sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Biblioteconomia


Biblioteconomia é uma área interdisciplinar e também multidisciplinar do conhecimento que estuda as práticas, perspectivas e as aplicações de métodos de representação e gestão da informação e do conhecimento em diferentes ambientes de informação tais como bibliotecas e centros de documentação, centros de pesquisa. Atualmente, a área está entrelaçada com diversas outras áreas, principalmente com a Ciência da Informação e a Documentação.A primeira escola de Biblioteconomia do mundo foi criada por Melvil Dewey, que não só participou da criação da American Library Association (ALA), como criou também a Classificação Decimal de Dewey. Outros grandes nomes como Johannes Gutenberg e Gabriel Naudé, além de períodos como o Renascimento e a Revolução Francesa, também estão atrelados à história da área. Atualmente, existem cerca de 30.000 bibliotecários no Brasil, inscritos nos 15 Conselhos Regionais ao redor do país. A profissão de bibliotecário no Brasil é fiscalizada pelo Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).

A história da Biblioteconomia se data desde o surgimento da Biblioteca de Alexandria em 288 a.C., criada com a finalidade de reunir e classificar todos os conhecimentos registrados em forma documental.Outras bibliotecas também extremamente importantes para a história da profissão são as bibliotecas da Idade Média, inseridas nos conventos e nos mosteiros, também denominadas bibliotecas monásticas, onde o acesso era restrito a apenas ao clero e a nobreza, que acreditavam que ao ter toda a fonte de conhecimento, teriam também o poder.No Renascimento, surge um novo tipo de biblioteca, também conhecidas como particulares. Essas são consideradas as precursoras das bibliotecas modernas, cuja uma das características é a acessibilidade dos livros ao público.Mais tarde, Johannes Gutenberg cria a Imprensa, que permite, a partir do século XVI, a disseminação da informação e a laicização do conhecimento.Com isso, começam a surgir as bibliotecas nacionais no século seguinte, além de ser publicado o primeiro livro destinado a apoiar a organização das bibliotecas: Avis pour dresser une bibliothéque (1627), de Gabriel Naudé. A Revolução Francesa também é de grande destaque por permitir o surgimento de bibliotecas públicas, e também marcar a publicação da primeira enciclopédia.

A criação dos primeiros cursos da área de Biblioteconomia foram o da Ècole Nationale des Chartes, na França, em 1821, e o da Columbia University, em 1887, nos Estados Unidos.O curso da Columbia University foi criado por Melvil Dewey, que se tornou um dos pensadores mais importantes da área, por participar da criação da American Library Association (ALA), da publicação do primeiro periódico especializado - Library Journal - e por criar o CDD, conhecido como Classificação Decimal de Dewey.Em 1888,na Clerkenwell Public Library, James Duff Brown cria o único sistema de classificação da Inglaterra, o livre acesso às estantes. Já no Brasil, a Biblioteconomia se faz presente desde a criação das bibliotecas beneditinas, franciscanas e jesuítas, mas principalmente com a criação da Biblioteca Nacional, no estado de Rio de Janeiro.O Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB), entretanto, só considera que a área passou a existir no país em 1911, com a criação do primeiro curso de Biblioteconomia do Brasil, também o primeiro da América do Sul e o terceiro no mundo.O curso era baseado no da Ècole Nationale des Chartes, enquanto que o Colégio Mackenzie cria um em 1930 inspirado no curso da Columbia University.Rubens Borba de Moraes, em 1936, funda o curso de biblioteconomia em São Paulo, posteriormente incorporada a Escola de Sociologia e Política e a Escola de Biblioteconomia e Documentação de São Carlos (escola e curso que foi incorporado pela UFSCar). A partir desses cursos, há a criação de diversas organizações que apoiam a Biblioteconomia como profissão e a inclusão do curso em graduações como a UFBA e UFMG.
Conceituação
Um dos primeiros conceitos de Biblioteconomia foi criado pela American Library Association, que a definiu como uma "área voltada para a aplicação prática de princípios e normas à criação, organização e administração de bibliotecas."Já para o autor do Diccionario de Bibliotecologia (1963), Domingo Buonocore, a Biblioteconomia é a "área que se destina ao estudo dos princípios racionais para realizar, com a maior eficácia e o menor esforço possível, os fins específicos das bibliotecas," como citado pela coordenadora Mariza Russo do curso da UFRJ.A definição de Maria das Graças Targino, da UFPI, entretanto, é "a área do conhecimento que se ocupa com a organização e a administração das bibliotecas e outras unidades de informação, além da seleção, aquisição, organização e disseminação de publicações sob diferentes suportes físicos."Baseado nessas definições, autores como Francis Miksa mostram o paradigma da Biblioteconomia: a biblioteca como instituição social, destacando que a função maior da instituição é possibilitar o uso dos documentos a um dado público, e para isso, é necessário utilizar técnicas e pessoal qualificado para a aquisição e organização de tais documentos.
  A Biblioteconomia é considerada como uma área do conhecimento, na medida em que compreende um conjunto de organismos, operações técnicas e princípios que dão aos documentos a utilização máxima, em benefício da humanidade.
— SHERA apud RUSSO, 1980\l "

