sexta-feira, 13 de agosto de 2021

Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens

 


“Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens” é um estudo de teoremas básicos da Magia Sexual. Foi originalmente publicado sob o juramento de segredo dentro do 8º grau da OTO e é de autoria de Mestre Therion em seu papel como Baphomet, o décimo grau, administrador chefe da ordem na Irlanda, Iona e todo Reino Unido.

O documento usa simbolismo maçônico tradicional e hermético e portanto deve ser estudado alinhado com as tradições ocidentais, embora o assunto ocasionalmente extraia algo das fontes tântricas orientais. Sabendo disto, certas reinterpretações de terminologia são imperativas. Os termos Caminho da Mão Esquerda/Direita, por exemplo, são usados neste documento de acordo com os ditames do pensamento Hermetista e maçônico ao invés de seus significados tântricos originais. Portanto, eles são aqui usados para representar aqueles que dissolvem o ego sob a revelação da Vontade Verdadeira (CMD) e aqueles que usam de meios ocultos para sustentar a substância egóica abaixo do Abismo (CME). Esta segunda classe é vista como aqueles que evitam o Eu Verdadeiro e criam um estado de desequilíbrio e destruição internos. Além destas definições devemos entender que o termo Castidade especificamente refere-se àqueles que usam sua sexualidade alinhada com a meta de atingir a Vontade Verdadeira e não no sentido de abstinência. Mantendo estas definições na mente e examinando o documento em conjunto com seus comentários, o mago descobrirá uma riqueza de informações a respeito da teoria e prática da Magia Sexual, O texto em si está escrito em itálico, com os comentários em fonte normal.

SOBRE OS CASAMENTOS SECRETOS DOS DEUSES COM OS HOMENS

DE NEUPRIIS SECRETIS DEORUM CUM HOMINIBUS

Baphomet Xº OTO do trono da Irlanda, Iona e todo o Reino Unido, que estão no Santuário da Gnosis para os Adeptos Perfeitamente Iluminados do Areopagus Secreto do Oitavo Grau, Pontífice e Epópeta dos Iluminatti, Saudações e Paz.

Sob o selo de obrigação do VIII.

Sobre a Castidade

Queridos amados, na guerra da casta do Caminho da Mão Esquerda contra a Gnosis, cuja primeira fase terminou no estabelecimento daquela tirania e superstição que é chamada de Cristianismo. Muitas verdades foram roubadas pela Loja Negra e pervertidas por seus usos vis. E o mais nocivo em sua corrupção é a castração do homem chamada de Castidade. A atrofia das partes mais nobres do corpo que são os órgãos de redenção adequados, ambos Gaian e Ouranian (terra e céu). Nós que então no sétimo grau juramos solenemente castidade, tanto interna quanto externamente, que observamos com nossos olhos agora como Epópetas dos Iluminatti e como perfeitos Pontífices de nossa nobre ordem administrada com nossos membros, a iniciação cujo nome é Ressurreição na luz. Logo, nós somos aptos a iluminar os locais mais escuros da terra e considerar sabiamente o que jaz no império dos Maus. Leia, portanto, estas passagens na falsificação chamada a Epístola de Paulo aos Romanos…

‘Não deixe, por esse motivo, nenhum pecado reinar em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões. Nem ofereçais vossos membros ao pecado como instrumentos da iniqüidade, mas oferecei-vos a Deus, como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos da retidão. Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne, assim como vós oferecestes vossos membros como servos da impureza e de iniqüidade a iniqüidade. Mesmo agora oferecei vossos membros como servos da retidão para a santificação. Pois quando éreis escravos do pecado, vós estivéreis livres a respeito da retidão. Que frutos tivéreis então ainda naquele tempo a não ser as coisas das quais agora vos envergonhais. O fim daquelas coisas é a morte. Mas agora estando livres do pecado, transformados em servos de Deus, tendes o vosso fruto para santificação e, por fim, vida eterna.’

Romanos VI : 12 e 13, 19-22

Considere também estas passagens do Velho Testamento :

‘E o Senhor disse-me : Tome uma grande tábua e escreve nela de maneira inteligível Maher-Shalal-Hash-Baz. E eu tomarei comigo testemunhas fidedignas para testemunhar a Uriah, o sacerdote, e Zacariah, o filho de Jeberequiah. E eu fui à profetisa e ela concebeu e deu à luz um filho. Então o Senhor me disse : Põe-lhe o nome de Maher-Shalal-Hash-Baz.’

Isaías VIII : 1-4

‘Quando o Senhor pela primeira vez falou por meio de Oséias, então o Senhor lhe disse : Vai, tomai uma mulher de prostituição e crianças de prostituição, pois a terra cometeu grande prostituição, desviando-se do Senhor. Ele então se foi e tomou Goher, filha de Diblaim e ela lhe concebeu e deu à luz um filho.’

Oséias I : 2 e 3

‘E disse-me o Senhor : Vai outra vez, ama uma mulher amada de seu amigo e adúltera, como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles olhem para outros deuses e amem bolos e uva-passa. Então comprei-a por quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada e lhe disse : Tu me suportarás por muitos dias, tu não deves te prostituir, nem serás de outro homem, assim eu também te suportarei.’

Oséias III : 1-3

O primeiro aspecto deste documento discute como os irmãos do CME são aqueles que corrompem os Mistérios, eles são primariamente vistos como aqueles da fé cristã. Dois aspectos específicos de sua corrupção são a remoção dos ensinamentos dos verdadeiros Mistérios no qual todos os magos são Pontífices, não simplesmente um tolo no Vaticano e a destruição dos Mistérios da Magia Sexual.

O cristianismo é claramente identificado como a pior corrupção da Gnosis, sendo que originalmente detinha os Mistérios, mas os deformou e traiu os segredos que estavam em sua possessão. A Igreja desembasou o conceito de sexualidade religiosa e o substituiu com genitais atrofiados e ‘castidade’ como abstinência.

A natureza das iniciações da OTO e em qualquer ordem thelêmica focaliza-se na ressurreição na luz ou, em termos menos religiosos, a invocação da Vontade Verdadeira. Este conhecimento inclui a crença de que todos os corpos devem ser usados como veículos para a manifestação do Eu Verdadeiro, mas mais especialmente o corpo instintivo que reforça o organismo através do sistema Chakras-Kundalini.

Os versos bíblicos sugerem uma interpretação gnóstica da escritura a respeito da Magia Sexual. O primeiro verso descreve a natureza real das forças sexuais. O estado de ‘pecado’ é aquele de não estar em contato com o Verdadeiro Eu. O homem mundano está neste estado por não ter entendimento de seu ser interior, o uso de seus instintos pouco lhe importa pois ele não tem tal consciência. Contudo, o mago deve perceber sua posição em relação ao seus instintos, pois estes são uma expressão de seu Eu Verdadeiro e portanto devem ser usados APENAS dentro deste processo de santificação (purificação dos corpos) e retidão (estar ligado ao Universo). Qualquer outro uso está fora de contexto com seu estado de iniciação.

Para o mago, a sexualidade é um foco do status de sua Vontade Verdadeira e portanto é usado de acordo com essas condições, este é o significado real da Castidade e Brahmacharya.

Os versos do Velho Testamento sugerem a fórmula esotérica de Babalon. Por meio da qual o papel real da Sacerdotisa é sexual tanto no papel da Magia Reprodutiva (Gamaísmo) e atos gerais da Magia Sexual. No último verso está óbvio que ela não é uma esposa, mas uma Sacerdotisa dos Mistérios consagrada, usando um arcano sexual. Em todos estes versos vemos uma descrição velada das bases da Magia Sexual como ensinada na Gnosis atemporal e ainda escondida dentro dos ensinamentos do Cristianismo ainda muito tempo após ter perdido a custódia dos Mistérios.

UMA NOTA IMPORTANTÍSSIMA

Nos últimos anos, reclamações ridículas têm sido feitas contra a comunidade ocultista em relação a sacrifícios humanos, particularmente, sacrifícios infantis. Deve ficar claro que nenhum mago, ocultista ou magista que tenha qualquer poder real (ou cérebro) acredita ou usa sacrifícios humanos de qualquer forma. Mesmo o sacrifício animal é abominado pela comunidade ocultista moderna.

O sacrifício é uma virtude primariamente cristã tendo se desenvolvido do conceito judeu de expiação. Nos tempos do Velho Testamento os judeus sacrificavam suas crianças (especialmente seu primeiro filho nascido) e quando isto se tornou inaceitável, substituíram-no por sacrifício animal e circuncisão. Esta ética sacrificial se arrastou até a expiação substitutiva de Jesus através de seu sacrifício de sangue pela humanidade.

As seções seguintes do “De Neupriis Secretis Deorum cum Hominibus” foram escritas sarcasticamente por Mestre Therion. Sendo que a Igreja Católica acredita que ‘derramar a semente’, isto é, masturbar-se, era um desperdício de potencial para as crianças e um pecado contra Deus, Crowley viu isso como uma grande diversão ridicularizar sua ignorância e estupidez; ele assim o fez usando a imagem do sacrifício. Ele afirmou, por exemplo, no ‘Magia em Teoria e Prática’, que ele matava uma criança por dia. O que ele queria dizer ? É óbvio que isto significa que ele se masturbava bastante todos os dias, nada mais, nada menos! As seções seguintes são obviamente sarcásticas e comentários velados sobre práticas sexuais usando imagens de Igreja Católica contra a mesma.

No jargão da Magia Sexual de Crowley uma criança era um código para os fluidos sexuais masculinos e femininos combinados, enquanto que um adulto representava fluidos de apenas um sexo. Copiamos estas seções com esta consideração em mente. Crowley, nós mesmos e todos os thelemitas modernos ficam desgostosos com sacrifício e deixam isto para qualquer cristão que possa pegar este livro e tentar usá-lo contra nós, para seriamente considerar a virtude de sua própria fé pois eles adoram um humano sacrificado, mutilado e torturado e pendurado numa cruz.

Sobre os Ritos de Sangue

Diz-se que há uma seita judaica chamada Chassidim, cuja prática é o sacrifício do homem. Embora de preferência uma criança, mas também um adulto, é tomado entre os gentios e cerimonialmente imolada, para que nenhuma gota de sangue seja perdida, para que o espírito da vítima não escape ao exorcista, refugiando-se na gota. Seu sangue é então consumido como um sacramento ou empregado para propósitos talismânicos. Pois o espírito do imolado está selado no sangue derramado e reunido, daí é multiplicado em cada parte, como na missa do Corpo de Cristo, onde é dito que esteja igualmente em todas as miríades de hóstias consagradas, e seu sangue em cada gota de vinho consagrado, em qualquer lugar e por sua eficácia.

Considere isto.

Novamente, está bem claro que Crowley está atacando as crenças sacrificiais das comunidades judaica e cristã. Ele tomou a velha lenda de judeus sacrificando crianças e a virou de ponta-cabeça para explicar um conceito esotérico. Para Crowley o código é claro : sangue = fluidos sexuais. Não há sugestão do uso real de sacrifício mas uma clara e precisa análise da lenda judaica e cristã. A mensagem básica é a de que em cada gota de fluido sexual há uma grande concentração de força psíquica (alma) e que este fluido pode ser usado como sacramento afim ao rito da comunidade cristã.

