quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

ORDEN DEL TEMPLO DEL DISCO SOLAR

 


 

Los orígenes de esta Orden se remontan a la antigua Lemuria, un conti­nente que se hundió en el Pacífico entre 30.000 y 10.000 años antes de J.C. Sus habitantes lo conocían con el nombre de Mu, porque era la par­te restante de un continente aún más antiguo que llevó ese nombre. Atlantis derivó su civilización de Mu.

 

En Lemuria se conservaba dentro del Templo de la Luz Divina, un enorme Disco Solar de Oro que era usado por los sacerdotes-iniciados Lemures como instrumento mágico tremendamente poderoso. Antes de sucumbir en la aguas del Pacífico, los Maestros lemurianos se encargaron de conservar las enseñanzas en dos puntos distantes y elevados del globo terrestre: el Tibet y los Andes. Junto con sus enseñanzas esotéricas los sacerdote lemurianos llevaron con ellos el Disco Solar de Oro hacia el Este, a la parte sur del continente americano, a una ciudad situada entonces a orillas del océano y cuyas ruinas están situadas hoy día al lado del lago Titicaca.

En aquella ciudad fue donde se erigió el primer asentamiento del Monas­terio de los Siete Rayos, donde fue guardado el sagrado Disco Solar de Oro de Mu. Con el transcurso de los años, debió ser trasladado al Tem­plo inca de Cuzco, llamado Amarucancha, debido a que la ciudad al lado del lago Titicaca, Tiahuanaco, se había ido haciendo inaccesible para las adoraciones, debido a su altitud.

Después de la llegada de los españoles al Perú, el Disco Solar de Oro y el Monasterio de los Siete Rayos fueron escondidos de la vista de los profanos.

La élite de sacerdotes encargada de cuidar del Disco Solar de Mu, entró en contacto con su centro homólogo en el Tibet, por medios astrales, con objeto de preparar las enseñanzas que en el futuro debían ser dadas a la humanidad. Esta élite de sacerdotes, maestros del astral, tomaron el nombre de Cuidadores u Orden del Templo del Disco Solar. Ellos fue­ron los Maestros que se pusieron en contacto con distintos líderes de fraternidades iniciáticas y les revelaron sus enseñanzas. Ellos fueron también los que hicieron posible la perpetuación del sistema de enseñanzas del Monasterio de los Siete Rayos, absorbido posteriormente por la Antigua O.T.O. española.

En el año 1953 coincidiendo con el descenso desde las Esferas Superiores del Espíritu de la GOAKA DE GOANAKAURI o Cuerpo Místico de la Hermandad inca del Templo del Disco Solar, se puso en marcha la preparación de las organizaciones y enseñanzas que prepararían a la humanidad para la recuperación del Disco Solar de Mu.

A este respecto fueron surgiendo en estas tres décadas pasadas diversas enseñanzas que conservaban la tradición Lemuriana. Por último en el año 1986, el Gran Maestre de la Orden del Templo del Disco Solar, decidió preparar un bloque de enseñanzas que proporcionasen a los iniciados el arte de la proyección astral y les capacitasen para contactar directa­mente con las inteligencias regentes del universo dentro de nuestro sistema solar y más allá de Plutón.

Este cuerpo de enseñanzas complementarias de las del Monasterio de los Siete Rayos, dadas por la Antigua O.T.O. de España, son asequibles a los miembros de esta Orden a partir del Grado Vº.

 

 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Escada Celestial Segundo o Martinismo

 


“O número sete é sagrado e perfeito, representando a totalidade da criação divina.” – Plotino


Os seres humanos sempre buscaram construir seus templos em lugares elevados ou garantir que fossem os mais altos das redondezas. Do Monte Moriá de Abraão a Colgota onde Jesus foi crucificado os montes, colinas e montanhas – na medida que nos aproxima do céu –sempre foram símbolos da evolução espiritual e dos desafios e dificuldades inerentes a ela. Este simbolismo faz-se presente em muitas sendas iniciáticas diferentes como as que fazem referência ao Monte Olimpo, o Monte Sinai, a Montanha de Qaf, o Monte Fuji entre outros destaques da geografia sagrada.

Este simbolismo está também muito presente no simbolismo martinista. como afirmou Louis-Claude de Saint-Martin no final do livro ‘Ministério do Homem-Espírito’: “Na medida em que subimos montanha, nos tomamos a vestir o manto de Elias, ou seja, nossa vestimenta pura e primitiva”. No “Tratado da Reintegração”  vai além e compara o Imensidão Celeste com uma montanha de sete níveis, em uma representação ao longo caminho sétuplo que o ser humano deve percorrer para retornar a sua fonte celestial. Esta não é uma ideia nova e tem fortes raízes em muitos caminhos iniciáticos como veremos a seguir.

Os Sete Céus na Antiguidade
Os famosos zigurates da Mesopotâmia eram eles mesmos templos com aparência de montanhas, geralmente compostas de 7 terraços ou níveis, representando a ideia de que a a subida para os céus passa por sete momentos diferentes.

Entre os sumérios o número sete aparece em vários contextos religiosos e mitológicos. Observando os sete corpos celestes visiveis (Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) atribuiram a cada um deles a um deus ou deusa específico. Estas sete divindades principais, conhecidas como os sete deuses anunnaki, que eram responsáveis por governar diferentes aspectos do mundo natural e da sociedade humana e também regiam os dias da semana – uma herança que muitas línguas modernas carregam até hoje.

A Escada  de Mitra
Esta estrutura iniciativa em sete níveis está presente em diversas tradições. Embora não haja comprovação e arqueológica algumas pessoas dizem que nas Escolas de Mistérios de Mitra, havia uma escada cerimonial de sete degraus, cada um feito de um material correspondente a um dos sete astros. Chumbo-Saturno, Vênus -Cobre, Bronze-Júpiter, Ferro-Mercúrio, Níquel-Marte, Prata- Lua e Ouro-Sol. Quando os iniciados nos mistérios de mitra subiam os degraus para chegar ao Empíreo (o reino dos deuses) estavam se referindo a aquilo que os martinista chamam de percorrer os sete céus.

