segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Gnose:As 4 Nobres Verdades


Havíamos prometido abordar hoje As Quatro Nobres Verdades em complemento aos temas anteriores. No encontro anterior abordamos sobre o Óctuplo Caminho de Buddha e antes disso havíamos falado sobre as Paramitas, salientando a importância do desenvolvimento das virtudes fundamentais para que possamos realmente ter êxito nesse caminho…

Desde muitos anos começamos a falar, abordar, insistir sobre a necessidade urgente de não ficarmos presos, focados somente em nossos defeitos, mas que deveríamos também nos voltarmos para o outro lado, para o lado da solução, que é justamente fortalecer as características de consciência que todos nós já possuímos, que já temos dentro de nós.

Neste momento é muito mais rápido e fácil despertar valores de cnsciência que estão atuantes em nós do que fazer um combate frontal e direto contra os inimigos ocultos [egos]. Podemos ter muito mais chance de sucesso adotando essa estratégia ou essa tática do que simplesmente ficarmos lutando contra o vento, contra o inimigo invisível.

Havíamos prometido abordar essa questão das quatro nobres verdades porque fomos inspirados a falar disso a partir de um livro escrito em 1958 pelo Mestre Samael. Trata-se do “Enigma do Apocalipse Decifrado”. Foi neste livro que, pela primeira vez, tomei conhecimento desses aspectos da doutrina buddhista, e só muitos anos mais tarde é que fomos realmente darmos-nos conta do valor desses ensinamentos…

Diz o Mestre Samael nessa obra que aquele que pratica essas 4 virtudes ou encarna essas 4 virtudes se torna um dragão das quatro verdades e que todo dragão das quatro verdades é um Buddha, que corresponde ao grau de Iluminado ou aquele que está desperto. Nessa obra, também, o Mestre Samael faz um convite para que os Buddhas não se limitassem apenas a esse grau e os convidava a encarnar o Cristo, que é feito renunciando ao Nirvana por amor à humanidade, e claro, trabalhando intensamente na frágua acesa de Vulcano; assim os Buddhas podem chegar a encarnar o Cristo.

Então, a importância de tomar consciência dessas quatro nobres verdades, o foco ou a abordagem destas quatro nobres verdades, é ligeiramente distinta do que os buddhistas ensinam hoje… Quais são essas quatro nobres verdades?

A primeira Nobre Verdade trata da existência do sofrimento. Por conseqüência, sabendo-se desse sofrimento, temos que superar, lutar contra isso, anular isso em nós. O Buddhismo entende como sendo o sofrimento ou causa do sofrimento, os renascimentos aqui no Sansara; também a velhice, a enfermidade, a morte geram sofrimentos; estar presente em ambientes ou com pessoas que não gostamos ou estar distante daquilo que se aprecia, que se ama, que se gosta igualmente geram sofrimentos; também gera sofrimento não ter aquilo que se deseja; também gera sofrimento perder aquilo que se deseja ou perder o objeto dos seus desejos.

O que vem a ser a causa de sofrimento? Nada mais do que a natureza insatisfatória de todas as experiências que vivemos. Isto é o sofrimento…

O Mestre Samael diz claramente que essas quatro verdades práticas desses princípios ocultos, escondidos nessas quatro verdades, têm o poder de aniquilar o “Príncipe deste mundo”… Essa primeira verdade corresponde, então, a fazermos consciência absoluta da dor e da amargura ou do sofrimento… Examinando-se as causas pelas quais sofremos, qual é a causa ou quais são as causas do sofrimento?

Dizemos que é devido ao nosso karma. Mas temos que saber que fomos nós quem criamos esse karma, somos nós os autores de todos os nossos próprios sofrimentos, somos nós que infligimos dor e sofrimento a nós mesmos quase sempre por ignorância. Mas não importa a causa. Se for por ignorância, descobrindo que nosso sofrimento vem por ignorância, então, fica bastante simples corrigirmos nossa própria ignorância…

Se nosso maior sofrimento é a doença ou a enfermidade, sabendo qual é a origem dessa enfermidade, é evidente que deixaremos de ser o que somos hoje; deixaremos de agir, de fazer, de pensar e de sentir da forma como fazemos hoje. A partir dessa constatação, dessa tomada de consciência, iniciaremos a fazer as mudanças necessárias para que, no girar da roda do Sansara, não mais venhamos a colher esses sofrimentos, dores e amarguras no futuro.

Depende de nós cessar, cortar aqui e agora a geração desses karmas negativos que se traduzem sempre como sofrimentos e dores… É preciso fazer essa tomada de consciência da dor e da amargura… Os buddhistas ensinam que as causas dos sofrimentos são provenientes ou resumidas nos três venenos da mente que são: ignorância, desejo e aversão.

O Mestre Samael é muito mais contundente e direto quando diz: “A dor é filha da fornicação… Todo aquele que derrama o vaso de Hermes é fornicário…” Consequentemente, está sempre gerando sofrimentos, porque, é claro que alguém que derrama o Vaso de Hermes por ignorância, porque aprendeu dessa forma, porque nunca ensinaram a preservar essa energia sagrada, esse potencial todo que está enterrado na energia da vida, causa sofrimento a si mesmo…

É por isso que a raiz de todo sofrimento está na fornicação; agora, por outro lado, não se vence e nem se supera a fornicação ou o hábito que temos de atirar fora nossa energia, só e simplesmente por mera informação que se recebe num livro; temos que fazer consciência disso, descobrir o que está oculto, o que está atrás desse hábito que se tornou um vício ou algo normal nessa humanidade, e que é assim hoje por ignorância…

Ninguém nos ensinou, até agora, a preservar, a valorizar ou a sacraliozar essa energia; então, a partir da própria ignorância, também nascem os desejos e esses mesmos desejos são alimentados [fortalecidos] pela própria fornicação…

A segunda nobre verdade é conhecer, investigar ou dar-se conta das causas dos sofrimentos…

Não superar a ignorância, o desconhecimento, é o que nos faz alimentar incessantemente a geração do karma negativo. No momento em que nos dermos conta de onde e como estamos falhando, temos a possibilidade de mudar isso e refazer o templo interior, reconstruir o templo divino, o templo do Deus vivo – uma vez que esse templo está alicerçado na pedra cúbica – e essa pedra cúbica é exatamente o sexo.

A Gnose diz que a terceira nobre verdade que temos que descobrir, aprender ou tomar consciência é que todos nós temos um ego e que devemos decapitar esse ego para poder encarnar o Verbo…

É evidente que se aniquilarmos o ego como um todo acaba-se a ignorância, o desejo, a aversão; acabam-se os venenos da mente… Acabamos com isso tudo decapitando o ego, acabando com o processo de contaminação, de intoxicação de nossa mente pelos egos, porque isso é um processo contínuo…

A ação do ego ou dos egos em nossa mente faz com que continuamente vivamos contaminados, intoxicados com esse veneno – e é claro, então, que a nossa mente, nessa condição, não tem a transparência necessária para perceber as verdades ocultas, eternas.

Se nossa mente é, como bem foi dito muitas vezes pelos sábios da humanidade, um espelho que reflete as imagens ou a sabedoria ou a luz que vem dos centros superiores do nosso próprio Ser, se esse espelho está embaçado, sujo, é evidente que não vai refletir nada…

Portanto, temos que purificar nossa mente, e a purificação de nossa mente se dá através da eliminação das toxinas ou desses venenos; não é exatamente como dizem as diversas linhas buddhistas que esse sofrimento vem apenas da ignorância, do desejo ou da aversão; ele vem do ego como um todo que acabamos criando a partir da primeira encarnação como seres humanos…

O ego não foi criado porque assim o quisemos um dia. Não! Ele foi sendo criado desde o primeiro retorno, da primeira encarnação nossa em corpo humano porque, na época, desconhecíamos tudo isso; é da escola da vida que para tomar consciência de algo primeiro temos que possuir esse algo; então, jamais poderíamos tomar consciência da dor sem que experimentássemos a dor, jamais poderíamos fazer uma opção consciente pelo Ser, pela alma, pelo Divino sem que primeiro tivéssemos experimentado o oposto, o pólo oposto, a natureza oposta a esses mesmos valores divinos…

O fato é que nos primeiros retornos como humanos, por desconhecimento e por imaturidade, por inocência, fomos imitando os mais velhos, nossos pais, os companheiros, os nossos semelhantes naquelas tribos onde nascemos pelas primeiras vezes e onde fomos desenvolvendo um pequeno ego humano; mais tarde, com as complicações, com a sofisticação dos retornos e da vida e das nossas experiências como seres humanos ou almas, seres sencientes revestidos de corpos tricerebrados, com um intelecto que nos permitia discernir, aí, sim, acabamos gostando de certas sensações e nos viciamos nessas sensações; formamos uma memória dessas sensações e a cada retorno sempre fomos levados a repetir, a provar, a experimentar, a vivenciar essas mesmas sensações…

Por isso se diz que o prazer é Satã [o ego]… Ou que Satã é prazer – porque esse prazer é a síntese de todas as sensações agradáveis proporcionadas pelos nossos cinco sentidos mais a mente que recolhem permanentemente impressões que alimentam a memória desta vida e a memória subconsciente de outras vidas – e assim vivemos eternamente repetindo os mesmos gestos, as mesmas experiências, e vivendo as mesmas sensações…

Quando nós nos damos conta que esta experimentação, esse tipo de gratificação não nos dá felicidade, muito ao contrário, são causas de nossos sofrimentos, são causas de amarguras, de dor, de doenças inclusive, enfermidades, aí podemos, então, fazer uma opção consciente – e essas quatro nobres verdades acabam sendo os quatro degraus fundamentais que nos permitirá no devido tempo fazer com que nossa mente brilhe e reflita esses valores puros que advém, que são provenientes das esferas superiores de consciência universal…

Por fim, a quarta e última nobre verdade: seguir o caminho ou adotar a práxis da cessação do sofrimento…

A forma de cessar o sofrimento, de acordo com o Buddhismo, é seguir o óctuplo Sendeiro ou o óctuplo caminho de Buddha, tema este da conferência anterior…

Para a Gnose, a quarta nobre verdade é o Arcano AZF ou a Alquimia Sexual. Somente com a Alquimia podemos decapitar ou dissolver o “Príncipe deste mundo”. Sem a alquimia sexual não poderemos decapitar o ego… Isso é muito claro dentro da Gnose – e isso nos remete à conclusão bastante simples: a escola e o caminho buddhista, tal qual é proposto, leva-nos a limpar, a purificar a mente, e assim podemos nos transformar em pessoas de mente iluminada…

É claro que podemos gozar de um elevado grau de consciência estando a mente limpa, porém, para encanar o Buddha, para se tornar um Dragão das Quatro Verdades, para que nos tornemos realmente Buddhas, não um Buddha elemental, temos que obrigatoriamente passar a praticar a quarta nobre verdade – que é o Arcano AZF, a alquimia sexual…

É através dessa prática que decapitamos, que vamos além da simples limpeza e purificação da mente, e efetivamente decapitamos, eliminamos até as raízes da dor, do sofrimento e da amargura.