O uso deliberado da imagem sacrificial e o conceito de comunidade nesta seção novamente mostra o forte sarcasmo de Crowley e seu desgosto (se essa for uma palavra suficientemente forte) pela ética sacrificial judaico-cristã.

Sobre Certos Ritos Secretamente Praticados na Rússia

Há um corpo dentro da Igreja Grega que mantém uma doutrina esotérica e pratica um rito secreto. Nos encontros deste corpo, as luzes são extinguidas, os adoradores, liderados por um sacerdote e uma sacerdotisa escolhida e consagrada procuram um pelo outro através do toque e por atração sutil, então eles consumam a caridade pura de seus corações em zelo sagrado. Se pela graça e habitação do Espírito Santo a sacerdotisa deste rito despose, e também virgem conceba e dê a luz, então a criança é batizada por seu pai, o sacerdote para a purificação de água e para a consagração de fogo, assada e dividida entre os adoradores para seu uso como sacramento, como um talismã e como remédio contra todas as doenças.Isto também é dito dos Cavaleiros de nossa própria ordem sagrada do Templo, esta descendência de qualquer um deles através de uma virgem, era assada e um ungüento era feito de sua gordura com o qual o mago untava uma figura inefável de Baphomet.

Considere isto.

Mais uma vez, o sarcasmo flui. Com suficiente conhecimento de Thelema podemos novamente ver a referência codificada. Crowley usava fluidos sexuais combinados como um remédio e acreditava que era usado como agente de unção pelos Cavaleiros Templários. O verdadeiro ungüento era como uma bateria, armazenava o frenesi orgásmico combinado dos Cavaleiros (disparado pelo sexo com uma virgem) numa espécie de ‘acumulador orgônico’. Mais uma vez, torna-se abundantemente claro no texto que sangue = fluidos sexuais, criança = fluidos sexuais combinados, expelidos de maneira ocultista. A consagração do fogo ou Shin no hebraico relaciona diretamente à luxúria ou poder instintivo. Qualquer Mago que acredite que estas referências na verdade condenam o sacrifício ritual devem pôr este livro de lado imediatamente e retornar para seus estudos ocultistas básico !

Sobre a Missa Negra

Dentro da Igreja Romana têm sido encontrados desde o começo até hoje pessoas e sociedades conformadas na aparência com este culto materialista, internamente revoltadas contra ele, ainda tão frequentemente ignorantes de nossa Luz e na verdade para eles o alcance da Vida, Liberdade e Amor, parece possível apenas através da profanação de seus próprios Mistérios. Pois eles não sabiam que estes Mistérios eram eles mesmos mas profanação e corrupção dos verdadeiros e perfeitos Mistérios dos Adeptos. Eles estabeleceram portanto um culto cuja fórmula fundamental era o definhamento da hóstia consagrada. O sacerdote portanto tendo feito o pão em Corpo de Cristo (como ele teoricamente poderia fazer pela virtude de seu poder apostólico), como ele pensava, definhava este corpo usando-o como o objeto e veículo da luxúria. Crianças heroicas da liberdade, mas triplamente cegos ! Sanções que perecem com os Filisteus. Pois se a teoria eclesiástica é verdadeira, de fato eles incorrem em danação, se falsa, eles verdadeiramente perdem seu trabalho. Mas pelo menos eles colocam o Homem contra o falso demônio do Cristão, e leva-se em conta para a sua retidão. Mas veja, vós Irmãos, adeptos perfeitamente iluminados, quão grande é o erro deles que por sua revolta devem ser reis. Pois não são na verdade as excentricidades simiescas do sacerdote que consagram o pão mas seu poder masculino que deve tornar sagrada todas as suas ações. Considere isto.

Esta descrição magnificente explica, até mesmo justifica as seções anteriores estranhas e sarcásticas. Aqui, Crowley torna claro que o uso de qualquer forma de profanação (incluindo o sacrifício) é uma tentativa estúpida e vazia de se revoltar contra o cristianismo e portanto é simplesmente uma corrupção de uma corrupção. Esta passagem claramente rejeita não apenas o sacrifício mas a estupidez de ambos o profanador da Igreja ( nas excentricidades da Missa Negra) e a ignorância banal dos próprios sacerdotes. Esta seção mostra como a Missa Negra, embora possa ser uma revolta significante contra a Igreja, termina tornando-se tão bárbara e idiota quanto os ritos do inimigo que objetivou vencer.

A sugestão está no fato de que o poder da Igreja está em sua sexualidade sublimada, o poder do sacerdote está em seu falo, não em suas palavras inconscientes pelas quais ele clama transformar o pão em ‘jantar judeu’. A essência desta seção é a de que todo sacrifício é uma reação a ou produto da ética Cristã e Judaica e da mesma maneira aqueles que praticam a Missa Negra, etc. estão reagindo contra a Igreja e são simplesmente um produto dela. Eles certamente não são dos Mistérios, nem de nós.

Do Sabbath dos Adeptos

Nas horas negras da terra quando a superstição cristã com malogro caído secou malignamente a maioria dos povos da Europa, quando nossa ordem sagrada foi dispersada e a santidade de seus preceitos jazia violada, havia ainda certeza em manter a Verdade em seus corações e amar a luz para guardar a lamparina da virtude sob um manto de sigilo. E estes em certas estações por caminhos abertos ou escondidos, em charnecas ou montanhas, eles dançavam juntos e com estranhas iguarias e feitiços, chamavam ele, cuja energia chamaram ignorantemente de ‘Satã’, que era na verdade o grande deus Pan, Baco, ou até mesmo Baphomet que os Templários adoravam secretamente, e ainda adoram pois no VI todos Cavaleiros ilustres da sagrada ordem do Kodosh, todas as damas de companhia do Santo Graal são ensinados a adorarem; ou BABALON a bela ou até mesmo Zeus, o Apolo dos gregos. E cada um quando primeiramente induzido para a festa era feito parceiro daquele encarnado pela consumação do rito de casamento. Considere isto.

O Sabbath como entendido dentro da tradição tântrica do Santuário é o sobrevivente das formas primordiais de Magia Sexual Gnóstica, quando a Igreja degradou os Mistérios, as formas primevas foram ressuscitadas pelos Magos e ensinadas em florestas e montanhas. A chave para o ensinamento estava no direito divino de casamento através do qual o mago dedicava-se à força criativa do universo e identificava sua sexualidade com aquela dos Mistérios, ao invés de degradá-la na vida rotineira. Este processo é afim ao ensinado dentro do arcano Gama, técnica Qodosh.

Sobre Fábulas Clássicas

Os antigos de qualquer nação relatavam seus heróis como sendo nascidos do casamento dos Deuses com homens mortais. Como Rômulo e Remo nasceram de uma vestal virgem inseminada pelo Deus Marte, Hércules de Zeus, Buddha de Vishnu, na forma de um elefante com seis trombas, Jesus de Jeová com uma virgem e muitos outros. Mesmo Deuses verdadeiros nasciam de mães mortais, como Dionisos de Sêmele. Também eles contam muitos amores do céu pela terra, Diana por Endymion, Zeus por Leda, Dana, Europa e o resto. Mesmo Hades saiu de seu reino de penumbra para desposar a donzela Perséfone. Há também amores de Deuses por ninfas, Baco por Ariadne, Zeus por Io, Pan por Syrinx. Não há limite. E sátiros, faunos, centauros, dríades, milhares de graciosas tribos, brilhante e luxuriosamente pelas lendas. De novo temos os amores de fadas pela humanidade e o comércio dos Beni-Elohim pelas filhas dos homens, e novamente o casamento de Orfeus com Euridice, uma ninfa,e as redes fidedignas que as Laura Melusina, as sereias,, Lilith e muitas outras jogaram para os homens. É até mesmo dito que para cada iniciado da ordem da Astrum Argum podem aparecer na forma de um demônio ou uma mulher para pervertê-lo. Dentro de nosso próprio conhecimento temos que não menos que nove irmãos que foram absolutamente jogados para fora desse modo. Há também amores fúteis como o de Ixion por Hera, de Actaeon por Artemís.

Considere isto.

A primeira mensagem dentro desta seção é a descrição da idéia do uso de congresso sexual com formas astrais. Nesta ilustração, Deuses e Deusas. O propósito chave desse congresso sendo tanto a produção de uma manifestação desta força (crianças espirituais) ou a criação do elixir. Isto é ilustrado de acordo com os diferentes métodos que podem ser usados, Deuses e Ninfas, Fadas e Homens, Deuses e Mortais e por aí vai, cada ilustração oferecendo um tipo levemente diferente de fórmula.

Além dessas fórmulas, há as que as sereias e afins oferecem , a fórmula do aprisionamento através da magia sexual. Uma fórmula que deve ser usada com extremo cuidado, para detalhes desta fórmula, a fórmula de Vampiro de Alhim é encontrada no “De Ars Magica”. Nos últimos versos é dado o aviso de que a criação de uma forma astral não deve ser confundida com um homem ou mulher físicos, embora ele/ela possa tomar o lugar do sacerdote/isa dentro do rito, esta confusão pode levar a obsessão e a perda da vontade mágika.

Sobre Certos Ritos Gregos

Entre os povos da península dos Balcãs e especialmente os gregos, por trás do disfarce de falso cristianismo, está escondido o trigo de Deméter. E como o muçulmano confia estar unido pela morte ao Hur al Ayn do paraíso, também estes outros ainda pensam que casamento mundano não é mais do que fornicação, pois a morte é nupcial posto que a alma está unida àquele Deus ou Deusa para quem na terra sua paixão aspirava. Portanto, mesmo no abraço de seus amantes, seus corações estavam fixos em Artemís ou em Afrodite, ou em Ares ou em Apolo, conforme a tendência interna incita e daí a intuição.

Considere isto.

Esta seção continua com a ideia do uso de imagens astrais em conjunto com as várias formas de magia sexual. A diferença, entretanto, sendo que aqui o processo é moldado numa forma de Bhakti ou yôga devocional. Esta forma de prática yôguica usa o orgasmo sexual (a ‘pequena’ morte) para realizar um estado de união extática com a imagem escolhida. Um extensão natural desta técnica pode ser feita na feitiçaria comum, onde os trabalhos nos caminhos e sephiroth podem ser expandidos através do congresso sexual com os vários habitantes destes locais.

Obviamente isto garante mais sucesso do que as técnicas mais tradicionais de trabalho dos caminhos.