Os Sete Metais da Alquimia
Na verdade por toda antiguidade os nomes dos planetas e dos metais eram os mesmos era comum falar sobre uma liga de Vênus para se referir a uma liga de Cobre. Este conceito atravessou séculos chegando até nos – por exemplo – na metalurgia sagrada proposta pela alquimia no qual os sete metais representam sete estados do ser. Em  “O Casamento Alquímico de Christian Rosenkreuti’, a jornada de Christian Rosenkreutz é composta por sete etapas ou “portais”, cada um representando um estágio da jornada espiritual do protagonista. Também em  “Symbola Aureae Mensae” o famoso alquimista barroco Michel Maïer diz que, para encontrar o Mercúrio Filosofal o alquimista deve atravessar as sete portas do Nilo. Também a transformação alquímica de Johann Valentin Andreae se completa no sétimo dia, representando o nível mais elevado de um caminho de sete estágios.

Os Sete Céus e a cultura Judaico-Cristã
A bíblia fala da existências de múltiplos céus logo no primeiro versículo ao dizer que “No princípio, Deus criou os céus e a Terra.” Também em Deuteronômio (10:14) vemos que Deus é o  “Senhor dos céus e da terra”. Mesmo no Novo Testamento (II Coríntios 12,2), o apóstolo Paulo fala sobre ser “arrebatado até o terceiro céu”. Também no Apocalipse,  Jesus segura sete estrelas em sua mão direita e fala sobre sete igrejas e seus anjos e dos sete selos que precisam ser abertos.

No Talmud da Babilônia (Hagigah 12b) é dito que o profeta Ezequiel também viu sete céus em sua visão: “Rabbi Levi disse: ‘Estas são as sete cortinas do céu, das quais está escrito: Ele estendeu uma tenda para o sol. O que é a tenda para o sol? Estas são as sete cortinas do céu que envolvem o sol, como se estivesse num pavilhão. E como sabemos que existem sete? Porque está escrito: E Ele me levou para o sétimo céu.’”

O livro The Seven Heavens in the Talmud pormenoriza que de acordo com os sábios estes sete céus são (do mais baixo ao mais alto)

Vilon (וילון)
Raki’a (רקיע)
Shehaqim (שחקים)
Zebul (זבול)
Ma’on (מעון)
Machon (מכון)
Araboth (ערבות)

Isso é confirmado ainda pela literatura. Em “O Apocalipse de Abraão”  o patriarca testemunha a história futura da humanidade em sete etapas, em “Ascensão de Isaías” o profeta é levado por anjos a uma viagem nos sete céus e no famoso Livro de Enoque  após se arrebatado Enoque também atravessa os sete céus e descreve cada um deles até chegar ao Trono de Deus.

Estes conceitos foram integrados a cosmologia persas e por meio dela influenciou muitas a cultura islâmica. Há muitas passagens no Alcorão que fazem referência a esta divisão. Em 41,12 lemos por exemplo que “Então, Ele os dirigiu e criou sete céus em duas camadas e designou cada céu sua tarefa. E Nós decoramos o céu mais próximo com lâmpadas, e o protegemos. Isso é determinado pelo poder de Deus, o Poderoso, o Conhecedor.”

Os sábios islamicos dizem que cada um destes céus pode ser chamado por seu próprio nome (do mais baixo ao mais alto):

Rafi’ (رفیع)
Qaydum (قیدوم)
Marum (ماروم)
Arfalun (أرفلون‏)
Hay’oun (هيعون‏)
Arous (عروس)
Ajma’ (عجماء)

Os Sete Céus e o Hermetismo
Também no “Corpus Hermeticum”, o texto base do Hermetismo atribuídos à Hermes Trimegisto encontramos o tema da ascensão celeste em sete reinos:

Ora o Noüs Deus, sendo macho e fêmea, existente como vida e luz, faz nascer de uma palavra um segundo Noôs demiurgo que, sendo deus do fogo e do sopro, criou Sete Governadores, os quais envolvem nos seus círculos o mundo sensível; e seu governo se chama o Destino.

E desta maneira o ser humano se eleva para o alto através da armadura das esferas e à primeira zona abandona a potência, de crescer e de decrescer, à segunda as tramas da malícia, engano além de tudo sem efeito; na terceira a ilusão do desejo, a partir de agora, torna-se sem efeito; na quarta a ostentação do comando é desprovida de seus objetivos ambiciosos; à Quinta, abandona-se a audácia ímpia e a temeridade presunçosa; à sexta os apetites ilícitos que dá a riqueza, doravante sem efeito; na sétima zona desaparece a mentira que prepara ciladas.
(Poimandres)

“Marsilio Ficino, um dos mais importantes hermetistas e neo-platonistas da Renascença, discute sobre a ascensão celestial em seu texto intitulado ‘Diálogo entre Paulo e a alma’. A obra apresenta um diálogo fictício entre o apóstolo Paulo e uma alma em busca de conhecimento e sabedoria espiritual. Através desse diálogo, Ficino explora questões relacionadas à alma, à imortalidade, à relação entre o homem e Deus e à natureza divina do ser humano começando por um questionamento da alma de Paulo sobre como ela teria chegado ao terceiro céu. Paulo responde que isso ocorreu em três etapas distintas, cada uma impulsionada por uma das três virtudes teológicas: Fé, Esperança e Caridade.

Os Sete Céus no Martinismo
No artigo “Os Sete Céus de Martinez de Pasqually” já vimos como o sete círculos da Imensidade Celeste exercem papeis importantes na Criação Universal, vejamos agora o que isso significa dentro da jornada espiritual de cada martinista.

Segundo os ensinamentos martinistas após a primeira queda dos Espíritos Prevaricadores e a segunda queda de Adão Primordial tanto o Templo Universal quanto o Templo Humano estão em ruinas. Para retornar nosso estado original é preciso portanto restaurá-los por meio da Via Cardíaca através da qual a alma, o Iniciado adquire sete dons que estão relacionados às sete virtudes teologais mencionadas na Bíblia, a saber, a Fé, a Esperança, a Caridade, a Prudência, a Justiça, a Força e a Temperança”, conforme descrito em 1 Coríntios 13:13, que diz: “Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor”.  Durante essa ascensão, o Iniciado alcança a “junção perfeita”, que é a união mística com seu guia espiritual e se torna um canal de virtudes regeneradoras de leschouah, o Cristo Cósmico.

