segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Biografia Giovanni Pico della Mirandola



Giovanni Pico della Mirandola (Mirandola, 24 de fevereiro de 1463 — Florença, 17 de novembro de 1494) foi um erudito, filósofo neoplatônico e humanista do Renascimento italiano.

Giovanni, o filho mais jovem de Gian Francesco I e Giulia Boiardo, conde e condessa de Concordia e de Mirandola no Ducado de Modena, desde a infância impressionava por seus dotes intelectuais que incluíam uma extraordinária memória e dons artísticos muito desenvolvidos. Decidiu dedicar a sua vida inteiramente aos estudos e com apenas catorze anos de idade, partiu para a Universidade de Bolonha com o objetivo de estudar Direito Canônico e preparar-se para seguir a carreira eclesiástica. Entretanto, insatisfeito com os estudos puramente jurídicos, decidiu aprofundar-se em Filosofia e Teologia que despertaram-lhe a predileção.

Giovanni passou ainda sete anos viajando pela Itália e França, estudando em suas principais faculdades em Ferrara, Pádua e Paris, enquanto se dedicava a aprender os idiomas latino, grego, hebraico, árabe e sírio.

Após adquirir, em suas viagens pela Europa, cerca de sessenta manuscritos atribuídos ao sacerdote e escriba judeu Esdras, filho do sumo sacerdote Seraías e autor bíblico de um dos livros históricos de mesmo nome do Antigo Testamento (cfe. mencionado em II Reis 25:18-21), Giovanni veio a interessar-se pelo estudo da Cabala e do Talmud, tendo a idéia de combinar esse conhecimento místico-religioso com a filosofia.

O seu objetivo principal era conciliar religião e filosofia. Assim como o seu mestre Marcílio Ficino, Giovanni baseava as suas concepções principalmente em Platão, em oposição à Aristóteles. Todavia Giovanni era em essência um eclético e em muitos aspectos, ele representava uma reação contra os exageros do humanismo. De acordo com ele, deveríamos estudar as fontes hebraicas e talmúdicas, enquanto que as melhores conquistas da escolástica deveriam ser preservadas. O seu Heptaplus, uma exposição místico-alegórica da criação do mundo de acordo com os sete sentidos bíblicos, segue essa ideia; ao mesmo período pertence De ente et uno, com explanações de várias passagens dos livros mosaicos, platônicos e aristotélicos.

Já em Roma, no ano de 1486, Giovanni com apenas 23 anos de idade, publica as suas polêmicas 900 teses intituladas Conclusiones philosophicae, cabalisticae et theologicae, onde ele acreditava ter desvelado as bases de todo o conhecimento da humanidade, combinando elementos do neoplatonismo, hermetismo e cabalismo, além de versar sobre lógica, matemática, física. Ele se oferece para pagar as despesas de qualquer um que estivesse disposto a vir até Roma e enfrentá-lo em uma discussão pública sobre as teses. Neste ano publica o seu trabalho mais conhecido, De hominis dignitate oratio (Discurso sobre a Dignidade do Homem), que serve como uma introdução às 900 teses.

Entretanto, das 900 teses, treze foram consideradas heréticas pela Igreja Católica e ele é proibido de ir adiante com as discussões públicas. Uma comissão de inquérito da igreja convida Giovanni para retratar-se, o que ele efetivamente faz. Giovanni tenta ainda defender as suas treze teses com o opúsculo Apologia Ioannis Pici Mirandolani, concordiae comitis, mas não obtém sucesso. Contrafeito com a condenação, decide viajar novamente, visitando a França e em seguida retornando à Florença.

Ao final de sua vida, destrói seus trabalhos poéticos e torna-se um defensor do Cristianismo contra os judeus, muçulmanos e astrólogos. Morre jovem em 1494, aos 31 anos, após sucumbir a uma febre, no dia em que Carlos VIII da França entrou em Florença, após expulsar Piero de Médici. Giovanni é considerado o primeiro erudito cristão a mesclar elementos da doutrina cabalística e teologia cristã.

Seu sobrinho, o também filósofo e erudito Giovanni Francesco Pico della Mirandola, escreveu uma detalhada biografia de Giovanni em 1496, chamada Ioannis Pici Mirandulae Vita.

Filosofia

Na Oratio, Giovanni justifica a importância da busca humana pelo conhecimento numa perspectiva neoplatônica. Ele afirma que Deus, tendo criado todas as criaturas, foi tomado pelo desejo de gerar uma outra criatura, um ser consciente que pudesse apreciar a criação, mas não havia nenhum lugar disponível na cadeia dos seres, desde os vermes até os anjos. Então Deus criou o homem, que ao contrário dos outros seres, não tinha um lugar específico nessa cadeia. Em lugar disso, o homem era capaz de aprender sobre si mesmo e sobre a natureza, além de poder emular qualquer outra criatura existente. Desta forma, segundo Giovanni, quando o homem filosofa, ele ascende a uma condição angélica e comunga com a Divindade, entretanto, quando ele falha em utilizar o seu intelecto, pode descer à categoria dos vegetais mais primitivos. Giovanni, deste modo, afirma que os filósofos estão entre as criaturas mais dignificadas da criação.

A ideia que o homem pode ascender na cadeia dos seres pelo exercício de suas capacidades intelectuais foi uma profunda garantia de dignidade da existência humana na vida terrestre. A raiz da dignidade reside na sua afirmação que somente os seres humanos podem mudar a si mesmos pelo seu livre-arbítrio. Ele observou na história humana que filosofias e instituições estão sempre evoluindo, fazendo da capacidade de auto-transformação do homem a única constante.