Bem verdade que nós jamais conheceremos a felicidade plena sem que tenhamos realmente a mente não só limpa, mas totalmente isenta da fonte ou das raízes, das sementes dessa mesma intoxicação, desses venenos todos…

Fica aí realmente o convite que o Mestre Samael deixou registrado para que vibrasse no cosmo inteiro durante essa era de Aquário: “Oh nobres Buddhas, necessitais encarnar o Cristo! Somente renunciando ao Nirvana por amor à humanidade e trabalhando intensamente na frágua acesa de Vulcano que se dará o advento do Cristo…”

Isso significa que temos que ir além da simples mente iluminada, que temos que buscar um objetivo bem mais profundo…

As quatro nobres verdades se complementam com o Óctuplo caminho de Buddha e com as Paramitas, especialmente aquelas seis Paramitas abordadas nestas três últimas conferências que realizamos neste canal…

Até aqui nossas palavras de hoje e ficamos à disposição agora para complementar aqueles aspectos que vocês acharem por bem alargarmos ou aprofundarmos…

Perguntas

P: O que é o sofrimento de um Mestre?
R: O sofrimento de um Mestre é ver seus irmãos, a humanidade, debater-se na ignorância, nas trevas, achando que as trevas são luz; é sofrimento de um Mestre ver que seus esforços, seus trabalhos acabam não despertando a consciência dos seus irmãos menores, não porque ele, Mestre, tenha por meta ou por obrigação fazer despertar…; ele faz isso por amor a humanidade, não como um objetivo, um resultado a ser buscado, e se esse resultado não é alcançado ele sofre em função disso como uma pessoa comum que busca um objetivo e quando não o alcança sofre por frustração… Um Mestre quando não consegue despertar alguém, apesar do esforço, simplesmente expressa compaixão e se retira…

P: Existe uma obra especifica do Mestre Samael sobre o tema de vegetarianismo e jejum?
R: Nos primeiros anos de Gnose o Mestre Samael foi vegetariano… Inclusive, em seus livros mais antigos consta certas afirmações como: “o estudante ou o adepto está proibido de comer carne”; depois ele teve que desdizer isso… Então, jamais o Mestre Samael escreveu sobre o vegetarianismo, até porque a Gnose não é uma escola vegetariana. A Gnose que é uma escola que ensina o princípio da sustentação dos mundos baseada na lei do Trogoautoegocratico cósmico comum – que é alimentar-se e servir de alimento. Nós trabalhamos para a Mãe Terra e a Terra se alimenta de nós e nós também nos alimentamos da Terra. A Terra, por sua vez, serve de alimento para o sistema solar, o sistema solar para a galáxia, a galáxia para o universo. Então, todos se alimentam e servem de alimento… Quando alguém segue apenas o vegetarianismo, isso é uma questão de opção, de escolha pessoal, não tem porque criticar alguém que fez essa opção e também não tem que impor nenhum regime, seja ele frugal, lacto vegetariano, carnívoro ou o que quer que seja… Não pode ensinar e esperar, por exemplo, que um esquimó seja vegetariano…

Sobre o jejum, sim, o Mestre Samael fala disso no livro Medicina Oculta; sobre jejuns recomendava, por exemplo, o jejum de nove dias. Essas práticas de jejum podem auxiliar o processo de morte psicológica desde que sejam feitas com a consciência necessária; senão não vai servir pra nada… Aquele que tem o intelecto muito embrutecido, um jejum, um retiro, com a prática de jejum ou alimentos bem leves, ajudaria nesses processos. É claro que seria apenas um princípio e que teria que dar seqüência a toda uma disciplina espiritual posterior, do contrário de nada serviria esse jejum…

P: Para Siddhartha Gautama as quatro verdades seriam outras: dor, doença, velhice, morte! Houve uma atualização da doutrina com a vinda do Mestre Samael ou a história encontra-se enganada?
R: Diria por meu próprio sentimento, mas também baseado nas revelações, nos ensinamentos do Mestre Samael e outras fontes também que o budismo só foi escrito quatrocentos anos depois da morte de Buddha e sabemos também que esse Buddhismo foi alterado tal qual o cristianismo. Então, entendemos que o Senhor Buddha não ensinou exatamente isso que hoje as distintas escolas de Buddhismo ensinam, assim como o Cristianismo hoje se tornou, se transformou em correntes puramente de crenças, crendices, nada tendo a ver com a essência da doutrina deixada pelo Cristo, que se encontra, por exemplo, no Pistis Sophia ou em evangelhos chamados apócrifos… A mesma coisa ocorreu com os ensinamentos do Senhor Buddha quando foram passados ao papel, 400 anos depois, o que significa que isso ocorreu aproximadamente pelo ano 200 a. C. Depois disso o Buddhismo, como o Cristianismo, também passou por diversas diferenças, rachas, atualizações; é por isso que de dois em dois mil anos sempre vem a este mundo um enviado, um Avatar para atualizar as doutrinas de um modo geral. É aconselhável estudar-se outras correntes do passado, porém isso deve ser feito com o esquadro e o compasso da nova doutrina; se não nos perderemos no labirinto das idéias e dos símbolos do passado…

P: … Só não pode comer carne de porco?
R: Bom, a carne de porco, dos animais que conhecemos, sem dúvida é uma das que é menos recomendável, mas o javali pode… Há outros animais involutivos também… Por exemplo, peixes de pele lisa não devem ser consumidos ou seu consumo deve ser evitado… Em verdade hoje poucas espécies de animais estão na pauta do dia do consumo humano. Mas muita gente, isso a gente nota até hoje nos mercados, é viciada em carne de porco; então, para o gnóstico, aquele que quer o caminho, renunciar ao consumo da carne de porco, seja ela pura ou processada, é altamente aconselhável, porque os átomos dessa carne são demasiadamente pesados; ingerindo-se um alimento pesado, como esse, no final de todo processo de alquimia desses átomos de nosso corpo, isso vai se resumir na qualidade da energia sexual, e teremos um hidrogênio Si-12 muito denso – o que é contra indicado para aqueles que querem construir corpos solares… Essa é a razão de se evitar certos alimentos atomicamente densos…

P: Porque a Essência, em suas primeiras manifestações no reino humano, comete tantos erros?
R: Meu amigo, é muito simples; devolvo a pergunta para você tirar sua própria resposta e conclusão: Quando você nasceu, quando era bem pequenino, por que cometeu tantos erros ou fez tanta bobagem ou até mesmo se machucou, puxou toalha da mesa e de repente caiu um ferro de passar roupa na sua cabeça, ou puxou a televisão, por que fez isso? Por desconhecimento, por inocência, certo!? Nem por isso o ferro deixou de cair na sua cabeça ou a televisão cair no chão e quebrar, ou, eventualmente, por um descuido do seu pai ou sua mãe, você pegou uma faca lá no armário da cozinha e de repente se cortou… Isso se dá por inocência, por ignorância – como se diz…

P: Os sofrimentos e as experiências desagradáveis são necessárias no caminho iniciático?
R: Não, necessárias não são… Vamos diferenciar as coisas; elas não são necessárias. Isso acontece porque não temos uma maneira distinta de fazer esse caminho; supondo que alguém tivesse consciência suficiente, optaria pelo caminho do amor e não pelo caminho da dor. Se estudarmos bem essa questão do sofrimento encontramos, além da ignorância clara, encontramos outro fator que também está relacionado à ignorância: o apego. O próprio Mestre Samael expressava isso da seguinte maneira: “O ser humano é capaz de renunciar a tudo menos ao seu sofrimento”. Devido a essas idiossincrasias tortas de nosso psiquismo nos aferramos demasiadamente aos nossos sofrimentos e fazemos disso, inclusive, canção psicológica de grande sucesso nas paradas das rádios interiores, na troca de informação, nas fofocas, nos relacionamentos sociais. Devemos estar atentos a isso; o apego ao sofrimento e a tudo e todas as coisas, é a questão básica… As vezes a gente tem a impressão que desapegar-se das coisas desagradáveis é fácil, mas, na prática, acaba se tornando mais difícil do que desapegar-se dos objetos de desejos nossos; meditem sobre isso; é muito importante esse aspecto do apego… Se uma pessoa começa a falar de seu sofrimento, logo surge outro e diz que sofreu mais, e outro que é mais heróico, e assim sucessivamente. Isso aí me lembra muito aquelas conversas de bêbados em bares e botecos; é algo assim, só que está bêbado com sua própria tragédia; nesses ambientes, os bêbados se apóiam mutuamente em suas desgraças…

P: Como você fez para se desapegar do sofrimento no começo?
R: Minha história? A gente faz como todo mundo faz, dando-se conta dos próprios sofrimentos a partir de uma informação… Evidente que houve um momento em que ocorreu uma “revelação” [compreensão] acerca de determinada realidade psicológica; a partir daí a gente passa a observar em si mesmo essas coisas; comigo isso ocorreu naturalmente. Se alguém direta ou indiretamente, se algum amigo me comunicava algo, eu passava a observar; se um inimigo fazia uma crítica ou ataque violento, também passava a observar isso em mim; de alguma forma sempre soube que nada muda da noite ao dia. As mudanças se dão por conscientização e o processo de conscientização de cada um se nós, é diferente;
há pessoas que percorreram esse caminho três, quatro ou cinco vezes. Então, a maneira de caminhar é de cada um; você pode observar as pessoas caminhando na rua: cada uma tem um jeito distinto e próprio de caminhar, que o caracteriza. O trabalho interior também é feito de uma maneira especial e própria a cada um, segundo seu raio, sua história, educação, karma, etc. Qualquer um de nós pode fazer esse trabalho a partir de uma simples informação… Eu sou muito agradecido a todos os adversários, nem vou chamar de inimigos; não se pode dizer que são inimigos; os inimigos estão aí adormecidos desde outras vidas; os deixemos por aí. As vezes nós reagimos em relação a aceitar isso como sendo algo simples e natural. Uma vez que aceitamos isso, que não opomos mais resistência às pessoas – porque entendemos o que está acontecendo dentro de nós – a convivência se torna simples, natural, e as palavras dos demais não têm mais força no sentido de desestabilizar a você mesmo. Se alguém não elogia ou critica que importância isso tem? Vamos estar atentos se o que ele diz corresponde à verdade ou não. Se alguém nos elogia, também vamos ter o bom senso e o discernimento para reconhecer em nós se aquele elogio realmente tem alguma procedência, porque muitas vezes é só bajulação, é interesses atrás disso. Aí a convivência se torna muito boa, agradável, o caminho deixa de ser essa briga diária, evita muitas situações de discussões inúteis, brigas, desavenças, desentendimentos. Você começa a ver que dentro de você aqueles elementos já não reagem e que antes estavam muito vivo… Muitas vezes as pessoas perguntam: “Como sei que eliminei um defeito?” Resposta: você o vê… Ele não se expressa mais; eventualmente v. pode perceber num sonho… Se v. lembrar dos sonhos, a primeira coisa que deve fazer no dia seguinte é trabalhar sobre as impressões e memórias daqueles sonhos porque ali está revelando que existe algo ou há coisas para serem estudadas, analisadas, compreendidas; dia após dia sem mudar a sua determinaçãom você vai fazendo o seu trabalhom de forma naturalm como você caminha… Um dia qualquer você se dará conta que despertou bastante ou despertou muito ou multiplicou a sua consciência em relação àquilo que você era há cinco, dez, quinze, vinte anos atrás. Tudo se dá de forma natural…

P: O trabalho predecessor para desenvolver o amor!
R: Alguém só começa expressar compaixão, bondade, tolerância, ser compreensivo e paciente – que são traços disso que chamamos amor – quando começamos a nos dar conta de que somos assim, que o mundo é assim, que as pessoas são assim, que as pessoas são inconscientes e que não têm como mudá-las; o máximo que se pode fazer é dar o ensinamento e respeitar o momento e a livre decisão do outro; não se pode colocar esses ensinamentos à força na cabeça do outro. Isso é impossível, é uma violência. Quem faz isso é mago negro; forçar o outro a pensar de uma maneira distinta, isso fazem os magos negros; a Gnose não é escola de magia negra. A Gnose mostra, aponta o caminho, dá os ensinamentos para isso e o outro decide para si aquilo que for melhor.

