sábado, 24 de agosto de 2019

Obras H. P. Lovecraft


Esta é uma lista completa das obras do escritor americano H. P. Lovecraft.
Críticos afirmam que o núcleo central dos Mitos de Cthulhu é formado por oito histórias, grandes obras de Lovecraft.
Junho de 1917
Março de 1922
Conto
Julho de 1917
Novembro de 1919
Conto
verão-início do outono de 1917
Setembro de 1917
Conto
primavera-verão de 1918
Dezembro de 1920
Conto
primavera de 1919
Outubro de 1919
Conto
primavera de 1919
Junho de 1919
Conto
c.Julho de 1919
1959
Conto
16 de Setembro de 1919
1944
Conto
c.Outubro de 1919
Novembro de 1919
Conto
3 de Dezembro de 1919
Junho de 1920
Conto
Dezembro de 1919
Maio de 1920
Conto
fins de 1919
Dezembro de 1920
Conto
c.1919-21?
1943
Conto
28 de Janeiro de 1920
Julho de 1921
Conto
Janeiro-Junho de 1920
Outubro de 1921
Conto
15 de Junho de 1920
Novembro de 1920
Conto
c. Junho-Novembro de 1920
Setembro de 1925
Conto
inicio de 1920
Março & Junho de 1921
Conto
inicio de Novembro de 1920
Maio de 1922
Conto
16 de Novembro de 1920
Junho de 1934
Conto
c.Novembro de 1920
Novembro de 1920
Conto
12 de Dezembro de 1920
Verão de 1921
Conto
1920-Março de 1921 (obscuro)
Março de 1921
Conto
Janeiro de 1921
Novembro de 1921
Conto
28 de Fevereiro de 1921
Julho-Agosto de 1935
Conto
10 de Março de 1921
Junho de 1926
Conto
primavera-verão de 1921
Abril de 1926
Conto
14 de Agosto de 1921
Novembro de 1933
Conto
Outubro de 1921-Junho de 1922
Fevereiro-Julho de 1922
Conto
Dezembro de 1921
Março de 1922
Conto
Março de 1922
Maio de 1923
Conto
5 de Junho de 1922
Maio de 1923
Conto
Fragmento Junho de 1922
Junho de 1938
Fragmento de romance
Outubro de 1922
Fevereiro de 1924
Conto
Novembro de 1922
Janeiro-Abril de 1923
Conto
Agosto-Setembro de 1923
Março de 1924
Conto
Setembro de 1923
Julho de 1925
Conto
Outubro de 1923
Janeiro de 1925
Conto
Outubro de 1924
1937
Conto
1-2 Agosto de 1925
Janeiro de 1927
Conto
11 de Agosto de 1925
Setembro de 1926
Conto
18 de Setembro de 1925
Novembro de 1925
Conto
Fevereiro de 1926
Março de 1928
Conto
Agosto-Setembro de 1926
Fevereiro de 1928
Conto
Setembro de 1926
Outubro de 1927
Conto
Outubro de 1926 - 22 de Janeiro de 1927
1943
Novela
Novembro de 1926
Janeiro de 1929
Conto
9 de Novembro de 1926
Outubro de 1931
Conto
Janeiro - 1 de Março de 1927
Maio & Julho de 1941
Novela
Março de 1927
Setembro de 1927
Conto
Fragmento começo de 1927
1938
Fragmento de Conto
História do Necronomicon
esboço, outono de 1927
1938
Pseudo-história
3 de Novembro de 1927
verão de 1940
Conto
Agosto de 1928
Abril de 1929
Conto
verão de 1928
Janeiro de 1938
Conto
24 de Fevereiro - 26 de Setembro de 1930
Agosto de 1931
Novela
24 de Fevereiro - 22 de Março de 1931
Fevereiro-Abril de 1936
Novela
Novembro- 3 de Dezembro de 1931
Abril de 1936
Novela
Fevereiro de 1932
Julho de 1933
Conto
Carta extrato outono de 1933
Abril de 1939
Trecho de Carta
21-24 de Agosto de 1933
Janeiro de 1937
Conto
Fragmento c.Outubro de 1933
1938
Contos Inacabados
10 de Novembro de 1934 - 22 de Fevereiro de 1935
Junho de 1936
Novela
5-9 Novembro de 1935
Dezembro de 1936
Conto
The Beast in the Cave
1918
1918
Conto


Reedições e coleções

A seguir, são reedições modernas e coleções de trabalhos de Lovecraft. Esta lista inclui apenas edições por escolha de editoras, portanto, esta lista não é exaustiva:

De Editora Hedra
Em português (Organização e tradução de Guilherme da Silva Braga)
O chamado de Cthulhu e outros contos São Paulo: Hedra, 2009 (ISBN 978-85-7715-116-5)
A sombra de Innsmouth São Paulo: Hedra, 2010 (ISBN 978-85-7715-187-5)
Um sussurro na trevas (no prelo) São Paulo: Hedra, 2010
A busca onírica por Kadath São Paulo: Hedra, 2012 (ISBN 857-715-290-1)
A sombra vinda do tempo São Paulo: Hedra, 2011 ( ISBN 857-715-264-2)
Nas montanhas da loucura São Paulo: Hedra, 2015 (ISBN 857-715-228-6)
De Arkham House
com textos corrigidos por S. T. Joshi:
At the Mountains of Madness and Other Novels (7th corrected printing), S. T. Joshi (ed.), 1985. (ISBN 0-87054-038-6)
Dagon and Other Macabre Tales, S. T. Joshi (ed.), 1987. (ISBN 0-87054-039-4)
The Dunwich Horror and Others (9º impressão corrigida), S. T. Joshi (ed.), 1984. (ISBN 0-87054-037-8)
The Horror in the Museum and Other Revisions, S.T. Joshi (ed.), 1989. (ISBN 0-87054-040-8)
Miscellaneous Writings (ISBN 0-87054-168-4)
De Ballantine/Del Rey:
The Tomb and Other Tales (ISBN 0-345-33661-5)
Tales of the Cthulhu Mythos (ISBN 0-345-42204-X)
The Doom That Came to Sarnath and Other Stories (ISBN 0-345-33105-2)
The Lurking Fear and Other Stories (ISBN 0-345-32604-0)
The Dream-Quest of Unknown Kadath (ISBN 0-345-33779-4)
The Case of Charles Dexter Ward (ISBN 0-345-35490-7)
At the Mountains of Madness and Other Tales of Terror (ISBN 0-345-32945-7)
The Best of H. P. Lovecraft: Bloodcurdling Tales of Horror and the Macabre (ISBN 0-345-35080-4)
The Road to Madness (ISBN 0-345-38422-9)
Dreams of Terror and Death: The Dream Cycle of H. P. Lovecraft (ISBN 0-345-38421-0)
Waking Up Screaming: Haunting Tales of Terror (ISBN 0-345-45829-X)
De Classic CD Books:
Early Horror Works (ISBN 978-0-9764805-2-5)
More Early Horror Works (ISBN 978-0-9764805-6-3)
Da Editora Clock Tower Em português (Organização de Denílson E. Ricci e tradução de Daniel I. Dutra)
O Ciclo De Yig (ISBN a definir)
De Gollancz
Necronomicon: The Best Weird Tales of H.P. Lovecraft: Commemorative Edition (editado com um posfácio por Stephen Jones) ISBN 978-0-575-08156-7 Cased; 978-0-575081-574 rascunho de comércio de exportação.
De Night Shade Books:
The Ancient Track: The Complete Poetical Works of H. P. Lovecraft (ISBN 1-892389-16-9)
Mysteries of Time and Spirit: The Letters of H. P. Lovecraft and Donald Wandrei (ISBN 1-892389-49-5)
De The Library of America
H. P. Lovecraft: Tales (Peter Straub, editor) (ISBN 978-1-931082-72-3)
De Hippocampus Press:
The Shadow out of Time (ISBN 0-9673215-3-0)
From the Pest Zone: The New York Stories (ISBN 0-9673215-8-1)
The Annotated Fungi From Yuggoth (ISBN 0-9721644-7-2)
Collected Essays (ISBN 0-9721644-1-3)
Volume 1. Amateur Journalism
Volume 2. Literary Criticism
Volume 3. Science
Volume 4. Travel
Volume 5: Philosophy; Autobiography and Miscellany (December 2006)
CD-ROM (2007)
The Annotated Supernatural Horror in Literature (ISBN 0-9673215-0-6 )
H. P. Lovecraft: Letters to Alfred Galpin (ISBN 0-9673215-9-X)
H. P. Lovecraft: Letters To Rheinhart Kleiner (ISBN 0-9748789-5-2)
De Ohio University Press
H. P. Lovecraft: Lord of a Visible World Uma Autobiografia em Cartas editado por S.T. Joshi e David E. Schultz (ISBN 0-8214-1333-3)
De Penguin Classics
The Call of Cthulhu and Other Weird Stories (ISBN 0-14-118234-2)
The Thing on the Doorstep and Other Weird Stories (ISBN 0-14-218003-3)
The Dreams in the Witch House and Other Weird Stories (ISBN 0-14-243795-6)
De Harper Collins:
Omnibus 1: At the Mountains of Madness (ISBN 0-586-06322-6)
Omnibus 2: Dagon and other Macabre Tales (ISBN 0-586-06324-2)
Omnibus 3: The Haunter of the Dark (ISBN 0-586-06323-4)
De Donald M. Grant, Publisher, Inc.:
To Quebec and the Stars