Em conjunto com sua crença que toda a criação constitui um reflexo simbólico da Divindade, a filosofia de Giovanni teve uma profunda influência nas artes, ajudando a elevar o status de escritores, poetas, pintores e escultores, como Leonardo da Vinci e Michelangelo, de um papel de meros artesãos medievais a um ideal renascentista de artistas considerados gênios que persiste até os dias atuais.

Obras

Suas principais obras são:

Heptaplus, (Florença, 1480)
De ente et uno, (1480)
De hominis dignitate oratio, (1480)
Conclusiones philosophicae, cabalisticae et theologicae, (Roma, 1486)
Apologia Ioannis Pici Mirandolani, concordiae comitis, (1489)
Disputationes adversus astrologiam divinatricem, (Bolonha, 1495)
Aureae ad familiares epistolae, (Paris, 1499)

Ducado de Mirandola

O Ducado de Mirandola (em italiano Ducato della Mirandola) foi um estado italiano independente entre 1310 e 1711, e cuja capital foi a cidade de Mirandola. A família Pico, à qual pertenceu o célebre humanista Giovanni Pico della Mirandola, governou este ducado que, em 1711 foi integrado no Ducado de Módena, governado pelos Este.

No curso da sua história, Mirandola, cidade poderosamente fortificata, foi sujeita a dois assédios, o primeiro em 1510 durante o governo do Papa Júlio II e o segundo, em 1551, sob o Papa Júlio III .

Governantes de Mirandola

Ao senhorio de Mirandola foi, desde logo, associado o senhorio de Concordia, uma localidade vizinha, governados em conjunto pela família Pico, conhecida como os Pico della Mirandola.

Senhores de Mirandola

Francisco I (Francesco I Pico), 1311-1311

Senhores de Mirandola e Concordia

Francisco II (Francesco II Pico), 1354-1399
Francisco III (Francesco III Pico) com João I (Giovanni I Pico) e Aiace Pico, 1399-1429
Francisco III (Francesco III Pico) com João I (Giovanni I Pico), 1429 - 1432
Senhores de Mirandola e Condes de Concordia[editar | editar código-fonte]
Francisco III (Francesco III Pico) com João I (Giovanni I Pico), 1432-1451
Francisco III (Francesco III Pico), 1451-1461
João Francisco I (GianFrancesco I Pico), 1461-1467
Galeotto I, 1467-1499
João Francisco II (GianFrancesco II Pico), 1499-1502
Frederico I (Federico I Pico) com Luís I (Ludovico I Pico), 1502-1504
Luís I (Ludovico I Pico), 1504-1509
Galeotto II, 1509-1511
João Francisco II (GianFrancesco II Pico), 1511-1511
Galeotto II, 1514-1533

Condes de Mirandola e Concordia

Galeotto II, 1533-1550
Luís II (Ludovico II Pico), 1550 - 1558
Galeotto III, 1568-1592
Frederico II (Federico II Pico), 1592-1596

Príncipes de Mirandola e Marqueses de Concordia

Frederico II (Federico II Pico), 1596-1602
Alexandre I (Alessandro I Pico), 1602-1619

Duques de Mirandola e Marqueses de Concordia

Alexandre I (Alessandro I Pico), 1619-1637
Alexandre II (Alessandro II Pico), 1637-1691
Francisco Maria (Francesco Maria Pico), 1691-1708

Família Pico

Os Pico, também conhecidos por Pico della Mirandola, foram uma família nobre italiana que detinha a soberania do Ducado de Mirandola e sobre outros territórios vizinhos, como Concordia, durante mais de quatro séculos, até que os seus domínios foram anexados pelos Este de Módena em 1711.

A família tem origem num certo Hugo (Ugo) Pico, filho de Manfredo Pico, ao qual é entregue, como recompensa dos serviços prestados, o castelo de Mirandola.

O mais conhecido membro da família foi o humanista e filósofo Giovanni Pico della Mirandola.

Linha dinástica

Senhores de Mirandola

1311 - 1322 ca: Francisco I Pico

Senhores de Mirandola e Concordia

1354 - 1399: Francisco II Pico
1399 - 1429: Francisco III Pico com João I Pico e Aiace Pico
1429 - 1432: Francisco III Pico com João I Pico

Senhores de Mirandola e condes de Concordia

1432 - 1451: Francisco III Pico com João I Pico
1451 - 1461: Francisco III Pico
1461 - 1467: João Francisco Pico
1467 - 1499: Galeotto I Pico
1499 - 1502: João Francisco II Pico
1502 - 1504: Frederico I Pico com Ludovico I Pico
1504 - 1509: Ludovico I Pico
1509 - 1511: Galeotto II Pico
1511 - 1511: João Francisco II Pico
1514 - 1533: Galeotto II Pico

Condes de Mirandola e Concordia

1533 - 1550: Galeotto II Pico
1550 - 1558: Ludovico II Pico
1568 - 1592: Galeotto III Pico
1592 - 1596: Frederico II Pico

Príncipes de Mirandola e Marqueses de Concordia

1596 - 1602: Frederico II Pico
1602 - 1619: Alexandre I Pico

Duques de Mirandola e Marqueses de Concordia

1619 - 1637: Alexandre I Pico
1637 - 1691: Alessandro II Pico
1691 - 1708: Francisco Maria II Pico