P: Há possibilidade de alguém passar pelo reino humano sem receber alguma informação desse caminho?
R: Sim, se uma pessoa não tem inquietude interna, ela pode passar as 108 chances ou retornos sem informação desse caminho… Aliás, se contabilizarmos no mundo sete bilhões de pessoas, menos de 3% têm inquietudes. A média universal é de 3% de consciência desperta quando se nasce, então isso já é um indicativo de que 3% da humanidade pode ter inquietudes. Mas isso não quer dizer que essas inquietudes se transformem em fatos concretos!

P: Como ter acesso às vidas passadas?
R: Apenas despertando a consciência ou saindo em corpo astral conscientemente, porém para despertar consciência ou sair em astral consciente precisa morrer em defeitos. Por isso insistimos nas quatro nobres verdades, no óctuplo caminho de Buddha e também nas paramitas; porque isso é fundamental para quem quer despertar a consciência ou sair em astral de forma consciente; o resto é teoria, perda de tempo.

P: Este trabalho de evangelização serve para o jardim de infância?
R: Sim, todos esses ensinamentos buddhistas, cristãos, sufistas, judaicos, maometanos, tudo isso serve de jardim de infância. Sobre isso o Mestre Samael foi muita claro. Isso é a base… Todos nós nascemos sobre os influxos de uma dessas correntes e isso serve de fundamento para pautar nossos primeiros anos de vida.
Mas é claro também que se alguém busca o caminho não pode ficar preso a isso. E querem saber de algo? Um dos maiores problemas, uma das maiores barreiras que temos visto por aí, inclusive em estudantes gnósticos antigos, é que essas pessoas não se dão conta, ainda estão vivendo segundo os padrões do ensinamento religioso de quando nasceram… Vemos por aí pessoas reagirem ainda em função dos valores católicos, por exemplo, que receberam na sua infância. Inconscientemente ainda se pautam segundo essas crenças… Sinal visível que não fizeram uma reflexão evidente e profunda da sua forma de pensar; ainda continuam se pautando por crenças antigas e de forma inconsciente é claro, não conseguiram fazer nem o básico ainda. Isso demonstra um atraso… Até o Mestre Samael, em conferências de terceira câmara, dizia: “Vejo aqui irmãos que estão há tantos anos conosco, mas continuam pensando, sentindo, agindo de acordo com a moral das crenças dos primeiros anos de vida”. Como alguém pode querer o caminho se continua preso e condicionado a estas crenças primeiras da vida?

P: O caminho da dor como sendo uma verdade, então como encarar aqueles que se autoflagelam em busca da iluminação?
R: Isso aí são práticas equivocadas… A Gnose ensina como fundamento cuidar do corpo que a Divina Mãe nos deu; então, todo aquele que mutila o seu corpo, inflige torturas ao seu corpo, está desrespeitando o trabalho da Mãe Divina. Como alguém pode obter a iluminação se não respeita o presente que foi dado pela sua própria Mãe? O caminho da iluminação não passa por isso, por essa tortura. Agora, diferente é você disciplinar o seu corpo para triunfar, para seguir pelo caminho; isso não tem nada ver com tortura. Submeter o corpo a uma ginástica, a um exercício físico, é necessário; diferente é você mutilar seu corpo ou flagelar seu corpo… Isso não tem nada a ver com iluminação; isso são violências que se comete contra o corpo e se paga karma por isso. Então, são os sinceros equivocados que praticam esse tipo de coisa…

P: Deixar a mente em silêncio é estar concentrado no que está fazendo?
R: Não exatamente…! O enunciado está meio incoerente: não é deixar a mente em silêncio. A mente só fica em silencio quando não há nenhum tipo de resistência ou contrariedade, agitação, em seu fundo… A mente naturalmente silencia quando cessarem as causas da sua própria agitação… O que agita a mente de cada um? Só a própria pessoa pode saber o que faz com que sua mente agite ou fique agitada. Por informação dizemos: “Ah! os egos é que agitam a mente”. Sim, mas qual ego? Quais egos? Por que eles estão atuando neste momento? Não temos nenhum poder sobre nossos egos, pelo menos os egos profundos. Então, podemos acalmar nossa mente num nível superficial, mas nos níveis internos não temos poder; isso depende de um poder superior à mente, e esse poder é nossa Divina Mãe Kundalini. Se não somos devotos de nossa Divina Mãe, dificilmente teremos respostas ou resultados em nossas práticas…

P: Por que precisamos estar encarnados aqui na terceira dimensão para fazer o trabalho espiritual? Por que não se pode dar continuidade a isso depois da morte no astral?
R: Há uma ligeira confusão nisso aí, e por isso a pergunta é interessante; a sua pergunta é: por que precisamos estar encarnados aqui na terceira dimensão para fazer o trabalho espiritual? Isso se limita exclusivamente ao caso terrestre, mas outras humanidades têm corpo físico não na terceira dimensão, percebe a diferença? Oxalá, sim! Por exemplo, nos paraísos jinas, que se localizam na quarta dimensão, as pessoas têm corpo físico também, e lá também podem trabalhar pela sua auto-realização. Essas sutilezas é que têm derrubado os irmãozinhos gnósticos por aí; eles acham que em Vênus, por exemplo, as pessoas não têm corpo físico só porque em Vênus a vida está na quinta dimensão… Sim, eles têm corpo físico, só que o corpo físico deles está na quinta dimensão…

Autor: Karl Bunn

Gnose:Os Suttas Gnósticos Buddhistas


O tema de hoje denominamos de “Os Suttas Gnósticos Buddhistas”. O Mestre Samael escreveu dezenas de livros. Além disso, dispomos hoje de centenas de conferências gravadas e transcritas, as quais podemos denominar de “suttas gnósticos”. A palavra sutta ou suttra significa, em tradução livre, “discurso, aula, conferência, cátedra”.

Nós mesmos, através do PALTALK, desde 2005 proferimos mais de cem aulas. Todos estão disponíveis em nosso site, o que quer dizer também que esse sistema gerou mais de cem suttas, tomando como base a doutrina gnóstica. Diante de tanto material disponível por onde começar o estudo? Por onde começar nosso trabalho?

Esta é uma pergunta bastante freqüente e comum que nos chega por meio do “fale conosco”. Muitas vezes o excesso de material, de informação, o excesso de apoio oferecido, acaba tornando-se um obstáculo em vez de uma ferramenta de apoio, mas, enfim, isso já não nos diz respeito. Por onde começar a sua jornada, a sua caminhada, o seu estudo?

Só o estudante pode decidir. No caso do estudo teórico, filosófico ou dos conteúdos gnósticos, cada um pode começar por onde achar melhor. Sabemos que uma das dificuldades mais comuns, apresentada a todo iniciante, é, ao iniciar seus estudos, deparar-se com aparentes contradições. Isso não ocorre só na Gnose; no buddhismo também existem contradições acentuadas.

Em qualquer outra doutrina também existem contradições, mas que, com o tempo, com a compreensão, com a visão de toda a doutrina, desaparece ou vai desaparecendo. Nem tudo é dito de uma só vez e nem sempre aquilo que é dito uma primeira vez anula ou desdiz aquilo que é falado posteriormente ou vice-versa.

Em realidade, são complementos e, muitas vezes, especialmente ao iniciante, falta essa visão, essa percepção, essa sensibilidade de fazer compreensão buscando o que está oculto na informação morta ou na letra morta. Nós, aqui, no caso da Escola Gnóstica, para justamente apoiar os estudantes em suas dificuldades iniciais, organizar o pensamento, criamos e hoje está disponível um Curso de Gnose em CD. Este é um material muito indicado para esses que têm dificuldade de organizar a massa de informação que é oferecida. Pelo menos, ali tem toda uma estrutura que encadeia e direciona ou encaminha o pensamento do iniciante; há uma direção; ele pode tomar esse curso como base fundamental do desenvolvimento da visão gnóstica.

Em relação à parte prática da doutrina, aí já somos bem mais específicos ou devemos ser bem mais específicos, e até a própria Gnose é bem especifica em relação a isso. O Mestre sempre deixou muito claro nos seus suttas, nas suas conferências, nos seus livros, que o início do trabalho gnóstico se dá pelo despertar da consciência. 

Se afirmamos ser necessário despertar algo, significa que, no caso, a consciência dorme. Como podemos saber e reconhecer que a consciência dorme? Só mediante um criterioso trabalho de auto-observação. Por exemplo: observar os lapsos, as ausências, as “viagens”, as distrações, os devaneios, as projeções da mente, as fantasias, etc.

Esses são apenas alguns exemplos de ausência de consciência. Em Gnose, aprendemos que devemos permanecer alerta e vigilantes de momento a momento e nunca nos esquecermos de nós mesmos sob nenhuma circunstância. Não nos identificarmos com nada nem conosco mesmos, nem com nossa dor, nem com nosso sofrimento, nem com as coisas que nos foram dadas, não nos identificarmos com absolutamente nada, nem com a vida, porque tudo é passageiro.

Aqui tudo é ilusão (samsara) e o buddhismo, em vez de ensinar auto-observação, ensina a atenção plena. É a mesma coisa. Só o indivíduo plenamente atento a si mesmo consegue perceber seus lapsos de consciência ou as ausências de si mesmo quando sua mente, distraidamente, passeia pelos mundos das fantasias que ela mesma cria durante o dia, quando estamos aqui, com nosso corpo, andando para cima para baixo nas ruas, no escritório.

Essas fantasias apresentam-se a nós como meras distrações; ou fantasias como dizemos, justificamos e explicamos a nós mesmos. Se, de repente, cometemos um erro no trânsito, a gente diz: “Ah!… Eu estava distraído”. A tradução disso é: Eu estava adormecido; eu estava ausente de mim mesmo; eu estava longe de mim mesmo; meu corpo aqui como cadáver presente estava, mas minha consciência ausente estava.

À noite, como o corpo está dormindo na cama, essas fantasias tornam-se reais porque nós passamos a viver no mundo da mente, o mundo das ilusões, das projeções, das fantasias. Chegam às vezes, nem a todo mundo, lembranças de sonhos esquisitos, confusos, mas nada mais eram do que nossas fantasias que projetamos na matéria mental.

A primeira grande prática gnóstica, e que também não deixa de ser uma grande prática buddhista, é desenvolver a auto-observação ou exercitar a atenção plena de si mesmo. Esta é uma prática para uma vida toda, não termina nunca; deve ser exercitada de momento a momento, a cada segundo. A atenção plena sobre si, sobre o que se faz, pensa, sente, sobre a tomada de consciência do lugar que estamos em determinado momento, isso é o que precisa ser feito. Isso é a grande prática de momento a momento – não se ausentar de si mesmo.

O exercício diário e permanente da auto-observação ou da atenção plena permite-nos identificar também, e daí a importância desse exercício, nossas próprias incoerências, contradições, apegos, desejos, cobiças, medos, orgulhos, vaidades, raivas, enfim, os agregados psicológicos como se diz em Gnose ou os venenos da mente como se diz no buddhismo. Esses venenos, aos quais o Buddha Sakyamuni referia-se, em seu tempo, são substâncias e energias destiladas em nossa mente pelos egos ou agregados psicológicos. O Buddha Lanto ensinou-nos que o surgimento dos agregados deu-se devido ao nosso contato com o mundo físico, tendo como assento básico as sensações relacionadas com os cinco sentidos. Os sucessivos retornos, mortes e renascimentos fortaleceram esses agregados…

Sabemos, hoje, que esses agregados surgiram e até ganharam força porque éramos, e ainda somos, inconscientes da sua presença em nós. Achamos que a vida é e sempre foi assim; nem remotamente suspeitamos de que a realidade da vida é bem diferente disso que tomamos como real hoje em dia. O que é real para essa humanidade?