Profissão

O bibliotecário é um profissional que trata a informação e a torna acessível ao usuário final, independente do suporte informacional. Ele trabalha em centros de documentação, bibliotecas, pode gerir redes e sistemas de informação além de gerir recursos informacionais trabalhando com tecnologia de ponta. O bibliotecário é o profissional que classifica, conserva, organiza, divulga e gerencia acervos de bibliotecas, centros de documentação e os mais diversos tipos de unidades de informação. O bibliotecário trabalha como um administrador de dados, que também processa e dissemina a informação. Além de catalogar e guardar as informações, ele orienta sua busca e seleção. Cabe-lhe analisar, sintetizar e organizar livros, revistas, filmes e vídeos que constituam de coleções. É de sua responsabilidade planejar, implementar e gerenciar sistemas de informação, além de preservar os suportes (mídias) para que resistam ao tempo e ao uso. E também compreender o modo de busca do usuário.
O Conselho Federal de Biblioteconomia é uma autarquia federal de fiscalização ou órgão deliberativo.No Brasil, a profissão do bibliotecário é regulamentada pelas leis n° 9.674, de 26 de junho de 1998 e pela lei nº 4.084, de 30 de junho de 1962 e na legislação correlata. Suas atribuições são registrar os profissionais em biblioteconomia, fiscalizar o cumprimento do código de ética profissional e o funcionamento de bibliotecas, dentre outras.

sábado, 19 de dezembro de 2015

La Amistad Por Manly Palmer Hall



¿Qué lazo más noble que el de amigo?

¿Qué algo más noble puede conceder un hombre que su amistad?

Las relaciones que comporta la vida común y corriente se rompen fácilmente, pero hay un vínculo que persiste a través de la eternidad, y es el de la confraternidad, la unión de los átomos, la amistad del polvo estelar en su camino por los espacios infinitos, la hermandad de los soles y los mundos, de los dioses y los hombres.

Las manos enlazadas por la amistad se unen con un lazo eterno: la camaradería del espíritu. Nadie más desolado que el que no tiene amigos. Y nadie más honrado que aquel a quien sus virtudes le han dado una amistad.

Tener un amigo es bueno, pero ser amigo es mejor.
El titulo más noble que se le diera a un hombre, el distintivo más elevado que hayan discernido los dioses, fue aquel que saliera de los labios de Jove al contemplar a Prometeo: “¡He ahí un amigo del hombre!”

Quien sirve a los hombres, sirve a Dios.

Éste es el signo de la fraternidad de nuestra Orden, porque las manos entrelazadas por la amistad sostienen y vivifican el plan divino. Los lazos del parentesco pueden disolverse, mientras que la amistad subsiste.

Servid a Dios mediante la amistad: como amigo del alma de todo lo humano, sirve a sus necesidades, ilumina sus pasos y allana su camino.

Que el mundo, en acorde unísono, pueda decir del Masón: “He ahí un amigo de todo el mundo”.

Que también diga al referirse a la Logia: “Es sin duda un círculo de amigos, camaradas en espíritu y en verdad”.