Sobre Súcubos e Íncubos

De todos os tempos a vida do homem agora e novamente caiu no sono, sem vontade e apenas reflete-se vagamente e fantasticamente pelos sonhos e seu conhecimento. Agora sendo que nada pode ser perdido em qualquer plano, mas apenas mudado na aparência, a substância interna dessa forma de vida de fato cria monstros, em parte materiais, que os doutores da Idade Média chamavam íncubos ou súcubos de acordo com suas funções masculina e feminina. Estes também, criaram crianças em mulheres, mas não o contrário, para o súcubo, pois todas suas funções femininas são tão masculinas quanto as de seu irmão. Destes amantes monstruosos alguns até se tornaram famosos na terra como aquele que tentou Santo Antônio, e o anjo que brigou com Jacó num lugar chamado Paniel. Também Merlin era a criança de um íncubo, e assim foram criados muitos heróis da antiguidade.

Considere isto.

As primeiras linhas desta seção descrevem a teoria básica por trás da emissão sexual, também as emissões sexuais ejetam tanto para o reino físico quanto astral um grau de força de vida ou Ojas. Esta força, quando não controlada pela vontade, tende a operar de uma maneira descontrolada, criando uma variedade ampla de formas baseadas no estado de sonho que é associado com o orgasmo sexual. Uma das criações resultantes é o íncubo, que representa uma forma de estímulo sexual que é criado pelos sonhos associados com as emissões sexuais, isto pode ser formado durante o sono ou estados despertos. Se propriamente controladas, tais criações são de grande valor para realizar trabalhos Gama e Epsilon dentro das esferas astrais sem intervenção física bem como outras possibilidades mágickas.

Sobre o Trabalho dos Adeptos

Não é apenas uma provação e como uma preparação para, a maior chave que é dada ao iniciado do Santuário da Gnosis é o IX OTO, mas por sua própria graça e o valor prático e permanente de seus efeitos como um trabalho menor para ser realizado por Epópetas – e muito mais por Pontífices – dos Iluminatti. E este trabalho é triplo …

1. Devoção ao mais alto intensificada em todos os planos até que se acumule em união conjugal ratificada por todos Deuses tão firmemente que a própria morte é o portal para seu mais pleno e permanente desfrute. E a alma é para criar-se como uma criança para a nova encarnação sobre o corpo da grande Deusa. Como está escrito, assim deve ser falado sobre ti!

“Ó Tu tens formado teu pai e feito fértil tua mãe.”

2. Aceitação da devoção de um ser inferior ou parcial tal como uma ninfa ou um elemental de tal maneira que por meio desta seja redimida e feita uma perfeita alma através da morte que deve ser paga como preço pela união com o homem.

3. A creação deliberada e bem considerada de novas ordens de seres.

Esta seção, descrevendo o trabalho do adepto, resume os trabalhos básicos que devem ser completados com sucesso como parte das aplicações práticas primordiais da Magia Sexual. A primeira seção descreve o procedimento por meio do qual, através de congresso sexual com formas astrais, relacionados aos caminhos e às Sephiroth, uma nova forma é criada, um novo eu; o Eu Verdadeiro é criado e moldado e nasce através da consciência do velho eu. A seguir, o mago usando as técnicas de íncubos e súcubos toma um elemental ou ser parcial para atingir certas tarefas, reforçar sua vontade e explorar os mundos inferiores. O resultado final deste processo sendo a aceleração do crescimento do elemental e sua graduação, na morte, aos rincões inferiores da corrente de vida humana.

A seção final sugere todo o trabalho realizado pelo mago durante os estágios primários de seu treinamento tântrico, mesmo o processo inteiro, a criação de novas ordens de seres.

Casamentos Maiores

1. O meio supremo está plenamente declarado nas publicações da fraternidade augusta mais sagrada Astrum Argum – Liber XI e Liber DLV.

2. Seu outro método é sugerido a cada ocasião antes do sono : que o adepto imagine sua Deusa diante dele, mantendo-a ardentemente na imaginação e exaltando-se com toda a intensidade em direção a ela. E que ele considere todos movimentos involuntários da mente como adultério, vil e criminal. Logo, com ou sem assistente, que ele purifique-se livre e plenamente, ao final do comedimento treinado e ordenado até a exaustão, concentrando-se sempre ardentemente sobre o corpo de sua grande Deusa e que a oferenda seja preservada em seu templo consagrado ou num talismã especialmente preparado para essa prática. E não deixe o desejo por qualquer outro entrar em seu coração. Então será no final que a Grande Deusa descerá e vestirá sua beleza em véus de carne rodeando sua fortaleza casta do Olimpo para teu assalto, Ó Titã, filho da terra ! Ou pelo menos isto sendo negado a ti, ainda que toda tua vida em coração e espírito sendo Dela tua morte será a consumação desses noivados, uma entrada no palácio fechado de tua dama. E de tais desposamentos deves tu ler no Liber CCCXVIII, mais especificamente no nono e segundo Aethyres. É de se notar de tudo isso que tanto Deus quanto a Alma são macho ou fêmea conforme a conveniência requerer. Veja, por um curioso exemplo, o tratado místico chamado Bagh I Muattar.

Os métodos básicos de magia devocional estão descritos no Liber Nu e no Liber Had, eles são a base para todos os trabalhos devocionais dentro da Astrum Argum como sugere a seção acima. O segundo método de magia devocional está então descrito para estudantes mais avançados, sendo baseado no uso de técnicas Beta ou magia masturbatória. Por meio da qual a imagem formada é a do Deus(a) para o qual o iniciado aspira, como sugere o último verso esta figura pode, na realidade, ser de qualquer sexo ou forma que a preferência ditar. (O Bagh I Muattar é um texto místico homossexual). Este método é apenas bem sucedido se todos os pensamentos forem focalizados na imagem da devoção e se o orgasmo for disparado apenas quando a mente estiver totalmente consumida pela forma divina. Embora uma ampla variedade de formas divinas possa ser usada, sendo que o treino é o aspecto devocional de Hadit e Nuit, todas imagens usadas devem refletir a relação entre Ain e Kether, de acordo com o entendimento pessoal de sua interação.

No Liber CCCXVIII : A Visão e A Voz, a matéria de devoção às supernais através de meios sexuais e místicos é discutida no segundo e nono Aethyres.

Casamentos Menores

Esta matéria é fácil, pois as almas dos elementos constantemente desejam esta salvação. Mas que o adepto esteja alerta.

1. Que ele escolha sabiamente uma alma razoável, dócil, apta, bela e de todas as formas merecedora de amor.

2. Que ele nunca caia do amor para com a Grande Deusa em amor a esse inferior, mas dê apenas como mestre e de sua compaixão, sabendo que isso também é serviço a sua alta Dama acima.

3. Que de tais espíritos familiares, ele tenha apenas quatro. E que ele regule seu serviço, apontando horas para cada um.

4. Que ele os trate com gentileza e firmeza, estando de guarda contra seus truques.

Estando dito isto, é suficiente, ou tê-los é, mas as dores de chamá-los de seus lares. E os espíritos das tábuas elementais dadas pelo Dr. Dee e Sir Edward Kelley são os melhores, sendo muito perfeitos em sua natureza e fiéis, afetivos (sic) pela raça humana. E se não tão poderosos, eles são menos perigosos do que os espíritos planetários, pois estes são tempestuosos e distraindo-se as estrelas são facilmente perturbáveis e afligíveis. Logo, chame-os pelas chaves de Enoch como estão escritas no livro que conhecemos e que seja após as chamadas e evocação pela varinha e que a essência da varinha seja preservada dentro da pirâmide de letras que fazem o nome do espírito. Agora a menos que seja bem experiente na arte mágika, tu não deves ousar convocar os três grandes Deuses da grande tábua ou o rei serpente, ou os seis senhores majestosos, ou até mesmo os Deuses das cruzes do calvário nos ângulos menores. Mas o governantes Querúbicos, tu na verdade e amen, há teus parceiros, e tu podes mais seguramente convocar os assistentes dos ângulos menores. E aqueles que forem noviços nesta arte devem mais sabiamente convocar apenas o trigrammaton ou os sub-elementos.

Aqui temos uma clara descrição para o trabalho com elmentais, quer entendamos eles como forças externas ou facetas internas da consciência externalizadas, devemos tratar com cuidado e compreensão. Pois em troca por seus serviços eles atingirão uma medida de consciência humana através de sua experiência com nossas naturezas. Associado a isto os quatro requisitos são listados claramente acima bem como um lembrete de que estes são seres inferiores e eles nunca devem ser colocados numa posição que obstrua nossas metas e ganhos espirituais.

Para o tipo de elemental ou espírito que é melhor usado, é sugerido o sistema de trabalho Enochiano de John Dee , este sistema está descrito em muitos textos derivados da Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn) com outras versões preferidas no quinto volume de “Filosofia Mágika” (Magickal Philosophy), de Denning e Phillips e num estilo mais teatral e menos preciso, na Bíblia Satânica de Anton LaVey. Sistemas planetários tais como o de Franz Bardon (Practical Evocational Magic) também são úteis mas devem ser usados com extremo cuidado, pois como mencionado acima, os espíritos são mais tempestuosos e facilmente perturbadas e aflitas estrelas no preparo.

Sobre o Novo Santo Reino

Está escrito no papiro de Nes Min que o sol falou em seu nome Tum e disse: ‘Eu copulei com meu punho, eu emiti sêmen na sombra, eu ejaculei na minha boca, eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut. Shu e Tefnut revelaram a meu olho…eu chorei sobre eles, a humanidade veio à existência das lágrimas que corriam de meu olho. Shu e Tefnut revelaram Keb e Nut, Keb e Nut revelaram Osíris e o cego Hórus e Set e Ísis e Nephthys da barriga, um após o outro, e eles revelaram suas multidões nesta terra.’ e novamente ‘Eu copulei com meu punho, meu coração veio a minha mão, o sêmen caiu em minha boca. Eu emanei prole como Shu, eu verti identidade como Tefnut, de um deus eu era três deuses…’

Portanto o sol formou macho e fêmea, cujas crianças são a terra e o céu, cujas crianças são os cinco elementos ou Tattvas, dos quais todas as coisas visíveis são feitas, que os adeptos façam dois talismãs, puro masculino e feminino, sem mistura de qualquer dos princípios inferiores que eles consagrem-se como o sol, e vertam vida sobre eles vivificando eles desta maneira, então eles devem se unir, fazendo sobre eles um novo céu e uma nova terra, cuja união deve originar elementos e multidões de seres para viverem e amarem em liberdade debaixo de sua luz, como um grupo de vrigens cantando louvores entre as chamas da glória pelas quais o Senhor abriu sua boca, cujos trabalhos devem ser uma canção de honra e o louvor de seus Deuses em sua creação.

O trabalho do adepto como descrito nesta seção é baseado na simples formação de dois talismãs, nos quais são isolados os arquétipos masculino e feminino pelo uso de Alfaísmo estes são ativados e trazidos à vida. Portanto quando eles são unidos uma união dos arquétipos masculino e feminino é experimentada na consciência. Esta união realiza a união de várias faculdades dos lados esquerdo e direito do cérebro que até agora estiveram separadas devido às limitações sexuais da fórmula de Osíris. Esse processo pode levar um longo período de trabalho mágiko mas o resultado é a androginização da consciência, o despertar interno de Baphomet.

