trogo-auto-ego-crático Cósmico Comum (devorar e ser devorado; alimentar-se e servir de alimento).

Vivendo-se dessa forma, na eterna esperança de Messias e Ungidos que venham melhorar nossa sorte, jamais tornaria possível a experiência e a vivência das grandes realidades transcendentais. Logo, dinheiro, poder, governo, constituição de família, pagamento de impostos, a infinita série de armadilhas das circunstâncias e obrigações da vida cotidiana, tudo isso jamais foi tão rejeitado de forma tão acentuada quanto o foi pelos gnósticos.

Os gnósticos sempre souberam que nenhuma revolução política ou econômica poderia ou deveria eliminar todos os elementos iníquos do sistema em que a alma humana encontra-se aprisionada. Portanto, sua rejeição não se referia a um governo, a um sistema religioso ou político. Pelo contrário, dizia respeito à total e predominante sistematização da responsabilidade pessoal para com o todo. Logo, os gnósticos eram detentores de um segredo tão fatal e terrível que os governantes deste mundo (os poderes secular e religioso, que sempre lucraram com os sistemas estabelecidos da sociedade) não podiam permitir-se ver esse segredo conhecido e, muito menos, vê-lo publicamente proclamado em seus domínios.

Ontem, como hoje, os gnósticos sabem que não é possível atingir a auto-realização íntima ou a completa auto-realização de seu próprio Ser enquanto viverem atrelados cegamente às estruturas e instituições sociais, porque estas representam, na melhor das hipóteses, apenas obscuras projeções de outra realidade mais fundamental. Não é possível vivenciar as realidades íntimas do Ser enquanto formos o que a sociedade espera que sejamos nem fazendo o que ela diz para fazermos. Ao contrário, esses ditames constituem, com maior freqüência, as próprias algemas que nos alienam de nosso real destino espiritual.

Foi essa visão do mundo que levou aqueles grupos gnósticos dos primeiros séculos a serem perseguidos, caluniados e qualificados de hereges.

Autor: Karl Bunn

Gnose: O Evangelho de Maria


O Evangelho de Maria é o primeiro tratado do papiro de Berlim. Este papiro foi adquirido no Cairo por C. Reinhardt e ele é conservado desde 1896 no departamento de Egiptologia dos Museus Nacionais de Berlim. Ele seria proveniente de Achmin ou de suas cercanias, desde que apareceu inicialmente em um antiquário desta cidade. De acordo com Carl Schmidt, teria sido recopiado no inicio do século V. A descrição papirológica do manuscrito foi feita por W. C. Till, em continuação aos trabalho de Carl Schmidt, em seguida tornado adequado e completado por H. M. Schenke.

Como os outros escritos do papiro de Berlin e como o Evangelho de Tomé, o Evangelho de Maria está escríto em copta saídico, com um certo número de empréstimos de dialetos; pode-se notar igualmente alguns erros de escrita ou erros de transcrição.

Quanto à datação do escrito original, é interessante nota que existe um fragmento grego cuja identidade com o texto copta foi confirmado pelo professor Carl Schmidt: o papiro Rylands 463. Ele provinha de Oxyrhynque e foi datado do início do século III. A primeira redação do Evangelho deveria, pois, ter sido feita anteriormente, quer dizer, no decurso do século II. W. C. Tyll a situa em torno do ano 150. Como os demais Evangelhos, tratar-se-ia, por tanto, de um dos textos fundadores ou primitivos do cristianismo. Se isto é verdade, de onde vêm as reticências que se pode experimentar com a leitura ?

Estas são ainda hoje as mesmas reações de Pedro e de André, após ter escutado Míriam de Mágdala, André então tomou a palavra e dirigiu-se a seus irmãos:

O que pensais vós do que ela acaba de contar ?

De minha parte, eu não acredito que o Mestre tenha falado assim; estes pensamentos diferem daqueles que nós conhecemos.

Pedro ajuntou:

Será possível que o Mestre tenha conversado assim, com uma mulher, sobre segredos que nós mesmos ignoramos?

Devemos mudar nossos hábitos; escutar todos esta mulher?

Será que Ele verdadeiramente escolheu-a e preferiu-a a nós?