Annie Besant-O Homem E Os Seus Corpos Parte 5



O HOMEM

Passemos agora ao estudo do homem em si, pondo de parte os veículos da consciência para só nos ocuparmos da ação da consciência sôbre êles; deixemos os corpos e passemos à entidade que nêles funciona. Quando digo "o homem", refiro-me ao indivíduo contínuo que passa de vida para vida, que enverga os corpos vêzes sem conta, para de nôvo os abandonar, e que se desenvolve lentamente em virtude da experiência assimilada do decorrer dos séculos. Êste homem existe no plano manásico ou plano mental superior, a que me referi no capítulo precedente, e a esfera da sua ação abrange os três planos que já nos são familiares, isto é: o plano físico, o plano astral e o plano mental.
O homem principia as suas experiência pelo desenvolvimento da "consciência do eu" no plano físico. Aqui aparece o tal estado a que chamamos "a consciência no estado de vigília", consciência que todos conhecemos, e que trabalha através do cérebro e do sistema nervoso. É graças a esta consciência que ordinàriamente raciocinamos, expondo todos os recursos da nossa lógica, relembrando-nos fatos da nossa encarnação atual e fazendo o nosso juízo acêrca de tôdas as questões da vida. Tôdas as faculdades que reconhecemos em nós mesmos constituem o fruto do trabalho do homem através das etapas anteriores da sua peregrinação, e a sua "consciência do eu" torna-se aqui cada vez mais nítida, cada vez mais ativa, cada vez mais viva, à medida que o indivíduo se desenvolve, à medida que o homem vai progredindo de vida para vida.
Se estudarmos um homem muito pouco evoluído, veremos que a sua atividade mental "consciente do eu" é extremamente pobre em qualidade e restrita em quantidade. Trabalha no corpo físico por intermédio do cérebro grosseiro e etérico; a ação é contínua no que diz respeito ao sistema nervoso visível e invisível, porém esta ação é ainda de uma espécie bastante primitiva. Mostra muito pouco discernimento, muito pouca delicadeza de tato mental. Existe nêle uma certa atividade mental, que é porém excessivamente infantil, mesmo pueril; êste homem ocupa-se com os pequenos nadas; distrai-se com os acontecimentos mais banais dêste mundo; as coisas mesquinhas é que despertam a sua atenção; as trivialidades é que o interessam; entretem-se imenso com os objetos que passam.
Para êle não há prazer maior do que estar à janela, numa rua de muito trânsito, a reparar nas pessoas e nos veículos que passam, fazendo observações acêrca dos transeuntes, dando gargalhadas homéricas se uma pessoa bem vestida tropeça e cai numa poça de água, ou se um carro ao passar a salpica dos pés à cabeça. Como não possui intimamente nada que ocupe a sua atenção, vê-se obrigado a recorrer constantemente a impressões exteriores, a fim de sentir que vive. O homem que trabalha nos corpos físicos e etérico e que põe êstes em estado de funcionar como veículos da consciência, procura sempre sensações violentas; isto constitui uma das principais características dêste estado inferior da evolução mental. Precisa de adquirir a certeza que sente, e aprende a distinguir as coisas pelas sensações fortes e nítidas que delas recebe. Esta etapa do progresso humano, embora muito elementar, é absolutamente necessária; sem ela, o homem andaria num estado de confusão perpétua, confusão entre os processos interiores do seu organismo e os exteriores. Tem de aprender o alfabeto do "eu" e do "não-eu", tem de aprender a distinguir entre os objetos que produzem as impressões, e as sensações produzidas pelas impressões; isto é, saber diferenciar o estímulo da sensação. É fácil reconhecer os representantes mais grosseiros desta fase da evolução humana. Em geral juntam-se em grupos às esquinas das ruas, encostam-se indolentemente à parede, e de vez em quando fazem uma observação estúpida que provoca a hilaridade geral. Se conseguíssemos penetrar como olhar no cérebro dêsses indivíduos, veríamos que suas impressões recebidas do exterior são muito vagas e confusas e os elos que prendem estas impressões a outras semelhantes são tudo quanto há de mais fraco e imperfeito. Nesses cérebros pouco evoluídos, as impressões parecem antes um monte de pedras do que um mosaico disposto com regularidade.