Cthulhu


Os Mitos de Cthulhu (do inglês, Cthulhu Mythos) é o termo usado pelo escritor August Derleth como referência ao panteão de monstros e seres fantásticos que habitam os contos de ficção científica e horror de Howard Phillips Lovecraft. Subsequentemente, o termo também é usado pelas gerações de escritores influenciados por sua vida e obra.

Cthulhu teve sua primeira referenciação no conto "O Chamado de Cthulhu" (do inglês The Call of Cthulhu), na forma de uma estatueta de argila, representando um híbrido de octópode, ser humano, e dragão (de acordo com descrições do próprio autor). Ele está ligado ao mito dos Grandes Antigos (do inglês Great Old Ones), que surgem constantemente ao longo de toda sua obra, como em Nas Montanhas da Loucura (At the Mountains of Madness), A Sombra Vinda do Tempo (Shadow Out of Time), Um Sussurro nas Trevas (Whisperer in Darkness), entre outros. Segundo os Mitos, a Terra teria sido habitada, há bilhões de anos, por criaturas que aqui teriam chegado antes que nosso planeta fosse capaz de gerar ou sustentar vida por si próprio. Eles, e não Deus, teriam criado a vida: o próprio Homem seria uma criação deles, gerada unicamente por escárnio e servitude. Em contos posteriores, fica implícito que os Grandes Antigos seriam criadores do próprio universo, e de todos os seres nele presentes. Isso foi suficiente para que Lovecraft fosse considerado pelas igrejas fundamentalistas do mundo inteiro, que acreditam na versão da criação bíblica, como blásfemo. Os Grandes Antigos teriam Cthulhu como um de seus líderes (de acordo com os contos, seria o Alto Sacerdote, responsável pelo ressurgimento de todos os outros quando as estrelas estivessem alinhadas devidamente), embora existam outros monstros na "Literatura Lovecraftiana" ainda mais estranhos e cruéis, como, respectivamente, o Demônio-Sultão Azathoth e o Mensageiro dos Deuses Exteriores Nyarlathotep. Os Mitos são uma metáfora para a insignificância humana diante da magnitude do Universo: mais do que malevolentes, os monstros dos Mitos são, na verdade, friamente indiferentes à existência e sofrimento humanos, encarnando as verdadeiras forças da Natureza.

Os Mitos segundo Derleth

Após a morte de Lovecraft, Derleth se tornou o mais famoso escritor a incorporar os Mitos em sua histórias. Mas Derleth o fez segundo sua própria visão, incorporando propriedade do cristianismo e do dualismo aos Mitos, tornando-os uma batalha do Bem contra o Mal, ao invés do universo caótico, hostil e desprovido de sentido que caracterizava os contos lovecraftianos. Muitos leitores de Lovecraft consideram a intervenção de Derleth prejudicial à obra original. Lovecraft era ateu e afirmava que os valores éticos ocidentais, pregados por Kant, eram uma piada. Os Mitos, na visão de Lovecraft, não foram criados como uma mitologia coesa, e sim como uma coletânea de idéias que poderiam ser usadas para provocar as mesmas emoções. Coloca-los como parte de uma batalha entre bem e mal seria tirar deles o que os tornava incomparavelmente hediondos: um propósito além de nossa compreensão, e uma brutal e cruel indiferença em relação a condição humana.

Os Deuses

Vários deuses são citados nas histórias que compõem os Mitos, dentre os quais se destacam:

Cthulhu
Azathoth
Hastur
Nyarlathotep
Shub-Niggurath
Tsathoggua
Yog-Sothoth
Dagon e Hydra

Mito de Cthulhu


A Ordem Esotérica do Dagon é uma rede internacional de mágicos, artistas e outros visionários que estão explorando os mistérios ocultos inerentes ao horror e a fantasia escritos na Nova Inglaterra pelo escritos Howard Phillips Lovecraft (1890-1937). O “Mito de Cthulhu” (como normalmente é conhecido) depende de uma serie de contos de Lovecraft, mais os de outros escritores que empregam dispositivos fictícios semelhantes. A premissa básica do Mito de Cthulhu é que há um grupo de entidades transdimensionais – conhecidas como os Grandes Antigos que, “quando as estrelas estão certas” podem entrar em nosso mundo através de portões psíquicos ou portões físicos. Os Grandes Antigos representam um “Conhecimento Ancião” que antecede a civilização, para a percepção humana, são ambos imensamente poderosos e alienígenas. Nos contos do Mito de Cthulhu, há uma rede (ou conspiração) de cultos que adoram os Grandes Antigos e procuram acelerar o seu retorno a Terra.

A inspiração de Lovecraft para seus escritos vieram de seus sonhos, e suas cartas (ele carregava uma volumosa correspondência com colegas escritores) mostram que ele teve um pesadelo todas as noites de sua vida. Extraído de uma carta ele descreve um pesadelo sobre Nyarlathotep, um dos Grandes Antigos:

“Como eu fui atraído para o abismo eu emitia um grito retumbante, e a imagem parou. Eu estava com muita dor – testa batendo e ouvidos zumbindo – mas eu tinha somente um impulso automático – para escrever e preservar a atmosfera de medo incomparável, e antes que eu percebesse eu tinha puxado a luz e estava rabiscando desesperadamente… Quando completamente acordado eu recordei de todos os incidentes, mas havia perdido a emoção requintada do medo – a real sensação da presença de um hediondo desconhecido.”