Estes elementos também aparecerem nos escritos de Pierre Fournié, um importante discípulo de Martinès de Pasqually, fundador da Ordem dos Elus Cohen, que viveu na França no século XVIII. Ele é conhecido por ter escrito vários místicos onde oferece uma reflexão muito interessante da ascensão celeste. Dando preferência ao simbolismo alquímico do que a teurgia Fournié ensina que o ser humano deve transmutar seu corpo material de etapa em etapa até alcançar o corpo glorioso ou a Pedra Filosofal com o qual a reintegração com a divindade é possível. Para assim se transformar a alma deve peregrinar por sete mundos celestiais

Tal qual Martinès de Pasqually, Pierre Fournié também apresenta uma organização dos sete astros em três círculos. O primeiro é o ‘círculo sensível’, que inclui a Lua, Vênus, Júpiter, Marte e Mercúrio e cuja virtude é a Fé. O segundo é o ‘círculo visual’, que é representado pelo Sol e a virtude é a Esperança. Por fim, temos o ‘círculo intelectual’ é formado por Saturno e a virtude é a Caridade.

O simbolismo de Pierre Fournié não é universalmente adotado pelos martinistas, mas há um concenso de que qualquer que seja a estruturação destes Sete Céus a ascensão por eles acontece por meio de purificação interior, a Via Cardíaca que atingimos por meio da prece e da virtude.

No final deste caminho de elevação, o iniciado atinge o círculo de Saturno, que é a porta de entrada para a Imensidade Supraceleste, conforme descrito por Enoque ou no Apocalipse 4:2: “Imediatamente eu me achei em espírito, e diante de mim estava um trono no céu, e alguém estava sentado nele.” Através dessa porta, o iniciado experimenta uma intensa experiência mística de reconciliação com a glória de Deus.

Mas é importantíssimo dizer ainda agora que mesmo essa experiência é fugaz, pois o homem não pode retomar completamente sua natureza gloriosa, exceto no momento da morte quando, se nos prepararmos corretamente teremos por fim o  único corpo que nos permite conservar o Verbo em nós, cuja ressureição fará renascer a Sophia em cada um de nós.

Sol, Lua, Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Nos próximos artigos iremos visitar simbolicamente cada um destes Sete Céus até completar esta jornada simbólica que resumem a experiência mística martinista, considerando sua atuação no nos planos divino, humano e natural e nos valendo dos elementos da mitologia, religião e das ciências.

Indumentária Martinista


“Esta Máscara protetora, ao isola-lo, ensina aquele que a usa a ficar invisível.”

-Augustin Chaboseau


Deve haver algo de muito importante na indumentária martinista para que, mesmo no verão de países tropicais seja considerado tão importante ficar trancado em uma sala sem janelas com um monte de gente vestindo Máscara, Manto com capuz e Cordão. De fato há. Vamos conhecer nesse artigo os principais simbolismos envolvidos em cada uma das partes da chamada roupa de oxford.


A Máscara

Dentre o conjunto da indumentária martinista a Máscara é sem dúvida a mais icônica, comecemos por ela. Quando colocamos uma máscara neutra, nossos traços particulares e feições físicas são apagados  e com ela se vai nossa personalidade mundana. Simbolicamente é como se sobrasse apenas nossa personalidade essencial, nosso ser mais puro. No templo martinista não importa nossas características profanas que adquirimos apenas nessa encarnação, mas sim nossa personalidade essencial comum a todas elas. Também no templo não entramos como advogados, flamenguistas e tantos outros rótulos que usamos para nos definir no mundo profano. Somos apenas nossa essência mais pura. Ao colocarmos a Máscara martinista todas as outras máscaras são tiradas.


Estando todos assim despersonalizados as máscaras são testemunhos silenciosos de que a Sabedoria não pertence a nenhuma pessoa ou grupo de pessoas em particular. Com ela nos tornamos um desconhecido entre outros desconhecidos e aqui nos deparamos com uma espécie de solidão entre os muitos.  Esta é a solidão que sente o Homem de Desejo no caminho da iniciação. Há aqui um ensinamento importante, nossa evolução pessoal depende de nós mesmos. Não devemos esperar nada dos outros e quando ajudar os outros em suas sendas nos limitarmos a aconselhar com desapego, principalmente por meio do exemplo de nossa conduta. Por estarmos incógnitos atrás da Máscara somos lembrados a não depender dos favores de nossos conhecidos e que nosso desenvolvimento espiritual é única e exclusivamente responsabilidade nossa. Na companhia apenas de nossa própria consciência não temos na solidão da Máscara ninguém a quem responsabilizar por aquilo que pensamos, queremos ou fazemos.


Com isso, a Mascara nos mostra a responsabilidade que implica a liberdade como, alias, o iniciador nos diz: “Esta Mascara, que o isola do resto de seus semelhantes, indica o preço que você deve pagar por sua liberdade – soberana graças a sua Vontade – perante o Destino e a Providência. Ninguém no mundo tem o direito de tomá-la; apenas você é o Mestre absoluto dela”.


Liberdade e Responsabilidade são duas palavras que refletem a própria Divindade no ser humano, criado a imagem e semelhança do Criador Supremo. Devemos ressaltar que o dom do livre-arbítrio de forma alguma contradiz a onisciência de Deus que simplesmente já sabe o que escolheremos livremente, conforme colocou Santo Agostinho:


“Eis porque, sem negar Deus prevê todos os acontecimento os futuros, entretanto nós queremos livremente aquilo que queremos. Porque, se o objeto da presciência divina é a nossa vontade, é essa mesma vontade assim prevista que se realizará. Haverá pois, um ato de vontade livre, já que deus vê esse ato livre com antecedência.”


Verdade contudo é que em sua condição atual os seres humanos não possuem a Liberdade total, ou seja a liberdade do espírito, da alma e do corpo. Entretanto cabe a nos desejar alcançá-la ao combater tudo aquilo que nos afasta dela, tais como nossos desejos e paixões egoístas.


Como está em Galatar 5,13 e 1 Coríntios 6,12:


“Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não useis, então, da liberdade para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros pelo amor.”


“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.”


