quarta-feira, 8 de setembro de 2021
Kenneth Grant - A Luz que Não é
Os 32 Caminhos Da Sabedoria Por Papus
O primeiro caminho é chamado Inteligência admirável, coroa suprema. É a luz que faz compreender o princípio sem princípio e esta é a glória primeira; nenhuma criatura pode atingir sua essência.
O segundo caminho é a Inteligência que ilumina, é a coroa da Criação e o esplendor da Unidade suprema da qual se aproxima mais. Ela é exaltada além da inteligência e chamada pelos cabalistas de Glória Segunda.
O terceiro caminho é chamado Inteligência santificante e é a base da sabedoria primordial, chamada criadora da Fé. Ele é, efetivamente, o antepassado da fé, do qual esta emana.
O quarto é chamado Inteligência parada ou receptora, porque se levanta como um marco para receber as emanações das inteligências superiores que lhe são enviadas. E dele que emanam todas as virtudes espirituais pela sutileza. Ele emana da coroa suprema.
O quinto caminho é chamado Inteligência radicular, porque, mais semelhante do que qualquer outra à suprema unidade, ele ema na das profundezas da sabedoria primordial.
O sexto caminho é chamado Inteligência de influência média, porque é nele que se multiplica o fluxo das emanações. Ele faz influir esta própria afluência sobre os homens abençoados que ali se unem.
O sétimo é chamado Inteligência oculta, porque faz brotar um esplendor resplandecente sobre todas as virtudes intelectuais contem pladas pelos olhos do espírito e pelo êxtase da fé.
O oitavo é chamado Inteligência perfeita e absoluta. E dele que emana a preparação dos princípios. Não tem raízes para aderir, excetuando as profundezas da Esfera Magnificente da substância própria da qual emana.
O nono caminho é chamado inteligência purificada. Purifica as Numerações, impede e retém a quebra de suas imagens, porquanto institui sua unificação o fim de preservá-las, por sua união com elas, da destruição e da divisão.
O décimo é chamado Inteligência resplandecente, porque é exaltado além do inteligível e tem sua sede em Binah; ilumina o fogo de todos os luminares e faz emanar a formo do princípio das formas.
O décimo primeiro é chamado Inteligência do fogo. E o véu colocado frente às disposições e à ordem das semontes superiores e inferiores. Aquele que domina este caminho goza de grande dignidade, a de estar diante da causo das causas.
O décimo segundo é chamado inteligência da Luz, porque é a imagem da magnificência; dizem que é o lugar de onde vêm as visões dos que vêem aparições.
O décimo terceiro é chamado Inteligência indutiva da Unidade. É a substância da Glória; faz cada um dos espíritos conhecer a verdade.
O décimo quarto é chamado Inteligência que ilumina, é o instituidor dos arcanos, o fundamento do Santidade.
O décimo quinto é chamado Inteligência construtiva, porque constitui a criação no calor do mundo Ele próprio é, segundo os Filósofos, o calor do qual a Escritura fala (Jó. 38), o calor e seu invólucro.
O décimo sexto é chamado Inteligência triunfante e eterna, volúpia da Glória; paraíso de volúpia preparado para os justos.
O décimo sétimo é chamado inteligência da predisposição. Pré-dispõe os piedosos à Fidelidade e por ela torna-os aptos a receber o Espírito Santo.
O décimo oitavo caminho é chamado Inteligência ou Morada da afluência. E daí que saem os arcanos e o sentido oculto que está adormecido em sua sombra.
O décimo nono é chamado Inteligência do oculto ou de todas as atividades espirituais. A afluência que recebe vem da Bênção sublime e da glória suprema.
O vigésimo é chamado Inteligência da Vontade. Prepara todas as criaturas e cada uma delas em particular para a demonstração da existência da Sabedoria primordial.
O vigésimo primeiro caminho é chamado inteligência que agra da àquele que busca. Recebe a influência divina e influi por sua bênção sobre todos as existências.
O vigésimo segundo é chamado Inteligência fiel, porque nele estão depositadas as virtudes espirituais que ali aumentam até que se dirijam para unto dos que habitam sob sua sombra.
O vigésimo terceiro é chamado Inteligência estável. E a causa da solidez de todas as numerações (Sefirotes)
O vigésimo quarto é chamado Inteligência imaginativa. Dá a semelhança a todos os seres semelhantes que segundo seus aspectos e sua conveniência são criados.
O vigésimo quinto é chamado Inteligência de tentação ou de prova, porque é a primeira tentação com que Deus prova os piedosos.
O vigésimo sexto caminho é chamado Inteligência que renova, porque é por ele que DEUS (bendito seja) renova tudo o que pode ser renovado na criação do mundo.
O vigésimo sétimo é chamado inteligência que agita, Com efeito, é dele que é criado o Espírito de toda criatura do Orbe supremo e a agitação, isto é. o movimento ao qual estão sujeitos.
O vigésimo oitavo caminho é chamado inteligência natural, por ele que é concluída e aperfeiçoada a natureza de tudo o que existe no Orbe do Sol.
O vigésimo nono é chamado Inteligência corpórea. Forma todo corpo que está corporificado sob todos os orbes e seu crescimento.