Embora Lovecraft tenha escrito inúmeras historias de horror ele não tinha nenhuma crença ou fascínio especial com a ocorrência real do fantástico. Enquanto ele negou veementemente a existência de fenômenos ocultos – que ele era incapaz de aceitar e por isso marca os Grandes Antigos como o mal e as praticas de seus cultistas como “blasfêmia”. Os ocultistas, no entanto, reconhecem o poder das imagens transmitidas por sonho. A capacidade de experimentar sonhos lúcidos que são internamente consistentes e contíguos uns aos outros é um elemento fundamental ao xamanismo, de fato, em algumas culturas, potencias xamãs sã reconhecidos pelas características dos seus sonhos. O sonho é um portal físico para as “vibrações” dos Grandes Antigos para entrarem na consciência humana, é um conceito recorrido muitas vezes nos contos de Lovecraft. Seus protagonistas, por vezes assistem aos “Sabat Astrais” em que são iniciados nos cultos secretos, são mostrados mistérios que abalam a sanidade e recebem os benefícios dos Conhecimentos Anciões. Tais experiências são bastante comuns entre os magos que trabalham em qualquer sistema, como ambos os eventos espontâneos e o resultado de “sonhar a vontade” (usando sigilos, por exemplo) em experimentação com agentes psicoativos. Vários dos Grandes Antigos aparecem para aqueles que buscam o Conhecimento Ancião através dos sonhos (ou quem busca de um “sintonizador desconhecido” para as transmissões dos Antigos), e o mais proeminente um Antigo Cthulhu, uma estrela alada cefaloide que reside “no sonho da morte” dentro de uma cripta na cidade mais Anciã de R’Lyeh, sob o Oceano Pacifico. A historia de Lovecraft “O Chamado de Cthulhu” relata os acontecimentos que envolveram  a breve aparição de R’Lyeh, que anunciada por uma onda mundial de insanidade, como certos indivíduos “sensitivos” pegam oníricas transmissões do Grande Cthulhu. No Mito, ele é o senhor dos sonhos, e atua como uma espécie de intermediário entre a consciência humana e a natureza verdadeiramente alienígena dos Antigos tais como Azathoth ou Yog-Sothoth. Sua cidade, R’Lyeh, foi recentemente identificada com Nan-Madol, uma cidade de pedra arruinada consistindo de ilhotas artificiais na ilha do Pacifico de Pohnpei. No Mito, R’Lyeh é construída ao longo de linhas de uma geometria não Euclidiana, com ângulos e perspectivas estranhas em que os incautos podem ser engolidos. A cidade inteira é uma serie de portais para outras dimensões, e pode ser visto como uma forma de tuneis de Set Kenneth Grant. Ângulos estranhos e matemática foram também um interesse de Austin Osman Spare, que percebia coisas em sonhos, mas não podia coloca-las no papel. R’Lyeh é uma porta psíquica para as camadas mais profundas da consciência e os sonhos formam a interface pela qual há dois sentidos de trafego de imagens da consciência desperta para a Mente Profunda.

Nas historias de Lovecraft, muito do Conhecimento Ancião é preservado em uma coleção de grimórios, dos quais o mais famoso é o Necronomicon (Livro dos Nomes Mortos), que ao longo dos anos tem aparecido em varias formas. O Necronomicon é reconhecido pelo arquétipo de  “Livro Astral” – chaves primárias no discurso que são “secretadas” no mundo dos sonhos e que podem ser “ligadas a Terra” em forma de fragmentos por artistas, mágicos e outros visionários. Mais uma vez, esta é uma experiência oculta recorrente, não existindo uma grande variedade de obras que foram recebidas por clarividência ou canalizadas através de varias entidades. Dentro da E.O.D, existe uma “Escola de Sonho” (contatada através do sonhar) que consiste em uma variedade de locais, alguns dos quais são retirados os contos do Mito de Cthulhu, na qual os iniciados podem ter acesso a artefatos e livros notáveis. Há alguns anos atrás, por exemplo, em um mosteiro no alto do Planalto Ciclópico de Leng, me foi mostrado uma serie de imagens de tarô de detalhes obscuros e cores vivas que embora tenha sido (e continua sendo) muito impossível para eu coloca-las para baixo, para mim é muito fácil chama-los a mente, mesmo quando escrevo este artigo. O “keeper” das imagens estava disposto a exibi-las, mas como ele cinicamente comentou na época sabia que eu não era capaz de traduzi-las a partir dos sonhos do mundo físico. O Mundo dos Sonhos Lovecraftiano tem sua própria tipologia – ter ligações com ambos os locais terrestres e lugares que são acessíveis apenas para sonhadores qualificados e intrépidos. Ao explora-la é possível conversar com seus habitantes relativos do Conhecimento Ancião, visitar locais de renome e viajar através do tempo e espaço usando uma forma de exploração astral que novamente é primariamente Xamânica – o de mudança de forma. Imagens relacionadas com a mudança de forma ocorrem durante todo o Mito de Cthulhu, com a transição de humano para “O Profundo” – uma corrida de batráquio – moradas do mar que são servos de Cthulhu, relacionados ao deus Dagon; ou a transição de humano para Ghoul. O conceito magico relacionado com tais transformações é o “Ressurgimento Atavístico” – a reificação das “encarnações” anteriores da consciência humana desde as profundezas da mente, na consciência de vigília. Lovecraft apontou o caminho para ascender a estados específicos de consciência que se relacionam com nossos ancestrais reptilianos e os chamados “cérebro dragão” – o sistema límbico primitivo que é a sede de nossa consciência primal.

Outra chave para desvendar os segredos dos Conhecimentos Anciões é a técnica de vidência – em um copo ou bola de cristal. Ambas vidências de vidros e cristais que estão sintonizados para transmitir certas vibrações surgem em contos do Mito de Cthullu, muitas vezes como um processo de mão dupla. A pessoa que usa esses dispositivos vislumbra outras dimensões, mas ao mesmo tempo, os habitantes daquelas dimensões tornam-se cientes e eventualmente ameaçam os videntes. Esta foi a única maneira em que Lovecraft podia aceitar o processo de se tornar receptivo as imagens e “transmissões” da mente profunda, como ser acusado com ameaças de insanidade e eventualmente desgraça.

Todas as técnicas descritas até agora tendem a ser do praticante só, e são orientadas introspectivamente. Mas Lovecraft também faz uso extenso de “ritos amigáveis”, que são novamente remanescentes do xamanismo, vodu ou até mesmo bruxaria. Tais feitiçarias físicas estão relacionadas com pontos físicos de energia – normalmente círculos de pedra, edifícios especialmente construídos ou marcos estranhos. Eles muitas vezes envolvem sacrifícios humanos ou animal, cruzamento incestuoso e em “The Dunwich Horror” um “casamento sagrado” entre a entidade conhecida como Yog-Sothoth e uma cultista feminina. Lovecraft continuamente aludiu à natureza degenerada de cultistas de Cthulhu, provavelmente refletindo suas atitudes à raça e realização intelectual. Mas há também uma consciência de degeneração das praticas de culto como a influencia os Antigos encolhendo o mundo devido à propagação do materialismo e a decadência das comunidades rurais. A entidade Nyarlathotep ocasionalmente aparece como o mítico “homem negro” ou líder da coleta cultista do sabat – sugerindo um avatar humano como base para o trabalho do culto, usando as gnoses mais físicas como a dança, flagelação, sexo, cânticos, tambores, respiração acelerada e sangria. Comentaristas modernos do Mito de Cthulhu tem-se enganado supondo que magia é terror, principalmente a gnose emocional, porque este era o sentimento muitas vezes experimentado por protagonistas de Lovecraft (e de fato, o próprio Lovecraft). Embora o medo possa ser inicialmente empregado, logo o sepulcro como uma alavanca eficaz para a gnose, no entanto.