Outros membros ilustres da família

Agnese Pico (1303-1340), casou com Guido Gonzaga, senhor de Mântua
Brigida Pico (1633-1720), regente (1691-1706) em nome do seu sobrinho neto e último duque Francisco Maria II Pico
Ludovico Pico della Mirandola (1668-1743), cardeal

Biografia Marsilio Ficino


Marsilio Ficino (Figline Valdarno, Florencia, 19 de octubre de 1433, - Careggi, Florencia, 1 de octubre de 1499) fue un sacerdote católico, filólogo, médico y filósofo renacentista italiano, protegido de Cosme de Médicis y de sus sucesores, incluyendo Lorenzo de Médici (llamado "el Magnífico"), fue además el artífice del renacimiento del neoplatonismo y encabezó la famosa Academia platónica florentina.

Era hijo de Diotifece, médico famoso, cirujano de los Médici. Su nombre «Ficino» viene probablemente de la abreviación del nombre del padre. Lo usó por primera vez en 1456. De 1448 a 1451 estudió medicina en la Universidad de Pisa-Florencia pues su padre quería que tuviera su misma profesión. Sin embargo, aunque Marsilio publicó algunas obras de medicina (como De triplice vita libri tres y Epidemiarum antidotus) no siguió esa carrera. Se interesó por la filosofía neoplatónica gracias a la influencia de personajes como Jorge Gemisto Pletón y Basilio Bessarión. En 1459 funda la Academia platónica florentina con Cosme de Médici y se dedica con intensidad a aprender el griego.

En 1473 es ordenado sacerdote. Recibe luego a dos comunidades a modo de prebendas por parte de Lorenzo de Médici y luego es nombrado canónico de la catedral de Florencia.

Tradujo del griego al latín los diálogos de Platón (1484), Plotino (1492), el Corpus Hermeticum (1471) y algunos tratados y cartas escritos por un monje desconocido del siglo V, el Pseudo Dionisio Areopagita. Escribió –aparte de un enorme epistolario– un famoso Comentario al Banquete de Platón y la Teología Platónica. Aspiraba a una fusión de platonismo y hermetismo con el cristianismo, y en el De Vita llegó a tener problemas con la Inquisición por sus afirmaciones que podían entenderse como un retorno al paganismo y como favoreciendo la determinación astrológica (cosa que nunca hizo, en realidad, ya que su empleo de la astrología era solo para "armonizar" la vida con los cielos).

Mentor y amigo de Pico della Mirandola, modificó definitivamente el enfoque sobre la melancolía, haciéndola característica del genio literato y creador, ejerciendo así una enorme influencia. Su filosofía contribuyó al surgimiento de creaciones artísticas como La Primavera y El Nacimiento de Venus, de Botticelli, y su influjo se extendió por todo el Renacimiento llegando a afectar a personalidades tan diversas como Durero, Agrippa von Nettesheim, Paracelso, Milton y Pico della Mirandola.

En los tiempos difíciles de los Médici se unió más a ellos e incluso apoyó a Savonarola aunque se mantuvo al margen de los problemas que lo llevaron a la muerte. Los últimos años de su vida los dedicó a escribir un comentario de las Epístolas paulinas, aunque no alcanzó a concluirlo.

Pensamiento

Filosofía

En el centro del pensamiento filosófico de Ficino se encuentra la metafísica de Plotino. Asumió la teoría de las emanaciones divinas, propia del neoplatonismo. Aunque mantiene abierta la posibilidad del hombre de conocer a Dios afirma que esto solo se logra a través de una purificación interior típica de la moral estoica. Así, hasta Cristo pasa a ser una idea de la virtud:

¿Qué otra cosa fue Cristo sino una especie de manual de ética, o sea de filosofía divina, viviendo como enviado del cielo siendo él mismo una Idea divina de las virtudes, manifiesta a los ojos de los hombres.
De Christiana religione, cap. 4

Otro elemento que destaca Ficino, es que el Verbo o Logos divino es el complemento de un proceso iniciado en la edad antigua, desde Hermes Trismegisto, Orfeo, Pitágoras, Platón; según esta serie histórica, habla de la pia philosophia que se identifica con la docta religio, compleja y misteriosa que no puede ser divulgada a todos.

Teología

En el campo teológico las teorías de Ficinio tuvieron una gran influencia en el siglo XV: desde el punto de vista religioso se puede decir que su pensamiento puede ser interpretado como un signo de tolerancia religiosa, un fuerte misticismo sin menoscabar el ideal humanista del hombre come el centro de universo y la concepción del arte como expresión de la idea hacia lo absoluto.

Quizás el aspecto más importante de su pensamiento sea la teoría del amor platónico en el que se diferencia el amor sensual del amor espiritual como participación de Eros, que reúne todo el universo y le mueve todas las criaturas hacia Dios.