Para esta humanidade, a realidade da vida é o futebol, o mercado, a profissão, casar, gerar filhos, tirar férias, viajar, festar, comprar carro novo, usar roupas de marca, etc. E assim passamos pela existência e, um dia qualquer, a morte nos leva, alguns nos acompanham até o túmulo, compram-se algumas coroas de flores, choram nossa partida, e tudo termina aí para quem fica e para quem foi.

Se nós queremos, de fato, conhecer a realidade da vida, a vida em si mesma, devemos ir muito além desses convencionalismos familiares, sociais, profissionais, desta cultura popular vigente que foi colocada em nossa mente nos primeiros anos de vida sem que, na época, tivéssemos defesa nenhuma, não importa a razão, até pelos desvios da educação que não nos ensina a questionar positivamente.

É preciso romper com as idéias aceitas, investigar além das crenças estabelecidas e vigentes no momento, questionar positivamente o fato de estarmos aqui, sair por aí de fato indagando sobre os reais propósitos da vida, do mundo, do Universo. Se nunca fizermos isso, sempre seremos “maquininhas humanas” a serviço da natureza, sempre seremos escravos da vida. Não podemos conhecer o real ou a realidade se seguirmos o programa cultural vigente, implantado em nossa mente dessa forma inocente. Nossos pais, inocentemente, fizeram isso porque assim aprenderam com seus pais e assim sucessivamente.

Se queremos a liberação é preciso romper com tudo isso. É preciso conhecer-se além de nossos músculos, nervos, células, da fisiologia e também do mero intelectualismo cultural que conhecemos e em torno do qual gira nossa vida e nossas atividades urbanas da vida moderna. É preciso darmo-nos conta do que somos, fazemos e também em que nos transformaram. É preciso darmo-nos conta de nosso adormecimento e acordar para a vida como se diz, para a realidade, para a vida como ela é, não como a imaginamos e nos fizeram acreditar que é, que seja ou que fosse.

Isso só pode ser feito mediante uma verdadeira revolução interior. O fermento para desenvolver essas idéias revolucionárias, aqui e agora dentro de nós, não é encontrado nos best sellers, nem na literatura acadêmica, nem no pastor, no padre, no bispo ou no pregador local. Essas idéias revolucionárias são trazidas ao mundo pelos Buddhas, pelos Cristos, pelos Avatares e Profetas. É nessas fontes que devemos buscar as boas sementes para semear nossa mente e nossa alma com novos valores, novas idéias, novas concepções.

Enquanto seguirmos a doutrina morta dos teóricos, dos intelectuais da vida, dos materialistas, céticos, ateístas, jamais nos transformaremos em revolucionários positivos, não passaremos de vacas de presépio a balançar a cabeça de um lado para outro ou seguiremos sendo escravos dos senhores do mundo e serviremos alegremente a eles. Somente os Buddhas, os avatares, os cristificados, são revolucionários positivos; só eles trazem idéias luminosas; são eles que trazem do Alto as idéias luminosas capazes de liberar-nos das amarras do mundo ou dos ciclos mecânicos de mortes e renascimentos, que no buddhismo é conhecido como Samsara.

Buddha falou sobre o sofrimento humano do mesmo modo que falamos hoje sobre doença, enfermidade, com uma pessoa que está enferma, simplesmente para ajudá-la a compreender que não está bem, que há algo errado com sua saúde. Se não houvesse cura para o sofrimento ou para a enfermidade, nem haveria porque discutir isso. Mas o fato concreto é que existe cura e isso faz com que seja de capital importância reconhecermos o sofrimento como algo fundamental na vida humana, porque assim podemos começar a encontrar a sua cura.

Todos os sofrimentos têm como base primeira, mais antiga e mais enraizada dentro de nós, que podemos colocar ou expressar com a palavra “ignorância”. Ignorar ou desconhecer os mistérios da vida e do ser humano é abrir as portas para toda sorte de erros e de atos geradores de karmas, por extensão, de sofrimentos.

As doutrinas que esses seres superiores sempre ensinaram, levam o indivíduo a se autoconhecer em profundidade, pois, em superficialidade, qualquer livro de auto-ajuda diz o que fazer. Só o conhecimento de si evita o nascimento de novos agregados e o fortalecimento dos antigos; evita que se formem novos e se fortaleçam os antigos.

É preciso, portanto, viver cada momento em atenção plena, em auto-observação permanente, porque um indivíduo que esteja atento a si mesmo, que não ignora o que acontece dentro e fora de sim a cada momento, pode transformar as impressões brutas da vida que chegam às nossas mentes, a cada momento, por meio de nossos cinco sentidos. A Gnose ensina a transformar as impressões, inclusive isso é motivo de um sutta, de uma aula, de uma conferência que está disponível em nosso site. Se as impressões chegam à mente em forma bruta, alimentam os agregados existentes e contribuem também para a formação de novos agregados.

Uma mente distraída, indisciplinada, sem foco, sem concentração alguma, não serve para nada. É como dizia o Mestre Samael: “uma mente assim é como um barco sem leme”. Por outro lado, para consolidar o que tantas vezes mencionamos aqui, a mente é pacificada e disciplinada mediante o exercício diário da meditação. Quando alguém começa a meditar, que está aprendendo a meditar, que não está familiarizado com a disciplina da meditação, vai perceber que sua mente rebela-se com a idéia de se manter focada, voltada ou concentrada a um único objeto, mas com o treino e a dedicação paciente, com o tempo, conseguimos dominar a mente, focá-la ou concentrá-la num único propósito.

É evidente que o total domínio da mente só se dará quando tivermos eliminado os agregados, se não totalmente, ao menos em grande parte, porque com poucos agregados podemos, mediante a meditação, alcançar o estado de jhannas como menciona o buddhismo. Esse estado de jhannas é de concentração profunda, por conseguinte, mais profunda se tornará nossa meditação também.

Resumindo: os agregados são criados pelas sensações, as sensações são captadas e transmitidas à mente pelos cinco sentidos. As sensações são classificadas por nós como agradáveis ou desagradáveis; às sensações agradáveis chamamos de prazer, às desagradáveis chamamos de dor, mas ambas geram sofrimentos. As sensações captadas e transmitidas pelos cinco sentidos não são a realidade em si, são apenas sensações, são ilusões ou projeções da realidade que a mente toma como reais, concretas, mas que não são reais, não possuem realidade em si.

Creio que todos nós temos a marcada tendência de nunca abrir mão de nada, nunca sacrificar nada; sempre preferimos ficar com tudo e, se der, mais um pouco ainda. Só o tempo, a maturidade, ensina-nosl aprendemos com o tempo e as experiências que não podemos ter tudo ao mesmo tempo; não podemos, por exemplo, ter prazer e felicidade. Muitos confundem prazer com felicidade e isso é a armadilha das sensações que geram sofrimentos porque o prazer sempre exige o sacrifício da felicidade, e estamos falando aqui da real felicidade. Muita gente acha que felicidade é ter acesso aos bens deste mundo, aos prazeres que o dinheiro pode comprar, às comodidades e confortos que um bom salário pode proporcionar; a isso chamam de felicidade.

Mas nós, aqui, que buscamos o caminho, sabemos que a felicidade advém da encarnação da Divindade interior; não há outra felicidade a não ser a felicidade proporcionada pelo fato de ter Deus dentro de si. Isso nos faz lembrar, tempos atrás, alguém nos comentava algo sobre isso e expressou diretamente: o prazer é Satan! Satan é uma palavra composta de Sat + an; an é negação de Sat; Sat é a Grande Realidade. Por conseguinte, Satan quer dizer “a negação da grande realidade”, ou a “negação de Deus”.

Satan vive e se mantém em nós pelo prazer, pelo dinheiro e pela vaidade. Todos os três são fontes de prazer, como sabemos. Sendo Satan o oposto de Deus, aquele que se opõe a Deus evidentemente não pode proporcionar-nos felicidade. Criar Sat dentro de nós sim, mas deixar que Satan se cristalize dentro de nós, não.

Conclusão: somos livres para escolher entre Deus e o Diabo, dizemos no popular. Se escolhemos o prazer, o mundo das sensações, cairemos no inferno das gratificações sensoriais e, por conseqüência, afastamo-nos do mundo real, onde não há sensações, mas a pura realidade. Essa realidade, em muitos lugares, recebe o nome de Deus. Deus não pode ser reconhecido pelos cincos sentidos. Para conhecer ou reconhecer Deus, precisamos abrir os sentidos internos de nossa alma. Como podemos abrir os sentidos internos de nossa alma com uma mente não disciplinada, desgarrada, que pula de árvore em árvore, de desejo em desejo, feito macaco irrequieto?

É muito difícil para nós entendermos de maneira simples que os prazeres proporcionados pelas sensações ou a satisfação das sensações viciam como qualquer outra droga. Esse vício de satisfação, de gratificar-se mediante sensações, torna-se uma sede que nunca termina; quanto mais gratificamos os sentidos, mais gratificações eles exigem de nós.

Tomemos o caso concreto de um bêbado. Ele se embebeda porque se gratifica com o álcool, com a bebida alcoólica, com o estado de torpor que o álcool proporciona à sua mente ou a alguns dos seus sentidos. Tomemos o caso do devasso sexual. Ele é vitima desse vício que se chama gratificação sensual, sensorial, usando o sexo para tal. Quem quer ou busca a realidade da vida sacrifica os prazeres, acaba com o vício da gratificação dos sentidos, exercita a atenção plena, volta-se para si mesmo – si mesmo esse bem entendido; volta-se para a realidade interior.

O buddhismo ensina, claramente, que sacrificar os prazeres significa libertar-se do fardo mental que, com freqüência, está ligado à manutenção deles, dos próprios prazeres. Há até uma história que descreve um antigo rei que, depois de tornar-se monge, em certa ocasião sentou ao pé de uma árvore e exclamou: “Que felicidade! Que felicidade!” Os colegas monges que estavam por perto pensaram que o ex-rei estava desejando novamente os prazeres que desfrutava quando era rei ou vivia em palácio, porém mais tarde o ex-rei explicou ao Senhor Buddha a qual felicidade estava se referindo debaixo da árvore e disse: “antes, quando era um rei, tinha guardas postados dentro e fora dos aposentos, dentro e fora da cidade, da área rural, mas mesmo estando guardado dessa forma, protegido, vivia com medo, agitado, desconfiado, amedrontado, porém agora, indo sozinho para uma floresta, para o pé de uma árvore ou uma cabana vazia, eu fico sem medo, agitação, confiante e destemido, despreocupado, calmo, minhas necessidades satisfeitas e com minha mente solta.”

Num sutta do Theravada encontramos a seguinte passagem também, que anotamos para compartilhar com vocês. Se compararmos os prazeres, ou as gratificações do sentido como sendo esses docinhos que consumimos de vez em quando para gratificar alguma coisa dentro de nós e, inocentemente, acabamos viciando-nos no consumo desses docinhos, em pouco tempo acabamos desenvolvendo o vício de consumir um docinho depois do almoço ou no meio da tarde, assim como alguém tem esse inocente vício de consumir uma balinha, um chiclete. Outros têm outros vícios tipo cigarro, bebida… Mas há outra classe de vício que não percebemos normalmente; referimo-nos aos “docinhos” do olho, do ouvido, do nariz, do paladar, do corpo. São esses “docinhos sensoriais” que estimulam as qualidades negativas em nós e são esses docinhos ou essas gratificações sensoriais que bloqueiam as qualidades necessárias para a paz interna.