O trigésimo é chamado inteligência coletiva, porque é dele que os Astrólogos extraem, pela análise das estrelas e dos signos celestes, suas especulações e o aperfeiçoamento de sua ciência segundo o movimento dos astros.
O trigésimo primeiro caminho é chamado Inteligência perpétua, porque regula o movimento do Sol e da Lua segundo sua constituição e os faz gravitar um e outro em seu respectivo orbe.
O trigésimo segundo é chamado Inteligência auxiliar, porque dirige todas as operações dos sete planetas e suas divisões e concorre para elas.
A Cabala e os Anjos
Liber Sephiroth
Os mistérios dos dez números
Qabalah Fundamentum Magni
Introdução ao Estudo da Cabala Sinistra
Ao iniciar o estudo da cabala costumamos dividi-la basicamente em duas partes: uma teórica e outra prática. A cabala teórica primariamente investiga o conteúdo dos livros e dos manuscritos que compõem sua vasta tradição.
A cabala prática aplica determinados conhecimentos e operações ao conteúdo dos manuscritos, além de abarcar as práticas mágicas e místicas, o cerimonial mágico e a meditação criativa.
Em hebraico escreve-se qabalah קבלה, vocábulo que deriva da raiz primitiva qabal קבל, que significa receber, aceitar e demonstrar oposição.
Os dicionaristas modernos definem cabala como um sistema filosófico e religioso medieval de origem judaica, mas que integra elementos que remontam ao início da era cristã, compreendendo preceitos práticos, especulações de natureza mística e literalmente esotérica. As origens da cabala são amiúde reputadas ao judaísmo, embora nela encontremos elementos originais provenientes de outras culturas. Em Cabala, Qliphoth e Magia Goética, Thomas Karlsson observa com propriedade:
“Para o praticante de cabala as suas raízes históricas são de importância secundária. O que importa não é se ela é judaica, cristã, grega, hermética ou nórdica, e sim que é um sistema oculto que se provou adaptável à maioria das tradições espirituais.”
Na tradição cabalística sinistra subentende-se que o universo criado, manifesto e imanifesto, emana de duas fontes geradoras antagônicas cujos polos são Chavajoth e Jeová.
Jeová, o senhor dos rebanhos de reses, é o antipolo de Chavajoth e representa o criador do mundo da falsa luz, universo tirânico que condena eternamente a própria criação à ilusão obscurecedora e ao cativeiro espiritual. Chavajoth inflama o cerne de sua criação a quebrar as barreiras que obscurecem a visão e a destruir a ilusão do universo demiúrgico.
O Alfabeto Hebraico
Para o aproveitamento mínimo da disciplina cabalística, seja ela de orientação destra ou sinistra, é necessário obter algum conhecimento básico sobre os fundamentos do idioma hebraico ou sobre a cultura e/ou sistema sobre a qual a mesma será aplicada e desenvolvida.
A grafia no idioma hebraico é realizada da direita para a esquerda. As letras hebraicas possuem a função de numeração (cardinal, por exemplo), ou seja, o número 1 é representado em hebraico pela letra Aleph א, o número 2 pela letra Beth בe assim sucessivamente. Através dessa característica podemos atribuir valores numéricos às palavras.
O alfabeto hebraico é composto basicamente por vinte e duas letras consoantes e femininas, que por sua vez se dividem em três grupos: três letras mães (ou fundamentais), doze letras simples e sete letras duplas. Dentro da tradição cabalística as letras estão associadas a numerosas e diversas ideias e conceitos.
Podemos dizer que cada letra representa basicamente: um sinal gráfico (glifo), um número e incontáveis ideias.
As três letras mães são: Aleph א, Mem מe Shin שe representam o caráter trinitário dos opostos que se equilibram, representam a água, o fogo e o ar.
As sete letras duplas são: Beth ב, Gimel ג, Daleth ד, Kaph כ, Peh פ, Resh רe Tau ת. Representam os pares de opostos: Morte e Vida, Guerra e Paz, Conhecimento e Ignorância, Riqueza e Miséria, Graça e Abominação, Semente e Esterilidade, Dominação e Escravidão. Associam-se naturalmente aos dias da semana, aos sete astros principais da tradição oculta e às Sete Habitações Infernais.
As doze letras simples são: Heh ה, Vau ו, Zayin ז, Cheth ח, Teth ט, Yod י, Lamed ל, Nun נ, Samekh ס, Ayin ע, Tzaddi צe Qoph ק. Representam: a Visão, a Audição, o Olfato, a Voz, o Nutrimento, o Intercurso Sexual, a Ação, a Locomoção, a Ira, o Riso, a Meditação e o Sono.
A letra Yod י é uma letra simples, no entanto é conhecida como a formadora das demais letras, conceitualmente próxima ao ponto ou à semente das quais as outras letras figurativamente derivam.
As letras Kaph, Mem, Nun, Peh e Tzaddi possuem duas grafias: quando utilizadas como sufixo aparecem somente no final da palavra e são mudas. Essas cinco letras são chamadas letras sofit.