Obras

Además de las traducciones mencionadas y de sus obras de medicina, se pueden contar las siguientes de filosofía y teología:

Institutiones ad Platonicam disciplinam (1456).
De virtutibus moralibus (1457).
De quattuor sectis philosophorum (1457).
De voluptate (1457-58).
De Christiana religione et fidei pietate (1474).
Theologia platonica de immortalitate animorum (1474).
Liber de Sole (edición de Enrique Petrina, Basilea 1576, según Tomas Kuhn).
In Epistolas Pauli commentaria (1491).1
De Amore. Commentarium in Convivium Platonis (según el manuscrito usado para la edición castellana de Tecnos -traducido por De la Villa Ardura, Rocio- 1594).
De vita libri tres que contiene: De vita sana, De vita longa y De vita coelitus comparanda (1489)

Biografia Enrique Cornelio Agripa de Nettesheim



Heinrich Cornelius Agrippa von Nettesheim, Enrique Cornelio Agripa de Nettesheim, o Agrippa de Nettesheim, (Colonia, 14 de septiembre de 1486 - Grenoble, 18 de febrero de 1535) fue un famoso escritor, filósofo, alquimista, cabalista, médico y nigromante alemán. Se considera una figura importante del feminismo en su época.

En su obra principal De occulta philosophia libri tres (impresa completa en 1533 en Colonia) recogió todo el conocimiento medieval sobre magia, astrología, alquimia, medicina y filosofía natural y lo respaldó teóricamente. Erudito de fama y protegido por distintas casas reinantes o nobles, fue amigo de gran parte de los filósofos y grandes de su época. Durante un tiempo estuvo al servicio de los emperadores Maximiliano I, de Carlos I de España, como historiógrafo, y del rival de este último, el Papa Clemente VII.

Estuvo en las más conocidas universidades europeas de su tiempo como estudiante y como profesor de hebreo y filosofía. En su época llegó a convertirse en un referente de la corriente animista, despreciando el conocimiento empírico y defendiendo la teoría en la que se considera al mundo como un todo orgánico dirigido por un espíritu universal. Más tarde abandonaría todas sus teorías, afirmando la vanidad de todo saber y la validez de la Biblia.

Sus ideas y dedicación al estudio de las ciencias ocultas le obligaron a vivir en un constante éxodo al ser perseguido en varios países. Durante su peregrinaje por Alemania, Francia e Italia trabajó como teólogo, físico, abogado y soldado.

En su concepto del mundo combina sobre todo el neoplatonismo del Renacimiento con la Cábala, es decir, con lo que en su época se entendía bajo este concepto en los círculos intelectuales no judíos. Se trata sólo de una «Cábala práctica» que recoge el folclor y la magia internacional. La importancia de Agrippa von Nettesheim, reside en el hecho de haber compilado en una magnífica obra de armonización la demonología judía medieval con la cristiana. En resumen, su doctrina nos dice lo siguiente: Dios gobierna el mundo, aunque la ejecución de su voluntad la deja a sus servidores, entre los cuales también se encuentran los demonios. El mundo está constituido de forma jerárquica y todo está animado. Las almas del hombre, del animal, de la planta y del mineral son parte del alma.

Como quiera que cada uno de los cielos y astros también tiene un alma, sobre los cuales hay situados en un plano superior unos regentes a modo de inteligencias superiores, de igual modo que unos siervos subordinados como ayudantes, la astrología y la magia ritual son de vital importancia en su concepto del mundo. De este modo todas las cosas se encuentran unidas entre sí y poseen un efecto atrayente o repulsivo sobre ellas mismas. El hombre como microcosmos es a la vez la imagen del universo y de Dios, que juntos forman el macrocosmos. Su De Occulta Philosophia está dividida en tres libros: Magia Natural (Física), Magia Celeste (Matemáticas) y Magia Ceremonial (Teología). Es notable la influencia en su pensamiento de Marsilio Ficino.

Según algunos, la historia de la ciencia moderna atribuye un papel muy importante a las doctrinas esotéricas y ocultistas de Agrippa von Nettesheim en el surgimiento de la revolución científica del siglo XVII. Esta búsqueda de las fuerzas ocultas de la naturaleza, que no se ajustaba a las ideas de la doctrina cristiana y que sólo podía llevarse a cabo en organizaciones secretas de personas de la misma ideología, representa el punto de partida de la ciencia moderna. La superación del pensamiento formalista y rutinario del medioevo se efectuó mediante manifestaciones muy antiguas de la magia, heredadas de la antigüedad. Después, esta nueva forma de pensamiento o racionalidad alternativa desarrolló su propia dinámica y se liberó de los elementos mágicos.

Obras

Sus obras, aún no exentas de errores, reflejan una gran erudición y controversia con la mentalidad de su tiempo, llegando a ser encarcelado por este motivo en Bruselas. A continuación se indican algunas de las más importantes.

De occulta philosophia libri tres (Los Tres Libros de la Filosofía Oculta). La impresión completa de los tres libros se realizó en Colonia en 1533. Es un tratado de magia y ocultismo, que fue incluido en el Index librorum prohibitorum de la Inquisición.
De nobilitate et praeccellentia faemini sexus (De la nobleza y preexcelencia del sexo femenino) 1529. Es un libro sobre la igualdad de las mujeres.
De incertitudine et vanitate de scientiarum et Artium. (De la incertidumbre y vanidad de las ciencias y las artes). Impreso en Colonia en 1527, es una sátira del paupérrimo estado de la ciencia en su tiempo.
La Commentaria in artem brevem Raimundi Lullii, 1533.
Numerología oculta. Basado sobre todo en Pitágoras y en la cábala hebrea, realiza una síntesis del saber oculto de la antigüedad en lo que a guarismos se refiere.

Transitus Fluvii

Transitus Fluvii ("Cruce del río", en latin), es un alfabeto oculto consistente de 22 caracteres descritos por Heinrich Cornelius Agrippa en su De occulta philosophia libri tres (Colonia, 1533, pero escrito alrededor de 1510).