Estas e muitas outras passagens das Sagradas Escrituras mostram  que temos a Liberdade para agir e a Responsabilidade por nossos atos. Com isso chegamos a mais um simbolismo da Máscara, que é a liberdade de darmos de nós mesmos pelo bem estar geral.


É um sacrifício simbólico do ego pois ao usar a máscara abdicamos de nosso eu profano e de qualquer necessidade de agradecimento, reconhecimento ou retorno pelo bem que fizermos. Conforme ensinam os mestres do passado aqueles que fazem o bem devem se esforçar para permanecer em oculto para que “não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita” (Mat 6,3).


Somos apenas membros de um mesmo tronco, células de um mesmo corpo que age para o bem de todas as suas partes. Esta pequenez pessoal que devemos buscar é simbolizada de forma hieroglífica pela letra  י (yod), a menor letra do alfabeto hebraico mas que serve de base para a construção de todas as demais letras. Note que o valor numérico de י (yod) é 10 e assim sua redução teosófica e 1, falamos aqui de Malkuth e Kether na Árvore da vida e do retorno a unidade por trás da aparente multiplicidade.


O Manto

Prossigamos agora na discussão do simbolismo do manto. Um manto, e especialmente um manto preto de capuz é, assim como a máscara, algo que oculta aquele que a veste. E da mesma forma que a Máscara remove os traços do eu mundano, o manto nos faz retornar a nossa condição inicial, nossa alma virgem. Em “O Ministério do Homem Espírito” fala sobre o tal Manto de Elias:


“Conforme vamos subindo essa montanha, revestimo-nos do Manto de Elias, que herdamos por nascimento, e por meio do qual podemos fazer recair o fogo do céu, dividir as aguas do rio, curar os enfermos, ressuscitar os mortos, pois não existe nada como esse Manto de Elias, ou nossa vestimenta pura e primitiva, que possa concentrar a Palavra em nós, como um manto material concentrar nosso calor corporal. O ser animal não pode conter em si esta palavra viva; é apenas nosso corpo virginal que pode fixa-la.”


Este retorno a nossa “primeira emanação” só pode ser encontrado com o silêncio e purificação interna tão caros aos buscadores da Senda a da Luz e da comunhão com o Divino. Como está dito em Mt 6,6:


“Quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará.”


Como dizia Louis-Claude de Saint-Martin: “as grandes verdades ensinam-se apenas no silêncio” e usar o Manto simboliza esta quietude,  isolamento e paz de espírito tão necessários à harmonização com o mundo espiritual.  Com ele simbolizamos nosso refúgio em nosso Santuário Interior e nos protegendo de todas as influências daninhas do mundo exterior e temos um resguardo de seu constante influxo de notícias, provocações, demandas e exigências. Quando colocamos o Manto fechamos a porta para a tudo isso e nos abrimos apenas a nossa consciência e comunicação com o Divino. Como disse Augustin Chaboseau:


“O Manto é tal como as paredes de um quarto vazio em que se deixou uma lâmpada acesa. (…)Ninguém pode mais receber esta luz e, no entanto, ela continua a tremular. Preciso apenas reabrir a porta, retornar ao quarto e encontrarei o que me iluminava.(…). Da mesma maneira, enquanto coberto pelo Manto, e cada vez que o visto, sou companheiro da luz, e ela minha companheira.”


Essa cobertura que o Manto fornece é correlata Porta Formosa do Templo de Salomão pode ser representado de forma hieroglífica pela letra hebraica ת (Tav), que conforme o Zohar ensina foi a letra escolhida pelo Altíssimo como letra final da palavra אֶמֶת “Emet” (Verdade) e que na Árvore da Via se encontra no caminho que liga Malkuth com Yesod. O valor matemático de ת (Tav) é 400, cuja redução teosífica é 4 (estabilidade) é ligado a Chesed na Árvore da Vida e que pode ser decomposto em 10 x 5 x 8, respectivamente o numero do Ser Humano, da Morte e da Reconciliação.


O Cordão

O Cordão completa a indumentária básica Martinista ao trazer para o anonimato da Máscara e o Silêncio do Manto a Luz do Divino. Mais especificamente o Cordão representa a ponte que nos liga aos Mestres do Passado e ainda mais além para a fonte espiritual de onde emana toda sabedoria, toda vida e todo conhecimento cujo influxo nos é transmitido durante a Iniciação. Cabe nós nos agarramos a esta corda e fazermos crescer em nós diariamente sua Luz.


O cordão é um símbolo universal presente em muitas culturas. Entre os brâmanes da índia simboliza  iluminação e o conhecimento de uma vida superior, entre os sufis, assim como entre os monges católicos é um símbolo de obediência e submissão a Deus. Nas Sagradas Escrituras as expressões “cingir os rins” ou ainda “cingir os lombos” são frequentemente usadas para indicar a preparação para uma atividade importante e vigorosa:


Cinge os seus lombos de força, e fortalece os seus braços. (Provérbios 31,17)


“Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas candeias.” (Lucas 12,35)


“E disse-lhe o anjo: cinge-te e ata as tuas alparcas. E ele o fez assim’ (Atos 12,8)


O nó do Cordão e o ato de amarrar tem um simbolismo próprio como o dever e o compromisso na Senda da Luz e nas escrituras está associado a humildade, a justiça e a fidelidade:


“Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça” (Efésios 6,14)


E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.


A analogia do cordão invoca ainda a ideia de ligação entre um ponto mais alto e um ponto mais baixo, como quando alguém caído em um buraco precisa da ajuda de alguém que está acima. Assim por analogia o cordão martinista simboliza a ascensão a planos mais elevados e a comunicação entre o mundo material e visível com o invisível plano espiritual. O cordão torna-se assim um lembrete de que, apesar de sermos responsáveis por nosso próprio desenvolvimento sempre contamos com o auxílio e proteção Divinos e desta forma obter a maestria sobre nossas próprias capacidades materiais, intelectuais e espirituais, afinal a corda vem de cima, mas somos nós que precisamos fazer força para subir. Para um detalhamento do simbolismo da luz, consulte o artigo “As Três Potências Martinistas“


O cordão, assim como uma aliança, pode ser hieroglificamente relacionado a letra hebraica samekh (ס), que cabalisticamente representa significa apoio e suporte e pode ser relacionada a espiral sem fim e ascendente da glória de Deus no universo nos ciclos da criação que nos liga ao Divino.