No alfabeto hebraico não há vogais, a formação vocálica se dá através da utilização de sinais diacríticos posicionados de acordo com a gramática do idioma. Para nossa exploração e utilização não será necessário abordar esse tema.
Gematria
A Gematria גמטריאé basicamente a operação cabalística através da qual obtemos os valores numéricos das palavras. O nome gematria é uma metátese3do vocábulo grego γραμματεια. Suas raízes históricas remontam o quinto século antes do início da era vulgar nas culturas sírias e fenícias e culminaram na gematria grega e hebraica.
Utilizamos a gematria como uma ferramenta de investigação cabalística para decifrar conhecimentos e ensinamentos esotéricos ocultos em determinados escritos. É utilizada largamente para descobrir os valores numéricos das palavras para relacioná-las a conceitos e ideias, sendo que palavras que possuem valores gematricos iguais compartilham de uma natureza comum e nos proporcionam caminhos diretos de compreensão e insights de natureza mística. Através da gematria empreendemos interpretação pela associação e uma particular compreensão do uso das palavras escritas na ritualística cerimonial e na composição dos símbolos de natureza mágica.
Por exemplo: tomemos a palavra Hayah (calamidade, destruição), היה, formada por Heh (5), Yod (10) e Heh (5): o valor gematrico é igual à soma dos valores correspondentes às letras, ou seja, 20. Tomemos agora a palavra Chazahחזה(predizer, profetizar), formada por Cheth (8), Zayin (7) e Heh (5), cujo valor gematrico é também igual a 20. Ambas as palavras possuem o mesmo valor, podemos dizer então que elas possuem afinidade, sintonia e características associativas, além de possuírem algo de natureza numérica comum.
Apreender os valores numéricos possibilita aprofundar a investigação da natureza mística dos textos e nos permite aplicar operações e conceitos matemáticos e geométricos à via de consecução mágica sinistra.
As Letras Hebraicas
Outra característica importante de se observar é que a largura de uma letra pode conferir a ela um fator de multiplicação por mil. Por exemplo, um Aleph escrito de maneira mais larga do que as demais letras apresentará valor gemátrico igual a 1000.
Os sinais diacríticos do idioma hebraico não alteram o valor numérico das letras e das palavras. Tomemos, por exemplo, a palavra Satã: em hebraico שָׂטָׂן(com os sinais diacríticos) ou שטן(sem os sinais diacríticos) possui valor gematrico igual a 359.
O método de gematria que apresentamos é o mais simples e é também o mais utilizado, porém não é o único. Existem diversos métodos de aplicação e cálculo de gematrias que não serão abordadas nesse trabalho introdutório e superficial.
Notariqon
O Notariqonנוטריקוןou notárico é basicamente um conjunto de operações cabalísticas utilizadas para criar ou apreender vocábulos acrônimosao longo dos manuscritos. A palavra notariqoné a derivação direta do vocábulo latino notarius, que por sua vez significa “o [indivíduo] que escreve por abreviatu-ras, estenógrafo, taquígrafo”.
Um método primário de Notariqon utiliza a primeira letra de um conjunto de palavras para gerar ou compreender um novo vocábulo, por exemplo: a palavra hebraica אביעé o notárico formado pela primeira letra de Atziluth אצילות, Briah בריאה, Yetzirah יצרהe Assiah עשיה. No contexto apropriado, a palavra אביעpode significar simultaneamente regozijo e ser uma alusão aos quatro mundos cabalísticos principais.
As palavras que originam os notáricos podem advir de uma frase ou oração, como no acrônimo VITRIOL que pode ser entendido como o notárico da sentença latina “Visita Interiora Terrae Rectificando Invenies Occultum Lapidem”. Outro exemplo clássico se encerra na palavra hebraica nimrezet נמרצתque é um notárico para adúltero נואף, moabita מואבי, assassino רוצח, opressor צוררe desprezado תועבה.
O procedimento reverso do método primário é considerado como uma segunda forma de notárico. Knorr Von Rosenrotho apresenta como a forma que compila as letras iniciais, finais ou medianas e, com elas, gera uma ou mais palavras. Por exemplo, se tomarmos as letras iniciais do termo Chokhmah Nesethrahחכמה נסתרה(sabedoria secreta) –uma denominação da cabala –poderemos gerar a palavra Chenחן(graça), que nesse contexto é um notárico de Chokhmah Nesethrah.
Temura
Temura תמורהsignifica permutação. Designa basicamente a operação cabalística que abrange numerosos métodos de substituição das letras de uma palavra no intuito de gerar um novo vocábulo com ortografia diferente, mantendo ou não o significado original da palavra. Através das regras peculiares de cada método transcreve-se uma palavra (ou texto) em código (cifra).
Os 24 métodos mais conhecidos de temura são apresentados na tábua de comutações de Tziruph צירוף. Para utilizar a tábua basta recorrer ao método e fazer a substituição conforme as 22 comutações possíveis. O nome de cada método de Tziruph temura deriva das 4 primeiras letras que o compõe.
A Tábua de Tziruph em Caracteres Hebraicos
A Tábua de Tziruph em Caracteres Latinos
Jacques Bergier - Melquisedeque
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