Deriva del alfabeto hebreo y de sus similares, el Celestial y el Malachim.

El nombre hace referencia al cruce que hizo la comunidad judía a través del río Éufrates durante su regreso de Babilonia para reconstruir el Templo.

Este alfabeto puede ser encontrado en la obra de Abraham de Balmis denominada Peculium Abrae. Grammatica hebraea una cum latino, Venecia, 1523, sig. B6v. También encontramos referencias en el libro de Geoffroy Tory, Champ Fleury, Paris, 1529, f. 76v ubi tamen: “Lettres Chaldaiques” y en la obra de Giovanni Agostino Panteo llamada Voarchadumia contra alchimiam, Venecia, 1530, pp. 545–46.

Giovanni Agostino Panteo relata que mientras el alfabeto hebreo fue confiado a Moisés, el enochiano fue entregado a Enoc y el Transitus Fluvii a Abraham.



Un pasaje de Transitus Fluvii, descrito por Cornelius Agrippa en 'De la filosofía oculta', en su edición en inglés de 1651.


Alfabeto Celestial

El Alfabeto celestial es un alfabeto creado por Heinrich Cornelius Agrippa en el siglo XVI. Otros alfabetos de origen similar son el Transitus Fluvii y el Malachim.

domingo, 14 de agosto de 2016

Orfismo


Orfeo, en El Maestro, de Luis de Milán (1536), tocando una vihuela en vez de la clásica lira. La iconografía que lo acompaña, oculta en el paisaje y en el lema tiene mucho de críptica y mistérica, como era usual en la época. (por ejemplo, en la Hypnerotomachia Poliphili).


El orfismo (de Orfeo) es una corriente religiosa de la antigua Grecia, relacionada con Orfeo, maestro de los encantamientos. Al poseer elementos propios de los cultos mistéricos, se le suele denominar también como misterios órficos.

Introducción

El movimiento órfico supone un enfrentamiento a las tradiciones religiosas de la ciudad griega y, en definitiva, una nueva concepción del ser humano y su destino. Bajo el nombre del mítico Orfeo, cantor y trágico viajero del Más Allá, surgen una serie de textos que predican y atestiguan esa nueva religiosidad, una doctrina de salvación sobre el hombre, su alma, y su destino tras la muerte.

El orfismo se mueve exclusivamente en un plano religioso. Es una secta que cuestiona la religión oficial de las ciudades peninsulares helénicas. En particular, a dos niveles: uno de pensamiento teológico, otro de prácticas y comportamientos. El orfismo es, fundamentalmente, una religión de textos, con las cosmogonías, teogonías e interpretaciones que estas no dejan de producir. En lo esencial, toda esta literatura parece elaborada contra la teología dominante de los griegos, es decir, la de Hesíodo y su Teogonía. Al ser el orfismo una literatura inseparable de un género de vida, la ruptura con el pensamiento oficial entraña diferencias no menos grandes en las prácticas y en los comportamientos. Aquel que opta por vivir a la manera órfica, el bíos orphikós, se presenta, en primer lugar, como un individuo y como un marginado, es un hombre errante, semejante a esos Orfeo-telestes que van de ciudad en ciudad, proponiendo a los particulares sus recetas de salvación, paseándose por el mundo como los demiurgos del pasado. Miembros de una secta al margen de la política, gente de libros y textos sagrados, y al mismo tiempo practicantes de sus ritos mistéricos y de un peculiar ascetismo (con preceptos estrictos como el no comer carne ni derramar sangre animal o vestir tejidos de lino), los órficos dejaron una larga huella en varios textos, pero también importantes ecos en muy diversos autores, especialmente en algunos filósofos.

Credo

El credo órfico propone una innovadora interpretación del ser humano, como compuesto de un cuerpo y un alma, un alma indestructible que sobrevive y recibe premios o castigos más allá de la muerte. Un precedente puede encontrarse en Homero, pero en él era el cuerpo el verdadero yo del hombre, mientras que para los órficos es el alma lo esencial, lo que el iniciado debe cuidar siempre y esforzarse en mantener pura para su salvación. El cuerpo es un mero vestido, un habitáculo temporal, una prisión o incluso una tumba para el alma, que en la muerte se desprende de esa envoltura terrenal y va al más allá a recibir sus premios o sus castigos, que pueden incluir algunas reencarnaciones o metempsicosis en otros cuerpos (y no sólo humanos), hasta lograr su purificación definitiva y reintegrarse en el ámbito divino.

Para expresar su credo, los órficos recurren a una mitología de temas muy definidos: de un lado, a una teogonía (distinta a la hesiódica) y, de otro, a una teoría soteriológica, de larga influencia posterior sobre el destino del alma.

Especial relieve tiene un mito dionisíaco que, en la interpretación órfica, explica el carácter patético de la vida humana, en una condena en que el alma debe purgar un crimen titánico. Según este mito, los antiguos Titanes, bestiales y soberbios, mataron al pequeño Dioniso, hijo de Zeus y Perséfone, atrayendo al niño con brillantes juguetes a una trampa. Lo mataron, lo descuartizaron, lo cocieron y lo devoraron. Zeus los castigó fulminándolos con su rayo (sólo el corazón del dios quedó a salvo, y de él resucitó entero de nuevo el hijo de Zeus). De la mezcla de las cenizas de los abrasados Titanes y la tierra surgieron luego los seres humanos, que albergan en su interior un componente titánico y otro dionísiaco. Nacen, pues, cargados con algo de la antigua culpa, y deben purificarse en ella en esta vida, evitando derramar sangre de hombres y animales, de modo que, al final de la existencia, el alma, liberada del cuerpo, casi tumba y cárcel, pueda reintegrarse al mundo divino del que procede.