Isso ocorre porque, como mencionamos, trata-se de uma sede insaciável. Mesmo que tivéssemos todo tempo e energia do mundo, a busca desses prazeres afastar-nos-ia cada vez mais do objetivo real de nossa existência. Nós podemos superar esses obstáculos a partir do momento que colocarmos em prática isso que é conhecido como pensamento reto . O pensamento reto, aqueles que compreenderam a natureza do pensamento reto, sabem que, para se ter o reto pensar , é preciso abrir mão de todo pensamento que envolva cobiça sensual ou desejos sensuais, sensoriais. Abrir mão da má vontade e de tudo aquilo que é prejudicial.

Quando falamos aqui em cobiça sensual ou sensorial, não estamos falando apenas de um desejo sensual ou ligado ao sexo, como geralmente somos inclinados a acreditar e aceitar, mas sim falamos aqui dos prazeres dos cinco sentidos, porque são os cinco sentidos que formam nosso aparelho sensorial e é isso que perturba a paz interior.

Se quisermos alcançar a paz interior devemos superar, vencer os vícios dos cinco sentidos, aqueles docinhos com os quais nos gratificávamos anteriormente. Renunciar a esse desejo de satisfação é o primeiro grande passo. É evidente que resistir a essa idéia, opor-se a essa idéia ou a essa determinação é uma característica humana presente em todas as raças e países do mundo porque todas as pessoas em todos os lugares deleitam-se com suas paixões. E o que são as paixões senão satisfações sensoriais?! Até mesmo o Buddha, no começo da sua caminhada, admitiu aos seus discípulos que quando iniciou o caminho da prática, o seu coração não saltou de alegria com a idéia de ter que renunciar aos prazeres sensoriais, e ele também, no começo, não percebia que a renúncia podia proporcionar-lhe a paz.

Mas nós aqui, no Ocidente, temos um elemento adicional: com a psicologia acadêmica, aprendemos que a única alternativa para cortar nossas paixões e gratificações sensoriais é reprimirmo-nos, mas a repressão é contrária à compreensão; a repressão baseia-se no temor do que a paixão poderia fazer se expressada ou permitida na consciência. Por outro lado, o contrário da repressão é a entrega total ou parcial a esses prazeres ou uma entrega baseada no temor da privação e do monstro no qual a paixão poderia converter-se caso fosse resistida ou reprimida. Reprimir ou entregar-se oferece complicações; é preciso achar um caminho alternativo ou do meio.

Esse caminho do meio já foi dito e voltamos a repetir: somente o reto pensar permite-nos evitar cair na armadilha da repressão ou da entrega pura e simples aos prazeres. Porém, há que se entender que o reto pensar só se conquista, surge, aparece, quando tivermos o reto entendimento ou a compreensão das leis da vida. E como é que no dia-a-dia isso acontece, expressa-se, como vivemos isso?

A manifestação mais hábil se dá com a aplicação do pensamento concentrado, voltado para um único objeto. É impossível termos sucesso ou êxito nessa busca, se não temos ou desenvolvemos ainda a concentração correta. Reto pensar vem do reto entendimento, que é a compreensão daquilo que vamos fazer.

Muitas vezes afirmamos aqui que, em Gnose, nada se faz sem prévia compreensão da natureza ou operação que se vai levar adiante. Quando compreendemos a natureza de algo ou o propósito de algo, a concentração correta torna-se algo simples e natural. Portanto, uma mente distraída, que não foi dominada, que vive em fantasia, distancia-se da realidade e não se presta a esse tipo de trabalho.

A concentração reta sempre é feita na direção do centro de nós mesmos, da nossa realidade interior, do nosso mundo espiritual, podemos dizer assim. Entendimento reto dá-se mediante a compreensão do porquê das coisas – a vida, as Leis, o Universo – são como são. Nós somos filhos do Universo, da vida. Ao nascermos e surgirmos, tudo isso já havia, com suas Leis, suas ordens, suas hierarquias, sua organização. Não cabe aqui nenhum tipo de questionamento no sentido de por que as coisas são assim, querendo com isso propor, desenvolver alternativas; mas a nós cabe o entendimento, a compreensão e a aceitação disso que é, porque assim poderemos viver de acordo com essas Leis, poderemos harmonizar nossa vontade com a vontade universal, harmonizar nossa vida com a grande vida universal. Nisso consiste a chamada felicidade; é claro que em tudo isso há níveis e níveis de compreensão, de reto pensar ou de reta concentração. Também é evidente que só a prática constante e o tempo, isso que chamamos de tempo, levar-nos-á à perfeição ou à excelência ou aos níveis mais profundos de nós mesmos.

Nunca é demais repetir que, tanto na Gnose quanto no buddhismo, é enfatizada muito a idéia de matar o desejo ou sacrificar todas as formas de desejo. Desejo e cobiça andam de mãos dadas; aquilo que desejamos é aquilo que cobiçamos e o que cobiçamos é o objeto de nosso desejo. Quando nossa compreensão estiver completa, então, sim, abandonaremos naturalmente essas necessidades sem fundamento nas quais estamos apegados; só depois disso poderemos depararmo-nos com o ouro puro de uma liberdade tão abrangente que não tem como descrever em humanas palavras.

Até aqui nossas palavras iniciais; ficamos agora à disposição de todos para aprofundar determinadas idéias aqui colocadas, pedindo apenas que não nos desviemos do tema; vamos manter o foco no tema tratado.

Perguntas 

P: O ego ainda tem sensações depois de desencarnado e já nas regiões infernais? 

R: Sim, não podemos esquecer de que o ego é um produto da mente, é uma forma mental petrificada. Assim sendo, ele tem as sensações mentais ou as memórias dessas sensações e busca satisfazer-se. Como? Muitas vezes baixando em centros de mediunidade, não importa a linha que seja. Se um ego que seja forte pode descer, incorporar, pois ele desce e incorpora; se dá um nome importante, fala e faz algum discurso, mas o seu objetivo mesmo é satisfazer-se, satisfazer alguma sensação. O ego continua buscando gratificar-se mesmo depois de haver perdido o corpo físico ao qual estava ancorado e é justamente esse o tormento da consciência condicionada e aprisionada nestas formas egóicas.

P: Quando falamos vou cortar isso, vou parar com isso, nada mais é que nos repreendermos e não compreendermos; o reto pensar ou compreender se dá quando nós entendermos por meio de um estudo contemplativo que as coisas são como são. 

R: Isso é verdade, é exatamente isso, a compreensão dá-se como afirmamos em outras ocasiões aqui. A compreensão não é algo que você vê andar pelas ruas, não é um individuo que tem um endereço certo, RG e CPF; a compreensão é algo que se dá naturalmente como um relâmpago na noite se forem criadas as condições necessárias para isso. E uma das melhores maneiras ou métodos de se alcançar ou criar as condições necessárias para compreender é colocar a mente no estado contemplativo, um estado de pensar sem pensar.

P: O que fazer quando a vontade do trabalho, que já existe, é eclipsada quando as vontades antagônicas nos mergulham em um transe de inconsciência? O que fazer quando ainda somos “possuídos”? 

R: Isso só se vence com perseverança mesmo, porque toda guerra é feita de muitas batalhas e a guerra contra nós mesmos é levada adiante através de pequenas batalhas diárias ao longo de 15, 20, 30 anos até. Não há alternativa: é seguir batalhando dia após dia. Um dos fatores que leva a maioria dos buscadores a desistir do caminho espiritual é porque chegam às nossas escolas com uma fantasia. Quero me referir especificamente a de que alguém, fazendo meia dúzia de dias de práticas, vai ter alguma iluminação, algum insight, alguma compreensão ou algo assim – e isso não ocorre. A iluminação é um trabalho para uma vida; temos de sacrificar muitas coisas pessoais e dar o melhor de nós para esta busca. Enquanto tivermos como prioridade a vida comum e corrente da humanidade, é muito difícil alcançarmos graus de consciência, muito difícil. Claro que não se faz disso ou não se alcança vitória do dia para a noite; é um trabalho de uma vida toda; devemos sustentar diariamente este pensamento. O pensamento reto é manter o pensamento focado num propósito previamente compreendido.

P: Fale um pouco mais sobre questionamento positivo! 

R: O questionamento positivo é aquele que não envolve julgamento, crítica, ataque, rejeição. Questionar positivamente a vida é se perguntar: “por que isso ocorre?” e não dizer: “ah… Isso está errado! Isso não deveria ser assim!”. Que tipo de resposta te dará um questionamento negativo? Nenhuma. Agora, se você questionar-se positivamente, buscará e questionará tudo positivamente no sentido de buscar respostas. “Por que isso funciona assim? Por que isso não poderia funcionar assim?” e assim sucessivamente.

Para cada fenômeno existe uma lei, uma causa. Essa causa pode ser expressa, manifesta, conhecida ou desconhecida. Os ateístas materialistas acreditam que o Universo surgiu por acaso e todos os questionamentos que fazem nesse sentido não são positivos, sempre os levam a desvios. Por outro lado, se alguém entra numa religião e diz: “Deus criou o mundo!”; e aceita pacificamente isso, não está nem questionando; é um crente. Agora, o estudante que busca a iluminação ou auto-realização ele questiona as causas da existência, do sofrimento, da injustiça humana. Não fica buscando justificar, por exemplo, que o aumento da criminalidade no Brasil deve-se às injustiças sociais. As causas não só da violência, não só das injustiças, das diferenças sociais, estão dentro do próprio homem, quais são?

Jesus já trouxe essas respostas, Buddha trouxe essas respostas, as religiões antigas trouxeram essas respostas. Por isso, dissemos hoje que temos de buscar a ciência que veio do Alto, não essa criada, gerada, alimentada, propagada, defendida pelos teóricos, céticos, intelectuais, indivíduos que nada sabem, objetivamente falando.

P: Qual a diferença entre meditação e contemplação? 

R: Nenhuma, contemplar é meditar, meditar é contemplar.

P: Quando afirmamos com palavras normalmente “caímos do cavalo”, o melhor seria afirmar com a mente para não cair? 

R: Acaso o cavalo não está em sua mente, meu amigo? Você pode não cair aqui, mas cai lá.

P: Qual a diferença entre mente e intelecto? 

R: Intelecto é a forma da mente humana, assim como o instinto é a forma da mente animal. Sobre esses questionamentos que vocês apresentaram agora, fazem-me lembrar certa passagem do ensinamento buddhista que diz o seguinte: “a maioria de nós prefere olhar a janela; aquele que busca a iluminação olha o espelho. Quem olha pela janela vê o mundo, quem olha o espelho vê a si mesmo”. Ampliem essa idéia por conta própria porque é disso que se trata: ver a si mesmo, contemplar a si mesmo, observar a si mesmo, não o mundo, o exterior.

P: Em casos de muitas dificuldades com a eliminação dos defeitos podemos suplicar ajuda à Lei Divina? 

R: Sem dúvida, diria mais: agora, nesse preciso momento, se não apelarmos para a Lei Divina, dificilmente um defeito é eliminado; por que o que nos impede de avançar? Vamos supor um estudante que está 7, 10, 12 anos; se ele não avançou nada ou avançou muito pouco, isso é devido, além da sua conduta não reta, é claro, também aos defeitos kármicos, defeitos sobre os quais a lei do karma age ou atua. Para que ele avance rapidamente precisa compor com a Lei Divina uma maneira de pagar, quitar esse débito com a grande vida; assim poderá avançar mais rapidamente com menos esforço, menos dor, menos sofrimento.

P: A preguiça em suas diversas manifestações está ligada ao demônio da má vontade? 