Para estudarmos o modo como o cérebro etérico e o cérebro denso se tornam veículos da consciência, temos de arrepiar caminho até chegar ao desenvolvimento primitivo do Ahamkâra ou "consciência do eu", fase esta que se pode observar nos animais inferiores que nos rodeiam. O choque de objetos exteriores provoca vibrações no cérebro, que por sua vez as transmite ao corpo astral; daí passam à consciência que as percebe sob forma de sensações. Porém é preciso que se note que até aqui não existe nenhum encadeamento entre as sensações e os objetos que as provocam, porque êste encadeamento constitui uma ação mental definida isto é: uma percepção. Quando a percepção principia,a consciência serve-se do cérebro físico e do cérebro etérico como de um veículo para seu uso exclusivo, graças ao qual adquire o conhecimento do mundo exterior. Esta fase pertence, é claro, às idades remotas da humanidade; contudo ainda podemos observar a sua repetição fugitiva quando a consciência toma posse de um nôvo cérebro depois do nascimento; a criança principia a "reparar" como dizem as amas, isto é, principia a estabelecer uma relação entre uma sensação que nela se produz e a impressão feita no seu nôvo invólucro, ou veículo, por um objeto exterior. Principia portanto a reparar no objeto, a perceber a sua existência.
Depois de algum tempo, já não é necessária a percepção do objeto para que a consciência se inteire da presença dêsse objeto; consegue perfeitamente evocar em pensamentos o aspecto do objeto, sem de modo algum se achar em contato com êle. Esta percepção que se repercute na memória, constitui uma idéia, um conceito, uma imagem mental, que formam a reserva acumulada pela consciência no mundo exterior. É com êste estoque de idéias que ela principia a trabalhar e a primeira fase desta atividade é a coordenação das idéias, a fase preliminar do "raciocínio" motivado por estas idéias. O raciocínio principia pela comparação das idéias entres, à qual se segue a dedução das respectivas relações, em conseqüência da simultaneidade, várias vêzes repetida, de duas ou mais idéias. Neste processo, a consciência tem repressado a si mesma, fazendo-se acompanhar das idéias extraídas das percepções, e continua a acrescentar-lhes qualquer coisa sua, original, como, por exemplo, quando infere uma seqüência, relaciona uma coisa com outra como causa e efeito, principia a tirar conclusões, principia mesma a prever acontecimentos futuros e assim, quando aparece a percepção considerada como "causa", a consciência espera que se lhe siga logo a percepção considerada como "efeito". Além disso, ao comparar as suas idéias, a consciência observa que muitas delas têm um ou mais elementos em comum, ao passo que as outras partes constituintes são diferentes.
Trata portanto de separar estas características de uma classe; em seguida agrupa os objetos que as possuem, e ao ver um nôvo objeto que também possui estas características, classifica-o imediatamente com os outros. É assim que a consciência humana vai organizando gradualmente num cosmos o caos das percepções com que iniciou a sua carreira mental, ao mesmo tempo induz a Lei da sucessão metódica dos fenômenos e dos tipos que encontra na natureza. Isto constitui o trabalho da consciência dentro do cérebro físico e através dêle, porém mesmo nesta operação sentimos a presença daquilo que o cérebro não fornece. O cérebro só recebe vibrações; a consciência, atuando no corpo astral, muda as vibrações em sensações, e no corpo mental transforma as sensações em percepções, continuando em seguida a pôr em prática todos os processos, que, como acima dissemos, transformam o caos num cosmos harmonioso. Além disso a consciência é iluminada por idéias que não são fabricadas com materiais fornecidos pelo mundo físico, mas sim que se refletem diretamente nela dimanados da Inteligência Universal. As grandes "leis do pensamento" regulam tôda a atividade mental e a própria ação de pensar revela a sua preexistência, pois é graças a elas que esta ação tem lugar; sem estas leis não seria possível pensar.