O valor numérico de samekh (ס) 60 e sua redução teosófica é 6, relacionado a Tiferet na Árvore da Vida bem como as seis pontas da Estrela de Davi. Além disso, 60 é o número de letras hebraicas encontradas na famosa “Bênção Sacerdotal” (Birkat Kohanim) que encontramos em Números 6,23-27 e que abençoa os filhos de Israel na Santa Aliança:


“Fala a Arão, e a seus filhos dizendo: Assim abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes:

O Senhor te abençoe e te guarde;

O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti;

O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.

Assim porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei.”


Conclusão

Por óbvio que seja é importante sempre frisar que a indumentária não tem uma função que poderia ser confundida com superstição. Simplesmente usar uma Máscara não faz de ninguém mais Humilde, assim como usar o Manto não nos torna Silenciosos e usar um Cordão não nos dá magicamente acesso a Sabedoria Divina. Estes são como enfatizamos símbolos importantes E que de forma alguma se limitam a aquilo que expusemos neste artigo. Pelo contrário, conforme exposto no artigo “A importância do simbolismo na tradição esotérica“, seu maior valor reside justamente em não poderem ser reduzidos a definições intelectuais.


Humildade, Quietude e Espiritualidade são alguns dos valores martinistas representados pela Máscara, Manto e Cordão. Este e outros valores são o que nos ligam uns aos outros, aos mestres do passado e a Luz Divina. As três letras que mencionamos (Yod, Tav e Samek ) formam não por acaso a palavra יחס que significa “conexão”, “herança” ou mais especificamente conforme podemos consultar no “Dictionary of the Targumim, Talmud Babli and Yerushalmi, and the Midrashic Literature” de Marcus Jastro, “fazer parte de uma linhagem.”

A Sabedoria no Martinismo


“Eu não tenho nenhuma dúvida de que ela possa nascer no nosso melo. Eu não tenho nenhuma dúvida de que o Verbo Divino também possa nascer aqui dessa forma, como nasceu em Maria.”

– Louis-Claude de Saint-Martin em carta ao Barão de Kirchberger


Louis-Claude de Saint-Martin, nosso querido filosofo low-profile dizia que todos nós somos de uma certa maneira, viúvos. A razão desta afirmação repousa no ensinamento gnósticos perpetuado pelo martinismo de que Adão, o ser humano original cujo germe todos carregamos perdeu em sua queda sua esposa celestial, Sophia.


Ensina o gnosticismo que Sophia é a parte feminina de Deus. E antes que alguém venha dizer que gênero não existe no plano espiritual é bom esclarecer que não estamos falando aqui de papeis culturais estabelecidos por primatas na terceira pedra depois do Sol, mas sim daquilo que os hermetistas chamam de lei da polaridade e o caibalion de Princípio do Gênero.


Há muito a se entender neste ensinamento. Sophia significa Sabedoria e por este nome é chamada em vários momentos na bíblia, principalmente nos livros Sapienciais do Antigo Testamento. 


No Livro da Sabedoria (7,22-30), um livro que se encontra nas versões mais antigas da bíblia mas que foi colocado como um apêndice por Lutero e posteriormente removido da bíblia pelos luteranos encontramos a informação de que Sophia é uma emanação puríssima do próprio Deus todo poderoso:


Tudo que está escondido e tudo que está aparente eu conheço: porque foi a sabedoria, criadora de todas as coisas, que mo ensinou. Há nela, com efeito, um espírito inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro, inofensivo, inclinado ao bem, agudo, livre, benéfico, benévolo, estável, seguro, livre de inquietação, que pode tudo, que cuida de tudo, que penetra em todos os espíritos, os inteligentes, os puros, os mais sutis. Maiságil que todo o movimento é a sabedoria, ela atravessa e penetra tudo, graças à sua pureza.


Ela é um sopro do poder de Deus, uma irradiação límpida da glória do Todo-poderoso; assim mancha nenhuma pode insinuar-se nela.É ela uma efusão da luz eterna, um espelho sem mancha da atividade de Deus, e uma imagem de sua bondade. Embora única, tudo pode; imutável em si mesma, renova todas as coisas. Ela se derrama de geração em geração nas almas santas e forma os amigos e os intérpretes de Deus, porque Deus somente ama quem vive com a sabedoria! É ela, com efeito, mais bela que o sol e ultrapassa o conjunto dos astros. Comparada à luz, ela se sobreleva, porque à luz  sucede a noite, enquanto que, contra a sabedoria, o mal não prevalece.


Também em Provérbios (8,22-31), Sophia compartilha o trono celestial com Deus e colabora com este na criação do mundo:


“lahweh me possuiu no princípio de seus caminhos e antes de suas obras mais antigas.  Desde a eternidade, fui ungida; desde o princípio, antes do começo da terra.  Antes de haver abismos, fui gerada; e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que os montes fossem firmados, antes dos outeiros, eu fui gerada. 26 Ainda ele não tinha feito a terra, nem os campos, nem sequer o princípio do pó do mundo.

Quando ele preparava os céus, aí estava eu; quando compassava ao redor a face do abismo; quando firmava as nuvens de cima, quando fortificava as fontes do abismo;  quando punha ao mar o seu termo, para que as águas não trespassassem o seu mando; quando compunha os fundamentos da terra, então, eu estava com ele e era seu aluno; e era cada dia as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo, folgando no seu mundo habitável e achando as minhas delícias com os filhos dos homens.


A participação da Sabedoria da Criação do Mundo també fez com que muitos autores a relacionasse com aquilo que Platão chamou de “Alma do Mundo” (Anima Mundi) e que explorou em obras como A República, Leis e Timeu. Esta ideia foi bastante influente no ocultismo em especial na alquimia e portanto merece ser aqui relembrada. A Alma do Mundo e um conceito cosmológico anterior ao Corpo do Mundo, mas que é agora inseparável da matéria.  É uma inteligência compartilhada, uma alma regente do universo através da qual o pensamento divino se manifesta em leis que afetam e conduzem a matéria. Segundo Platão, esta Alma foi formada (emanada diriam os neo-platônicos) pelo Demiurgo e envolve desde então todo Corpo do Mundo, e assim era identificada como a Abobada Celeste e colocando-se como uma mediadora entre Deus nas Alturas e sua criação terrena e um canal para que as energias divinas encarnassem no nosso universo.