(Ev. Maria, 17, 9-20)

A dificuldade em receber este texto é o que o faz igualmente interessante:

É um Evangelho senão escrito, pelo menos inspirado por uma mulher: Míriam de Magdala. Míriam não é somente a pecadora da qual nos falam os Evangelhos canônicos, nem aquela das tradições recentes, que confundem seu ´pecado´com uma certa desorientação de suas forças vivas e sexuais.

Ela é também a amiga mais íntima de Yeshua (Jesus), a ´iniciada´ que transmite seus ensinamentos mais sutis.

A dificuldade em receber o Evangelho de Maria virá sobretudo da natureza deste ensinamento, da antropologia e da metafísica que eles pressupõe: não mais uma antropologia dualista nem uma metafísica do Ser ou das essências às quais estamos habituados no Ocidente, mas uma antropologia quaternária e uma metafísica do imaginal, que os espíritos mais livres e melhor informados deste séculos começam a redescobrir as chaves.

(Fonte: Leloup, Jean-Yves. O Evangelho de Maria. Trad. Lise Mary Alves de Lima. 10 a. ed – Petropolis, RJ : Vozes, 2006. pgs. 08/10).

Gnose: Samael Fala de Judas


Pergunta: Então, Venerável Mestre, ao cumprir com esse papel, Judas não recebeu karma?

Samael: Ao contrário, ganhou dharma aos milhões, por toneladas. Judas Iscariotes é um grande Mestre. Ele não queria aquele papel. Ele nada mais fez do que repetir o que havia aprendido de memória. Como tinha de fazer, precisava ser exato, preciso, no momento oportuno. Tudo tinha que ser perfeito, de acordo com o drama. Porém, ele não traiu Jesus jamais. Ele foi seu melhor discípulo. Judas não somente chegou até aí como ainda desceu ao abismo e vive nos mundos infernais. Quando eu entrei no abismo para o visitar, vi que o suspendiam e lhe punham cordas. Ele se deixava suspender com a humildade única de quem matou o Ego. Ele não tem Ego e vive ali no abismo, fazendo o que? Lutando para salvar os perdidos, aos que não têm mais remédio. É como um raio do Cristo perdido no abismo, sofrendo pelos perdidos.

É algo extraordinário! Ninguém sabe até onde chegou Judas. Se há um homem que ganhou o direito de entrar no Absoluto Imanifestado, esse é Judas Iscariotes. Nenhum de nós serve para tirar o sapato de Judas, nem eu mesmo me julgo capaz de lhe tirar os calçados. Ainda não me sinto capaz de fazer o que Judas fez. Não me sinto capaz e não sei se algum de vocês se sentiria capaz. Isso de viver no abismo renunciando a toda felicidade… Desprovido de Ego e, no entanto, vivendo no abismo, tratando de salvar aos perdidos. Sequer no mundo físico o consideram. Odiado pelas multidões e toda essa questão de ser considerado um traidor, quando a única coisa que fez foi obedecer ao Senhor! Ninguém, nem remotamente, suspeita o que é o sacrifício de Judas pela humanidade. Ele foi o único que não teve honras. Para ele não houve louvores. Ninguém o elogiou… Quão morto não está seu Ego! De maneira que ele é o melhor dos discípulos que Cristo tem.

Bem, agora, quanto ao corpo da doutrina dos iscariotes, é extraordinário. Eles estudaram o corpo da doutrina de Judas: a morte total do Ego. Todos os mistérios de Judas têm de ser vividos no mundo causal.

Os Mistérios de Judas são a morte absoluta do Ego animal. Não pode sobrar nada do Ego, posto que Judas, como Mestre, não deixou nada de Ego, renunciou a tudo o que seja felicidade e mora no abismo com os perdidos. Ele é o melhor dos discípulos do Senhor, o maior dos sacrificados. Aquele que tem mais direito à felicidade vive no abismo entre os réprobos, entre os que não têm recuperação. Está lá unicamente por amor à humanidade, tratando de buscar nas trevas a alguém que queira a luz. Quando consegue encontrar alguém arrependido, ele o instrui e se o recupera, tira-o do abismo. Isso faz Judas! De forma que condenar Judas é o pior dos delitos.

Este é o corpo de sua doutrina: Quem nós temos de condenar é o judas interno. Aquele traidor que vende o Senhor por trinta moedas de prata, o que não é outra coisa do que aquele que troca o Senhor pelos prazeres, pelas bebidas e todas as coisas do mundo. A esse é que se tem de condenar. Judas nos indicou isso com a sua doutrina. Esta é a sua doutrina. A doutrina dele é a mais profunda: a morte absoluta do Ego.