El proceso de purificación puede ser largo y realizarse en varias transmigraciones del alma o metempsicosis. De ahí el precepto de no derramar sangre humana ni animal, ya que también en formas animales puede latir un alma humana (e incluso la de un pariente). Al iniciarse en los misterios, el hombre adquiere una guía de salvación, y por eso en el Más Allá los iniciados cuentan con una contraseña que los identifica, y saben que deben presentarse ante los dioses de ultratumba con un saludo amistoso, como indican las laminillas órficas que se entierran con ellos. Las laminillas áureas apuntan instrucciones para realizar bien la catábasis y entrar en el Hades (no beber en la fuente del Olvido, sí en la de la Memoria, proclamar 'también yo soy un ser inmortal', etc.).

La teogonía órfica recoge ecos de teogonías orientales y concede un papel esencial a divinidades marginadas del repertorio hesiódico, como Nix, el Tiempo, Fanes, y habla del Huevo Cósmico primordial, o del Reinado de Dioniso. Esta mitología está expuesta en textos de muy diversas épocas, y se compone de fragmentos muy distintos, empezando por breves restos de muy antiguos poemas y concluyendo con las glosas de época tardía donde se mezclan ecos filosóficos variados. Hubo una tradición de textos antiguos en verso y comentaristas en prosa, al margen de símbolos y contraseñas. Los órficos fueron muy aficionados a escritos y libros de nivel diverso, unos más de proselitismo popular y otros más refinados. Al final, confluyen con algunos textos de magia.

Órficos

Los órficos (orphikoi) fueron un grupo que unió creencias procedentes del culto al dios Apolo, con otras relacionadas con la reencarnación.

Creían que el alma se mantiene únicamente si se conserva su estado puro. Por ello usaron a Dioniso como un elemento purificador y figura central de sus creencias.

Orfeo, por su parte, con sus cualidades de pureza sexual, su facultad de profetizar lo que ocurriría después de la muerte y sus dotes musicales, aportaba otra figura central para el anclaje de las creencias órficas.

Estas creencias fueron recogidas de narraciones sagradas que suelen datarse en el siglo III a.C. En el siglo V a.C., Heródoto habla de los órficos y de los pitagóricos como participantes activos de ciertos tabúes o prohibiciones. Se sabe también que Platón se vio vinculado con oráculos y revelaciones órficas. Por otra parte, Aristóteles, conoció y manejó las llamadas Narraciones Órficas.

Puede decirse por tanto que la denominación de órficos en el mundo griego tenía un puesto importante, pero más en forma sectaria, y no debe confundirse nunca con la percepción griega sobre la formación de la vida y del universo.

La existencia de las famosas láminas áureas procedentes de tumbas de Grecia y Creta, con carácter órfico para el tratamiento del alma del muerto, y anteriores al período helenístico, únicamente demuestran lo antes dicho: la existencia de algún tipo de secta ritual con creencias religiosas acerca de la vida después de la vida y la transcendencia continua del alma.

Sofista



El término sofista, del griego sophía (σοφία), «sabiduría» y sophós (σοφός), «sabio», es el nombre dado en la Grecia clásica al que hacía profesión de enseñar la sabiduría. Sophós y Sophía en sus orígenes denotaban una especial capacidad para realizar determinadas tareas como se refleja en la Ilíada (XV, 412). Más tarde se atribuiría a quien dispusiera de «inteligencia práctica» y era un experto y sabio en un sentido genérico. Sería Eurípides quien le añadiría un significado más preciso como «el arte práctico del buen gobierno» (Eur. I.Á.749) y que fue usado para señalar las cualidades de los Siete Sabios de Grecia.

Sin embargo, al transcurrir el tiempo hubo diferencias en cuanto al significado de sophós: por una parte, Esquilo denomina así a los que dan utilidad a lo sabido, mientras que para otros es al contrario, siéndolo quien conoce por naturaleza. A partir de este momento se creará una corriente, que se aprecia ya en Píndaro, que da un cariz despectivo al término sophós asimilándolo a «charlatán».

Ya en la Odisea, Ulises es calificado de sophón como «ingenioso». Por el contrario, Eurípides llama a la sophía «listeza» y al sophón «sabiduría», tratando con ello de diferenciar la intensidad y grado de conocimiento de las cosas que tienen respectivamente los hombres y los dioses.

Historicidad

Los sofistas eran pensadores que desarrollaron su actividad en la Atenas democrática del siglo V a. de C. Los filósofos de la naturaleza, los presocráticos, habían elaborado diferentes teorías para explicar el cosmos. Los sofistas y Sócrates van a cambiar el objeto de la filosofía. Ahora, el tema de reflexión es el hombre y la sociedad. Como los sofistas eran viajeros, conocían diferentes culturas, totalmente distintas a la griega. Por eso se plantearon problemas referidos a las costumbres y las leyes. ¿Son las costumbres y leyes un simple acuerdo, una convención, o son naturales? Surgió así la idea de relativismo.