É quase desnecessário fazer notar que todos êstes primeiros esforços da consciência quando tenta trabalhar no veículo físico, são sujeitos a muitos erros, erros causados pela imperfeição da percepção e por induções erradas. As induções precoces, as generalizações que resultam da experiência limitada, viciam uma grande parte das conclusões achadas; por isso, mesmo as regras de lógica são formuladas com o fim de disciplinar a faculdade pensadora, permitindo-lhe evitar as aberrações em que constantemente se deixa induzir enquanto tem falta de treino. Não resta dúvida porém que a simples tentativa, mesmo imperfeita, de raciocinar dum objeto para outro constitui uma prova evidente do progresso do próprio homem, pois indica que êle acrescenta qualquer coisa de original à informação fornecida pelo exterior. Êste trabalho realizado à custa dos materiais acumulados influi sôbre o próprio veículo físico. Quando a inteligência encadeia nuas percepções, estabelece igualmente uma ligação entre os dois grupos de vibrações que produzem as percepções, visto causar vibrações correspondentes no cérebro. Isto é, quando o corpo mental entra em atividade, atua sôbre o corpo astral, êste por sua vez impressiona o corpo etérico e o corpo denso, e a matéria nervosa dêste último vibra sob os impulsos transmitidos. Esta ação manifesta-se sob a forma de descargas elétricas, que dão origem a correntes magnéticas, e estas circulam entre as moléculas e grupos de moléculas, causando inter-relações extremamente intrincadas. Essas correntes deixam o que chamaríamos um sulco nervoso, que outra corrente pode percorrer fàcilmente, sem sentir resistência.
Portanto, se um grupo de moléculas interessado anteriormente por uma certa vibração entra novamente em atividade, devido à repetição da idéia correspondente na consciência do homem, o movimento que assim foi despertado propaga-se espontâneamente ao longo do sulco formado por qualquer associação anterior e põe em movimento um segundo agrupamento molecular. Êste último transmite ao pensamento, depois das transformações regulares, uma vibração que se apresenta sob a forma de idéia associada. Disto resulta a grande importância da associação, porque êste funcionamento do cérebro pode tornar-se por vêzes extremamente importuno, como, por exemplo, quando uma idéia inepta ou ridícula se deixou associar a um pensamento sério ou sagrado. A consciência evoca a idéia sagrada a fim de meditar sôbre ela, e subitamente, sem o seu consentimento, a idéia inepta, enviada pela ação mecânica do cérebro, irrompe pelo santuário, fazendo mil esgares que o profanam. Os sábios preocupam-se muito com a associação, e têm o máximo cuidado ao falarem das coisas mais sagradas, com receio de que qualquer pessoa estúpida ou ignorante estabeleça uma associação entre o que é sagrado e o que é insensato ou grosseiro, associação que provàvelmente viria a repetir-se na consciência. Como é útil o preceito do grande Mestre da Judéia : "Não deis aos cães o que é sagrado, nem deiteis pérolas aos porcos!"
O homem dá mais um passo para o progresso quando principia a regular o seu procedimento pelas conclusões obtidas do trabalho interno, em vez de se sujeitar aos impulsos recebidos do exterior. Para funcionar, recorre à sua própria reserva da experiência acumulada, recordando coisas passadas, comparando resultados obtidos segundo várias linhas de conduta que o levam ao decidir qual é a linha de conduta que presentemente lhe convém adotar. Principia a fazer projetos, a prever, a formar um juízo do futuro pelo que sucedeu no passado, a raciocinar adiantadamente, guiando-se pela recordação do que já lhe aconteceu. Quando um homem chegou a êste ponto, a sua individualidade entrou numa fase decisiva de desenvolvimento. É possível que ainda se veja obrigado a funcionar no seu cérebro físico sem nenhuma atividade independente, mas já se vai tornando uma consciência em plena via de desenvolvimento; uma consciência que principia a comportar-se como um indivíduo, escolhendo o seu próprio caminho, em vez de flutuar à mercê das circunstâncias ou de ser forçado por qualquer impulso exterior a seguir uma linha de conduta especial e estranha à sua vontade. O desenvolvimento do homem mostra-se cada vez mais determinado e uma vontade cada vez mais poderosa. Isto ajudar-nos-á a compreender exatamente a diferença que existe entre o homem forte e o homem fraco. O homem que tem fôrça de vontade, obedece a impulsos interiores e torna-se sempre senhor das circunstâncias, fazendo atuar sôbre elas fôrças apropriadas, guiadas pela sua reserva de experiências acumuladas; ao passo que o homem sem vontade própria obedece unicamente a impulsos exteriores, a atrações e repulsões exteriores. Esta reserva de experiência que o homem acumula durante muitas