R: Não necessariamente. A preguiça não é obrigatoriamente expressão da má vontade, se bem que muitas vezes a má vontade lança mão ou se expressa em forma de preguiça. A preguiça se dá por outros fatores; dá-se, por exemplo, por gratificação – faz parte da gratificação sensual ou sensorial. Ficar deitado numa rede, por exemplo, não fazer nada, isso é um prazer e precisa ser estudado desta forma.

P: Enfrentar o ego como uma sombra dotada de uma chispa de consciência doada por nós mesmos implica dizer que podem existir momentos em que a enfrentamos como enfrentamos alguém dotado de inteligência ou intelecto? 

R: Exatamente. A consciência engarrafada pelo ego age e reage segundo os condicionamentos do ego e ela própria passa a agir e a reagir segundo estes condicionamentos. Portanto, descondicionar a mente, desmecanizar a mente ou o pensamento faz parte, está integrado aos primeiros passos dessa disciplina que é dominar a mente.

P: Má vontade está ligada ao desânimo, ao boicote que fazemos no próprio caminhar? 

R: Sem dúvida, o demônio da má vontade disfarça-se mais como desânimo e boicotes, porque o demônio da má vontade é o rei do boicote.

P: Quando você se refere à Lei Divina, está referindo-se a Deus ou a um conjunto de Deuses? 

R: Quando mencionamos aqui “Lei Divina”, estamos referindo-nos a Deus e também aos Deuses, porque em Gnose se diz que Deus são Deuses e a vontade de nosso Pai que é Deus no céu é exatamente a mesma vontade única que é a única Lei do Universo. Se os Anciãos dos quais somos Filhos rebelassem-se, o Universo desabaria, todos Eles seguem estritamente à vontade do Absoluto; à vontade de um Ancião dos Dias, o qual é exatamente a mesma vontade do eterno Pai cósmico comum, é a mesma vontade.

P: Deus neste caso é o próprio Absoluto? 

R: Esta é uma das idéias de Deus que temos, porque podemos falar em Deus Manifestado que é o Grande Arquiteto Do Universo e em Deus Imanifestado; este é o Absoluto, mas no fundo, tudo isso não passa de jogos da mente; são idéias de Deus; não é Deus em si mesmo. Deus em si mesmo só pode manifestar-se quando os sentidos divinos estão presentes dentro de nós mesmos; temos que despertá-los para, daí, experimentar a liberdade, a vida livre em seu movimento.

P: Como eliminar a ira que sempre vem com a correria diária? 

R: Eliminar a ira, a preguiça, a raiva, a gula, o procedimento é o mesmo. Se não há estudo, análise, compreensão, não há eliminação. A eliminação dá-se naturalmente, apelando-se à Mãe Divina depois de termos feito nossa parte. Se não fazemos a lição de casa, não há eliminação não só da ira como de nenhum outro defeito.

P: Na Gnose o que podemos entender da palavra paz? 

R: Paz, como podemos entender aqui, agora, é “mente serena”, mas a substância da paz vai muito além da mente. A paz é uma das qualidades ou atributos divinos; a paz se dá com o amor e o amor está no Cristo; encarnemos o Cristo e teremos a paz absoluta; encarnemos o Buddha íntimo e teremos a paz dos Buddhas. Os Buddhas não vivem em guerras; nunca se soube que no Nirvana houvesse uma guerra entre os Buddhas. Ninguém nunca quis tomar o poder no Nirvana; conseqüentemente, paz é porque não há conflitos, divisão, competição; existe compreensão, luz, entendimento, cooperação. É o conjunto de virtudes da alma ou do Ser que nos proporciona a paz da qual tanto falamos, mas da qual estamos muito distantes.

P: Poderíamos dizer que ter paz é ter dentro uma parte do Pai, de Deus, ter Deus dentro? 

R: Sim, porque a verdadeira paz, dizia o Mestre Samael, é o coração tranqüilo. Como pode o coração estar tranqüilo se é tomado pelos demônios? Então a paz, repetindo, é ter pelo menos o Buddha íntimo encarnado, porque esse é um grau que efetivamente nos traz paz. Sabem por quê? Porque no grau de Buddha cristificamos nossa mente; uma mente cristificada torna-se um veículo adequado para servir de canal para a paz divina. Abaixo disso não é possível; abaixo disso fluem pingos, gotas da paz do Cristo, da paz do Buddha ou do Addi-Buddha.

P: Você comentou que o ego manifesta-se após a morte do corpo físico através de um médium, seria todas as vezes que ele se manifesta que se fortalece dessas energias? 

R: Não é que ele se fortalece, mas no sentido de alguém que está faminto e faz uma boa refeição, nesse sentido sim. Agora, ganhar mais força, não; ele se satisfaz, sai em busca e, se encontra um canal para se expressar ou utilizar, ali ele ocupa.

P: A ansiedade está ligada a qual dos sete braços do ego? 

R: A todos, porque a ansiedade no fundo, no fundo, é um desejo não atendido ainda; é uma cobiça não atendida ainda. Agora, de qual tipo de desejo, de cobiça, você está falando? Então, a ansiedade caracteriza-se por um estado de viver fora do aqui e agora e quaisquer dos sete grandes defeitos conhecidos podem gerar ansiedade.

P: Os Mestres da Loja Branca conhecem-nos, sabem do potencial de cada um, porém como saber a manifestação de um deles em nosso caminho? 

R: Sabendo, meu amigo, experimentando. Como é que alguém se torna um mestre em vinhos? Experimentando muitos vinhos, lendo, educando-se, treinando seus sentidos e, então, torna-se um mestre de vinhos, um enólogo. Como é que alguém vai saber da manifestação de um deles em nosso caminho? Tendo manifestações, encontros… Enquanto não tiver encontros, cada um de nós pode projetar fantasias acerca do que é um Mestre da Loja Branca; cada um de nós pode imaginar como é um Mestre. Mas essa imaginação, idéia, conceito, pode não corresponder à verdade. Tanto isso é real e puro, concreto, que muitas pessoas, quando tomam contato com a realidade tal qual ela é, frustram-se, sofrem, porque os Mestres da Loja Branca não são aquele protótipo que imaginamos de amor, de afagos, de estar sempre disponíveis para nós. Não estão. Por isso, com justa razão, é dito que “quando o discípulo está preparado, o Mestre aparece”, porque se aparecer antes mata o discípulo de diversas formas; afugenta o discípulo.

P: Tomar consciência é isolar o ego e suas manifestações, só é possível eliminá-lo através do Grande Arcano? 

R: Não! Tomar consciência é ter conhecimento de algo. Como é que eu tomo conhecimento de que o fogo queima se ninguém, supostamente, nunca me ensinou o que é fogo? nunca tenha visto fogo na minha vida e nem sei o que é queimar, nem sei o que é fogo? Como que você toma conhecimento que aquilo é fogo e queima? Primeiro, você deve ver o fogo, depois colocar a mão no fogo e aí nunca mais esquece.

Como alguém aprende ou toma consciência que tomar muito vinho pode provocar uma reação terrível? Por inconsciência, ou consciência, você passa pela experiência; tomar consciência é viver, vivenciar e depois fazer análise, o estudo, aprender e, oxalá, nunca mais repita as experiências negativas, aquelas que não somam Luz.

Os egos, em realidade, são frutos de nossas experiências não compreendidas ou de gratificações, que também são uma forma de experiência, e que ninguém nunca nos disse que fazer aquilo viciava, gerava agregados. Agora, a eliminação de um ego depois de identificado, analisado, estudado, compreendido e levado à Grande Mãe, nossa Divina Mãe Kundalini, aí sim Ela tem o poder de eliminar. O Mestre Samael, sobre isso, dizia que a potência máxima de Devi Kundalini Shakti dá-se no AZF. Só isso que disse: a eliminação não se dá só na hora do arcano. Ali está a máxima potência. A Mãe Divina elimina quando achar que deve eliminar, segundo a Lei, durante ou depois do arcano e até sem arcano algum, se você tiver mérito.

P: Quantos e quais são os Anciãos considerados nossos Pais? 

R: Cada indivíduo na Terra tem um Ancião, como dizia o Cristo: “Há tantos Pais nos céus quantos filhos há na Terra”.

P: Uma das primeiras virtudes que o estudante deve desenvolver é a humildade? 

R: A humildade é a virtude mais sutil, delicada, de todas para ser desenvolvida porque o simples pensamento de querer ser humilde já é querer ser algo e querer ser algo é falta de humildade. A humildade é uma virtude que se dá quando estivermos mortos totalmente.

Autor: Karl Bunn

Escolas da Alma (Samael Aun Weor)


ESCOLAS QUE ENSINAM FABRICAR ALMA

Isso de “fabricar alma” parece muito estranho aos religiosos e aos esoteristas. Muitos até nos caluniam, qualificando-nos de materialistas. Nós não somos Materialistas; somos esoteristas – isso é tudo.

O “animal intelectual”, equivocadamente chamado homem, crê que já tem Alma e realmente não a tem.

Querido leitor, não se assuste, não se escandalize, leia com paciência, analise, investigue.

O “animal intelectual” só tem encarnado o Buddhata, o princípio Buddhista Interior, a Essência, o Material Psíquico, a Matéria Prima para fabricar a Alma. É necessário despertar a Consciência, despertar o Buddhata e fortificá-lo, robustecê-lo, individualizá-lo; isto é o que se chama “fabricar Alma”.

As Escolas que ensinam a fabricar Alma estão governadas por Instrutores que já possuem Alma. Só quem tem Alma pode ensinar aos outros a teoria completa sobre a fabricação da Alma.

Toda escola que ensina fabricar Alma sabe muito bem que o homem tem um Eu Pluralizado, que malgasta, miseravelmente, o material psíquico em explosões atômicas de ira, cobiça luxúria, orgulho, inveja, preguiça, gula, etc., etc., etc.

Enquanto esse Eu Pluralizado existir dentro do homem, estaremos perdendo, miseravelmente, as forças do Buddhata. Faz-se necessário dissolver esse Eu, se é que queremos, realmente, fabricar Alma.

O verdadeiro trabalho de um Instrutor com Alma é reformar todos aqueles que aceitem a reforma; fazer normais as pessoas, dirigir uma escola de normalidade. Realmente, só os normais podem se desenvolver. Só os normais podem chegar a ser SUPERNORMAIS.

As multidões não têm Alma; estão controladas pelo Eu Pluralizado, e, portanto, não têm individualidade; são ANORMAIS. Isso parecerá muito duro a muitos leitores, mas é a verdade. Devemos dizer a verdade, custe o que custar.

Todo Instrutor com Alma deve ensinar a seus discípulos a teoria da aquisição de uma Alma. No entanto, por muito que lhes ensine tal Instrutor, é relativo. O discípulo tem que fazer o trabalho, porque o Instrutor não pode fazer o discípulo. Cada qual tem que percorrer o caminho por si mesmo. O Instrutor de uma Escola de Almas trabalhará com embriões de Almas, ajudando-as em seu crescimento, desenvolvimento e progresso.

Toda escola que ensina a dissolução do Eu é uma Escola de Almas. Há Escola de Almas nos ensinamentos de Krishnamurti, no Buddhismo, Buddhismo Chan, Buddhismo Zen, Sufismo, Quietismo Cristão, etc., etc., etc. Toda Escola de Almas ensina a técnica para a dissolução do Eu. Realmente, só à base de compreensão criadora de todos os nossos erros, em todos os níveis mais profundos da mente, desintegra-se, inevitavelmente, o Eu.

As Escolas para Almas ensinam também chaves, sistemas e procedimentos para despertar os poderes do Buddhata. As Escolas para Almas têm métodos muito eficazes para despertar o Buddhata. As Escolas para Almas ensinam a Ciência da Meditação Íntima, com a qual desperta a Consciência (o Buddhata). Assim, chegamos à Iluminação Interna.