Los sofistas eran maestros que iban de ciudad en ciudad enseñando a ser buenos ciudadanos y a triunfar en la política. El arte de hablar en público, la retórica, era esencial en la democracia griega, donde los ciudadanos participaban constantemente. Las enseñanzas de los sofistas tenían un fin práctico, saber desenvolverse en los asuntos públicos. Fueron los primeros pensadores que cobraron dinero por sus enseñanzas. Unos de los principales sofistas fue Protágoras (480-410 a. de C.).

Evolución del término

El verbo sophídsesthai, «practicar la sophía», sufrió una evolución similar al terminar por entenderse como «embaucar». La derivación sophistés se dio a los Siete Sabios en el sentido de «filósofos» y así llama Heródoto a Pitágoras, a Solón, y a quienes fundaron el culto dionisiaco. También se llamaba así a los mousike y a los poetas y, en general, a todos los que ejercían una función educadora. El uso peyorativo empezó a tomar forma en el siglo V a. C., coincidiendo con la extensión del uso del término a los prosistas. El momento coincide con un incremento de las suspicacias de los atenienses hacia los que mostraban una mayor inteligencia.Isócrates denostaba que el término «hubiera caído en deshonor» y Sófocles lo atribuye al hecho de que los educadores y maestros recibieran una remuneración por su trabajo.Esta es la tesis más extendida en la actualidad.

No obstante, era aceptado en la Grecia Antigua que los poetas cobrasen por sus servicios. El desprecio con el que los sofistas eran tratados en ocasiones no nacía del hecho mismo de recibir remuneración,sino de hacerlo, sobre todo, por la formación en la llamada areté, el arte de la política y la ciudadanía, que incluía todas las técnicas persuasivas para hacerse un lugar en la administración de la polis.

Críticas

Platón criticaba a los sofistas por su formalismo y sus trampas dialécticas, pretendiendo enseñar la virtud y a ser hombre, cuando nadie desde un saber puramente sectorial, como el del discurso retórico, puede arrogarse tal derecho.

La primera exigencia de esa areté era el dominio de las palabras para ser capaz de persuadir a otros. «Poder convertir en sólidos y fuertes los argumentos más débiles», dice Protágoras. Gorgias dice que con las palabras se puede envenenar y embelesar. Se trata, pues, de adquirir el dominio de razonamientos engañosos. El arte de la persuasión no está al servicio de la verdad sino de los intereses del que habla. Llamaban a ese arte «conducción de almas». Platón dirá más tarde que era «captura» de almas.

Según algunos autores, no eran, pues, propiamente filósofos. Para quienes son de esa opinión, tenían sin embargo en común con los filósofos una actitud que sí puede llamarse filosófica: el escepticismo y relativismo. No creían que el ser humano fuese capaz de conocer una verdad válida para todos. Cada quien tiene «su» verdad.

Por el contrario, hay quien sostiene que sí lo eran, y que las ácidas críticas de Platón corresponden a una disputa por un mismo grupo de potenciales discípulos y a sus diferencias políticas y filosóficas.

De Aristóteles provendrá también el sentido peyorativo: sofista es quien utiliza del sofisma para razonar. Los más destacados miembros de la sofística fueron: Protágoras, Gorgias, Hipias, Pródico, Trasímaco, Critias y Calicles.

Uso actual

Últimamente, el «sofismo» ha sido reivindicado en el siglo XX por autores como Fernando Savater y Matthew Stewart; así como a inicios del siglo XXI, por los nuevos seguidores del ultraperspectivismo o estancialismo (metafísica del Estar).

Homo Mensura

Homo mensura o El hombre es la medida de todas las cosas es un pensamiento atribuido a Protágoras (480-410 a. de C.).

Esta expresión plantea un problema de interpretación, pues puede entenderse que cada individuo es la medida de todas las cosas o que el género humano es la medida de todas las cosas. En el primer caso, obtendríamos un relativismo de carácter individual. Cada persona percibe la realidad de una forma. En el segundo, un relativismo respecto a la especie humana. La humanidad, la sociedad, es la que construye los valores y las costumbres, nada está dado en la naturaleza.

Ofitas



Ofitas, ofianos (ophianoi ὄφιανοι) y ofismo, son denominaciones genéricas para varias sectas gnósticas que se desarrollaron alrededor del año 100 en Siria y Egipto. Su nombre se deriva del griego ὄφις (ophis, "serpiente"). Común a estas sectas era la gran importancia que daban a la serpiente del Génesis (la del relato bíblico del pecado original de Adán y Eva), por su conexión con el árbol del conocimiento del bien y del mal, y la de éste con la gnosis ("conocimiento"). Contrariamente a la interpretación cristiana ortodoxa de la serpiente como Satanás, los ofitas veían en la serpiente una figura positiva, heroica; mientras que al Dios del Antiguo Testamento lo identificaban con una figura negativa, malvada (un demiurgo al que denominan Yaldabaoth el leontoeides -"rostro de león"-).

La imposición de la doctrina cristana ortodoxa a partir del siglo IV implicó la destrucción de todos los textos de los ofitas; con lo que la mayor parte de la información acerca de estas sectas sólo puede ser obtenida de aquello que decían de ellas sus enemigos: Hipólito de Roma, Ireneo de Lyon, Orígenes y Epifanio de Salamis. Algunos textos ofitas, sin embargo, han sido recuperados en descubrimientos arqueológicos recientes, como los de Nag Hammadi (Evangelio apócrifo de Juan, Hipóstasis de los Arcontes o Sobre el origen del mundo).