Se há um homem que mereça reverência, esse é Judas Iscariotes. Essa escola gnóstica dos iscariotes foi perseguida na Europa pela Inquisição. Os membros da sociedade dos iscariotes foram queimados vivos nas fogueiras que ardiam na Europa. De maneira que vocês estão ouvindo coisas terríveis, não é verdade?

Quero lhes dizer, de forma enfática, que os humamóides que habitam a superfície da Terra são maquininhas encarregadas de captar determinados tipos e subtipos de energia cósmica que em seguida transformam automaticamente e retransmitem às camadas interiores do organismo planetário. Graças a isso, o planeta Terra pode viver. De maneira que o animal intelectual foi posto aqui a serviço único e exclusivo da economia da natureza. Este é o único objetivo: a economia da natureza.

Agora, no entanto, o sol não é cruel. O sol depositou nas glândulas dessas maquininhas os gérmens para formar o homem. Esses gérmens podem ser perdidos e o normal é que se percam. Mas, se alguém coopera com o sol, se alguém de verdade coopera com o astro rei, esses gérmens se desenvolvem e surge o homem dentro do animal intelectual tal como na crisálida forma-se a borboleta, que um dia sai e voa. De maneira que o interessante é cooperar com o sol e uma das melhores formas de se cooperar consiste em não alterar o solo em que esses gérmens têm de se desenvolver.

Autor: Venerável Mestre Samael Aun Weor


Gnose: A Verdadeira Igreja


Igreja (Ecclesia) originalmente significava assembléia ou reunião. Hoje, Igreja tem conotação de instituição religiosa. Para o futuro, as antigas “ecclesias” novamente assumirão o caráter de comunidades espirituais.

“Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.” Palavras do Cristo que inspiraram a Igreja de Roma a propagar ao mundo que “a sua” era a verdadeira igreja.

Porém, de acordo com um dos maiores doutores da própria Igreja de Roma, Santo Agostinho, até o século V da nossa era, essas palavras “Tu és Pedro …” não se referiam à pessoa humana do apóstolo, mas sim, à confissão que Pedro fizera da divindade de Jesus:

“Tu és o Cristo, filho do Deus Vivo”, declarou Pedro.

A confissão da divindade do Cristo, diz Agostinho, é a pedra fundamental da Igreja. O próprio Agostinho diz ainda que a pessoa de Pedro, chamada por Jesus de carne e sangue, não podia ser a pedra fundamental da igreja. Até mesmo porque, em outras passagens do evangelho, Jesus chama Pedro de Satanás, por ter pensamentos humanos, e não, divinos. Nesse caso, essa igreja seria uma igreja de Satanás e não do Cristo.

A pedra fundamental da Igreja é a divindade do Cristo. Esse foi o axioma sempre defendido pelos gnósticos dos primeiros séculos. Sabiam (sabem) os gnósticos, até hoje, que não existe, nem pode haver, verdadeira igreja fora do Cristo.

Detalhes como esse sempre foram motivos de terríveis discordâncias nos concílios do passado. Olhando esses tempos antigos e esses comportamentos, com os olhos da época atual, torna-se risível e terrivelmente patética toda essa situação.

Diz Samael Aun Weor: “A Igreja do Cristo não é deste mundo. Ele mesmo disse que “meu reino não é deste mundo”. No nome do Deus Vivo (o Cristo) há uma igreja, invisível aos olhos da carne, mas visível para os olhos da alma e do espírito. Esta é a Igreja Gnóstica primitiva, à qual pertencem o Cristo e os Profetas.

Essa igreja tem seus bispos, apóstolos, diáconos e sacerdotes, que oficiam no altar do Deus Vivo. O Patriarca dessa igreja invisível é Jesus, o Cristo. A essa igreja podem ir todos os cristãos em alma e em espírito [viagem astral]. Todos podem visitar a Santa Igreja Gnóstica. Às quintas-feiras e aos domingos, pela aurora, realizam-se as missas e as comunhões, e todos os cristãos podem assistir e receber a comunhão do pão e do vinho.