Os Instrutores das Escolas para Almas querem a aniquilação do Eu Pluralizado (Satã). Os Instrutores das Escolas para Almas querem que dentro do ser humano só exista um habitante, o Buddhata (Alma). Realmente, o Buddhata está feito, por natureza, de felicidade. O Buddhata é felicidade.

Toda escola que ensine a dissolução do Eu é uma Escola para Almas.

Autor: V. M. Samael Aun Weor

Escolas de Espírito (Samael Aun Weor)


ESCOLAS QUE ENSINAM A FABRICAR ALMA E ESPÍRITO

Toda escola que ensina a fabricar Alma e Espírito é uma Escola de Regeneração. As escolas que ensinam a fabricar Alma, unicamente, fazem uma boa obra, mas as que ensinam a fabricar Alma e Espírito fazem uma “obra superior”.

O homem que somente fabrica Alma pode ser mortal ou imortal. É imortal se ingressa em uma Escola de Regeneração; é mortal se não ingressa em nenhuma Escola de Regeneração.

Toda Escola de Regeneração ensina o Maithuna (Magia Sexual). Quem rechaça o Fogo Sagrado do Sexo faz-se mortal. A Alma que não quer receber o Fogo Sagrado do Terceiro Logos vai perdendo suas forças íntimas, pouco a pouco, e depois de muitas reencarnações, por fim, morre.

Quando trabalhamos na fabricação de Alma, nosso trabalho se faz no Mundo Molecular. Quando trabalhamos na Fabricação do Espírito, operamos no Mundo Eletrônico Solar. Os “animais intelectuais” comuns e correntes, realmente só conhecem este Mundo Celular (o mundo físico).
Toda autêntica escola de regeneração ensina os três fatores básicos da revolução da Consciência. Esses três fatores são: Morrer, Nascer e Sacrificar-nos pela humanidade. O Eu Pluralizado deve morrer para se fabricar Alma.

Devemos trabalhar com o Hidrogênio SI-12 da energia sexual, transmutando-o através da alquimia sexual, para termos direito ao segundo nascimento. Só nascendo o Anjo dentro de nós mesmos seremos imortais. É absurdo pensar no advento do Fogo, se não sabemos transmutar a energia sexual. O Fogo Sagrado resulta da transmutação de nossas secreções sexuais.

Quem não conhece o Maithuna (Magia Sexual), não pode receber o Fogo Sagrado. Se a Alma não recebe o Fogo, se desvanece e morre depois de muitos séculos… Pouco a pouco… .

O Movimento Gnóstico é uma Escola de Regeneração com os três princípios básicos da Revolução da Consciência. Também são Escolas de Regeneração: o Buddhismo Tântrico do Tibete, a Igreja Amarela dos Lamas, o Sufismo com seus Dervixes Dançantes, o Buddhismo Zen, o Buddhismo Chan, da China, etc.

No passado existiram grandes Escolas de Regeneração. Recordemos os Mistérios de Elêusis, os Mistérios Egípcios, Astecas, Maias, Incas, os Mistérios Órficos, os Mistérios dos Kabires e dos Dáctilos.

Os piores inimigos das Escolas de Regeneração são os infrasexuais. O infrasexual se considera superior às pessoas de sexualidade normal e odeiam, mortalmente, o Suprasexo.

O Movimento Gnóstico é uma Escola de Regeneração mortalmente odiada pelos infrasexuais. Os degenerados do infrasexo se crêem mais perfeitos que o Terceiro Logos e blasfemam dizendo: “o sexo é algo muito grosseiro”; “a materialista Magia Sexual é algo animal”; “nós trabalhamos pela espiritualização”.

Os degenerados do infrasexo se crêem mais puros que o Espírito Santo e falam horrores contra o sexo e contra a Magia Sexual.
Recordemos que as três forças principais do Universo são:
Primeiro: A Vontade do Pai.
Segundo: A Imaginação do Filho.
Terceiro: A Força Sexual do Espírito Santo.

Todo aquele que se pronuncie contra qualquer destas três forças Logóicas é, de fato, um mago negro.

O trabalho com o Hidrogênio SI-12 é realmente terrível. O Iniciado tem que viver o Drama Cósmico. O Iniciado tem que se converter no personagem central desse Drama Cósmico.

O Iniciado que logrou fabricar Alma e Espírito tem todo o direito de encarnar sua Divina Tríade Imortal (Atman-Buddhi-Manas), porque ao que tem se lhe dá e quanto mais tem, mais se lhe dá, mas ao que nada tem nada lhe será dado e até o que tem lhe será tirado.

É absurdo afirmar que a Tríade Divina já está encarnada. Só fabricando Alma e Espírito podemos encarná-la.

As pessoas que, definitivamente, não fabricam Alma nem Espírito, se perdem, rompem toda a relação com a Mônada Divina (Atman-Buddhi-Manas).

Essas pessoas se fazem partícipes do reino mineral e ingressam em tal reino. Todas as religiões confessionais têm simbolizado dito reino como seus Infernos. Recordemos o Tártarus grego, o Avitchi, o Averno romano, o Inferno chinês, o Inferno cristão, etc., etc., etc.

No Reino Mineral se involuciona… É um cair no passado… Um retrocesso pelos reinos animal, vegetal e mineral. O resultado final de semelhante desgraça é a desintegração. Certamente, esse é o objetivo de semelhante involução no reino mineral.

Necessita-se dissolver o Ego no Avitchi para libertar o Buddhata. Toda autêntica Escola de Regeneração sabe disso e quer salvar o homem.

As Escolas de Regeneração produzem Adeptos, verdadeiros Mestres da Grande Loja Branca.

O Movimento Gnóstico é uma Escola de Regeneração Autêntica.

No mundo existem milhares de escolas que prometem maravilhas, mas só as Escolas de Regeneração Autênticas podem produzir verdadeiros Mestres de Mistérios Maiores com poderes sobre o Fogo, o Ar, a Água e a Terra.

Poderão existir muitas religiões, ordens e seitas, mas só as Escolas de Regeneração podem produzir Anjos e Mahatmas.
As Escolas de Regeneração têm a alta honra de terem produzido Mestres como: Buddha, Jesus, Dante, Hermes, Quetzalcoatl, etc., etc., etc.

Cuidado, querido leitor! Não confunda gato por lebre! Escola que não ensine os três fatores de revolução da Consciência, não é realmente Escola de Regeneração. Escola que ensine o caminho da fornicação não é Escola de Regeneração. Escola que ensine a fortificar o Eu, não é Escola de Regeneração. Por seus frutos as conhecereis. Conhece-se a árvore pelos seus frutos. Tal fruto, tal árvore.

Autor: Samael Aun Weor

Escolas de Yoga (Samael Aun Weor)


Por estes tempos abunda a literatura sobre Yoga e formam-se grupos de Hatha Yoga por todas as partes. Faz-se necessário, que esclareçamos esta questão para o bem de todos os aspirantes à luz.

Existem, na Índia, sete grandes Escolas de Yoga e todas elas são muito úteis, porque servem de Jardim de Infância à humanidade.

Nas escolas de Yoga há muito de útil e muito de inútil. Faz-se necessário distinguir entre o útil e o inútil, assim como entre o mais útil e o menos inútil.

Os estudantes sérios que percorreram a Índia, sabem muito bem que o melhor de todas essas escolas, o mais transcendental, está no Sexo-Yoga, no Tantrismo Branco.

A Hatha Yoga é Jardim de Infância quando só atende às necessidades físicas e práticas de ginástica. Porém, a Hatha Yoga Tântrica já não é Jardim de Infância; é, de fato e por direito próprio, Escola de Regeneração, já que se relaciona com o Maithuna (Magia Sexual), e com todas as suas shádanas tântricas ou sábias posturas mágico-sexuais.

A Raja Yoga é Jardim de Infância quando só se relaciona com os Chacras, Discos ou Rodas Magnéticas do homem. Mas, quando se combina com a Kundalini Yoga e a Magia Sexual, deixa de ser Jardim de Infância e, de fato, converte-se em Escola de Regeneração.

A Gnana Yoga é Jardim de Infância, quando só se preocupa com a mente e seus poderes; mas, quando se combina com o Tantrismo Branco, de fato, já não é Jardim de Infância, converte-se em Escola de Regeneração.

O Karma Yoga é Jardim de Infância, quando só estuda o caminho da Reta Ação, na forma teórica, quando o devoto ainda não é capaz de modificar as circunstâncias da vida, quando ainda não possui o Ser. Recordemos que só o Ser, isto é, o Íntimo, o Anjo Interno pode fazer. O “animal intelectual” tem a ilusão de que faz, quando na realidade, não faz, tudo acontece através dele.

Só o Ser pode modificar as circunstâncias da vida, e para possuir o Ser é necessário praticar Magia Sexual, dissolver o Eu e Sacrificar-nos pela humanidade.

A Laya Yoga é Jardim de Infância, se só atende ao relacionado com a respiração e meditação. Deixa de ser Jardim de Infância, quando se combina com o Maithuna (Magia Sexual).

O Samadhi Yoga é Jardim de Infância, quando não se combina com o Maithuna, porque a forma mais elevada do Êxtasis logra-se com o Maithuna (Magia Sexual).
Quem tem viajado pela Índia, Tibete, China, Japão, Grande Tartária, etc., sabe muito bem que o mais sério da Yoga está no Tantrismo. Realmente, sem o Tantrismo (Magia Sexual), é absolutamente impossível obter o Adeptado.

O exotérico círculo público de toda escola de Yoga é Jardim de Infância. O esoterismo ou círculo secreto de toda escola de Yoga não é Jardim de Infância, é Escola de Regeneração.

Nos antigos tempos, ensinava-se em todos os Ashrams da Índia, publicamente, o Maithuna, mas então, os irmãozinhos e irmãzinhas ioguis abusaram formando escândalos. Os Gurus desses Ashrams tiveram que correr a cortina do esoterismo, e hoje, só muito secretamente, ensina-se o Maithuna em alguns Ashrams. Esta medida drástica dos Gurus desses Ashrams converteuseus Ashrams em Jardins de Infância para principiantes.

Não obstante, esses Gurus praticam Maithuna e o ensinam aos mais preparados; assim evitam-se escândalos.

No mundo ocidental não se compreendeu a Yoga devidamente, e como é natural, formaram-se muitos grupos infra-sexuais que odeiam mortalmente o sexo.

Realmente, a Yoga sem o sexo, sem o Maithuna (Magia Sexual), é como um jardim sem água.

A yoga sem o sexo é Jardim de Infância, mas não é escola de regeneração. A yoga sem o Maithuna não pode auto-realizar ninguém.
Recordemos a escola de Yogananda. Nós conhecemos muito bem a kriya de Yogananda, temo-la estudado muito a fundo… Está incompleta, faltam-lhe os Tantras, falta-lhe o Tantrismo do Tibete. Yogananda não recebeu a Kriya completa, por isso, dita Kriya, não pode realizar ninguém.

Não queremos dizer com isto que dita kriya não sirva, é claro que serve como Jardim de Infância, e isso é tudo. O absurdo é adulterar a Gnose, adulterar o conhecimento, colocando dita kriya dentro do Movimento Gnóstico. O adultério está totalmente proibido no Evangelho Cristão.

Realmente, a kriya de Yogananda não é senão um ramo da Laya Kriya Sádhana Tântrica do Tibete. Sem os tantras, dita kriya está incompleta e, portanto, ninguém pode auto-realizar-se com dita kriya. Nem sequer, ainda, o mesmo Yogananda logrou a Auto-Realização. Yogananda necessita reencarnar-se para se casar e trabalhar com o Maithuna. Só assim logrará a Auto-Realização Íntima.