A implantação de feitiçarias físicas levou a uma grande variedade de experimentos pelos iniciados da E.O.D pelo mundo, tais como o uso de terraplanagem no Monte da Serpente na gnose Vodu – trabalhando com sede para Cincinnati Yig-Lodge (Yig é uma divindade serpente no Mito). Evocações “Dos Profundos” também foram realizadas em um lago em Wisconsin (nota do tradutor: EUA). Alguns iniciados da ordem estão atualmente interessados no uso de mantras e “fala primal”, bem como padrões de som “off-key” usados como pano de fundo sonoro para a evocação das entidades do Mito.

Magos ocidentais parecem ter uma tendência a tentar “encaixar” os Mitos de Cthulhu em sistemas ordenados de logica ou correspondências. Executor de Lovecraft, August Derleth, também tentou colocar os Grandes Antigos dentro de alguma estrutura – dando-lhes associações elementares e as vinculando a determinados locais e formas. Isso só pôde ser feito de forma limitada, antes de perder o “sabor” dos Antigos que residem na sua natureza altamente proteica. Lovecraft deixa bem claro que os humanos não podem perceber claramente os Grandes Antigos e as entidades são raramente descritas com clareza ou coesão; ao contrario, eles são insinuados ou aludidos.  Sua própria natureza é que eles são “primais e não dimensionados” – eles mal podem ser percebidos, e para sempre “espreitam” na borda da consciência.

As mais poderosas energias são aquelas que não podem ser nomeadas – ou seja, elas não podem ser claramente apreendidas ou concebidas. Elas permanecem intangíveis e tênues. Muito parecido com a sensação de despertar de um pesadelo aterrorizador, mas incapaz de se lembrar do por que. Lovecraft entendeu isso muito bem, provavelmente porque a maioria de seus escritos envolviam seus sonhos.

Os Grandes Antigos ganhar seu poder de sua indefinição e intangibilidade. Uma vez que eles são formalizados em sistemas simbólicos e relacionados a meta sistemas intelectuais, alguns tem sua intensidade primal perdida. Willian Burroughs coloca desta forma:

“Assim que você nomeia algo, você retira o seu poder… Se você pudesse olhar a morte de frente ela perderia seu poder para mata-lo. Quando você pergunta a morte por suas credencias, seu passaporte é por tempo indeterminado.”

O LUGAR DAS ESTRADAS DA MORTE:

É a própria intangibilidade dos Antigos que lhes dá o seu poder, e permite que os muitos espaços mágicos para a exploração pessoal de suas naturezas.

É geralmente aceito que a maioria das magias “poderosas” são encontradas nos cultos xamânico primais e sobreviventes. A E.O.D esta preocupada em como angariar conhecimento e técnicas do que pode ser visto como primordial, magia Xamânica “dark”, como um amplo espaço para o desenvolvimento futuro e expansão. Sugere da estelar sobrevivência (“quando as estrelas estão certas”) baseada na sabedoria. E de raízes que se estendem em todo o mundo, e um conhecimento mais velho que esta enterrado dentro de nossas mentes, mas pode ser aproveitado, tanto na forma consciente, e no caso de Lovecraft, inconscientemente.

Nota: este ensaio foi publicado originalmente no “Starry Wisdom” uma coleção de ensaios de membros da Ordem Esotérica do Dagon, Pagan News Publications 1990. Desde então, o E.O.D. provocou em vigília, mais uma vez, e mesmo agora, seus tentáculos podem estar rastejando em sua direção.

por Frater Zebulon, Dunwich Lodge, E.O.D.
Tradução: Carolina Rezende
Edição: AShTarot Cognatus

Sistema da OTO Tifoniana (Kenneth Grant)
























A história da O.T.O. e das fraternidades que lhe estão ligadas é a história dos seus protagonistas, e começa com a de Karl Kellner (1851-1905) e Theodor Reuss (1855-1923). Reuss, um maçom anglo-germânico, considerado por historiadores e maçons como um burlão, importou a organização maçônica marginal de origem francesa, o “Antigo e Primitivo Rito de Memphis e Mizraim” (MM), de Inglaterra para a Alemanha em 1902. Por essa altura a organização Alemã não tinha ainda um nome definido, mas foi declarado que a sua fundação foi feita com a carta de autorização Cerneau de Harry J. Seymour em 21 de Julho de 1862.

O homem que teve a ideia de um círculo privado que usaria magia sexual sob linhas Tântricas em 1865 foi o industrial Carl Kellner. Kellner não pertencia a ordem nenhuma, tinha apenas alguns amigos com os quais trabalhava em magia sexual e com quase toda a certeza, Kellner nem nunca ouviu e muito menos usou o termo “O.T.O.”. Depois de Reuss entrar em cena, ele (Reuss) considerou que era boa ideia introduzir a magia sexual numa ordem e escolheu o rito de Memphis-Mizraim. Depois da morte de Kellner em 1905, Reuss inventou um novo termo para um grupo interno que trabalharia com esta orientação: a Ordem dos Templários do Oriente. Como resultado, a O.T.O., de Reuss era constituída por membros de MM, mas isto apenas no princípio (1*). Reuss e o seu auto proclamado herdeiro, Aleister Crowley (1975-1947), sempre consideraram a O.T.O, e MM ligadas. Por exemplo, os graus 90*-95* que eram equivalentes ao IX* da O.T.O. [isto é substanciado pelo documento “Sinopse dos Graus” na sua cópia manuscrita do ritual do IV* da O.T.O. , facsimile em “How to make your own McO.T.O.”].

As seguintes ordens e igrejas estiveram associadas com o fenômeno O.T.O. antes da Segunda Guerra Mundial:

“Fraternitas Saturni” (FS). Foi estabelecida pelo livreiro Eugen Grosche (1888-1864) em 1926 na Alemanha. Esta foi a primeira ordem a ser fundada baseada na religião filosófica de Thelema, criada por Crowley ( a “Lei do Novo Eon”).

“Fraternitas Rosicruciana Antiqua” (FRA), foi criada pelo aventureiro Alemão Arnoldo Krumm-Heller (1879-1949) em 1927 na América do Sul.

A “Order dos Illuminati” (OI); cuja afinidade com a O.T.O. foi estabelecida apenas no virar do século pelos seus re-fundadores, Theodor Reuss e o actor Leopold Engel (1858-1931).

A misteriosa Igreja Gnóstica Católica, a “Ecclesia Gnostica Catholica” (ECG), cujo contacto com a O.T.O, por um dos seus numerosos ramos é apenas digna de nota de 1908 a 1920.

Far-se-á ainda menção da “Pansophia” de Heinrich Traenker (1880- 1956), mas é omitida a ordem criada por Crowley, a “Astrum Argenteum” (A:.A:.). Traenker, livreiro de profissão, foi um personagem muito activo no desenvolvimento da Teosofia, antes de começar o seu próprio grupo. Reuss deu-lhe uma autorização de X* em 1921 e colaborou com este e com Spencer Lewis (AMORC) na continuação da O.T.O. depois de Reuss expulsar Crowley em 1921.