“… Na Igreja Gnóstica, vemos o Cristo sentado em seu trono, onde podemos conversar com ele pessoalmente”. (Do livro A Virgem do Carmo, cap. VIII, pág. 20 e 21).

Autor: Monsenhor Karl Bunn

Gnose: Declaração de Princípios


Em documentos assinados pelo próprio Patriarca Fundador da Igreja Gnóstica Cristã Universal, Samael Aun Weor, estes são os objetivos e os princípios da Igreja Gnóstica:

1. Trabalhar pela dignificação do ser humano e pela revalorização dos princípios espirituais.

2. Fundamentar a divulgação do cristianismo antigo em sua forma gnóstica primogênita para o bem das almas.

3. Ensinar uma doutrina transcendental capaz de equilibrar de forma consciente o pensamento, o sentimento e a ação.

4. Dar a conhecer à humanidade o Cristo Íntimo.

5. Estabelecer de forma legal a Igreja Gnóstica para benefício próprio e de todos aqueles que vieram a participar de suas atividades religiosas.

6. Não interferir em assuntos políticos e governamentais dos países em que estiver instalada e colaborar na formação de cidadãos úteis à sociedade, à nação e a Deus.

7. Cultivar o respeito a todas as religiões, seitas, escolas e ordens espirituais.

8. Ensinar a tolerância religiosa para a convivência pacífica dos seres humanos, sem distinção de sexo, credo, raça, nacionalidade ou religião.

9. Trabalhar pela paz, pela fraternidade universal e pela integração dos seres humanos.

Autor: Venerável Mestre Samael Aun Weor

Os Mestres de Serra Nevada


Quem vê hoje o Movimento Gnóstico espalhado pelo mundo, com milhares de centros, escolas, grupos, associações, nem sempre se dá conta ou tem consciência de como foi o começo. Em outros textos, aqui neste Portal, você encontra mais informações a respeito; agora, aqui, queremos destacar um dos mais importantes aspectos dessa história inicial: a construção do Summum Supremum Sanctuarium pelos primeiros discípulos do então jovem Mestre Aun Weor na Serra Nevada de Santa Marta, localizado próximo ao Mar do Caribe, onde a Cordilheira dos Andes tem suas últimas montanhas.

Nas palavras do próprio Mestre Samael, ditas no Congresso de Guadalajara em 1976 a Julio Martinez, “foi com esses homens que formei o Movimento Gnóstico”. E não foram muitos os que viveram nessa região, tendo iniciado em meados de 1952. De forma permanente, nos começos, ali residiam cerca de 14 pessoas adultas, entre homens e mulheres (mais as crianças). Quando havia algum evento ou reunião maior, acorriam ao SSS algumas dezenas, que viviam nas cidades próximas, e alguns, até mesmo vinham de cidades distantes.

Segundo relata Julio Medina Vizcaino (VM Gargha Kuichines), o primeiro discípulo de Aun Weor, “foram os irmãos Hortua que fizeram o convite para o Mestre Aun Weor ir conhecer essas terras virgens de espessas montanhas, com abundantes rios e remansos aquáticos. Então, Aun Weor subiu às montanhas em meados de 1952, e ali conheceu outros vizinhos dos Hortua, como Pedro López Lindo, seu irmão Celestino Lopez Lindo e suas respectivas famílias; e também os amigos dos Lindo: Demetrio, Joaquim e Ignacio Amortegui Valbuena; conheceu ainda Epifanio Beltrán, Carlos Jiménez, Julio Martínez (na época com menos de 16 anos de idade e ainda vivo em nossos dias), Filadelfo Novoa, Casimiro Güete, dentre outros”.

O Mestre, depois, (em agosto) aceitou o convite dos Hortua e foi viver em Serra Nevada, onde permaneceu até os começos de 1955, quando, por instrução interna, teve que abandonar o país devido às perseguições movidas pela igreja católica e pelos médicos. Ao chegar ao alto da montanha Aun Weor encontrou já uma cabana pronta que Hortua e seus vizinhos haviam construído para ele e sua família.

Nesse período, entre 1952 e 1954, bastava Aun Weor descer a montanha para ser preso, sob qualquer acusação; e Júlio Medina sempre tinha que ir libertá-lo, as vezes com mandado judicial. Foi durante uma dessas prisões que Aun Weor escreveu seu livro Diário Secreto de um Guru. Foi ainda durante sua permanência em Serra Nevada que Aun Weor escreveu seu livro Medicina Oculta, resultado de dois anos de pesquisas e investigações das plantas da região.

