domingo, 3 de novembro de 2024

Stanistas de Guaita - Templo de Satã

 

O Templo de Satã foi publicado em 1891; esse livro aborda as sete primeiras lâminas do Tarô, focalizando a história física do ocultismo inferior e os procedimentos da baixa magia. Examina as obras características de Satã, a magia negra, os malefícios, os enfeitiçamentos, descreve o Sabat e a Justiça dos
homens (processos célebres de feitiçaria e de acusações injustas a esse respeito). O diabo, que significa obstáculo a vencer, caracteriza a feiúra, o egoísmo e o erro. O diabo da Idade Média lembra-nos a inquisição, os feiticeiros, a fogueira, os possuídos, o anticristo. "É necessário", escreve Guaita, "saber até que ponto pode projetar-se a nefasta influência do Feiticeiro... conscientizar-se exatamente das
práticas familiares aos necromantes, trazer à luz do dia as trevas da Magia Negra, estabelecendo o que é lenda e história, imaginação e realidade, apreciar de maneira sadia as ações celebradas e a besteira desses exploradores da credulidade pública."

Não se pode negar a existência do mal (em sua essência é bem diferente). Sua manifestação no Universo é indubitável, tanto quanto o frio no inverno ou a escuridão à noite. Mas vem a luz e a sombra se vai, vem o calor e passa o frio: porque a sombra e o frio não são dotados senão com uma existência privativa; pois sendo negações, falta-lhes essência própria. Assim acontece com o mal, transitório, acidental, contingente. "Dar essência ao Mal é recusar a essência do bem; sustentar o princípio do Mal é contestar o princípio do Bem; afirmar a existência própria do diabo, como o absoluto do Mal, é negar a Deus. Sustentar, enfim, a coexistência de dois absolutos contraditórios é proferir uma blasfêmia em
religião e um absurdo em filosofia. O que revolta a consciência, o que ultraja a razão, não é tanto a personificação simbólica das influências nefastas em ídolos na maioria das vezes odiosos e grotescos: é a deificação do mal, disfarçado em princípio absoluto sob uma figura mitológica e, como tal, oposta ao princípio do bem, igualmente divinizado.

Para esclarecer o sentido figurado, Guaita elaborou A Chave da Magia Negra. Nahash, a Luz Astral, é o agente tanto de obras boas como de obras más. Seu domínio fornece a chave da Magia Negra, permitindo analisar as causas e os efeitos dos ritos e dos fenômenos descritos em O Templo de Satã. Com essa obra, procurou estabelecer uma teoria geral para o Hermetismo. A Magia Negra é definida como a manipulação das forças ocultas da Natureza para satisfazer as paixões humanas; enquanto a Alta e Divina Magia, praticada pelo homem isento de paixão, é a coagulação e projeção do fluido universal, com conhecimento de causa, visando um fim altruísta, que é o aperfeiçoamento espiritual do operador.

Este misterioso agente possui inúmeras denominações. É, segundo os Cabalistas, a serpente fluídica de Asiah. Os velhos platônicos viam nela a alma física do mundo, que englobava a semente de todos os seres, e os Gnósticos Valentinos personificavam-na como o Demiurgo, "o operário inconsciente dos mundos de baixo". Na opinião dos Hermetistas, é a Quintessência dos elementos, o Azoto dos sábios.

É, para os magos, o intermediário das duas naturezas; é o Mediador conversível, indiferente ao Bem e ao Mal, que uma vontade firme pode utilizar para um e para outro fim. É o Diabo, se quiserem, isto é, a Força substancial que os feiticeiros manipulam para seus malefícios. Potência inconsciente por si mesma, mas apta a refletir todos os pensamentos; Potência impessoal, mas suscetível de revestir todas as personalidades; Potência invasora e dominadora, que entretanto o adepto pode penetrar, constranger e subjugar - e isso, em uma medida mais estupefaciente ainda do que imaginaria o popular supersticioso, no bom tempo dos Lancra e dos Michaelis; é, em uma palavra, A LUZ ASTRAL, ou Mediador Plástico Universal.

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...