Fundamentos

Según los teólogos Orígenes, Ireneo de Lyon y otros, la esencia de la doctrina ofita era que el Dios del Antiguo Testamento fue una deidad misantrópica para aquellos que creían que el poder de la humanidad tenía que ser liberado. Ya que la Biblia no identifica con precisión a la serpiente como Satanás, los ofitas se sintieron perfectamente justificados en su posición, asegurando que lo que la serpiente buscaba en realidad era entregar a Adán y Eva el conocimiento, y la prohibición de este conocimiento, era por tanto, asimilable con la figura que tanto el cristianismo como el judaísmo identifican con Dios. Así, otros enemigos del Yahveh del Antiguo Testamento se convierten en héroes para la secta.

Rituales

Los miembros progresaban a través de ceremonias de iniciación completamente formales que incluían símbolos de purificación, vida, espíritu y fuego. El sistema completo de la secta parecía tener una combinación de la doctrina cristiana con misterios orientales (particularmente los de la diosa egipcia Isis) y otros conceptos de las mitologías orientales.

Como una marca de reverencia para la serpiente, ésta toma parte en la misa de comunión de la secta. Epifanio de Salamis (un padre de la iglesia del siglo IV) la llamó "la misa abominable" y la describe del modo siguiente: La serpiente fue mantenida en una cesta conocida como la cista mystica. Al inicio de la misa la serpiente es convocada. Ésta se desliza entre los panes que se encuentran en la mesa después de lo cual es partido y comido. Después de esto, cada uno de los presentes besan a la serpiente en la boca para lo cual ha sido domada por un encantamiento. Se recuestan y comienzan a adorar a la serpiente como parte del servicio eucarístico. Después, claman haber enviado un himno al Padre y entonces concluyen sus misterios.

Persecución

Los cristianos que apoyaban la ortodoxia de la iglesia veían en el gnosticismo su máximo enemigo, y les era particularmente repugnante que los ofitas tuvieran a la serpiente como un ideal de adoración; esta circunstancia hizo que los ofitas fueran perseguidos con particular violencia.

Sectas ofitas

Los naasenos, quienes veían en la serpiente al ser supremo (del hebreo na'asch -"serpiente"-).
Los setitas, para quienes Set era el patriarca de los espirituales.
Los peratas, (del griego peras -"penetrar"-).
Los cainitas, que veían en Caín su líder espiritual.
Los encratitas, secta fundada por Taciano; se distinguían por practicar una ascética rigurosa, oponerse al matrimonio y fomentar otras normas morales que desafiaban a las propugnadas por la ortodoxia.
Los bardesanes, discípulos de Valentín el Gnóstico, que llevó sus ideas a Oriente.

Cainitas



Los cainitas eran una rama de los ofitas, situada también en el siglo II, y tributaba veneración a Caín por ser un reprobado del Dios de los judíos. A todas las personas a quienes consideraban que Dios había condenado les dedicaban un piadoso culto. Esta secta nunca contó con gran número de partidarios dentro de los seguidores de sectas gnósticas.

Evangelio de los cainitas

El llamado Evangelio de Judas es realmente el evangelio de la secta gnóstica de los cainitas. Son mencionados por San Ireneo de Lyon, hacia el año 180, y en el siguiente siglo por Epifanio de Salamina y por un anónimo atribuido a Tertuliano. Los cainitas se llaman así porque veneran a Caín como un ser de origen celestial, en tanto que desprecian a su hermano Abel por su debilidad. También manifiestan su admiración por Esaú, Coré, los habitantes de Sodoma y, también por Abraxas, en general, por todos aquellos que en el Antiguo Testamento aparecen enfrentados al Dios creador, el que para ellos no es el verdadero Dios, sino un personaje angélico de jerarquía inferior.

Con estos antecedentes no es de extrañar que pusieran su evangelio bajo el nombre de Judas. Sobre Jesucristo parecen haber tenido distintas interpretaciones, ya que algunos de ellos creen que Judas entregó a Jesús porque éste quería destruir la Verdad. Otros, en cambio, agradecen a Judas porque con su acción frustró la acción de las potencias espirituales que querían impedir la Pasión de Jesús y la salvación del género humano.

Cainismo

El cainismo es un tipo de conducta agresiva observada en algunos animales, principalmente aves rapaces, que consiste en la aniquilación directa del hermano o los hermanos menores por parte de un hermano o los hermanos mayores más fuertes.

A partir de entonces pasa a acaparar la comida y atención de sus padres. En algunas especies, como el águila real (Aquila chrisaetos), los progenitores no se inmutan cuando presencian esta actividad, mientras que en otros animales las conductas cainitas se producen cuando los padres se han ausentado del nido. El nombre hace referencia a Caín, personaje bíblico que mató a su hermano Abel por celos.

Entre los cucos se produce una conducta similar, aunque en estos casos el pollo asesino no es el mayor (aunque sí el más grande) ni los que mata son hermanos biológicos, sino adoptivos. Los cucos hembra no construyen nidos, sino que ponen un huevo en cada nido de otras aves que encuentran. La cría de cuco sale del huevo enseguida, cuando apenas tiene fuerza y movilidad suficiente como para arrojar el resto de huevos fuera del nido. Posteriormente, los padres y constructores del nido crían sin saberlo al usurpador y asesino de sus auténticos hijos.

Otra conducta parecida es el canibalismo intrauterino practicado por algunos tiburones ovovivíparos, en los que las crías más fuertes devoran los huevos de los padres aún sin eclosionar y a sus hermanos más débiles antes de abandonar el cuerpo de su madre.

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