Sobre a Danação

Lembrem-se, queridos amados, adeptos perfeitamente iluminados do Aeropagus Secreto, que do começo dos votos de sua iniciação têm invocado sobre vocês a mais amedrontadora de todas as penalidades de desobediência. Pois tão logo vós tenheis erigido qualquer coisa natural e comum numa fórmula de magia, tão logo vós excitais a corrente contrária. Portanto, enquanto cada criança lê e fala livremente dos pilares do templo do rei Salomão pelo nome, os maçons ousam não mais do que letrá-los sem precaução. E enquanto o homem privado possa falar mal do rei blasfêmia de Deus sem risco, ainda o servo do rei, e o ministro de Deus, podem agasalhar-se com reverência mesmo que esta possa não estar em seu coração, por esta razão que eles invocaram o rei e Deus como espada e escudo de sua própria autoridade.

“Ó você, então,se ousou usar essa força do falo sagrado, seu abuso é fidedigno e mortal. Para o homem da terra pouco importa se ele sofre polução noturna ou entrega-se a indolências, para vocês que são adeptos é ruína absoluta ou toda aquela força que passa sob seu controle, a menos que tão dirigida e fortificada pela sua vontade é como um soldado leal, fiel até a morte é como artilharia abandonada que é capturada pelo inimigo e jogada contra vocês, um tiro certeiro sobre vocês e toda a fortaleza que sua herança de Deus, e sua própria arte sagrada que a construiu sobre vocês, não tem força para resistir este assalto traiçoeiro. Estejam alerta portanto, por obsessão, desperdício corpóreo e doença, loucura e mesmo assassinato sobre vocês pode ser inflingido pelos motores que vocês forjaram para o serviço da humanidade e para a glória do Senhor, deixados à malignidade do demônio que pode voltá-los para sua própria destruição.”

Esta seção é clara, qualquer mago que pisa no caminho da Magia Sexual e então abusa de sua sexualidade planta a semente de sua própria destruição. Dois dos abusos mais comuns são o uso da sexualidade por desejos mundanos ao invés de finalidades espirituais e permitir ocorrerem emissões noturnas que poderiam ser controladas através de técnicas Alfa.

Uma reprovação

Escuta então, queridos amados, esta reprovação, primeiro, reforça o máximo poder de comedimento pela prática diária como é ensinado pelos hindus e árabes, mestres desta ciência, em seus livros.

Shiva Samhita

Hatha Yoga Pradipika

Kama Sutra

Ananga Ranga

O Jardim Perfumado do Sheik Nefzzawi e muitos outros.

Segundo, evite os perigos da inadvertência pela prática constante e regular dos trabalhos maior e menor do Epópeta e Pontífice dos Iluminatti e do Mistério do Reino Novo e Santo.

Terceiro, durma sempre num círculo consagrado ou numa sala cheia de imagens sagradas diante de cuja glória os poderes da escuridão tremem todos os dias. Tais imagens são :

1. O Sol

2. O Falo Sagrado

3. O Grande Selo de Babalon

4. A Estéla da Revelação

5. O Grande Selo da OTO

6. O Grande Selo de Baphomet

7. A Imagem de Babalon

8. O Olho com o Triângulo

9. A Rosa Cruz

10. As Imagens de Harpócrates sobre a lótus ou de pé sobre crocodilos

11. A Imagem de Babalon com a referência fálica ‘Om Mani Padme Hum’

12. A Figura de Ísis com Hórus

13. O Crucifixo, mas apenas se seu significado solar-fálico esteja firmemente aparente e seja um escudo sigiloso contra o vulgar.

14. Talismãs apropriados para a questão.

15. Uma chama viva

16. Os símbolos e insígnias da OTO que seu grau intitula-te a usar. Anéis mágikos e colares também podem ser vestidos noite e dia.

Os rituais de defesa e proteção devem ser praticados com perfeição. Todos as excreções corporais, como unhas e cabelos cortados devem ser queimados, a saliva deve ser destruída ou exposta ao sol, a urina e fezes devem ser descartadas de maneira que nenhuma outra pessoa obtenha a posse delas. também é desejável, na teoria, que o linho não deve ser lavado por estranhos e que roupas velhas não devem ser dadas aos pobres até algum tempo após seu último uso. Mas muitas vezes estas precauções não são necessárias, apenas se estiver engajado em operações de maior importância é indispensável observá-las.

Esta seção descreve, em síntese, as facetas básicas do mestre da Magia Sexual dentro das tradições tântricas do Santuário, no começo sugere-se que um conhecimento mais forte da teoria e prática da Magia Sexual é imperativo, os textos esquematizados ainda são alguns dos melhores livros disponíveis, alguns outros incluem os de Sir John Woodroffe (Arthur Avalon) e os trabalhos de Kenneth Grant (exemplos de seus trabalhos incluem o Culto das Sombras, Aleister Crowley e o Deus Oculto, O Lado Noturno do Éden, A Revivência Mágika, Imagens e Oráculos de Austin Spare, Os Círculos do Tempo e a Fonte de Hecate) estes últimos textos devem ser estudados com uma visão crítica, embora eles tenham grande valor, eles tendem a abundar com cegueiras e, por assim dizer, erros deliberados. Além do conhecimento destes assuntos o mago deve estar em trabalho constante, especialmente a respeito da magia sexual devocional (Bhakti Yôga ou Casamento Maior), trabalhos com elementais (Casamento Menor) e androginização (Reino Sagrado).

A respeito de seu modo de vida, o mago deve saturar sua vida com estudos e imagens relacionadas ao seu trabalho para programar sua consciência com a carga correta de informação esotérica. Listadas acima estão as imagens que são melhor usadas em tal processo, seria notado o fato de que nenhum dos sigilos da Astrum Argum são listados, isto é porque este documento foi publicado pela OTO e não pela Estrela de Prata. Contudo, quaisquer sigilos da OTO/AA ou ordens correlatas podem ser incluidos na lista acima.

Seguindo-se disto, autodefesa psíquica é uma boa idéia, mas como sugerido, medidas extremas apenas são úteis durante trabalhos de maior importância. A paranóia não é uma boa companheira da prática mágika.

Sobre a Dissimulação desta Instrução

Agora a respeito desta investida, pode ser que certos julgamentos aqui contidos tenham coisas monstruosas ou extravagantes, deixe-os considerar isso como um deleite de sua própria intuição e apreensão e mais ainda, como a grossura do véu que ainda está entre este aerópago e o Santuário da Gnosis. Pois perfeitamente iluminados vós sois, amada irmandade, pense nisso, que possa haver mais escuridão do que toda vossa luz. Amen. E amen. E amen de amen. Vós sois grandes pelo sinal, eu troco com vocês o símbolo, eu sussurro a palavra como eu a recebi e não de outra maneira, eu invoco sobre vós a luz de nosso Senhor, o Sol, eu confiro sobre vós a benção de nosso Senhor Therion, pelo nome de ON e pelo nome de AMEN, eu convoco os poderes da Vida, do Amor e da Liberdade sobre vós. E possa a glória do Santuário da Gnosis brilhar através do véu e a ostentação do banquete Graal passar novamente diante de vossos olhos ! Ave, Irmandade, amados do mais alto, Ave, Adeptos perfeitos e iluminados do nosso aerópago secreto, triplo Ave, Pontífices e Epópetas dos Iluminatti, Ave e adeus ! Pelo nome de Babalon e da Besta unidos, do salvador secreto e de IAO.

Apêndice

Nos livros sagrados de Thelema constantemente aparecem as núpcias de Deus e do homem.

Veja o Liber LX (1): 20, 22-28, 47-48, 64-65; (2) : 4-16, 30-31,45-46, 50-54, 57-61; (3) : 31-36, 40-54, 60, 63-65; (4) : 1-5, 7-9, 24, 30-40, 42-56, 61-65 e (5) : 8-12, 21-24.

Conclusão

O documento ‘Dos Casamentos Secretos dos Deuses com os Homens’ foi originalmente publicado como um documento do 8º grau da OTO e deve ser entendido neste contexto. Originalmente a Astrum Argentum era uma ordem de treinamento em Magia, a OTO ensinava um sistema religioso de Magia Sexual e a Igreja Gnóstica Católica era uma aplicação religiosa dos ensinamentos de ambas estas ordens em conjunto. Após o óbito de Aleister Crowley e várias mudanças antes de sua morte, a Astrum Argentum tornou-se uma ordem astral e vários clamaram seguir com a tradição da OTO. Não temos nenhum interesse de entrar num debate a respeito de linhagem exceto dizer que a experiência é mais importante do que qualquer clamor histórico de fama. O vórtice astral da Astrum Argentum ensina Magia Sexual, que é um sistema científico do Tantrismo, enquanto que o Tantrismo religioso é deixado para aplicação pessoal.

Este novo sistema permite a plena aplicação da injunção “O Método da Ciência, a Meta da Religião” e uma completa exposição da Magia Sexual era encontrada dentro deste grau. Os títulos religiosos tais como Casamentos Maior e Menor, o Novo Reino e tal são usados dentro da ordem mais por prática simbólica do que verdadeiramente religiosa. Portanto, o Casamento Maior é mais aplicável dentro dos Libri Nu e Had, o Casamento Menor com as instruções do Betaísmo e o Novo Reino como uma combinação de Gama e Epsilon de acordo com a interpretação talismânica. O material de fonte dentro deste documento deve ser estudado diligentemente, não menos, pois oferece um resumo excelente da teoria tântrica bem como algumas novas introspecções interessantes sobre os procedimentos da Magia Sexual. Todo mago deve mergulhar profundamente em todas fontes disponíveis bem como realizar um estudo dos vários textos disponíveis sobre Tantrismo, usando as chaves do Santuário providas dentro deste estudo, para que todos os magos possam sentir a luz da Verdadeira Vontade e verdadeiramente tornarem-se adeptos perfeitamente iluminados.


quinta-feira, 12 de agosto de 2021

La Hermandad de Saturno

 


La Fraternitas Saturni (FS), la Hermandad de Saturno, se ha dado a conocer a los lectores de habla inglesa (y hasta ahora en habla hispana) a través de descripciones fragmentarias que hacen hincapié en lo sensacional de los  aspectos mágicos-sexuales  del trabajo de logia más bien que por su lado más oscuro y más satánico. Esto es comprensible a la luz del hecho de que FS es (o era) la organización más descaradamente luciferina durante el renacimiento ocultista occidental moderno , y su práctica de la magia sexual oculta, tal vez la más elaborada y detallada de dicha logia. La FS representa una combinación única de cosmología astrológica, demonología neo - gnóstica, sexo oculto, y de principios de la organización masónica. Esta gran síntesis fue originalmente la visión de un hombre, muy experimentado el Gran Maestro de la FS , Gregor A. Gregorius.