Introdução à história

Continua a ser duvidoso se Reuss construíu O.T.O. de uma forma próxima da ideia de Karl Kellner quando este morreu em 1905. Mas sob a autoridade de Reuss, o conceito da O.T.O. foi estruturado de uma forma definitiva em 10 graus, dos quais o VIII* e o IX*, divergindo das linhas maçónicas, praticava magia sexual. O X* representava o líder administrativo para cada país. A aparição controversa de Aleister Crowley em 1910-12 (neste último ano, foi-lhe dada uma autorização para a sua própria loja da O.T.O, mas limitada à Inglaterra e Irlanda) diferenciou, pelo menos os diferentes grupos da O.T.O.: a aceitação da “Lei de Thelema” nos rituais. Uma das questões principais que estão actualmente em disputa é qual dos diferentes grupos da O.T.O. é o genuíno. Os rituais de iniciação da O.T.O. reescritos por Crowley entre 1917 e 1942 NUNCA foram usados por Theodor Reuss. Todas as outras lojas da altura desenvolveram os seus próprios rituais. Existem razões para acreditar que mesmo Reuss não tencionava que a O.T.O. fosse um veículo de Thelema. [ver “Eine Leben fuer die Rose”.]. Apesar disso, Crowley tinha escrito no seu diário “Proclamei-me OHO” (OHO = Outer Head of the Order = Cabeça Visível da Ordem = Líder mundial da O.T.O; autoridade que lhe seria concedida apenas por nomeação directa do seu antecessor ou por votação directa de todos os X*).

Na Alemanha, em 1922, Heinrich Traenker e o seu secretário Karl Germer, estabeleceram a “Pansophia”, já definida em 1921 por Traenker e a sua mulher, mas agora financiada por Germer, um homem de negócios.

Reuss morreu em 1923 sem nomear o seu sucessor. Provavelmente pretendia que o seu herdeiro fosse o negociante suíço Hans Rudolph Hilfiker (1882-1955), que foi Grão Mestre da loja “Libertas et Fraternitas” fundada em 1917 em Zurique. Mas este verdadeiro maçon manteve-se isolado de outros grupos devido à má reputação de Crowley e Reuss. Como Crowley admitiu numa carta de 1924 para Heinrich Traenker, Reuss nunca o escolheu como seu sucessor. Reuss viu-se livre de Crowley em 1921 e fez ligações á organização de Spencer Lewis (AMORC) e à FRA de Arnoldo Krumm-Heller

Em 1926, depois de Crowley visitar Traenker e Germer, o secretário da Pansophia, Eugen Grosche, rompeu com o círculo interno da Pansophia e fundou a Fraternitas Saturni, alegadamente com cerca de 60 ex-membros da O.T.O.. A FS tornou-se a primeira ordem fundada sobre a Lei de Thelema. A O.T.O. dirigida por Traenker, que faz apenas tímidas referèncias a Thelema, ficou praticamente inactiva (2*).

Assim, a O.T.O. restante de Reuss em Monte Veritá e o seu ramo em Zurique ficou o único grupo da O.T.O. na Europa, se não no mundo, se exceptuarmos as tentativas Crowley de usar a sua ala da O.T.O. na América para obter dinheiro fácil e como um meio de publicar os seus escritos

O padeiro suíço e ex-comunista Herman Joseph Metzger (1919-1990) foi iniciado em 1943 em Davos (Suíça) por Alice Sprengel (1871-1947) de Monte Veritá, e os seus feitos merecem um pouco mais de atenção.

Não nos devemos esquecer que, depois da morte de Crowley em 1947, o seu sucessor conhecido na altura nos Estados Unidos, Karl Germer (1885-1962) não recrutou quaisquer membros, e a O.T.O. suíça, pode mesmo ser considerada a única O.T.O. activa no mundo. Para mais, Metzger foi capaz de provar que a sua O.T.O. era originária de um dos ramos de Reuss, um facto que lhe daria autoridade sobre toda e qualquer sucursal da O.T.O. proveniente de Crowley.

Comparações: O que é que aconteceu depois da Segunda Guerra Mundial?

A O.T.O. e a Fraternitas Saturni

Durante o seu exílio nos anos 30, Eugen Grosche trabalhou várias vezes com o grupo de Reuss que tinha resistido em Ticion (na parte da Suíça que fala Italiano). Metzger entrou em contacto com ele em 1950, e, em consequência disso, Grosche cedeu toda a sua autoridade sobre a FS fora da Alemanha a Metzger, que viajava muito pela Europa. Como posuía um visto para os territórios alemães ocupados pelos Aliados, Metzger serviu como um mensageiro conveniente para várias organizações. Viajou pela Ordem dos Illuminati, tomou conta da FS, e visitou vários Thelemitas na Europa, por exemplo Frederich Mellinger (1890-1970). Este último, chegou a ser o director activo do teatro expressionista alemão. Era um espiritualista e foi Secretário de Crowley em Inglaterra, agindo na Segunda Guerra mundial em benefício de Germer examinando todos os possíveis candidatos para a O.T.O. de Crowley na Europa.

Em 1951 a O.T.O. de Reuss, sob a direcção de Metzger, juntou-se com a de Crowley, gerida por Germer. Isto é substancido pelas assinaturas conjuntas de Mellinger e Crowley no documento de aceitação de Metzger (3*). Pouco depois Mellinger abandonaria todos os contactos com qualquer O.T.O. para trabalhar com os Teosofistas Alemães, e assim esteve desde 1960 até à sua morte em 1970.

Desiludido com Metzger, Grosche associou-se em 1950 com a Loja da O.T.O. de Crowley dirigida por Kenneth Grant em Inglaterra. Grant tinha sido nomeado Líder da Ordo Templi Orientis por Crowley em 1947. Os contactos de Grosche com Grant enfureceram Germer (o líder americano da O.T.O. de Crowley) de tal forma que Grant foi expulso [?!] em 1955 da O.T.O. maçónica de Crowley (4*). No entanto Grant e a sua O.T.O. “Tiphoniana”, desse momento em diante, concederam graus da O.T.O. sem rituais de iniciação. Quando Grosche morreu em 1964, Metzger tentou, em vão, tomar conta da FS, vendo-se como a “loja mãe” de todas as organizações orientadas pela Lei de Thelema.

A O.T.O. e a Fraternitas Rosicruciana Antiqua (FRA)

Arnoldo Krumm-Heller recebeu uma autorização de Reuss em 1908 e fundou a sua FRA em 1927. A FRA estava sobretudo activa na América Latina, mas tinha também ramificações em Espanha, Alemanha e Austria. Quando Krumm-Heller se encontrou com Crowley e Germer na Alemanha em 1930, alguns rituais tinham referências Thelemicas (5*). Krumm-Heller também se tornou um (“verdadeiro”) Bispo Gnostico em 1939, mas após a sua morte em 1949 a FRA dividiu-se em numerosos grupos. Em 1963, Metzger tentou, mais uma vez em vão, fazer com que esses grupos se submetessem à sua autoridade.

Apesar disso, actualmente diversos grupos FRA estão ligados ou a Metzger ou à O.T.O.A.

A O.T.O. e a Ordem dos Illuminati (OI)

No virar do século, Reuss e Leopold Engel tentaram, sem grande sucesso, fazer reviver a OI, fundada por Adam Weishaupt no século XVIII. Ainda assim, alguns grupos de Engel sobreviveram às duas guerras mundiais e aceitaram a presidência de Metzger em 1963. Metzger considerava a OI como uma base de trabalho para a sua compilação de ordens (O.T.O. e F.R.A) e rapidamente integrou a Ecclesia Gnostica Catholica nos altos graus da sua OI.

