quarta-feira, 4 de maio de 2016

Astrometria


Astrometria ou astronomia de posição é o ramo da Astronomia que lida com a posição das estrelas e outros corpos celestiais, suas distâncias e movimentos.

É um dos mais antigos ramos da Astronomia, o sucessor do estudo mais qualitativo da Astronomia Posicional. Astrometria data até pelos menos Hiparco (194 AC – 120 AC), que atualizou a posição do ponto vernal num almanaque das estrelas mais visíveis e ao fazer isso desenvolveu uma escala graduada de luminosidade, basicamente usada até hoje. A Astrometria moderna foi fundada por Friedrich Bessel com o seu Fundamenta astronomiae, o qual dava a posição média de 3222 estrelas entre 1750 e 1762, e por James Bradley.

Além da função fundamental de apresentar um referencial para astrônomos apresentarem suas observações, a Astrometria é também fundamental para ramos como Mecânica Celeste, Dinâmica estelar e Astronomia galáctica. Em astronomia observacional, técnicas astrométricas ajudam a identificar objetos estelares devido aos seus respectivos movimentos peculiares. É também instrumental para a observância do tempo, já que o UTC é basicamente o tempo atômico sincronizado com a rotação da Terra por meios de observações exatas. A Astrometria também está envolvida em criar os métodos para calcular as distâncias de objetos celestes, que são usados para estabelecer estimativas de distâncias de paralaxe para estrelas na Via Láctea.

História e usos:

Astrônomos usam técnicas astrométricas para rastrear Objetos Próximos da Terra. Também tem sido usado para detectar planetas extrasolares medindo a deslocação que causam na posição aparente no céu das estrelas que orbitam, devido a sua órbita mútua em volta do centro de massa do seu sistema. A Missão de Interferometria Espacial da NASA ( Space Interferometry Mission ou Sim PlanetQuest) irá utilizar técnicas astrométricas para detectar planetas similares a Terra orbitando mais ou menos 200 das mais próximas estrelas semelhantes ao nosso Sol.

As medições astrométricas são usadas pela astrofísica para restringir certos modelos em mecânica celestial. Medindo a velocidade de pulsares, é possível estipular um limite na assimetria de explosões de supernova. A astrometria também é usada para determinar a distribuição de matéria escura na galáxia.

Em 1990, técnicas astrométricas foram usadas para detectar planetas extrasolares gasosos gigantes orbitando vários sistemas solares. Isso foi feito através da observação do “stellar wobble” (uma variação na velocidade radial de uma estrela devido a influencia gravitacional e outro corpo a orbitando), de uma estrela e calculando que tipo de forças gravitacionais poderia ocasionar tal movimento; foi então determinado que forças planetárias deviam estar afetando as estrelas em questão.

Principais avanços feitos com a astrometria ao longo do tempo:

Relógios de Sol foram eficientes na marcação do tempo.
O Astrolábio foi inventado para medir ângulos celestiais
Aplicações Astrométricas levaram ao desenvolvimento da Geometria esférica.
Medidas cuidadosas dos movimentos planetários feita por Tycho Brahe, seguidas pela análise de Johannes Kepler evidenciaram o Princípio de Copérnico, que a Terra gira em volta do Sol.
O sextante melhorou drasticamente as medidas dos ângulos celestiais.
James Bradley mediu aberrações estelares com um preciso telescópio
O desenvolvimento do Dispositivo de Carga Acoplado (em inglês CCD), e de seu uso por astrônomos nos anos 80 aumentou a precisão do trabalho da astrometria profissional.
O desenvolvimento de CCD, softwares, e telescópios baratos permitiu a observação astrométrica amadora de larga escala em corpos menores.
De 1989 a 1993, o satélite da Agência Espacial Europeia Hipparcos realizou medições astrométricas que resultaram em um catalogo de posições precisas até 20-30 miliarcsec para mais de um milhão de estrelas.