vidas, torna-se mais e mais acessível à medida que o cérebro físico se vai tornando mais dócil e conseqüentemente mais apto a receber. É o homem que possui a memória e que raciocina; é o homem que tem  discernimento, que escolhe e que decide: mas tudo isto é feito através dos cérebros físico e etérico; tem de trabalhar e agir por intermédio do corpo físico, do mecanismo nervoso e do organismo etérico que lhe diz respeito. Quando o cérebro se torna mais impressionável e a qualidade da sua substância mais aperfeiçoada; quando o homem consegue exercer um verdadeiro contrôle sôbre seu cérebro, pode então empregá-lo para uma melhor expressão de si mesmo.
Como devemos nós, os homens vivos, educar os nossos veículos de consciência a fim de torná-los instrumentos mais perfeitos? Não estudamos agora o desenvolvimento do veículo físico, mas sim o treino a que é submetido pela consciência que se serve dêle como dum instrumento do pensamento. Não se contentando com o aperfeiçoamento do seu veículo físico, o homem resolve torná-lo ainda mais útil, habituando-o a responder pronta e consecutivamente aos impulsos que êle lhe transmite; portanto, para obter que o cérebro responda consecutivamente, êle próprio terá de pensar consecutivamente. Graças à seqüência rigorosa dos impulsos assim transmitidos, vai habituando o cérebro a pensar com seqüência por grupos associados de moléculas, e não por vibrações dispersas, sem relações entre si. O homem inicia, o cérebro só imita; portanto, pensar negligentemente, sem conexão, é habituar o cérebro a formar grupos vibratórios desconexos. Êste treino ou educação tem duas fases: o homem resolve pensar de modo consecutivo e ensina o seu corpo mental a associar os pensamentos, impedindo-os de pousar casualmente aqui ou acolá. Dêste modo educa o cérebro e êste vibra em resposta ao seu pensamento.
Os organismos físicos - os sistemas nervoso e etérico - habituam-se assim a trabalhar duma maneira sistemática; quando o dono necessita de seus serviços, apresentam-se logo, pressurosos e disciplinados, sempre prontos para executar as suas ordens.
Entre êste veículo treinado da consciência e o veículo destreinado existe a mesma diferença que se nota entre as ferramentas dum operário negligente que as deixa sujas e embotadas, impróprias para fazer uso delas, e as do homem que apronta as suas ferramentas, que as afia e as limpa, a fim de as ter sempre à mão e se servir delas quando é preciso. O veículo físico devia do mesmo modo estar sempre pronto a responder ao chamamento da inteligência.
O resultado dêste trabalho contínuo no corpo físico não se limitará ùnicamente a aumentar as capacidades do cérebro, pois cada impulso transmitido ao corpo físico passou primeiro pelo veículo astral, produzindo também certo efeito sôbre êste. Já tivemos ocasião de ver que a matéria astral é muito mais sensível às vibrações do pensamento do que a matéria física; portanto, o efeito produzido sôbre o corpo astral pelo método de educação que temos estudado é proporcionalmente maior. Graças a êste método, o corpo astral assume, como já acima dissemos, uma grande nitidez de contornos e a sua organização atinge a maior perfeição. Quando um homem aprendeu a dominar o cérebro, quando aprendeu a concentrar-se, quando consegue pensar da maneira que mais lhe agrada e tôdas as vêzes que lhe apetece, nesta altura produz-se um desenvolvimento correspondente na que êle chamaria (se disso tivesse consciência física) a sua vida de sono. Os seus sonhos tornar-se-ão nítidos, bem mantidos, racionais, mesmo instrutivos. O homem  principia a funcionar no segundo veículo da consciência, no corpo astral; penetra na segunda grande região, ou plano de consciência, e funciona aí no veículo astral, completamente independente do veículo físico. Consideremos durante um momento a diferença que existe entre dois homens "bem acordados", isto é, funcionando no veiculo físico, dos quais um só usa o seu corpo astral inconscientemente como uma ponte entre o mental e o cérebro, ao passo que o outro o usa conscientemente, como veículo. A visão do primeiro é vulgar e muito limitada, porque o seu corpo astral ainda não é um veículo efetivo da consciência; o segundo emprega a visão astral e já se não acha limitado pela matéria física. Vê através de todos os corpos físicos, vê-os tão bem por trás como por diante, tôdas