A O.T.O. e a Ecclesia Gnostica Catholica (EGC)

As Igrejas Gnósticas francesas, que também sofreram numerosas divisões, foi estabelecida em 1890 e tentou usar os mesmos moldes eclesiásticos de sucessão apostólica. Mas nem Reuss nem Crowley receberam qualquer sucessão válida. Reuss rentou fazer a Missa Gnóstica de Crowley a “religião oficial dos maçons” em 1920; Crowley usou apenas uma vez a sua qualidade de Líder da O.T.O. para fazer do Teósofo Inglês William Bernard Crow o líder da sua Igreja Gnóstica em 1944. Mas em nenhuma parte na constituição da O.T.O. se afirma que a Cabeça Visível da Ordem (OHO) deveria estar relacionada com a chefia de qualquer igreja.

Metzger recebeu uma consagração válida pois estava na linha de sucessão de Krumm-Heller, que tinha uma verdadeira sucessão apostólica.

Grady McMurtry (1818 -1985), estudante de Crowley, recebeu algumas cartas do seu mestre em 1946, enquanto McMurtry estava na Califórnia. Nestas cartas, Crowley dirigia-se a McMurtry como “Caliph”, um termo nunca usado em qualquer contexto relacionado com a O.T.O., nem nos escritos de Reuss ou Crowley; era baseado meramente em “Calif” a abreviatura postal da Califórnia na altura. Mais de 20 anos após a morte de Crowley, McMurtry interpretou essa designação como designando-o OHO e patriarca da igreja de Crowley. A ECG deste “Califado” nunca recebeu qualquer linha de sucessão válida, quer eclesiástica quer da O.T.O.. Obviamente, este grupo da O.T.O. re-escreveu a constituição em 1987 após a morte de McMurtry. Desde então o “califado” designa-se de O.T.O. International.

A luta pela liderança

Depois da morte de Germer em 1962, houve 4 concorrentes para a liderança da O.T.O. de Crowley-Germer. De acordo com o testamento de Germer, a decisão final seria tomada pela sua viúva e Mellinger. A primeira escolha de Sascha Germer foi o brasileiro Marcelo Ramos Motta (1931-1987), da FRA. Mas depois descobriu que, de facto, o favorito do seu marido era Metzger. Assim, em 1963 Metzger proclamou-se OHO e foi aceite por alguns membros americanos da O.T.O. de Crowley.

Foi apenas em 1969 que McMurtry começou a envidar esforços para ser o Líder da O.T.O. e reclamou para si os copyrights do Tarot de Crowley. Isto levantou a especial indignação de Motta que se sentiu excluído. Kenneth Grant, tal como Metzger, Motta e McMurtry, pode reclamar a autoridade de uma carta (ou nota no diário de Crowley) de um falecido líder da O.T.O., que implicaria que ele poderia ter sido escolhido para o alto cargo. Grant ascendeu ao lugar de OHO em 1970 com a ajuda do executor literário de Crowley, John Symonds.

Em 1969 houve uma ruptura com o grupo de Metzger e assim um outro grupo independente da O.T.O. emergiu na Alemanha com o seu próprio OHO.

No fim de Março de 1998 veio à luz um documento que prova que Crowley nomeou Grant como o OHO da sua O.T.O.

Descrição dos grupos

Fraternitas Saturni

Dentro desta fraternidade, a opinião vigente era a de que a influência do Novo Eon exigia a adaptação permanente dos ensinamentos de Crowley aos últimos desenvolvimentos. Desta forma os rituais de Saturno transformaram-se num mistura peculiar de magia medieval, astrologia com uma pitada de Thelema. Com o passar do tempo, e especialmente após a morte de Grosche em 1964, este facto provocou várias rupturas e, desde 1980 um grupo derivado, a Ordo Saturni, foi sendo mais e mais atraído para o esquema de Crowley. A magia sexual era outrora discutida livremente dentro da FS, mas não como o seu tema principal. A FS era suposto ter a sua própria Egrégora, que agora cederia os seus poderes à organização filiada, a Ordo Saturni. Alguns membros do ramo alemão do “Califado” também são membros desta ordem, portanto cedendo as suas energias de magia sexual para essa Egrégora (6*)

Pansophia

Em 1921, o Grande Mestre Alemão da O.T.O. de Reuss, Heirich Traenker, fundou uma organização chamada Pansophia que publicou escritos rosacruzes importantes bem como os primeiros trabalhos de Crowley. Krumm-Heller e Reuss usaram o termo “Pansophia” no seu papel de carta e nos selos. Quando Reuss morreu em 1923 sem nomear um sucessor, a constituição da O.T.O., exigia que os restantes membros do Décimo Grau deveriam eleger o próximo OHO. Havia apenas 8 X*, Dois deles, Traenker e o Grão Mestre Americano C.R.J. Stansfeld Jones (Frater Achad, 1886-1950, que também tinha uma autorização de Reuss), elegeram Crowley (também ele X*) como “Um Salvador do Mundo” (em vez de OHO) sobre os seus ramos da O.T.O. (?) em 1925. Ambos retiraram os seus votos rapidamente.

Os mistérios sexuais da Pansophia eram comunicados apenas por palavra de boca por Traenker (7*). Referências Thelemicas são encontradas apenas nos ensinamentos mais internos do grupo (8*). A Pansophia acabou com a morte de Traenker em 1956.

A O.T.O. de Metzger

Alguns dos primitivos rituais de Reuss de carácter marcadamente maçônico foram utilizados na Suíça até aos dias de hoje, apesar dos Suíços nunca terem tido rituais de Reuss além do Terceiro Grau; outras iniciações saltavam diretamente para o grau IX* (9*) Após a morte de Germer em 1962, o que representava o desaparecimento da pessoa que tinha o controle da O.T.O. Thelemica, Metzger misturou a sua Ordem dos Illuminati com a O.T.O. de Crowley, que continuou assim activa até ao presente sob as linhas de Reuss. Na Suíça, até onde se sabe, o único ritual a ser realizado é a Missa Gnóstica de Crowley (mas esta é realizada regularmente desde os anos 50).

Metzger propagou Thelema apenas para receber os favores de Germer. Desta forma Germer considerava Metzger como o seu sucessor conforme o escreveu numa carta e foi confirmado pela viúva de Germer (10*).

Metzger renunciou a qualquer tipo de magia sexual. Apesar de ter morrido em 1990 e os critérios de entrada serem muito severos (em contraste com a brandura do “Califado”). Esta O.T.O., geralmente conhecida como a Ordem dos Illuminati é bastante próspera.

A Sociedade O.T.O. de Motta nos Estados Unidos e no Brasil

Motta escolheu os seus membros de acordo com os critérios da Astrum Argenteum (em que alguns estudantes selecionados devem aprender de cor alguns escritos de Crowley), ao invés do preceito “A Lei é para Todos” como era usada na O.T.O. de Crowley. Desta forma a S.O.T.O. nunca teve mais do que um punhado de membros (11*). Depois da publicação dos rituais de iniciação da O.T.O. de Crowley em 1973 por Francis King, Motta começou a criar os seus próprios, pois acreditava no perigo da sua desecração. Por outro lado, o grupo que, a partir de 1977, se passou a designar de “Califado” só então é que os veio a possuir.

O “Califado”

Referindo-se a duas cartas de Crowley, a partir de 1977, McMurtry começou a promover uma recém fundada Loja Agape numa Grande Loja. Como em todas as O.T.O.s próximas da maçonaria, os graus foram no princípio conferidos ao acaso. McMurtry esteve nas boas graças de Crowley durante algum tempo, mas de facto tinha nomeado Mellinger, depois de McMurtry como um outro sucessor possível. Depois de Germer e outros membros da segunda Loja Agape americana (dissolvida em 1953) o terem abandonado, McMurtry viu-se livre de Motta, bem como de Metzger e Kenneth Grant. Motta fez figura ridícula com ações judiciais paranoicas, enquanto que os outros dois nunca foram mencionados no tribunal como membros da O.T.O.. Apesar dos factos históricos, um pequeno tribunal americano aceitou o “califado” como o possuidor da O.T.O. americana e dos Copyrights de Crowley, mas que têm validade apenas dentro de alguns estados americanos (Nono circuito de apelação).