Estes ensinamentos não foram explicitamente endossados por Aristóteles mas ressurgiu muitas vezes na história da filosofia, primeiro entre os estóicos e neoplatônicos e então reformulada entre os filósofos e alquimistas renascentistas.


Sophia na Mística Cristã

Sophia existe desde o início dos tempos, participou da criação do cosmos a renova esta criação desde então. Não é a toa portanto, em especial após a influência de Anselmo de Catenbury, os comentadores cristãos rapidamente a identificaram como uma antevisão do Logos, e portanto uma imagem de Cristo,  como vemos em João 1:1-3:


No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.

Ele estava no princípio com Deus.

Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.


A associação do Messias com este lado feminino e materno chegou ao ponto dele ser chamado ‘Jesus-Nossa-Mãe’. Citamos aqui Juliana de Norwich, famosa mística cristã e anacoreta inglesa em sua obra Revelações do Amor Divino (glifo nosso):


“É uma característica de Deus vencer o mal com o bem.


Jesus Cristo, portanto, que venceu o mal com o bem, é nossa verdadeira Mãe. Dele recebemos o nosso ‘Ser’ e é aqui que começa a Sua Maternidade E com ela vem a amável Proteção e Guarda do Amor que nunca deixará de nos envolver.


Assim como Deus é nosso Pai, Deus também é nossa Mãe.


E Ele me mostrou esta verdade em todas as coisas, mas especialmente naquelas doces palavras quando Ele diz: “Sou eu”.


Como se dissesse, eu sou o poder e a bondade do Pai, eu sou a Sabedoria da Mãe, eu sou a Luz e a Graça que é o amor abençoado, eu sou a Trindade, eu sou a Unidade, eu sou o supremo Bondade de todas as coisas, sou eu que te faço amar, sou eu que te faço desejar, sou a realização sem fim de todos os desejos verdadeiros.

Nosso Pai Altíssimo, Deus Todo-Poderoso, que é ‘Será’, sempre nos conheceu e nos amou: por causa desse conhecimento, por sua maravilhosa e profunda caridade e com o consentimento unânime da Santíssima Trindade, Ele quis que a Segunda Pessoa se tornasse nossa Mãe, nosso Irmão, nosso Salvador.

É assim lógico que Deus, sendo nosso Pai, seja também nossa Mãe. Nosso Pai deseja, nossa Mãe trabalha e nosso bom Senhor o Espírito Santo confirma; estamos, portanto, bem aconselhados a amar o nosso Deus por quem temos o nosso ser, agradecê-lo com reverência e louvá-lo por ter nos criado e rezar com fervor à nossa Mãe, para obter misericórdia e compaixão, e rezar ao nosso Senhor , o Espírito Santo, para obter ajuda e graça.


Os cabalistas cristãos como Marsílio Ficino e Pico dela Mirandola associaram Sophia com Shekinah, a “presença de Deus” sentida e experimentada no mundo, como na sarça ardente de Moisés, no Tabernáculo e no Templo de Salomão. Dentro da cabala cristã Shekinah é entendida como idêntica ao “Espírito Santo”, e assim o aspecto feminino foi reconhecido mais uma vez dentro da trindade.


Também alquimistas como como Paracelso, Giordano Bruno, enxergaram na figura de Nossa Senhora a manifestação histórica da Sabedoria. A virgem foi associada ao Mercúrio Filosofal, um conceito que é virtualmente idêntico ao Anima Mundi de Platão.


O importância de Sophia na Criação foi ainda destacada por diversos místicos cristãos, entre eles o rosacruz Henri Khunrath que a descreveu como a grande mediadora no casamento alquimico entre o Cristo e o homem.  Um século antes Valentin Weigel,  importante percursor luterano da teosofia no século XVI diz em sua obra diz que apenas pela União dos Aspectos masculinos e femininos de Deus, o Divino pode sair da eternidade e revelar-se no universo na figura do Messias.


Sophia no Martinismo

Dentro do martinismo esse assunto também foi bastante explorado. Jacob Boehme, como outros antes de depois igualou a Sophia a Sabedoria Bíblica e a Alma do Mundo platônica.


Boehme dizia poeticamente que Sophia é a Luz que jorra das sombras no momento em que Deus se revela. Assim ela surge primeiro instante da Criação e como a Virgem Celestial é o espelho no qual a própria  Divindade Se contempla. Como reflexo de Deus ela contém potencialmente todas as manifestações celestiais. Portanto podemos dizer que Sophia é inseparável do Adão primordial, a virgem viril feito de luz e não de carne.  Enquanto ele refletia os atributos divinos era um só com sua esposa celeste e por ela estava unido a Deus, quando se afastou destes atributos, perdeu seu corpo luminoso e ganhou um corpo de carne. Eis a queda do homem.


Tornando-se viúvo da Sabedoria, adquiriu um corpo de carne em uma grosseira aproximação de sua glória original e se dividiu em dois seres, homem e mulher, Adão e Eva expulsos do Paraíso. Eternamente em busca no outro do que falta em si mesmos. Este ensinamento antecipa em muitos séculos algumas ideias de psicanálise junguiana, mas ensina também que os seres humanos só poderão retornar a plenitude quando se reunirem de novo com Sophia, e isso só será conquistado após muito trabalho de regeneração espiritual conduzido pela via cardíaca.


Por sua situação atual esta união não está acessível facilmente ao homem encarnado. Ela só pode ser experimentada em ocasiões de intensa elevação espiritual. Nestes momentos privilegiados, ensina o martinismo, é possível aprender mais em alguns instantes do que seria possível aprender em toda uma vida de estudos e leituras.


Alguns discípulos de Boehme como  John Pordage e Jane Lead deram grande enfase a veneração de Sophia. Lead por exemplo registra que durante certa experiência espiritual viu uma mulher majestosa de rosto radiante pairando em nuvens de luz, identificando-se como “A Eterna Sabedoria de Deus” em imagens muito semelhantes as aparições marianas registradas pela história.


Outro estudante de Jacob Bohne, o pietista Johann Georg Gichtel escreveu de forma poética sobre o assunto em “Mistério da Sophia ou Sabedoria Divina” onde descreve Sophia como presidindo o casamento que une a alma regenerada ao seu corpo de luz reencontrado, habilitando-a a retornar a Deus.