as substâncias opacas, tais como paredes, etc., têm para êle a transparência do vidro;vê formas e côres astrais, auras, elementais, enfim, todos os sêres pertencentes ao plano astral. Se vai a um concêrto, tem dois prazeres: o do ouvido e o da vista; não só ouve a música, como vê sinfonias sublimes de côres; se assiste a uma conferência, todos os pensamentos e palavras do orador se lhes apresentam sob formas e côres diferentes, e dêste modo obtém uma representação muito mais completa do seu pensamento do que ouvindo unicamente o som das suas palavras. Porque os pensamentos, expressos simbòlicamente por meio de palavras, também são proferidos sob formas coloridas e musicais, e quando estas se acham revestidas de matéria astral, impressionam necessàriamente o corpo astral dos ouvintes. A consciência, quando bem desperta neste corpo astral, recebe e registra tôdas as impressões adicionais; muitas pessoas que vão ouvir conferências, descobririam, se se examinassem cuidadosamente, que, além das palavras do orador, muitas coisas ficam gravadas na sua mente, coisas que naquela ocasião lhe passam despercebidas. Quantos descobrem depois na sua memória, muitas coisas que o conferencista não disse; produz-se por vêzes uma espécie de sugestão que continua e completa o pensamento expresso, como se das palavras brotasse um "não sei quê" que lhes presta uma significação mais profunda que só o ouvido não poderia atingir. Esta experiência demonstra que o veículo astral se vai desenvolvendo. O homem que vigia os seus pensamentos faz trabalhar inconscientemente o corpo astral, que assim se desenvolve com mais rapidez, adquirindo uma organização cada vez mais perfeita.
A "perda de consciência" durante o sono pode ser causada pela falta de desenvolvimento do corpo astral ou pela ausência de laços conscientes de ligação entre o corpo astral e o cérebro físico. O homem faz uso do seu corpo astral durante o estado de vigília, para transmitir correntes mentais ao cérebro físico; porém, quando o cérebro físico, o único receptor habitual das impressões exteriores não se acha em atividade, então o homem se encontra na mesma situação que Daví quando envergou a sua armadura nova; perde parte da sua respectividade relativa às impressões, percebidas só através do corpo astral, visto não estar ainda habituado ao uso independente dêste corpo. Pode mesmo aprender a servir-se dêle independentemente no plano astral, ignorando contudo o uso que dêle fêz, quando regressa ao plano físico; isto constitui outra etapa do progresso lento do homem.
Principia portanto a utilizar o seu corpo astral na região que lhe corresponde, antes de poder estabelecer um laço de continuidade entre êsse mundo e o mundo inferior. Finalmente logra estabelecer essa conexão e então já pode passar dum veículo para outro,  com plena consciência do que está fazendo; numa palavra, libertou-se do mundo astral.
Alargou nitidamente o campo da sua consciência em estado de vigília, até incluir o plano astral, de modo que, mesmo estando no corpo físico, os seus sentidos astrais acham-se inteiramente a seu serviço. Não nos afastamos da verdade dizendo que êsse homem vive simultâneamente em dois mundos; para êle não existe abismo nenhum a separá-lo; percorre a terra como um cego de nascença que tivesse recuperado a vista.
Na fase seguinte da sua evolução, o homem principia a trabalhar conscientemente no terceiro plano, ou plano mental; já há muito tempo que trabalha neste plano, enviando de lá os pensamentos que tomam formas tão ativas no mundo astral e se exprimem no mundo físico por intermédio do cérebro. Quando se torna consciente no corpo mental, no veículo mental, percebe que no ato de pensar está criando formas; torna-se consciente do ato criador, embora esteja exercendo êste poder inconscientemente já há muito tempo. O leitor talvez se lembre de que numa das cartas citadas no Mundo Oculto, um Mestre diz que todos os homens produzem formas-pensamento, fazendo porém notar que o homem vulgar as produz inconscientemente, ao passo que o Adepto as produz conscientemente.