De uma forma geral os mistérios sexuais são supostos terem caído de novo na obscuridade. No entanto este grupo da O.T.O. é aquele que interpreta todos os escritos de Crowley como o fulcro da sua organização e “substanciou” a sua posição por intermédio de acções judiciais. McMurtry foi sucedido, em 1985, por William Breeze, um discípulo Canadiano de Grant e de Michael P. Bertiaux. Existem razões para acreditar que a eleição de Breeze não teria a aprovação de McMurtry (12*). Breeze intitula-se “Sua Sagrada Majestade”

O.T.O. Tifoniana

O secretário de Crowley, Kenneth Grant (n. 1923) dispensou a estrutura maçônica da O.T.O. de Crowley. Grant foi nomeado por Aleister Crowley o “meu sucessor como Cabeça Visível da Ordo Templi Orientis”, em 1947. Não estando ao corrente dessa nomeação, chegou a ser expulso da O.T.O. de Crowley por Germer em 1955. Daí em diante, Metzger também cortou os seus contatos com Grant.

As ideias de Grant derivam largamente da proclamação de Jones/Achad do “Eon de Maat”, que fez com que Crowley “expulsasse” Jones (que tinha colaborado com o supra-citado Heinrich Traenker) uma vez que Crowley era o profeta do “Eon de Horus”; dos ensinamentos de Grosche sobre Saturno/Set e da escola de Bertiaux que focava sexo e Vudu. A magia sexual é discutida muito abertamente.

Ordo Templi Orientis Antiqua

Em 1921, a O.T.O.A., um alegado “rebento” da O.T.O. francesa (com origem em Reuss) foi extendido para 16 graus. Com o passar do tempo a O.T.O.A. foi absorvendo diferentes sucessões gnósticas, uma linha de Memphis-Mizraim, consagrações episcopais, e o Décimo-Primeiro Grau de magia homosexual. O seu mais importante expoente e ponto de convergência é o americano Michael Paul Bertiaux (nascido em 1935), que tinha sido anteriormente um teosofista associado com o espiritualista Henry Smith. O sistema de Bertiaux funciona exclusivamente a um nível mágico e não maçônico e a magia sexual é encarada como um foco importante nesta organização orientada pelo Vudu. Em tempos, Bertiaux trabalhou em conjunto com a O.T.O. de Kenneth Grant.

© P.R. Koenig, July 1998 — Tradução Portuguesa: Andre Falcão
Edição: AShTarot Cognatus

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ANOTAÇÕES:

1. Apesar de ser certo que Kellner usou magia sexual, não se sabe se ele recebeu algum desses graus de MM. A única evidência aparece no jornal “Oriflamme” do qual um conjunto quase completo existe na biblioteca maçónica da Grande Loja de Inglaterra em Londres. Reuss afirma que Kellner era membro da Loja Humanitas em Neuheusl. Esta loja foi fundada em 9 de Março de 1871 sob a constituição da Grande Loja da Hungria. Foi a primeira e a mais respeitada das chamadas “Grenz-Logen” estabelecidas em 1870 na Austria. Esta Loja existe agora em Viena sob constituição Austríaca.
Uma grande parte da “Oriflamme” está reproduzida no livro de P.R. Koenig “Der Grosse Theodor Reuss Reader

3. Veja o livro de P.R. Koenig: “Das Beste von Heinrich Traenker” (Muenchen 1996)

3. Facsimile no meu “Materialien zum O.T.O.”, Muenchen 1994

4. Esta é, por acaso, a razão que Grant dá numa carta datada de 11 de Agosto de 1987. Parece que nem Germer nem Grant alguma vez souberam que Grant tinha sido nomeado o sucessor de Crowley (OHO) por este.

5. Fascimiles em: “Materialien zum O.T.O.”, “Ein Leben fuer die Rose”

6. Mais sobre a FS em “Das O.T.O. Phaenomen”, “Ein Leben fuer die Rose” e em “In Nomine Demiurgi Saturni”

7. Algumas em: “Ein Leben fuer die Rose”

8. Algumas em: “Das Beste von Heinrich Traenker” Muenchen 1996), Ver nota 2

9. É muito duvidoso que alguns dos grupos O.T.O. de Crowley tivessem quaisquer rituais mais elevados que o III* em 1973, quando foram publicados por Francis King no seu “The Secret Rituals of the O.T.O.” (Londres 1973)

10. Facsimile em “Materialien zum O.T.O.” Muenchen 1994, p.141, 142

11. O número dos estudantes americanos seleccionados deve ter sido à volta de seis, mas este valor não é certo. A S.O.T.O. brasileira alegadamente tinha 30 membros, de acordo com as transcrições do julgamento “McMurtry et alii vs Motta”, California 16 Maio 1985, p. 741

12. Numa carta oficial, McMurtry ordenou que nem Phyllis McMurtry/Seckler, Helen Parsons Smith, K.G.D. nem Lon Milo DuQuette tinham poder para nomear alguém para o lugar de “Caliph”

Concepto de Anima y Animus en el Luciferianismo


"A la segunda noche llamé a mi alma y le dije: -'Estoy cansado alma mía, demasiado duró mi andar, la búsqueda de mi fuera de mí. Ahora he atravesado las cosas y te encontré a ti detrás de todo, sin embargo en mi odisea a través de las cosas descubrí humanidad y mundo. He encontrado hombres y a ti alma mía te reencontré primero en la imagen que está en el hombre y luego en ti misma. Te encontré allí donde menos te esperaba. Allí ascendiste a mí desde una fosa oscura. Te habías anunciado por anticipado en mis sueños, ellos ardían en mi corazón y me empujaban a todo lo más atrevido y audaz, me forzaron a ascender por sobre mí mismo. Tú me hiciste ver verdades de las cuales yo antes nada entreveía, me hiciste recorrer caminos cuya infinita longitud me hubiera asustado si el saber sobre ellos no hubiera estado guardado en ti.''

El Libro Rojo, Carl Jung

La danza de entre las polaridades femeninas y masculinas es una recurrente en todas las culturas y sus mitologías al investigar sobre ellas. Encontramos muchas parejas divinas a lo largo de la historia de la humanidad Osiris e Isis, Zeus y Hera, Frey y Freyja, y los primordiales Tiamat y Absu. Shiva y Shakti en la India son los que crean y a su vez destruyen el universo, ellos son la esencia que mueve a las demás mascaras divinas de ese panteón, los otros dioses, que vienen a ser sino reflejos y aspectos de cada uno. 

Esta relación de la naturaleza, del día y de la noche, del sol y la luna, del padre y la madre no entra en conflicto sino hasta la entrada del pensamiento dualista iniciado por el maniqueísmo, el conflicto de las polaridades, donde los cultos solares-masculinos toman un papel predominante y se subyuga a la mujer al punto de la inferioridad y la demonización, donde anteriormente se reconocía por un gran número de culturas un equilibrio natural. La leyenda de Ahrimán y Az nos recuerda también esta interacción vital de lo femenino y masculino. Cuando Ahrimán cayó dormido tras una guerra con Ahura Mazda, ninguno de sus hijos demonios podía despertarlo de su sueño que llevaba 300 años, hasta la llegada de su compañera Az, quien lo besó y pudo así reanimarlo; en retribución, Ahrimán le devolvió otro beso, lo cual causó la menstruación de todas las mujeres al estar conectada con ellas; lo que es visto como algo negativo, oculta un simbolismo siniestro (del Sendero de la Mano Izquierda) que puede ser aprovechado por el practicante. 

