quarta-feira, 5 de setembro de 2018

A nossa nação (Annie Besant)


No que se refere ao ambiente nacional, o conhecedor do karma deve estudar cuidadosamente as condições nacionais em que nasceu, e ver se nasceu ali principalmente para desenvolver qualidades nas quais é deficiente, ou, principalmente, para ajudar essa nação com as qualidades desenvolvidas nele próprio. Em tempos de transição, muitos egos podem nascer numa nação com as qualidades do tipo necessário para as novas condições pelas quais essa nação está passando. Assim, na América têm nascido muitos egos com grande capacidade de organização, com força de vontade altamente desenvolvida e com aguda inteligência comercial. Criaram-se os trusts, organizações industriais dotadas de grande capacidade para mostrar as vantagens econômicas de abrir mão das competições, de controlar a produção e o abastecimento, de satisfazer a demanda, mas sem exageros. 
Abriram, assim, o caminho para o cooperativismo na produção e na distribuição, preparando um futuro mais feliz. Em breve nascerão egos que verão na garantia de conforto para a nação maior estímulo do que no ganho pessoal, e esses egos podem completar o processo de transição: um grupo concentra as forças do individualismo em um ponto; outro grupo irá dirigir essas forças para o bem comum. Assim é o ambiente governado pelo karma e, com o conhecimento dessa lei, pode-se criar o ambiente desejado. Se o ambiente se apodera de nós assim que nascemos, nem por isso deixa de nos caber a decisão sobre o que será esse novo nascituro. Nosso poder sobre o ambiente futuro está agora em nossas mãos, pois ele é criado pela atividade presente. 
Eis aí… 

O ponto de vista mais moderno (Annie Besant)


O ponto de vista científico mais moderno, de que o organismo e o ambiente inter reagem modificando-se reciprocamente e fazendo surgir dessas modificações novas ações e reações, assimila o que é verdadeiro em cada um dos pontos de vista anteriores. Ele precisa apenas expandir-se pelo reconhecimento de uma consciência permanente, que passa de vida para vida, levando consigo o seu passado, e sempre crescendo, sempre evoluindo e, com esse crescimento e essa evolução, tornando-se cada vez um fator mais forte na direção e controle do seu destino futuro. 
Assim, chegamos ao ponto de vista da Teosofia. Não podemos evitar o que trouxemos conosco, assim como não podemos evitar o ambiente no qual fomos atirados. Podemos, entretanto, modificar ambos, e quanto mais soubermos, maior será a nossa eficiência para realizar essa modificação. 

Crescemos quando ofertamos (Annie Besant)


Na verdade, neste mundo de leis, onde ação e reação se equivalem, toda ajuda volta a quem a fez, como a bola atirada contra uma parede volta para a mão de quem a atirou. O que damos volta para nós; assim, mesmo por motivos egoísticos, é bom dar, e dar com abundância: “Atira o teu pão à água e irás encontrá-lo depois de muito tempo.” Dar, mesmo por motivos egoísticos, é bom, porque leva a um intercâmbio de sentimentos humanos úteis, pelos quais tanto quem dá como quem recebe cresce e se expande, de modo que o Divino, dentro de cada um, tem oportunidade de se expressar mais amplamente. Mesmo que a doação, de início, seja coisa interesseira, “quem dá aos pobres empresta a Deus” e vê que o que ele deu lhe será novamente pago – ainda assim, aos poucos, o amor invocado fará com que as dádivas futuras sejam espontâneas e isentas de egoísmo. 
Assim, os laços kármicos ligam ego a ego, em longas séries de vidas humanas. 
Todos os laços pessoais, sejam eles de amor ou de ódio, crescem, vindo do passado, e em cada vida fortalecemos os laços que nos ligam aos nossos amigos e garantem nosso retorno juntos, nas vidas que temos pela frente. É assim que formamos uma verdadeira família, independentemente dos laços de sangue, e volta- mos à Terra muitas e muitas vezes, para ligar mais apertadamente os antigos vínculos. 

Como o ego seleciona (Annie Besant)


Características individuais desenvolvidas numa vida podem levar seu dono, em outra vida, para uma nação que lhe ofereça facilidades peculiares para exercê-las. 
Assim, um homem que desenvolveu uma mente forte, prática, apta para o comércio, nascido, digamos, na casta Vaishya – a dos comerciantes – da Índia, pode ser levado para os Estados Unidos e ali tornar-se um Rockefeller. 
Em sua nova personalidade ele verá que uma grande fortuna só é tolerável quando usada para propósitos nacionais, e levará para a América o ideal Vaishya, que diz que um homem, reunindo uma grande fortuna, torna-se como que o administrador de um lar nacional e deve distribuir sensatamente, para benefício geral, os estoques que acumulou como posses pessoais. Assim, o velho ideal será plantado no meio de uma nova civilização e irá espalhar-se para o exterior, através de outros povos. 

A Revolução Francesa (Annie Besant)


O egoísmo e a indiferença coletiva dos abastados para com os pobres e os miseráveis, deixando que se corrompam em antros superlotados, num ambiente estimulador do mal, traz para eles próprios perturbações sociais, intranquilidade trabalhista, combinações ameaçadoras. Levado ao excesso na França, durante os reinados de Luís XIV e de Luís XV, esse mesmo egoísmo e essa mesma indiferença foram as causas diretas da Revolução Francesa e da destruição da Coroa e da nobreza. 
Ensinados pela Teosofia a ver a ação da lei kármica na história das nações, bem como na dos indiví duos, devemos ser forças para promover o bem-estar e a prosperidade nacional. A mais forte causa kármica é o poder do pensamento, e isso tanto é verdade para as nações como para os indivíduos. 

Um nobre ideal nacional (Annie Besant)


Manter um nobre ideal nacional é pôr em movimento a mais poderosa força kármica, porque para esse ideal estão sempre fluindo os pensamentos de muitos e ele se torna mais forte por esse influxo diário. A opinião pública modifica constantemente o teor da sua influência e reproduz o que é constantemente exibido para a sua admiração. A força do pensamento é acumulada, até que se torna irresistível e ergue toda a nação até um nível superior. 
Os conhecedores do karma podem trabalhar deliberada e conscienciosamente, seguros do seu terreno, seguros dos seus métodos, confiando na Boa Lei. Assim, eles se tornam cooperadores conscientes da Vontade Divina que trabalha pela evolução, e ficam repletos de profunda paz e de alegria infinita. 

O karma da Inglaterra (Annie Besant)


Uma nação colonizadora, como a Inglaterra, muitas vezes se torna culpada de muita crueldade ao se apoderar de terras pertencentes a tribos selvagens, que os colonizadores expulsam. Milhares morrem prematuramente durante a conquista e subsequente instalação. Esses povos têm uma reivindicação kármica a fazer contra a Inglaterra, coletivamente, bem como contra as dívidas dos atuais ocupantes de seu território. Essas pessoas são levadas para a Inglaterra, nascem em seus bairros miseráveis, formando uma população de criminosos congênitos, gente sem moral e de mentalidade fraca. 
O que lhes é devido pela consumação sumária de suas existências anteriores deveria ser pago com educação e treinamento, acelerando, assim, sua evolução, e retirando-os do nível de natural selvageria em que se encontram. 

Invocações e Evocações: Vozes Entre os Véus

Desde as eras mais remotas da humanidade, o ser humano buscou estabelecer contato com o invisível. As fogueiras dos xamãs, os altares dos ma...