O acesso ao SSS era muito difícil; eram necessárias cerca de 8 horas para subir a montanha, até chegar ao local. Tudo que lá era utilizado ou necessário, era transportado nos ombros daqueles que ali viviam ou para ali acorriam. Essa natural dificuldade oferecia, ao mesmo tempo, forte proteção ao Mestre Aun Weor, pois muitas expedições enviadas para prendê-lo, malogravam. Conta Julio Medina que certa ocasião, uma dessas expedições ficou presa entre dois caudalosos rios, devido a uma forte (e misteriosa) tempestade, fazendo com que nem pudessem avançar nem retroceder por 2 dias.

O dia a dia em Serra Nevada era duríssimo. A comida era escassa e totalmente vegetariana; ninguém tinha recursos para comprar nada; vivia-se do que ali era plantado ou comprado nos povoados da planície. O templo subterrâneo do SSS foi escavado com pá e picareta por esses poucos voluntários, ao longo dos anos. Primeiro foi aberta uma área de 4 x 3 metros, que abrigava pouquíssima gente. Depois, foi ampliada a área do templo para 14 x 6 metros. Por conta disso, o teto começou a desmoronar devido ao peso da terra e à falta de estrutura para segurá-lo. Isso ocorreu porque nenhum dos engenheiros que haviam se comprometido a fazer um projeto estrutural cumpriu a palavra. A solução veio por meio de uma visão de Ignacio Amortegui Valbuena, pessoa simples e destituída de qualquer cultura ou escolaridade; toscamente desenhou num papel o que havia visto em visão de sonhos. Só bem mais tarde foi possível fazer um teto de concreto sobre o qual foi depositada a terra removida anteriormente e foram plantados pequenos arbustos. Todo o cimento, ferro, areia, foi levado montanha acima nos ombros dos moradores locais. Não sem razão o jovem Mestre os chamava de “pequenos titãs”.

Além do templo, foram erigidas algumas casas, que, em verdade eram cabanas rústicas, cobertas de folhas de palmeira; serviam de abrigo para aqueles que ali viviam, tudo edificado a mão, com troncos cortados da selva adjacente. Em paralelo à construção do templo e das cabanas, o jovem Mestre Aun Weor impôs uma terrível disciplina mística ou monástica aos que ali viviam e trabalhavam. Todas as noites havia aulas e instrução. Muitos chegavam a dormir nas aulas devido ao cansaço dos pesados e extenuantes trabalhos diários e a alimentação muito pobre e escassa… Quando isso ocorria, o Mestre dispensava a todos com palavras jocosas ou bem humoradas…

Cada um ali era acompanhado espiritualmente direta e pessoalmente pelo Mestre, de modo que o avanço interno era visível e notável. Houve um tempo em que o Mestre pediu que fosse realizada uma cadeia ou corrente de orações e pedidos de forma permanente, por causa dos ataques dos irmãos das sombras e das peerseguições movidas contra a obra e as pessoas que ali viviam. Essa cadeia perdurou, sem nunca ter sido quebrada, por dois anos (2 anos). Os turnos que cabiam a cada irmão/irmã variavam de 3 a 6 horas diárias, dia e noite, sem nunca interromper. Por falta de gente, quando necessário, até mesmo crianças de 8, 9 ou 10 anos turnavam entre si para manter inquebrável essa cadeia, independente de ser dia ou noite.

As cadeias eram realizadas numa espécie de santuário junto ao pequeno templo do SSS, ainda em construção. Para piorar, havia uma razoável distância (800 metros)entre o templo e as casas onde viviam os discípulos com suas famílias. O percurso era feito agarrando-se a árvores e cipós; só mais tarde é que foi aberto outro caminho, coberto, com cerca de 200 metros de distância. Como a região era (é) muito chuvosa, sempre ocorriam fortes e inesperadas  tempestades que formavam riachos com a água da chuva que descia da montanha em forte correnteza, fora a existência de cobras, aranhas e insetos peçonhentos. Isso era especialmente difícil na realização das cadeias quando mudavam os turnos da noite, pois a distância entre as casas e o templo era percorrida no escuro, com lua ou sem lua; com ou sem chuvas e tempestades.