Lo femenino Daemoníaco es la esencia de la vida en el universo, el principio activo, mientras que lo masculino es la que le da una forma conductora, lo material, creando después a un nuevo ser con ambas características. Llama la atención, en los tiempos del oscurantismo judeocristiano, la continuidad del folclore demonológico. La literatura cabalística menciona a una pareja muy importante en la creación y motivo del mal de las que se desprenden un sinfín de propiedades. Samael y Lilith son la pareja infernal, y juntos son los que llevaron a la perdición a la humanidad, siendo Samael el que le entregó la manzana a Eva según algunos textos, mientras que Lilith roba la simiente de Adán para engendrar a sus hijos, los demonios que deambulan por la noche. Se dice además que fueron Samael y Lilith los que poseyeron a Adan y Eva al momento de la copula para engendrar a Caín. Un símbolo que lleva una fuerte carga de conocimiento iniciático. Caín, en las tradiciones esotéricas y de la brujería tradicional, es la fusión de ambos principios, femenino y masculino y una representación del ser realizado. No en vano, Caín ha sido equiparado también con Báfomet, una figura representativa del iniciado dentro del Luciferianismo. En la edad media nos encontramos con un importante simbolismo, el del hermafrodita alquímico, que es también la unión de los opuestos en la creación de un uno y al que Carl Jung hacía referencia continuamente en sus escritos. 

Un arquetipo es una figura con sus propias características distintivas del inconsciente colectivo, región a la que todos tenemos acceso según el psicoanálisis de Jung; un “lugar” a través del cual estamos todos interconectados. Estas figuras son compartidas por toda la humanidad y guardan una estrella relación con ella. Existen un sin número de arquetipos, como el de los padres, el héroe, el poeta, el viejo sabio, figuras sensuales o represivas, etc. Entre los principales y en relación con el Luciferianismo tenemos al ánima (Lilith), animus (Samael) la sombra (El “Genio Malvado” o Choronzon, la parte negada y reprimida del Yo, su reflejo) y el si-mismo (Caín, Báfomet, Lucifer, el Verdadero Yo). 

Dentro del Sendero de la Mano Izquierda, nos encontramos con lo que llamamos lo Femenino Daemoniaco y lo Másculino Daemoniaco, en afinidad con la teoría de Carl Jung de lo Femenino y Masculino Eterno. Estos términos hablan de lo presente del Universo en todo nivel, así como en nuestro interior, y en el caso de las teorías de Jung, nos habla de una parte de nosotros a las que de alguna forma buscamos; un complemento emocional y psicológico al que perseguimos en los sueños y en nuestras fantasías, nuestra idea de lo sentimental exteriorizado y representado sea por un hombre o una mujer con atributos cerca de lo divino, a lo que es denominado como el Anima y el Animus en su teoría de los arquetipos, siendo el ánima el complemento del hombre y el animus la de la mujer. El ánima y el animus son lo que a su vez inspiran al humano; grandes historias han llegado a ser escritas en representación de estos arquetipos. Tenemos por ejemplo a Helena de Troya con su sensualidad que llevó a grandes conflictos a los hombres (sexo y guerra han estado siempre correlacionados), o la Beatriz de Dante Alighieri en la Divina comedia, la que guía al personaje principal a través de los peligros del infierno para llegar al cielo. Las musas, hadas, sirenas, los súcubos y las figuras femeninas guías o aterradoras son representaciones del arquetipo del ánima, mientras que para el animus tenemos a los íncubos, faunos, los héroes, príncipes y reyes y otras figuras masculinas.

Es su característica de conducir a las personas en el proceso de la Individuación, o la realización personal que tiene como objetivo el descubrimiento del verdadero ser la que es de mayor utilidad de estos arquetipos, además de hablar de nuestra propia constitución psíquica a través de nuestros gustos, miedos, fantasías, esperanzas y sueños. El ánima y el animus no son solo nuestro complemento, sino parte de lo que debemos, en el interior, comprender para unificarnos en la propuesta de alquímica de lo hermafroditismo del espíritu, o mejor dicho, de su asexualidad. Existen diferentes etapas o niveles de la comprensión de estos arquetipos

Para el ánima tenemos: 
- El primer nivel donde se la relaciona con lo instintivo, la sexualidad animal y la procreación; el instinto de supervivencia y de la continuidad de la especie. El hombre ve aquí a la madre de sus hijos. Podemos conectar a esta etapa con Nahema, un aspecto sexual y terrenal de Lilith.
- El segundo nivel está representado por la parte sensual del ánima donde toma un carácter personalizado, la mujer que encanta a los hombres con sus seducciones. Imagines personificadas de prostitutas modernas o sagradas de la antigüedad y grandes sex symbols femeninos del cine, por poner un ejemplo. Este puede ser categorizado con Lilith, la Joven o con Eisheth Zenunim. 
- El tercero es la adivinación de la figura y la figura maternal, no como la que engendra, sino como la que cuida y nutre; una mujer madura y ama del hogar por una parte, y alguien diferente, conocedora y hábil en las artes de la hechicería. Tenemos aquí a Lilith La Mayor o Agrat bat Mahlat. 
- Por último, encontramos aquí, en el cuarto nivel, a Sofía, la sabiduría, la representación última de lo femenino Daemoniaco que une a todas a un nivel integral y espiritual. Representado por Lilith como la Anciana o solo Lilith en su personificación completa. 

Para el animus en relación a la mujer:
- El primer nivel se relaciona con lo instintivo y físico, el poder bruto, hombres musculosos o atléticos, la energía sexual primigenia y ciega. Un posible simbolismo es Hércules y figuras heroicas representativas de la virilidad, y en su extremo tenemos a Abaddón, el destructor, una representación de Samael. 
- El segundo nivel de esta figura toma un aspecto consciente y se expresa en campos intelectuales y laborales, un hombre desarrollado que domina a su mundo. Un profesional. Una posible representación en el simbolismo qlifótico infernal sería Belial. 
- El tercero es una representación mejor articulada hasta alcanzar al simbolismo de un profesor o maestro, además de una figura paternal, tenemos aquí a Adán el Malvado o Samael, el Negro.
- En el último nivel todas estas representaciones se conjugan para crear al aspecto unificado del animus, dando lugar en nuestra categorización a Samael. 

Parte del universo y parte de nuestro interior, estos arquetipos salen a flote en momentos de dificultades, como un salvavidas en una atormenta en altamar que amenaza con ahogarnos. Los santos católicos han vivido estas experiencias al entrar en la noche oscura del alma de su fe, existen figuras en su iconografía que demuestran esta relación, con santos siendo salvados por la virgen y siendo hasta amamantados por ella, o monjas que llegan a tener experiencias eróticas con Jesús. Lo importante es utilizar a estos aspectos para el propio desarrollo y no para esclavizarse, debemos comprender para unificarnos en nuestro interior, en lugar de solo contemplar los símbolos y llegar a creer cualquier imagen en lo superficial, lo que nos ata a lo exterior, es allí donde radica el verdadero valor de estas experiencias.

Por Samael para la I° Reunión Oficial de la Iglesia Mayor de Lucifer - Perú

22/12/15 e.v.

Jacques Bergier - Melquisedeque

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