Em “Ministério do Homem-Espirito” e ““O Quadro Natural das relações que existem entre Deus, o homem e o universo”, Louis-Claude de Saint-Martin, também trata dos mistérios de Sophia. Em sua obra Ela aparece tanto a fonte da Criação e a mediadora do processo de reintegração universal. Sophia reparece em seus livros como e espelho no qual a imaginação de Deus se reflete e se expande, e desta forma é indissociável da Unidade Divina. Ele também aprofunda a questão de sua ligação com o Adão Primordial e esclarece que ela era não apenas o “corpo glorioso” mas toda a Terra Espiritual na qual o este corpo foi formado. Quando este Adão Primordial voltou-se ao Mundo Material, cometeu uma espécie de adultério que o separou de sua esposa celestial e trocou sua morada como seu corpo espiritual pela matéria.


Saint-Martin também ensina que após a queda, Sophia interviu na encarnação do Cristo, pois antes de fazer-se carne revestiu-se de um corpo glorioso projetado no “Espelho da Eterna Sabedoria”. Assim podemos dizer que Sophia encarnou junto com Cristo no ventre de Maria de Nazaré, seu equivalente humano. A própria encarnação humana é um espelho do que veio antes quando Sophia acolhe Cristo em primeiro lugar, dai a importância de Maria entre os alquimista.


Em “Ministério do Homem-Espírito”, Saint-Martin sugere que esta mesma união é possível também a qualquer ser humano, após uma devotada via de evolução e purificação espiritual:


 “Não conseguiremos facilitar esta reintegração de princípios se  não tivermos feito renascer em nossa alma uma eterna virgem na qual possa se incorporar o filho do homem com suas virtudes e seus poderes, da mesma forma que não podemos fazer renascer em nós esta eterna virgem se não reanimarmos em nós mesmos o nosso corpo primitivo ou o elemento puro.”


Esta pureza é adquirida elevando-a gradativamente primeiro deixando que a Virgem Celeste desça e nos habite, depois acolhendo em seu Coração o Cristo e por fim promovendo o união de ambos para nos tornar novamente o espelho límpido da Realidade Divina. Para fazer isso é preciso nos vestirmos com o Manto de Elias, ou seja subirmos os Sete Mundo Celestes,  então nos tornarmos dignos de nos reunirmos a nossa perdida esposa celeste.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Paulicianos


Los paulicianos fueron una agrupación cristiana que apareció en la zona de Armenia en el siglo vii y que se desarrolló en Anatolia y los Balcanes en los siglos posteriores alcanzando gran predicamento y habiendo sido los antecesores de los bogomilos.

El origen de los paulicianos es oscuro; se les encuentra por primera vez en la zona de Armenia alrededor del año 650. Algunas fuentes consideran como fundador a Costantino de Manamali, nacido cerca de la ciudad de Samosata (en la actual Turquía). Los primeros años de la historia de los paulicianos transcurren con un silencio en las fuentes. Se sospecha que en esa época consiguieron una audiencia considerable en la zona del alto Éufrates y la Anatolia oriental, tanta que influyeron en la política religiosa de León III. Las campañas en Siria y Armenia de su hijo Constantino V los llevó hacia los Balcanes como Stratiotas, ya sea por deportación o como tropas fieles. Durante la época Iconoclasta se les favoreció moderadamente. Restaurado el culto a los iconos (o imágenes) el favor se disipó y dada su heterodoxia cristológica empezaron a ser perseguidos, o al menos importunados.

En esa época su líder era Sergio, que llevó a cabo una importante política de proselitismo. Los emperadores de la Segunda época iconoclasta no disminuyeron la persecución hacia los paulicianos, lo que les llevó a huir hacia la Armenia oriental, controlada por el califato abasí y haciendo causa común con ellos. Carbeas, un antiguo funcionario, huido tras las persecuciones, sucesor de Sergio, estableció un estado pauliciano en esta zona. Es en esta época cuando el paulicianismo adquiere el tono maniqueo por el que serán conocidos, un maniqueísmo muy atemperado, si bien parece que afirmaban que la materia era obra de Satanás, esto no les lleva a una condena del matrimonio y la procreación, y posiblemente no eran tan ascetas ni rigurosos como lo eran en Bizancio.

Pataria


La pataria o movimiento patarino fue un movimiento popular urbano centrado en la ciudad de Milán cuyo objetivo era reformar el clero y el gobierno eclesiástico dentro de la ciudad y su provincia eclesiástica, en apoyo de las sanciones papales contra la simonía y el matrimonio clerical.


Los involucrados en el movimiento fueron llamados patarini (singular patarino), patarinos, patarines o patarenes, palabra elegida por sus opositores, cuya etimología no está clara. Generalmente se considera que el movimiento, asociado con los disturbios urbanos en la ciudad de Milán, comenzó entre 1056 - 1057 y terminó en 1075.


La pataria también vino a oponerse al poder del papado y sus corrupciones morales. Los patarinos fueron declarados secta herética.1​ Algunos eruditos los consideran precursores de la reforma protestante.


Historia

Comenzó cuando una congregación popular de Milán cuestionó el nombramiento como arzobispo de aquella ciudad de Guido da Velate (1045), noble milanés fiel al emperador alemán Enrique III. Guido era opuesto a los principios que luego se concretarían en la reforma gregoriana. Es decir, era partidario de la supremacía del poder imperial sobre el espiritual del papa, así como del reparto que se hacía de los beneficios y rentas eclesiásticos como si fueran un feudo más. Esto hizo que el descontento social y espiritual de gran parte del laicado milanés se materializara en una rebelión contra su arzobispo, al que acusaban de simonía.


Entre 1056 y 1057, inflamados por la predicación del diácono Arialdo y de otros canónigos de la catedral, los sectores más puritanos del pueblo milanés, pertenecientes a todos los estamentos sociales, comenzaron a boicotear los actos religiosos celebrados por curas casados o que vivían con concubinas, al tiempo que denunciaban las prácticas simoníacas. Tras apelar ambas partes al juicio del papa Esteban IX, se decidió la celebración de un sínodo en Novara, donde fueron excomulgados los dirigentes patarinos por no acudir (1057).