 

Este libro es probablemente el primer intento hecho en cualquier idioma para presentar una visión global de la historia, la organización, las doctrinas, rituales y prácticas de la más poderosa e influyente logia de lo mágico en la moderna Alemania. El " compendio " del material de la FS es citado en la Enciclopedia de lo  inexplicable de Richard Cavendish que es  un enorme, pero a veces desorganizado, tesoro de la documentación que fue recopilada por el Prof. Dr. Adolf Hemberger de la Universidad de Giessen, West Alemania. Otros tratamientos recientes de la  FS que se han escrito en alemán también han hecho uso de una montañas de pruebas de documentos, pero se han hecho pocos intentos de organizarlos de manera comprehensiva. Aquí, trataremos de presentar un amplio y organizado esbozo de esta logia mágica. El lector debe saber que el autor no es un iniciado de la FS. Sin embargo, tuvo el asesoramiento y consultó en la Hermandad, como se cita en la sección de Agradecimientos .

 

Esperamos que esta combinación, junto con mi vieja experiencia en la historia y la práctica de la magia, proporcionará un sentido de solidaridad objetiva.


FS es una organización que ha sido objeto de varias transformaciones durante su manifestación más reciente (desde aproximadamente 1927 hasta la actualidad). La mayor parte del material utilizado para este libro y las ideas discutidas en el mismo se han extraído de la época cuando Gregorius fue Gran Maestro, o poco después (alrededor de 1970). Por lo tanto, no se puede suponer que las doctrinas o prácticas analizadas en estas páginas todavía hagan parte de las doctrinas y prácticas actuales de la  FS en Alemania.

 

Estas páginas, sin embargo son, una visión completa de la logia, incluyendo muchos de sus más profundos secretos sobre sus doctrinas y prácticas ritualísticas de la época anterior. Una visión global de su estructura organizativa del grado 33  de iniciación, es una de las claves para  la comprensión de la labor y el propósito de la Logia. El capítulo sobre las doctrinas de la FS se concentra en lo que es quizás los tres aspectos más singulares de la doctrina de la FS:


Enseñanzas astrosóficas de Saturno como el Demiurgo que rige el presente estado de evolución cósmica.

El aspecto fuertemente luciferino de esta doctrina.

Las enseñanzas de sexo – cosmología y magia sexual oculta - Yoga de la luz oscura- como está ligado con estas teorías.


Los rituales que se presentan aquí son tratados completos de los ritos que se encuentra en el material de archivo. Ellos demuestran ampliamente el ámbito litúrgico de la Hermandad, y proporcionan los conocimientos más importantes sobre la filosofía que son inaccesibles en las discusiones teóricas. Después de estudiar las doctrinas de la FS durante casi una década, y después de una experimentación significativa con un número de sus fórmulas, creo que la Hermandad de Saturno realmente tiene un lugar único en la historia del renacimiento de la tradición mágica occidental. Durante demasiado tiempo, el foro sobre lo mágico de habla Inglesa ha  ignorado la naturaleza exacta del ocultismo y magia alemán. A pesar de una gran cantidad del "ocultismo Inglés " es en realidad, o supuestamente, derivado de fuentes en su nación Continental hermana (por ejemplo, los rosacruces, la Golden Dawn Amanecer Dorado, otros  manuscritos cifrados, incluso la O.T.O.  u Orden templis ), se ha hecho poco en el camino de forma sistemática analizar este mundo vasto y vibrante.

 

En general, se podría decir que la Golden Dawn ha estado en el ocultismo anglo - americano sobre la últimos cien años, la Fraternitas Saturni ha sido del ocultismo alemán. Pero mientras que los "secretos" de la GD se han publicado y reeditado,  - hasta hace poco - los misterios de la FS han permanecido detrás de un velo de oscuridad. Por lo tanto, cualquier persona quien realmente entiende las profundidades de la subcultura mágica de hoy en día, ya sea en alemán o en la sociedad anglo - estadounidense, tiene que tener un profundo conocimiento de la historia y las doctrinas de la Hermandad de Saturno.


Las doctrinas de la Hermandad de Saturno

LUX E TENEBRIS LUCET ET Luceat


Las doctrinas y enseñanzas ocultas concernientes a la logia mágica de la Fraternidad Saturnis  se envuelven en la  capa oscura del Demiurgo Saturno, y son verdaderamente reveladas sólo a los elegidos de Saturno, que son capaces de comprender y entender la Gnosis de Saturno. Esta gnosis es a veces oscura y ominosa. Ella revela el lado oscuro de la Era de Acuario, una época para ser regida por Saturno. Pero también es iluminada  por la octava "más alta" de Saturno - Lucifer – y por  la luz oscura del yoga Saturnino, o el misticismo sexual y por la cosmosofía .


Las enseñanzas de la FS son muy eclécticas. Esto es muy comprensible dado el origen " pansofico " de la logia. " Pansophical " lo que aquí significa " sabiduría que abarca todas las demás formas de la sabiduría. "En la primera parte del siglo XX, había varios " – sophies (sabios), " todo basado en la analogía con la Teosofía de Blavatsky,  acá fue donde se originó la "Ariosofía" de von List, von Liebenfels y otros, y la Antroposofía de Rudolf Steiner, la pansofía original de Heinrich Tränker fue un intento para sintetizar todas las formas de enseñanzas ocultas, en la práctica. Esto, sin embargo, demostró ser una tarea difícil, ya no parecía haber ningún elemento unificador o central en el remolino del saber oculto que gira alrededor del movimiento pansófico.


Fue por la Fraternitas Saturni y Gregor A. Gregorius, que directa o indirectamente a través de la aceptación de la Ley eónica de Thelema, lo que proporcionó los elementos necesarios de cohesión para el enfoque pansófico en Alemania. En este capítulo nos concentraremos en las cosas que hacen que la enseñanza FS sea única y para darle una forma definitiva. La mezcla de todas estas doctrinas orientales y occidentales se encuentran en las órdenes cuasi - masónicas de finales del siglo XIX y principios del siglo XX, por ejemplo, la Golden Dawn y sus ramas derivadas. Los elementos que hacen que la FS sea única son su enfoque en el arquetipo de Saturno, el mito de Saturno de un nuevo eón en base a un proceso astrológico, y un Luciferianismo descarado. Otros aspectos que, aunque no son exclusivo de la Hermandad, sumado al enfoque del trabajo de la logia son: las doctrinas y prácticas de la magia sexual (principalmente procedente de la actual OTO), y la Ley de Thelema, que han sido formalmente aceptadas del Maestro Therion (Aleister Crowley) en el inicio de la FS.


Desde el punto de vista de las actuales tradiciones mágicas y místicas, la  FS es una mezcla de Corrientes orientales y occidentales. Un estudio de los contenidos de la cuestiones de la Gnosis de Saturno, los trabajos hacia el Aplicado Arte de Vivir (1948-1950), y los documentos hacia el arte oculto Aplicado a la Vida (1950-1958) muestra cómo es esto. De ideologías orientales (muy india) vienen los temas del despertar del sistema de chakras en el mago, a las leyes de la reencarnación y el karma, y la práctica del misticismo sexual tántrico. De  diversas ramas de la tradición occidental (por falta de un término mejor) vienen las doctrinas de la magia ritualística  (extraída principalmente de los grimorios medieval y renacentista), la astrología, los rosacruces, el gnosticismo y, por supuesto, la forma primordial de organización y ritual de la logia masónica. Los documentos indican que la influencia oriental se hizo más fuerte después de la reorganización de la logia después de la Segunda Guerra Mundial. También es interesante observar que en comparación con las logias eclécticas similares, la FS puso relativamente poco énfasis en el Tarot y la Cábala. Dentro de las enseñanzas de la FS, se pone especial énfasis en el cristal y espejo mágico, péndulo mágico, y magia  daimónica


La Gnosis de Saturno


La gnosis de la FS es un conjunto complejo de doctrinas de la magia. Estas incluyen un camino especial de iniciación así como una completa cosmosofía astral o planetaria y un elemento luciferino. En muchos aspectos La Gnosis de Saturno es conforme de lo que se conoce de las sectas gnósticas de la antigüedad “Ofitas y Barbelo”.


La Gnosis es una forma de conocimiento sobre el cosmos en el que el individuo se siente llamado, o "elegido", y que no se basa en la creencia en ciertos dogmas, sino más bien en una experiencia personal profunda. Las enseñanzas, prácticas y rituales de la FS están destinadas a proporcionar simplemente una experiencia iniciática. Aunque en la antigüedad en el Gnosticismo existía en una miríada de sectas a menudo incompatibles entre sí, eran ciertas doctrinas comunes a la mayoría de ellos. En primer lugar, sostenían que existía una divinidad más allá de toda categoría, así como un dios trino subsistente en la plenitud del ser (pleroma), o la luz. Este reino divino de plenitud del ser trasciende el lugar en el mundo donde existe la materia, estos dos reinos se separan por una gran barrera (Horos). Cómo estos reinos están separados en una cuestión de diversa especulación, sin embargo, lo que es cierto entre los gnósticos es que nuestro mundo no fue creado por el dios de la luz, sino más bien por una entidad resultante de una deficiencia en el Pleroma .


Esta deficiencia se produjo ya sea a través de una degeneración progresiva como una efusión de estar más y más lejos de su origen, o por medio de una retirada consciente de la voluntad divina (thelema) de los límites exteriores. En cualquier proceso, las entidades menores independientes surgieron en niveles de graduales (llamados eones) del nuevo cosmos. Estas entidades fueron llamados arcontes. Uno de estos arcontes es la entidad - o - demiurgo que creó nuestro mundo de la materia. Esta entidad se identifica por algunos Gnósticos con Jehová (YHWH), el dios del Antiguo Testamento. Por último, se sostuvo que el hombre, como una entidad mixta que consiste en elementos de origen, tanto en el mundo de la luz (de Dios) y el mundo de la oscuridad (del demiurgo), sólo podía ser redimido por el conocimiento (gnosis). Este conocimiento fue una experiencia directa del ser, no algo que se adquiere por aprendizaje o por conclusiones alcanzadas por métodos lógicos. El demiurgo Jehová exigió fe (pistis), el " Buen Dios " sólo podría ser alcanzado a través de la gnosis.

 

El arquetipo de Saturno


Desde la perspectiva de las enseñanzas de la FS, las esencias de los planetas son entidades complejas. El foco central de la Hermandad es el complejo de Saturno, que nos referiremos aquí como un "arquetipo". Desde una perspectiva eónica, el complejo planetario que rodea a Urano es también importante en las enseñanzas de la FS.


Una revisión de un texto astrológico moderno muestra lo que son las opiniones comunes sobre las características de Saturno: práctico, prudente, constructivo, responsable, paciente, ambicioso, económico, fiable y auto-disciplinado. Las características negativas podrían incluir principalmente: una mente estrecha, grave, distante, dogmático, sin corazón y cruel. Algunas de las características más viejas de Saturno fueron tomadas por encima de las de Urano. Una vez más, la revisión de textos estándar muestran ciertas características de Urano: humanitario, simpático, amable, independiente, original, creativo, voluntad fuerte, versátil, aversión a la restricción. Las características negativas podrían ser: excéntrico, perverso, rebelde.