Mas nada disso impediu que o trabalho prosseguisse, como, de fato, avançou. Concluída a etapa de construção do templo, a ampliação das casas para os moradores locais e para hospedagem de visitantes, com a saída do Mestre da Colômbia rumo ao México, por muitíssimos anos ali funcionou não só o Templo Maior como também a Escola de Formação de Missionários. Em 1976 veio a Ordem Superior para o SSS fosse recolhido. Então, fisicamente, em nosso mundo, as instalações ainda permaneceram, mas interna ou espiritualmente, o templo foi ou passou a ser recolhido a partir desse ano de 1976.

Toda essa disciplina espiritual e todo o trabalho que ali era desenvolvido geravam muita força espiritual, fazendo com que muitos boddhisattwas fossem atraídos pela grandiosa missão de forjar e de fazer parte do Movimento Gnóstico. Vários deles, cada qual no seu devido tempo, foram morar em Serra Nevada, ali vivendo por maior ou menor tempo; outros, apenas compareciam ocasionalmente ao local, enquanto realizavam e prosseguiam com o trabalho de formar grupos em diversos Departamentos (Estados).

A maioria desses boddhisattwas era formada de pessoas muito humildes e pobres. Todos deviam pesados karmas de vidas anteriores. Aqueles que aceitavam de bom grado as instruções e orientações do Mestre Aun Weor, avançavam de forma surpreendente. Outros, pelas pesadas dívidas de vidas passadas, tardavam bem mais para receber qualquer grau interno, ou mesmo, simplesmente, ser aceito na Via Iniciática. Não há muita informação disponível a respeito desses ‘pequenos titãs’ dos primeiros tempos. Ainda assim, aqui publicamos resumidamente o que pudemos reunir e coletar ao longo de nossa própria trajetória, a partir de que entramos nas filas do Movimento Gnóstico em 1973, junto aos contatos que fomos criando e desenvolvendo com muitos irmãos de diversos países.

Nenhum de nossos comentários têm aqui qualquer ânimo de crítica ou julgamento, contra quem quer que seja. No entanto, não podemos omitir ou alterar a realidade dos fatos ocorridos, segundo as fontes disponíveis. Como narra Julio Medina em sua História da Gnose, “desde o começo de nosso trabalho, tivemos que enfrentar múltiplos ataques dos tenebrosos e dos rebeldes. Os primeiros ataques foram das Escolas Espiritualistas colombianas da época. Depois, à medida que o Movimento Gnóstico crescia e tomava corpo, começaram a surgir os traidores do Movimento”.

Segundo consta no livro História da Gnose, o primeiro traidor foi o boddhisatwa do V.M. Sum Sum Dum (José Avendaño que numa encarnação antiga fora Joana D´Arc); este desobedeceu ao Mestre Aun Weor no Templo. Mais tarde, o Mestre Interno (Sum Sum Dum) pediu outro corpo e então lhe foi dado corpo de mulher, Yolanda de la Hoz, sobrinha do próprio Julio Medina. Em resumo, esse boddhisattwa fracassou nesse seu retorno, não tendo se re-unido com seu próprio Ser.

Depois, em Cali, surgiu o Mestre Johani, internamente um Iniciado de Sétima Maior que também se rebelou contra Aun Weor. Seu processo para despertar foi direto; seu boddhisattwa, Enrique Benar, despertou no Templo da Serra Nevada, e ali se deu conta de seu Real Ser que havia encarnado no passado como João de Patmos, autor do Apocalipse. Tendo despertado sem os requisitos de conquistar as Iniciações passo a passo aqui neste mundo, se deu conta que na época era de maior Grau Esotérico que Aun Weor, que estava vivendo e repassando suas Iniciações passo a passo em carne e osso neste mundo e que então se encontrava apenas na Segunda Maior.

E aqui nos deparamos com duas versões, dadas a conhecer por duas fontes. Segundo Julio Medina, o Mestre Johani quis ser o dirigente de Aquário e pediu ao Mestre Aun Weor que entregasse a ele o exército já formado, para ele (Johani) seguir à frente como comandante geral. Por sua vez, a outra fonte, Julio Martínez, comenta que, sendo Johani um grande clarividente, conhecia a vida íntima de cada um dos seus estudantes, e assim acabou escrevendo e publicando alguns comentários acusatórios contra a esposa de Aun Weor, além de manifestar algumas discordâncias sobre a forma de Aun Weor conduzir sua missão. O fato concreto é que depois (1954) Enrique Benar se afastou de Aun Weor com todo o grupo de 90 estudantes que formara em Cali.