La situación degeneró en una auténtica guerra civil entre antipatarinos y patarinos, ayudados por los reformadores que dominaban entonces el papado y que acudieron como legados pontificios a Milán: Anselmo di Baggio (futuro papa Alejandro II), Pedro Damián (cardenal obispo de Ostia) e Hildebrando de Toscana (futuro Gregorio VII). El líder patarino, Arialdo, sería asesinado en 1066 y beatificado en 1068.


A principios de la década de 1070 continuó el enfrentamiento, que se complicó por las intervenciones del emperador Enrique IV y del papa Alejandro II, que nombraron sendos arzobispos de Milán. El papa reformador por excelencia, Gregorio VII, no pudo evitar que el arzobispo nombrado por el emperador, Tedaldo, dominara Milán y acabara con la pataria, aunque lo excomulgó varias veces.


Denominación

El significado y la etimología de la pataria no está claro. La etimología propuesta por Ludovico Antonio Muratori, es que proviene del dialecto milanés, patée, en el sentido de 'vagabundos'. Otros, siguiendo la hipótesis de Pietro di Vaucernay, han propuesto su origen en el Pater Noster porque los miembros del movimiento se caracterizaban por una repetición casi obsesiva de esta oración.​ Otras hipótesis llegan a que proviene de los miembros del movimiento que se reunían en Pattari o barrio de los traperos de la ciudad (pates es una palabra dialectal para 'trapo'). Sin embargo, en el siglo xiii el nombre pataria fue apropiado por los cátaros, que decían que provenía de pati (“sufrir”), porque soportaron penalidades por su fe.

Bogomilos


Los bogomilos fueron una comunidad herética de vida rigurosamente ascética, con creencias docetistas y gnósticas, cuyo origen se remonta al siglo x en la región de Tracia (actual Bulgaria, Rumelia y norte de Grecia), así como en Bosnia.


Etimología

La palabra «bogomilo» significa ‘querido o amado de Dios’ y proviene de la combinación de dos palabras de origen eslavo: bog, que significa ‘dios’, y mil, milo, que significa ‘querido’. Algunas otras versiones de la etimología suponen que el término deriva de su principal patriarca, llamado Bogomil, aunque si bien se observa esta segunda posible etimología no contradiría a la anterior, ya que Bogomil equivale al nombre Teófilo y este en griego significa ‘amigo de Dios’.


Origen

En el año 864, el soberano (jan) búlgaro Boris I es bautizado por los ortodoxos griegos, comenzando así la Iglesia ortodoxa su misión de conversión por todo el territorio búlgaro. Sin embargo, por aquella época ya habían penetrado diferentes credos y creencias de carácter animistas y paganas que harían difícil la evangelización ortodoxa de tales territorios. De esta forma, los paulicianos, que huían a Bulgaria tras la destrucción por parte de las tropas bizantinas de su capital Tefricia (872) en Capadocia y la erradicación del paulicianismo y del tondraquianismo en Asia Menor reforzada mediante las deportaciones que efectuó Juan I Tzimisces desde el oriente de Anatolia hacia los themas de Tracia, encuentran un caldo de cultivo ideal para la expansión de sus ideas dualistas.


Fue un sacerdote búlgaro, apodado a sí mismo Bogomilo, quien, a finales del siglo xi, aunó todas las ideas y creencias heterodoxas que se extendían por Tracia en aquel momento, dando así origen a los bogomilos y al bogomilismo.


Principios religiosos

Negaban el nacimiento divino de Cristo, la coexistencia personal del Padre, del Hijo y del Espíritu Santo y afirmaba que Cristo no había sufrido la crucifixión, ya que su cuerpo sólo era aparente y no real (Docetismo).

Sostenían la concepción dualista maniquea del origen del mundo. En realidad creían que Dios había tenido dos hijos, Satán y Miguel, el mal y el bien, respectivamente.

Negaban la validez de las ceremonias y los sacramentos cristianos.

Los milagros hechos por Jesús eran interpretados en un sentido espiritual, no como hechos materiales reales.

El bautismo solo se debía practicar a las personas adultas, sin agua ni aceite, sino por la autorrenuncia, las plegarias y el cantar de himnos.

Habían de instruirse los unos a los otros y no tenían sacerdotes especiales. Rezaban en casa, no en edificios religiosos.

Se conocieron dos ramas principales. Una, la más puritana, recibió el nombre de «albanesa» por el hecho de que gran parte de sus integrantes se retiraba a vivir en las zonas montañosas; la rama menos estricta se ha conocido con el nombre de «garatense».


Tras ser prácticamente exterminados en Tracia —principalmente por orden de los emperadores bizantinos— muchos se refugiaron en el país actualmente conocido como Bosnia, donde llegaron a ser la mayoría de la población merced a que su territorio era un área tapón entre la zona de influjo de la Iglesia católica al oeste y la de la llamada Iglesia ortodoxa griega al este, en efecto, los bogomilos bosnios se encontraban entre los croatas católicos y los serbios ortodoxos.


Al producirse la invasión turca otomana a la península de los Balcanes en el siglo xv, gran parte de los bogomilos se aliaron con los turcos ante los cristianos. A partir de entonces, la mayoría de los bogomilos se convirtió consensuadamente al islam sunita.


Por otra parte —siempre durante el medioevo, ya desde el siglo x— los bogomilos fomentaron en Italia la llamada «creencia patarina», mientras que en Occitania y el noreste de España influyeron para que allí se instaurara y prosperara la creencia, muy afín al bogomilismo, de los cátaros.


Como los bogomilos, los cátaros rechazaban el matrimonio y consideraban el mundo actual como un producto del mal, de modo que solían practicar el celibato o formar comunidades en las cuales el celibato era frecuente. Esto dio pábulo a la reputación según la cual los bogomilos eran homosexuales sodomitas (al punto de que, al ser ellos llamados por confusión frecuentemente «búlgaros», luego tal apodo pasó a ser la etimología de la palabra bujarrón o buharrón).

Jacques Bergier - Melquisedeque

  Melquisedeque aparece pela primeira vez no livro Gênese, na Bíblia. Lá está escrito: “E Melquisedeque, rei de Salem, trouxe pão e vinho. E...