Una síntesis de todas estas características, básicamente, dan toda la imagen del complejo Saturno – Urano, ya que se proyecta en la ideología de la FS.


En la Gnosis de Saturno - el planeta y arquetipo de Saturno es el punto focal para la manifestación del Demiurgo. Este Demiurgo se identifica con Lucifer - el Portador de la Luz, como la octava superior de Saturno. Con esta capacidad él es el "guardián del umbral" la más alta iniciación y de ser.


Según las enseñanzas secretas de la FS, Saturno es el Gran Juez que se manifiesta en la justicia, además también trae la razón y la inteligencia, y rige todas las normas de pesos, medidas y número. Él es el Señor de las siete moradas ( = genios planetarios del reino exterior), y el gobernador del mundo revelado y señor sobre la vida y la muerte, y sobre la luz y la oscuridad. Saturno es visto como el interruptor del orden cósmico y de la unidad - así instituyó la muerte, provocando la regeneración y el cambio que da lugar a otras formas de ser. Una de las maneras en las que rompió el orden cósmico estuvo en la revelación de los secretos divinos a la humanidad. Por ello fue castigado. Así, en muchas maneras Saturno es idéntico con Prometeo de la tradición griega, y sin duda se puede identificar también con la serpiente del Paraíso.


Este Demiurgo Saturno se identifica con el número 666. Él es la Bestia 666, manifiesta en la El hombre (o los hombres) 666, y en el Centro viviente del sol – sorath el espíritu del Sol =  666 =  (samek - zain - resh - tav)


Otros aspectos Luciferianos del Demiurgo Saturno se estudiarán a continuación cuando discutamos las facetas Luciferianas / Satánicas de la Gnosis de Saturno. Lo que es importante tener en cuenta en este momento es que Saturno no se ve en un sentido esotérico relevante sobre todo a los no elegidos de Saturno, sino más bien en un sentido esotérico relevante para sus elegidos. Aquí Saturno es visto como el probador y el juez, y en última instancia como el iniciador en un mayor conocimiento y poder. Esta capacidad se amplifica aún más por la subyacente influencia Uraniana.


Además de estas enseñanzas generales sobre la naturaleza del Demiurgo Saturno, la FS tiene una doctrina especial, en particular a la misma, en relación con una entidad adscrita al planeta Saturno activa en la Tierra, llamado GOTOS. Este es el egregore específico o daimonion de la Hermandad, de los cuales el Gran Maestro 33º es el representante personal. Las funciones GOTOS  son de manera similar a la forma en la que trabaja el Estado Mayor Secreto de acuerdo con el sistema de la Golden Dawn. La creencia de este sistema de logias ha ocultado, las inteligencias praeterhuman en sus cabezas esotéricas,  se llevan a cabo habitualmente por los miembros de la  FS. Los miembros dicen, por ejemplo, que Baphomet era el daimonion (demonio)  de la logia de los Caballeros Temparios.


Objetivo de la FS - El concepto de la Logia


La Hermandad de Saturno se caracteriza como una logia  "justa, iluminada, perfecta, secreta, mágica, y ritualística. "Cada uno de estos términos define y aclara la naturaleza de la FS.


Es "justo" o "justa" el que todos los iniciados estén éticamente capacitados para llegar a ser equilibrados, productivos y que la mayoría de los miembros sean conscientes de la importancia de la logia y de la sociedad en su conjunto. En términos masónicos, el nuevo iniciado se compara con una piedra tosca que ha de ser pulida y terminada por el masón.


Por "iluminados" se quiere decir que la FS es de origen gnóstico, es decir que tiene que ver con el esfuerzo por ganar experiencia directa y de una visión de la divinidad. Fiel a Doctrina gnóstica, la  FS sostiene que esta interpretación debe venir de fuera de los límites de la normalidad lógica deductiva o inductiva.


El trabajo mágico está formado por la experiencia y sólo los elegidos lo pueden comprender verdaderamente.


La  FS es un logia "secreta" en la que se supone que las identidades públicas de los miembros son desconocidas para los otros miembros. A cada nuevo iniciado se le da un nombre de logia  que él o ella debe usar en los asuntos de la logia. Durante el trabajo del ritual de la logia  tiene lugar la recepción de un nuevo iniciado, su nombre público junto con su nombre de logia  se queman juntos en el brasero para unirlos a ellos en el astral".


"Ritualistico" significa que la logia celebra ciertas ceremonias rituales en fechas señaladas como una parte integral de su trabajo en general. La noche más sagrada es la de un "Buen sábado" - como en la tradición de los cristianos que se dice que Cristo estaba en el bajo mundo en la predicación  a los "buenos paganos."


La palabra "mágica" denota aquí la idea de que la logia funciona con invocaciones y evocaciones de entidades de fuera del reino mundano. Se trata de una "Hermandad" que hizo que los compromisos dentro de ella estén destinados a continuar más allá de la muerte en el  "plano mental". En el concepto de Hermandad están incluidos tanto hombres como mujeres.


Muy a menudo los hermanos y hermanas colocan tres puntos  como formando un triángulo. Esta es una exhortación a "trabajar en la triplicidad: armonía - justicia - fraternidad."


Este lema triple ya sea antes o antes y después de sus nombres de logia,  también se puede tomar como una indicación del sistema de valores en la logia.


Entre los más altos objetivos de la FS está la perfección espiritual de sus iniciados. Pero esto no es realmente visto como un fin en sí mismo, sino como un medio para la elevación de la conciencia de la logia en su conjunto, lo que a su vez conduce a una elevación  de la conciencia en el mundo fuera de la logia. Un objetivo esotérico de la logia es especialmente perseguido por los Maestros de los grados más altos (30° - 33°), es la unión de la llamada "logia externa," es decir, la FS, como se conoce en el mundo, con la  "logia interior" que existe en el" plano mental." Es a partir de esta logia interior que en los  altos grados de iniciación se van a recibir instrucciones para el trabajo mágico para ser difundidos dentro de la orden. A través de esta interacción, las dos logias, la interior y exterior, comienzan a alcanzar los niveles más altos de la armonía. Además,  la FS, como una orden Thelemica , tiene que ver con la activación de la Ley de Thelema en este planeta. En los grados  mayores se enseña que el más alto sentido de la Ley de Thelema que implique la unión de la humanidad, más cerca se estará de la influencia  saturnina.

 

Astrosofía


De acuerdo a las doctrinas de la FS, en el séptimo día de la creación  un ángel (= Lucifer - Saturno) emanado del Absolutum (= el ainsoph cabalístico). A este ángel que se le dio la gobernación sobre las esferas más externas, se convirtió en el guardián del tiempo y de la eternidad. Esta entidad se sitúa en los límites exteriores de lo ilimitado, rodeado por sí mismo en el espacio y estando en toda la creación. (Los gnósticos también a veces atribuyen esta función al Leviatán - ouroboros, la serpiente en el borde del firmamento que agarra su  cola.) Este ángel, o un dios, se rebeló contra la estática, el orden cósmico establecido y puso en movimiento las fuerzas del cambio y la evolución, que también implican la muerte y la destrucción. Esta rebelión es mencionada en la mitología judeo -cristiana como la "Guerra en el cielo", y el ángel o demonio es a veces identificado como (en hebreo) Abadon o en  (griego) Apollyon . La referencia a esto se puede encontrar en Isaías 14:12-15


¡Cómo caíste del cielo,

Lucero, hijo de la mañana!

Derribado fuiste a tierra,

tú que debilitabas a las naciones.

13 Tú que decías en tu corazón:

“Subiré al cielo.

En lo alto, junto a las estrellas de Dios,

levantaré mi trono

y en el monte del testimonio me sentaré,

en los extremos del norte;

14 sobre las alturas de las nubes subiré

y seré semejante al Altísimo.”

15 Mas tú derribado eres hasta el seol,

a lo profundo de la fosa.


y en Apocalipsis 09:0:


El quinto ángel tocó la trompeta, y vi una estrella que cayó del cielo a la tierra; y se le dio la llave del pozo del abismo.


Al romper el orden de la estática cósmica  ordenada por el  Rebelde - Lucifer - se convirtió en el creador del mundo visible. Esta batalla se enfurece aún entre los polos opuestos de la esfera externa de Saturno y la esfera interna del Logos Solar, con la Tierra en el centro como el principal campo de la batalla.


Lo que en su mayor parte parece ser una cosmología gnóstica ha sido profundamente influenciada por las teorías de Hans Hörbiger (1860-1931). Hörbiger creía que había dos fuerzas principales contendientes en el universo: fuego cósmico y el hielo cósmico (o en alemán: Welteis). Por supuesto esto encaja admirablemente bien con las ideas germánicas de la cosmogonía.  Para Hörbiger el cosmos está en constante expansión y contracción. Esto se hace desde los puntos centrales. El cosmos primitivo vomitó galaxias, las galaxias vomitaron soles y los soles emitieron planetas. Pero la fuerza centrípeta del hielo cósmico hace que cada uno en su turno colapse de nuevo sobre sí mismo. En el sistema solar también hay cuerpos que vagan que no pertenecieron originalmente a este sistema, por ejemplo, las lunas de la Tierra, y los planetas más allá de Saturno. Estos planetas  trans – Saturninos  pertenecían al vecino sistema solar de Alcyone en la constelación del Cisne (Cygnus). Con el tiempo estos planetas trans - Saturninos fueron absorbidos por Alcyone y, finalmente, nuestro Sol se unió también a la estrella.

 

Introdução aos Grimórios Mágicos


Um grimório, segundo a definição dos dicionaristas contemporâneos, é um livro que apresenta fórmulas, orientações e procedimentos utilizados por magos e feiticeiros. Costuma se referir a livros de conteúdo aparentemente indecifrável e de discurso incerto ou confuso. O termo utilizado na língua portuguesa advém do vocábulo francês grimoire e tende a ser interpretado como uma espécie de corruptela da palavra francesa grimmaire (gramática). Pode-se dizer que a gramática latina era – e ainda é – ininteligível para o povo, o que nos leva a supor razoavelmente que o termo grimório designe um livro cujo entendimento se reserva aos poucos indivíduos que possuem as chaves fundamentais para a compreensão dos segredos manifestados em suas páginas e que estejam habituados com sua estrutura e linguagem. O estudo basilar do vocábulo nos remete aos étimos nas palavras gregas γραμμα (gramma), γραμματα (grammata) e γραμματευς (grammateus); que por sua vez se referem às letras e aos registros escritos (gramma), aos conjuntos de palavras e às gramáticas propriamente ditas (grammata) e aos escribas e professores eruditos capazes de transmitir o conhecimento (grammateus).

É certo que a produção de livros como empreendimento econômico – mesmo que em pequena escala – teve início somente a partir de 1455 com a invenção do processo de impressão de Johannes Gutenberg que utilizava tipos móveis de metal. Os livros produzidos antes desse período eram resultado de extensos processos artesanais muito elaborados e onerosos que impediam a rápida multiplicação e a divulgação da arte literária, tais obras são atualmente conhecidas como incunábulos.