O grave dos fanáticos do infra-sexo é que estão plenamente convencidos que podem auto-realizar-se, renunciando ao sexo ou fornicando…

A Teosofia e as escolas Pseudo-Rosacrucistas têm feito crer a todos os estudantes pseudo-ocultistas que o ser humano já possui os sete corpos. Esse conceito é falso. O que sucede é que os clarividentes de dita sociedade, devido à falta de iniciação cósmica, têm dado uma informação deficiente, confundindo o corpo de desejos com o Corpo Astral, a legião do Eu com o Mental, a Essência ou Budata com o Corpo Causal, etc., etc., etc.

Nestas condições e com esses supostos na mente, é claro que os fanáticos do ioguismo, pseudo-esoterismo, pseudo-ocultismo, etc., não têm compreendido a necessidade de se criarem os corpos internos, crêem que já os possuem, estão mal informados.

Se eles compreendessem, a fundo, isto dos corpos internos e se baseassem na Lei das Analogias Filosóficas, trabalhariam com o Maithuna (Magia Sexual), porque compreenderiam que tal como é acima é abaixo e que, se com o ato sexual engendramos filhos, também pela Lei das Analogias, com esse mesmo ato, engendramos nossos corpos internos.

Desgraçadamente, nossos irmãos pseudo-ocultistas e pseudo-esoteristas estão pessimamente informados. A ignorância é a mãe de todos os erros.

Autor: V. M. Samael Aun Weor

Escolas de Magia Negra (Samael Aun Weor)


Existem três classes de Tantrismo: Branco, Negro e Cinza.
As Escolas de Magia Branca se baseiam no Tantrismo Branco. As Escolas de Magia Negra se baseiam no Tantrismo Negro. As Escolas de Tantrismo Cinza são incoerentes, vagas, imprecisas, mas conduzem o Iniciado ao Tantrismo Negro.

Entende-se por Tantrismo Branco a conexão sexual sem ejaculação seminal. Entende-se por Tantrismo Negro a conexão sexual com ejaculação do Sêmen.

Entende-se por Tantrismo Cinza a conexão sexual em que, às vezes, existe ejaculação do Sêmen e, às vezes, não existe ejaculação do Sêmen.

As Escolas de Regeneração proíbem a ejaculação do Sêmen. As Escolas de Magia Negra não proíbem a ejaculação do Sêmen e até justificam, à sua maneira, dita ejaculação com frases e sentenças religiosas.

Os Iniciados das Escolas Tântricas trabalham com o Hidrogênio SI-12. Este é o Hidrogênio do sexo. Dito Hidrogênio processa-se no organismo humano, de acordo com a Lei das Oitavas Musicais, desde DÓ até SI.

Todo organismo humano desenvolve-se na matriz dentro das notas DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI. O Verbo, a Música, dá origem à Creação.

O Hidrogênio SI-12, depois de se processar inteligentemente dentro do organismo humano, pode, mediante o Maithuna, sem ejaculação do sêmen, receber um choque adicional que o colocará na nota DÓ de uma segunda oitava superior. Então, depois de saturar, de forma íntegra, todas as células orgânicas, se cristalizará na forma esplêndida de um corpo independente, luminoso e resplandecente. Esse é o Corpo Astral dos Adeptos e Anjos da Grande Loja Branca, o Corpo Solar.

Os seres humanos, comuns e correntes, não têm Corpo Astral. Só têm o corpo molecular dos profanos, o Corpo de Desejos mencionado por Max Heindel. Nesse corpo se viaja durante o sonho e depois da morte. Dito corpo substitui, por agora, o Corpo Astral e é um corpo frio, lunar, fantasmático, feminino, lunar.

Realmente, o Corpo Astral é um luxo que bem poucos podem se dar. Necessitamos transmutar o chumbo em ouro. Necessitamos transmutar a carne e o sangue de nosso corpo físico em Corpo Astral. Isso só é possível com o Hidrogênio SI-12.

O Corpo Astral deve substituir o corpo físico, e o substitui de fato. O Corpo Astral está controlado por 24 Leis, e seu alimento básico é o Hidrogênio 24.

Quem já possui Corpo Astral deve, mediante a Transmutação Sexual, colocar o Hidrogênio SI-12 na nota DÓ da terceira oitava superior. Então, o maravilhoso Hidrogênio SI-12 se cristalizará na esplêndida forma do Corpo Mental.

Assim o Iniciado ficará dotado da Mente Cristo do Arhat Gnóstico. O Corpo Mental está controlado por 12 Leis e seu alimento básico é o Hidrogênio 12 da Mente, que não devemos confundir com o Hidrogênio SI-12 do sexo. (Esclarecemos isto para evitar confusões).

A Mente do Arhat Gnóstico resplandece maravilhosamente no mundo do Fogo Universal. É a Mente que realiza maravilhas e prodígios. É a Mente que pode fazer milagres.

Todo Iniciado, em poder de um corpo físico são, de um Corpo Astral e de um Corpo Mental, deve, mediante a Magia Sexual, sem ejaculação do sêmen, dar um choque adicional ao Hidrogênio SI-12, para passá-lo à nota DÓ de uma quarta oitava superior, que produzirá a cristalização do Hidrogênio SI-12, na forma do Corpo da Vontade Consciente.

Ao chegarmos a estas alturas, já possuímos os Quatro Corpos Sagrados. O Corpo da Vontade Consciente é o Corpo Causal de que fala a Teosofia, supondo, equivocadamente, que todos os seres humanos já o possuem, quando, na realidade, só os Adeptos da Grande Loja Branca o possuem.

Dito Corpo está controlado por 6 Leis e seu alimento básico é o Hidrogênio 6. Só quem possui realmente os Quatro Corpos de Perfeição pode encarnar sua Mônada Divina, sua Divina Tríade Imortal. Um homem assim é um Homem de Verdade, um Mestre de Mistérios Maiores da Grande Loja Branca.

Um Adepto Branco é, pois, a cristalização positiva do Hidrogênio SI-12. Porém, temos que esclarecer que existem cristalizações negativas: a dos Adeptos da Magia Negra. Eles também trabalham com o Hidrogênio SI-12. Eles têm Ritos Sexuais Tântricos Negros. Eles ejaculam o licor seminal durante a conexão. Eles também imprimem choques adicionais ao Hidrogênio SI-12, que os colocam em oitavas musicais inferiores a deste mundo físico em que vivemos. Então, cristaliza-se o Hidrogênio SI-12, na forma do Corpo de Desejos, robustecendo-o e desenvolvendo-o com todos seus poderes tenebrosos, submergidos, diabólicos.

Quando um Iniciado descobre que sua cristalização como Adepto tem sido negativa, deve dissolver sua cristalização, à vontade, e essa é uma operação terrivelmente dolorosa. Quando não dissolve sua cristalização à vontade, tem que ingressar no Reino Mineral, abaixo da superfície da camada terrestre, onde involuciona no tempo, passando pelos reinos animal, vegetal e mineral, até se desintegrar totalmente. Esse é o Abismo e a Segunda Morte.
No Tibet, o Clã de Dag Dugpa pratica o Tantrismo Negro. Os Iniciados Negros Bonzos e Dugpas ejaculam o sêmen, misticamente, como os tenebrosos do Subud.

Bonzos e Dugpas de barrete vermelho têm um procedimento fatal para reabsorverem o sêmen carregado de átomos femininos de dentro da própria vagina da mulher, fazendo-os subir pela uretra com a força da mente, para levá-lo [em forma de energia] até o cérebro.

Assim é como os Adeptos da Mão Esquerda pretendem mesclar átomos solares e lunares, com o propósito de despertarem o Kundalini. As intenções são boas, mas o procedimento é negativo porque o sêmen derramado está carregado de átomos do Inimigo Secreto. As más conseqüências de semelhante procedimento são o despertar negativo do Kundalini, e a cristalização negativa do Hidrogênio SI-12.
No mundo ocidental, as Escolas de Tantrismo Negro identificam-se com o Cristo e com os Evangelhos. Falam coisas inefáveis, bendizem e derramam misticamente o sêmen. O resultado é o mesmo que obtêm os fracassados do Clã Dag Dugpa.

São milhares as Escolas que parecem mais brancas que neve e são mais negras que o carvão. O mais difícil é reconhecer as Escolas Negras. Seus instrutores tenebrosos, sendo diabos parecem Cristos Vivos, e como é apenas natural, fascinam seus seguidores. Uma pessoa se assombra, ao escutar esses lobos vestidos com pele de ovelha. Pelo comum, são equivocados sinceros e senhores de muito boas intenções. Falam coisas inefáveis e até se tornam caritativos e santarrões.

Como duvidar de tanta doçura? Como duvidar de sua bondade? Como duvidar de sua ternura e de suas obras de caridade? O mais curioso é que, pelo comum, estes Adeptos da Mão Esquerda, se pronunciam contra a Magia Negra. Como duvidar deles? E, no entanto, são mais negros que o carvão. É um problema terrível!
Existem Escolas Negras que praticam com mente em branco. Querem “mente em branco” sem conhecerem Buddhismo Zen, sem terem ensaiado jamais com um Koam, sem terem estudo a fundo a Ciência do Prathyara e a Lei da Bipolaridade Mental; sem conhecerem a Lei pela qual a Essência da Mente se liberta de dentro da garrafa das antíteses para mesclar-se com a Mônada e chegar ao Satori (Iluminação).

Os fanáticos de ditas Escolas Negras crêem que isso da “mente em branco” é algo assim tão fácil como soprar e fazer bolhas; esperam que a “Grande Realidade” entre neles para lhes sacar fora as entidades animalescas, bestiais, que constituem o Eu Pluralizado. Querem que a Divindade entre neles sem terem os Veículos Solares (ditos veículos só os têm aqueles que trabalham intensamente com o Hidrogênio SI-12). Tentar encarnar a Grande Realidade sem possuir os Veículos Solares é como querer selar antes de trazer os animais.

Os fanáticos de ditas escolas querem tornar consciente o subconsciente sem se preocuparem em dissolver o Eu, e sem trabalharem com o Hidrogênio SI-12.

É de se horrorizar vendo-os cair ao solo, espumando pela boca, presos de espantosos ataques epilépticos. São possessos que crêem que vão indo muito bem. Abundam estas vítimas no Subud, assim como em todos os centros espíritas, Cherenzistas, etc.

Não querem esses pobres fanáticos das Escolas Negras darem-se conta que ainda são embriões, que ainda não têm Corpo Astral, que só têm o Corpo Lunar frio, fantasmático e que, se no mundo físico, aparentemente, são homens, na região molecular, são mulheres sonhadoras, subconscientes, frias, fantasmáticas…

Ignoram esses pobres débeis, que ainda não têm Corpo Mental, que só têm o Eu Mental Pluralizado (legião de diabos), que usa como veículo o Corpo Lunar. Ignoram esses pobres tontos que ainda não têm o Corpo da Vontade Consciente e que só possuem a força do desejo lunar. Esses fanáticos tenebrosos se crêem semideuses e crêem que a divindade pode se manifestar através de pessoas que ainda não têm os Corpos Solares.

Os Magos Negros são lunares cem por cento. Nós devemos nos libertar da influência lunar e converter-nos em Seres Solares. Nós devemos trabalhar com o Hidrogênio SI-12, transmutando-o, de acordo com a Lei das Oitavas, para adquirirmos os Corpos Solares e converter-nos em Seres Solares.

Invocações e Evocações: Vozes Entre os Véus

Desde as eras mais remotas da humanidade, o ser humano buscou estabelecer contato com o invisível. As fogueiras dos xamãs, os altares dos ma...