Na sequencia, Aun Weor enviou Julio Medina a essa cidade para formar novo grupo, tendo triunfado nessa missão, enquanto que Benar viu seu grupo ser dissolvido com o passar do tempo. Bem mais tarde no tempo, internamente Johani e Aun Weor voltaram a se reconciliar…

Outro que teve trajetória similar, segundo relata Julio Medina, “surgiu o V.M. Sanfragarata, no Quindio, Calarca; esse boddhisatwa se rebelou com mais de mil seguidores. Para lá foi novamente, por ordem da Venerável Loja Branca, o Venerável Mestre Gargha Kuichines (Julio Medina) a restabelecer a ordem; caiu em desgraça o boddhisattwa de Sanfragarata, que acabou se unindo a um espírita chegado da Índia, Bapack Subub; este dirigente chegou a Cali e levou mais de 500 estudantes de gnose do grande guerreiro do Quindio, os quais, com seu chefe, caíram sem se darem conta do engano cometido (por seguirem homens)”.

No dia 27 de outubro de 1954, ocorreu o advento de Samael no boddhisattwa de Aun Weor. Descreve Julio Medina: “Às duas da tarde os irmãos do Templo, mais 11 Mestres de Mistérios Menores e Maiores, nos reunimos com Aun Weor. O Mestre Aun Weor foi deitado sobre uma mesa dura, fizemos uma grande cadeia ao seu redor e em pouco tempo tanto o Mestre Aun Weor como os que o defendíamos, começamos a receber ataques de todo tipo. O Iniciado de maior grau era Johani (Henrique Benar). Quando os ataques recrudesceram, Johani ordenou aos Mestres presentes esgrimir as espadas ritualísticas, e assim fizemos”.

“A cerimônia durou 4 horas; no seu transcurso, o Mestre Aun Weor ficou como morto; isso encheu de terror a todos os que presenciamos o evento. Uma grande tensão nervosa nos sacudia a todos; as forças tenebrosas cobriram com vendas negras vários membros da cadeia, para que não pudessem ver nem trazer recordações”.

“Ao fim, depois de 4 horas de luta, o corpo do Mestre se moveu sobre a mesa, e assim ocorreu o Advento de Samael no corpo do seu boddhisattwa. (Detalhes de todo esse processo espiritual somente foram vistos pelos clarividentes ali presentes.) Mas todos sentimos grande alegria e gritamos simultaneamente: ‘Triunfamos, triunfamos’!”

“Nos mundos internos escutava-se música inefável, e sons de sinos anunciavam o Advento. Quando o Mestre despertou, perguntou: “Onde me encontro?” E depois disse: “Me sinto duplo, que aconteceu?” – e sacudia a cabeça”.

“A partir desse dia notamos maior lucidez em suas idéias e conceitos. Algo grandioso havia sucedido em todo seu Ser. Por isso, hoje celebramos com grande regozijo esta data magna, 27 de outubro, para que os povos da Terra recordem a data do Advento do Novo Redentor, do Quinto Anjo do Apocalipse, do Avatar de Aquário”.

Estes foram os irmãos e boddhisattwas que estiveram presentes e testemunharam o advento de Samael em Serra Nevada (nem todos os presentes ao evento na época estão aqui mencionados):

Arnolda Garro Mora de Gómez (VM Litelantes)
Julio Medina Vizcaino (VM Gargha Kuichines)
Enrique Benard (VM Johani, que dirigiu todo o processo)
José Avendaño (VM Sum Sum Dum)
Nereo Ospina (VM Andrés)
Rafael Romero Cortés (VM Kefrén)
Casimiro Güete (VM Jonas)
Celestino Lopez Lindo (VM Kristón)
Joaquim Amortegui (VM Rabolu)
Juan Sanches (VM Zankario Correnza)
Filadelfo Novoa (VM Sabaoth)
Hernando Recio Guarin (VM Paconder)
David Valencia (VM Safragarata)
Casimiro Guete (VM Jonas)

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