O movimento literário francês conhecido como Bibliothèque Bleue (Biblioteca Azul), originado na região de Troyes no início do século XVII e que se estendeu até a metade do século XIX, foi um fator proeminente na disseminação dos grimórios e dos livros associados à magia pelo mundo. O gênero Bibliothèque Bleue era caracterizado especialmente por livros produzidos em larga escala com impressões de baixa qualidade destinados a disseminar entretenimento para as poucas pessoas que sabiam ler. Por vezes, o papel utilizado nas impressões das capas possuía uma coloração azulada, o que resultou na denominação da forma literária. Os livros eram produzidos pelas casas editoriais e vendidos a preços relativamente acessíveis. Os títulos eram bastante diversificados e abrangiam temas como culinária, guias práticos para os mais diversos fins, catecismos, livros de orações, astrologia e, evidentemente, os grimórios, os livros de magia, feitiços e encantamentos. Obras como Le Dragon Rouge, Le Grand Grimoire, La Grande Danse Macabre, Le Secret des Secrets de la Nature, Les Jugements Astronomiques des Songes, Malleus Malleficarum, La Vie du Fameux Gargantua, De la Démonomanie des Sorciers, Gremoire du Pape Honorius, Grimorium Verum, Les Véritables Clavicules de Salomon, Grand e Petit Albert, Enchiridion Leones Papae, Discours des Sorciers, dentre muitas outras, foram impressas repetidamente e muitos exemplares desse período sobreviveram até nossos dias.

A xilogravura, técnica de impressão gráfica feita a partir de moldes de madeira entalhados em relevo, foi amplamente difundida na ilustração dos volumes característicos desse gênero literário. As belas imagens de volumes como Das Buch Belial, Le Grand Grimoire, Malleus Malleficarum e Compendium Maleficarum tornaram-se célebres e figuram em milhares de livros relacionados à magia.

Os grimórios sempre estiveram rodeados por uma intensa bruma mítica, envoltos a mistérios diversos sob uma aura obscura de franco diabolismo. Aos mais conhecidos reputam-se lendas, superstições e confusos anátemas. Em tempos já considerados modernos, possuir um grimório poderia ser um indício de que o proprietário mantém laços ou pactos com os poderes das trevas e com os demônios.

Owen Davies, em sua obra Grimoires – A History of Magic Books, menciona que em 1804, mesmo ano em que Napoleão supostamente se proclamou imperador, houve um julgamento contra um homem que possuía um exemplar do Grand Grimoire. O réu afirmava que tocar o livro seria o suficiente para convocar a presença do diabo. Um oficial do governo abriu e tocou o livro em público para demonstrar o absurdo proclamado e o demônio não apareceu, por fim, o acusado incriminou o próprio oficial do governo, a ele atribuindo poderes sobrenaturais capazes de silenciar Satã.

No final do século XIX surgiram no Brasil os primeiros livros que se aproximavam da aura mítica dos grimórios tradicionais. Atribuídos a São Cipriano,a Nostradamus e uns poucos anônimos, espalharam-se rapidamente e ainda hoje estão sob a névoa supersticiosa do sobrenatural e do oculto.

Muitos dos volumes atribuídos a Cipriano não passam de excertos retirados de grimórios antigos e livros medievais de magia, salvas algumas poucas e raras exceções. Aos livros de São Cipriano atribuem-se poderes de resistir ao fogo, de aproximar deliberadamente os poderes das trevas (mesmo contra a vontade do leitor), de infligir danação aos seus proprietários e mais algumas caricatas e grotescas peripécias. Alguns desses tomos brasileiros possuem caráter mais jocoso do que esotérico, as diversas corruptelas, os crassos erros de tradução, a dilapidação das xilogravuras e as tentativas burlescas de reproduzir figuras como a de Baphomet, por exemplo, beiram à zombaria.

Através de esforços combinados entre importantes bibliotecas, reconhecidas universidades e empresas multinacionais de informação, é possível consultar e ler o conteúdo integral de quase todos os grimórios que tiveram edições impressas desde o século XVI. É relativamente fácil e simples realizar buscas pela Internet e encontrar títulos originais escaneados em bibliotecas digitais hospedadas por grandes plataformas. Esse acesso à informação e aos registros históricos facilitou profundamente às editoras esotéricas meios de publicarem traduções dos mais diversos grimórios e livros sobre magia cujos direitos autorais se extinguiram e que agora pertencem ao domínio público.

Muitos foram os elementos que concorreram para impulsionar a notoriedade dos grimórios: a ignorância das massas, mesmo dos indivíduos que inocentemente procuram algum esclarecimento nas vias do ocultismo e da magia prática; o desejo que algumas pessoas nutrem para encontrar caminhos menos árduos para driblarem as dificuldades e problemas com os quais não têm aptidão ou vontade verdadeira para solucionar; em tempos mais antigos, a falta de assistência dos poderes e do estado aliadas à falta de condições mínimas para se sustentar a vida e manter a saúde; a ânsia para satisfazer à luxúria e à concupiscência irreprimíveis; a ganância pelo dinheiro; a sede pelo poder e pela influência sobre as pessoas e sobre o povo; a curiosidade pelo oculto e pelo desconhecido esotérico imaginário. Em menor número estão os indivíduos que laboram seriamente nas sendas sinistras da tradição, pessoas que buscam sinceramente pelas chaves ocultas re-veladas em antigos alfarrábios, indivíduos dispostos a encontrarem suas próprias verdades, rompendo os grilhões que impedem o atravessar dos véus da ilusão, sacrificando o que há de mais sagrado em busca da própria evolução. A obra que ora apresentamos ao leitor pretende expor as maneiras fundamentais de aplicação prática dos segredos contidos nos principais grimórios na via de consecução mágica sinistra. Revelando as chaves dos segredos do inferno, pretendemos indicar meios que permitam ao leitor aumentar seu campo de experiências seguindo os antigos sinais e as fórmulas obscuras dos tomos proibidos.


sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Azoetia


O “Azoetia, A Grimoire of the Sabbatic Craft”, de Andrew Chumbley, será provavelmente o livro que ficará na historia da Magia do século XX, ao lado de alguns e raros outros livros como o "Magick" e o "Al Vel Legis" de Aleister Crowley. Para quem nunca teve este livro na mão é necessário esclarecer que defini-lo apenas como um livro, pura e simplesmente, é corrermos o risco de enganar-nos e atraiçoar o seu autor e confundir o interlocutor que nos lê e escuta. Dessa forma menor não se compreenderá nem alcançará o que ele significa no contexto esotérico e estético-literário se continuarmos a afirmar que estamos diante de um mero livro, por muito audacioso e genial que ele seja. Nós estamos diante do que se chamam os "livres-objects" e que foi uma das grandes paixões dos esoteristas ingleses, sobretudo depois de Willian Morris. Porém, eu chamaria antes a estes livros: “livres-talismans”. Em primeiro lugar é necessário saber que A. Chumbley se encontra numa corrente de esoteristas-artistas que vem de Willian Blake e passa, mais tarde, por Willian Morris e A. Osman Spare. Mas, a sua origem é mais remota: nos papiros mágicos egípcios e caldaicos que ele havia estudado e examinado, e que tanto gostava de meditar e tantas vezes o inspirou. Antes de falecer ele tinha uma palestra marcada, se bem me lembro, no Museu de Bruxaria de Boscatle, na Cornualha, Inglaterra, precisamente sobre as raízes caldaicas da bruxaria. Todas essas influências têm uma característica comum: a importância que a imagem tem, sobrepondo-se por vezes sobre o texto, e criando uma dupla leitura e uma ambiguidade estética que Empson nos seus “Seven Types of Ambiguity” considerava ser a raiz da Poesia. Pois é preciso dizer ao leitor que ainda não teve a sorte do Numen o conduzir a um destes talismãs-livros e de ler-ver-amar este texto, que Chumbley raramente escreve em prosa a não ser para comentários. Ele escreve sempre em poesia, seja verso livre ou verso rimado, com um estilo que nos lembra por vezes Ezra Pound. Todos esses elementos estético-esotéricos, pois desde a pré-história o fator estético esteve sempre aliado à magia e aos mistérios-religiosos, deixaram um lastro profundo na sua obra e na sua maneira de pensar. Ela está bem clara no carácter densamente intelectual e poético do seu trabalho. Assim, o Azoetia não é um livro. Pelo menos não é um livro comum, não só no conteúdo como na forma! Nem o seu autor queria que assim fosse. Tanto não é um livro comum que ele nunca quis nem permitiu que fosse traduzido, pois a língua inglesa era a chave da sua obra, de um inglês tão erudito e rico de arcaísmos que é por vezes intraduzível noutra língua. Nesse aspecto não há dúvida que Chumbley bebeu no espírito estético de Crowley, no seu hermetismo literário e na sua preocupação dandy com a forma do livro como uma sepultura de tesouros mágicos ao bom estilo do mito da sepultura de Christian Rosenkreutz. Todos os livros de Crowley são cuidadosamente impressos como fossem um talismã e nascidos como uma criatura. Dizem os textos rituais por ele usados: «Criatura dos Talismãs, tu que há longo tempo habitaste nas trevas, deixa as trevas e vem para a Luz». Nascer um livro é nascer uma criatura, trazê-la para a Luz. Por isso se compreende a importância que têm os sigilos, signos, sinais mágicos, sobretudo da segunda edição do Azoetia, que é a mais elaborada sob o ponto de vista estético. Chumbley não só escreveu este livro como também o desenhou. Mas também organizou e alterou muitas vezes as suas provas tipográficas, num estilo de escritor-artista que vem já de Thomas Mann. Lembre-se para compreender o elevado gênio deste homem de coração tão nobre como de sabedoria tão pungente, que ele o escreveu-desenhou num período muito recente da sua juventude. Ela é uma obra de juventude, no mesmo sentido que usamos hoje esta expressão entre diletantes e “connaisseurs de arte” para as obras de Giotto ou Francis Bacon.


O ato da escrita não tem nele o sentido prático-gramatical em que ele é usado na escrita de hoje. É uma escrita propositadamente hermética, fechada e auto-suficiente, ao estilo dos textos funerários egípcios, do “Variations” de Mallarmé. Ele foi muito escrupuloso como Cunning Crafter em matéria de arte hermética. Não se trata de uma arte qualquer mas de um objeto-criatura nascida da Arte, trazida da essência primordial do Azoth, no sentido de Craft e Cunning, que os feiticeiros do Essex bem conhecem, isto é, no sentido que Loki tem nos mitos nórdicos ao arrancar e premiar com os seus talismãs de poder. Ler as suas obras é, por isso, necessário desaprender a ler, a narrar, é preciso matar cainisticamente as suas referências. Ler as suas obras é Ver.


Nada é deixado ao acaso neste livro desde o número das suas páginas, o número de edições, o número e natureza das imagens. Tudo faz parte do Todo. Tudo faz parte de uma Cifra. Por isso, a raiz deste livro-arte é o alfabeto, os Aats que soletram o verbo primal ao longo do percurso desta serpente alfabética que se desenrola pelo feitiço da leitura, do canto, do hino e do êxtase, como uma espiral de ADN, o ADN dos nascidos do sangue-bruxo e revelado a partir da essência imortal do Azoth.


Lembremos que Chumbley pensava em termos de produção literária como um artista, um pouco ao estilo de Lawrence Durrell, o autor do Quarteto de Alexandria, com múltiplos planos interceptados na mesma narrativa mas com a imponência textual encantatória de um Kavafis e de Marguerite Yourcenar. Não estranha que as imagens que o acompanham sejam tão ou mais importantes que a letra do livro, numa tradição, de que ele era muito consciente, que vem de Austin Osman Spare e da corrente tardo-simbolista inglesa como a de Aubrey Beardsley. Crowley também já havia seguido esse primado do livro como objeto-talismã, pelo esmero que colocou na composição visual do livro como “The Book of the Path of the Camaleon” usando cores flamejantes para atrair as forças etéricas ao livro e torná-lo um portador de Força Numinosa, pela inquietação da riqueza sigilar dos seus The Equinox. Por outro lado, a tendência para obras de pequena produção e ricamente ornadas que a Xoanon persegue, a editora dos livros do Cultus, já está na filosofia da Dove Press, que em 1970, contra a politica comercial de alienação do livro de consumo, tipografa os “Hymn to Lucifer” de Crowley, apenas com 22 exemplares, cheio de desenhos sigilares, selos, e oito simbólicas ilustrações do desenhista russo Nicolas Kalmakoff. Mas, claro que a origem está em Blake e no esforço de produção de obras de arte do Movimento Craft and Arts de Willian Morris, que muito influenciou a sensibilidade esotérica da Craft.


O título deste livro não é contudo Azoetia, mas Azoetia: A Grimoire of the Sabbatic Craft. Isso é importante! Um grimório é uma gramática, uma “grammar” como diziam os antigos medievalistas, que Sir Walter Scott chamava "gramarye". Esta expressão tem a ver com a grama, a erva, a jardinagem. Tem a ver com Qayin o primeiro agricultor, aquele que assassina com a letra-grama que segundo os mitos nasceram das árvores, ou a letra-sangue (Blood-Letter), e desencadeia um processo errático na língua (a língua bifurcada de serpente que ele tanto celebra no seu Draconian Grimoire) e que tem a natureza duma busca infinda do Ser. Embora o livro possa ser lido por qualquer pessoa corre-se o risco de estar a olhar sem ver e a ler sem compreender, por muito boas que sejam as intenções do discurso popular de catequese e doutrinação paroquial dizendo que ele é mesmo assim compreensível. Decididamente ele não é. Isso não significa que possa ser lido, percebido, embora não entendido. Que possa ser macaqueado mas não imitado, no sentido da “imitatio” dos pitagóricos; ou da Die Imitatio Christi de Nietzsche; ou com Albertano de Brescia que canta: «imitatio reddit Artifices aptos». Não é, por isso, a compreensão-percepção da Gnose, que faz saltar a cabeça dos ombros ao bom estilo do assassínio bíblico de Abel que os mitos, sem ser por acaso, dizem ter sido executado fraturando-lhe a cabeça. Além disso, no livro não são mencionados muitos contextos que fazem parte do Adepto do Cultus e tornariam não só inteligível como operativas as chaves do seu sistema.


O Conhecimento que não nos faça saltar esta cabeça dos ombros não vale a pena ser buscado. Embora as palavras deste Talismã feito de Letras e Imagens possam ser macaqueadas, imitadas, soletradas, não significa que estejam a ser usadas com Arte e Engenho. No fundo só estará a ser usado como passatempo lúdico, como verborreia, como ruído. Porque o Livro está cheio de interstícios e limbos literários, esotéricos, gramaticais, imaginais, ao bom estilo dos textos gnósticos. Ele é uma Cifra.


Ele é inacessível a quem não tenha bons conhecimentos de arte, geometria, matemática, literatura, religião, etc. Mas, mesmo assim, esse acesso é apenas de fora, como quem vê uma catedral gótica e a lê pelo cannon da sua cultura artística. Neste sentido ele pode ser lido mas não significa que possa ser compreendido. Mas que possa ser integrado e apreendido, de forma que quem lê e aquilo que é lido se tornem um só: o Fogo, o momento de incandescência da Sabedoria.


sábado, 24 de julho de 2021

Pandeísmo

Pandeísmo (em grego πάν) é uma corrente filosófica que surgiu da mistura do panteísmo com o deísmo.


Corrente religiosa sincrética (do grego: πάν (pan), "todo" e do latim deus, "deus") proveniente da junção do panteísmo (identidade de Deus com o Universo) com o deísmo (O Deus criador do universo não mais pode ser localizado, senão com base na razão), ou seja, a afirmação concomitante de que Deus precede o Universo, sendo o seu criador e, ao mesmo tempo, sua Totalidade.


Como o deísmo, faz uso de razão na religião, o pandeísmo usa o argumento cosmológico, o argumento teológico e outros aspectos da chamada "religião natural". Tal uso se deu entre os disseminadores de sistemas filosóficos racionais, durante o século XIX.Também foi largamente empregado para identificar a expressão simultânea de todas as religiões.


Algumas Mitologias, tais como a nórdica, sugerem que o mundo foi criado da substância corporal de uma deidade inactiva, ou ser de capacidades similares; no exemplo citado, Odin, junto de seus irmãos Ve e Vili derrotaram e mataram o gigante Ymir, e de sua carne fizeram a terra, dos cabelos, a vegetação, e assim por diante, criando o Mundo conhecido. Semelhantemente, a mitologia Chinesa propunha a mesma estrutura, atribuindo à Pan Gu a criação dos elementos físicos que compõe o Mundo.


Aristóteles, discípulo de Platão, era um pandeísta, e acreditava numa divindade chamava o Primeiro Motor (ou Primeiro Movente), que havia dado início à criação de um universo, ao qual não estava ligado e não tinha interesse.


João Escoto Erígena em De divisione naturae (862-866), sua obra mais conhecida e também a mais importante, mostrava sua visão sobre a origem e a evolução da natureza, na tentativa de conciliar a doutrina neoplatônica da emanação com o dogma cristão da criação, também um livro posteriormente condenado.


Panenteísmo

Panenteísmo—πᾶν-ἐν-Θεός—Todos em Deus—Krausismo, doutrina que diz que o universo está contido em Deus, mas Deus é maior do que o universo (bem distinto do Panteísmo e Monismo). Termo esse que foi proposto por Karl Christian Friedrich Krause (1781–1832), na sua obra "System des Philosophie" (1828), daí o termo krausismo que designa sua doutrina teológica. No panenteísmo, Deus é visto como imanente, a alma do universo, o espírito universal presente em todos os lugares e no qual todos os seres participam, ao mesmo tempo que transcende todas as coisas criadas. Uma frase atribuída a Epimênides de Creta "Nele vivemos, nos movemos e temos nosso ser" e citada por Paulo de Tarso em Atos 17:28 é famosa como exemplo de possível panenteísmo.


Terminologia e desenvolvimento

O termo passou a ser utilizado para designar múltiplas tentativas análogas, extravasando o sentido original dado por Karl Krause. Agora são empregados vários termos teológicos para conceitualizar as idéias panenteístas, são eles:


Teísmo Clássico;

Panteísmo;

Transcendência;

Imanência;

Kenosis;

Kenosis Essencial.

Termos influenciados pelo idealismo alemão de Hegel e Schelling:


Dialética;

Infinito;

Pericorese.

Termos influenciados pela filosofia do processo de Whitehead:


Relações Internas e Externas;

Dipolar.

Termos relacionados ao pensamento científico atual:


Reducionismo;

Superveniência;

Emergência;

Causação Top-Down;


Emaranhamento.

Embora numerosos significados tenham sido atribuídos ao “em” no panenteísmo, os mais significativos são:


Significado Locativo;

Base metafísica para ser (Absoluto);

Base Metafísica-Epistemológica para ser;

Potencial interativo metafísico;

Metáfora de emergência;

Significado analógico da mente/corpo;

Parte/significado analógico inteiro.


Ainda que a maioria das expressões contemporâneas do panenteísmo envolvam cientistas e teólogos ou filósofos protestantes, articulações de formas de panenteísmo também se desenvolveram na tradição católica romana, na tradição ortodoxa e em outras religiões além do cristianismo. Dentre os filósofos que aderiram ao panenteísmo incluem-se; Alfred North Whitehead, Thomas Hill Green (1839-1882), James Ward (1843-1925), Andrew Seth Pringle-Pattison (1856-1931). A partir da década de 1940, Charles Hartshorne examinou numerosas concepções de Deus. Ele revisou e descartou o panteísmo, o deísmo e o pandeísmo em favor do panenteísmo, descobrindo que tal doutrina contém todo deísmo e pandeismo, exceto suas negações arbitrárias. Hartshorne formulou Deus como um ser que poderia se tornar mais perfeito: Ele tem perfeição absoluta em categorias para as quais a perfeição absoluta é possível e a perfeição relativa (isto é, superior a todas as outras) em categorias para as quais a perfeição não pode ser determinada com precisão. Nos estudos acadêmico em especial o da Universidade de Stanford sobre Filosofia onde há um estudo que oferece em sua abordagem uma ordem cronológica do desenvolvimento do pensamento panenteísta, cujo início remonta há c. 1300 a.C.:


Iknaton (1375-1358 a.C.);

Vedanta, incluindo tradições como a Vishishtadvaita de Ramanuja;

Upanishads;

Lao-Tse (século IV a.C.).


Nas reflexões filosóficas na Grécia Antiga:


Platão (427/428-348/347 a.C.);

Plotino (204–270);

Proclo (412–485) e Pseudo-Dionísio (final do quinto ao início do sexto século).


Na Idade Média, a influência do neoplatonismo continuou no pensamento de:


Eriugena (815-877);

Eckhart (1260-1328);

Nicolau de Cusa (1401-1464);

Boehme (1575-1624).


No período moderno por:


Bruno (1548-1600);

Spinoza (1631-1677).


Nos pensadores posteriores, os platonistas:


De Cambridge (século XVII), por exemplo Herbert de Cherbury (1583-1648);

Jonathan Edwards (1703-1758);

Friedrich Schleiermacher (1768–1834).


Nos séculos XIX e XX com o idealismo filosófico e a adaptação filosófica do conceito científico de evolução forneceram as fontes básicas da posição explícita do panenteísmo.


Hegel (1770-1831)—Hegelianismo;

Schelling (1775-1854);

Karl Krause (1781–1832);

Samuel Alexander (1859-1938);

Henri Bergson (1859-1941);

C. Lloyd Morgan (1852-1936).


Os últimos três ainda que possa haver questionamentos sobre seu relacionamento com o panenteísmo, por certo, formam o plano de fundo para o desenvolvimento sistemático da filosofia processual de Whitehead e posteriormente Hartshorne como uma expressão do panenteísmo.