(A palavra é aqui empregada numa acepção muito vasta, incluindo Iniciados de diversos graus muito inferiores ao de um "Mestre"). Chegando a esta fase do seu desenvolvimento, o homem aumentou consideràvelmente o seu poder de prestar serviço, visto poder criar e dirigir uma forma-pensamento, um elemental artificial; como por vêzes a chamam; esta forma-pensamento pode ser enviada por êle a pontos distantes, a fim de proceder a trabalhos que êle nessa ocasião não possa executar, por não achar conveniente transportar-se a si próprio no seu corpo mental. Dêste modo, pode trabalhar de perto e de longe, aumentando a sua utilidade; dirige estas formas-pensamentos de longe; vigia-as e guia-as no seu trabalho e transforma-as em agentes de sua vontade. À medida que o corpo mental se desenvolve e que o homem vai vivendo e trabalhando nêle conscientemente, vai também conhecendo cada vez melhor tôda a vida maior e mais vasta que vive no plano mental.
Embora permaneça no corpo físico e por intermédio dêsse mesmo corpo tenha consciência dos objetos físicos que o rodeiam, acha-se contudo ao corrente do que se passa no mundo mental e desenvolve lá a sua atividade, sem necessitar de adormecer o corpo físico para poder usar as suas faculdades superiores. Em geral, serve-se do sentido mental,de modo que o homem sente simultâneamente as operações mentais dos outros indivíduos e os seus movimentos físicos.
Quando o homem atingiu esta fase de desenvolvimento - desenvolvimento relativamente elevado quando comparado ao resto da humanidade, embora ainda medíocre quando comparado àquilo a que êle aspira - já funciona conscientemente no seu terceiro veículo ou corpo mental, inteirando-se de tôdas as ações que realiza nesse corpo e adquirindo a experiência direta dos seus podêres e limitações. Aprende necessàriamente a distinguir-se a si próprio do veículo de que se serve. Em seguida compenetra-se do caráter ilusório do "eu" pessoal, o "eu" do corpo mental e não do homem, e identifica-se conscientemente com a individualidade que reside nesse corpo superior, o corpo causal que reside nos planos mentais mais elevados, os planos do mundo arûpa. Descobre que êle,  homem, pode separar-se do corpo mental; deixá-lo para trás e contudo permanecer sempre êle mesmo, embora continue a elevar-se sempre mais alto, cada vez mais alto. Por fim, adquire a certeza de que muitas vidas formam na realidade só uma vida e de que êle, o homem vivo, conserva a sua identidade intacta através dessas vidas tôdas.
E agora consideremos os elos, os órgãos de transição que ligam êstes diferentes corpos entre si. Êstes elos existem primeiro sem que o homem tenha consciência dêles. Não há dúvida que existem, pois do contrário não poderia passar do plano mental para o plano físico, mas de princípio o homem ignora isso por completo; os elos não se acham ativamente vivificados, assemelhando-se quase aos órgãos rudimentares do corpo físico. Todos os estudantes de Biologia sabem que os órgãos rudimentares são de duas espécies:uma delas mostra-nos os vestígios das fases que o corpo outrora atravessou no decorrer da sua evolução e a outra dá umas indicações acêrca do desenvolvimento futuro do ser.
Êstes órgãos existem, mas não funcionam; a sua atividade no corpo físico ou pertence ao passado ou ao futuro; ou estão mortos ou ainda para nascer. Os elos que ouso chamar,por analogia, os órgãos rudimentares da segunda espécie, ligam os corpos denso e etérico ao corpo astral, o corpo astral ao corpo mental e o corpo mental ao corpo causal. Existem, mas têm de ser postos em atividade; isto é, têm de ser desenvolvidos, e, à semelhança dos seus análogos físicos, só podem ser desenvolvidos pela prática. São percorridos pela corrente vital e pela corrente mental, que os alimentam e lhes dão vida, mas para entrarem em atividade é mister que o homem lhes consagre tôda a sua atenção e empregue tôda a sua fôrça de vontade para lhes apressar o desenvolvimento. A ação da vontade principia a vivificar êstes elos rudimentares, os quais, pouco a pouco, talvez muito lentamente, começarão a funcionar no homem, que os empregará para transportar a consciência de veículo para veículo.
No corpo físico existem centros nervosos, pequenos grupos de células nervosas, através dos quais passam tôdas as impressões exteriores e todos os impulsos do cérebro. Se um dêstes centros sofre qualquer perturbação, surgem logo mil complicações que desregularizam o equilíbrio da consciência física. Existem centros análogos no corpo astral, mas no homem pouco evoluído são rudimentares e não funcionam. Êstes centros são os elos que unem o corpo físico ao astral, o corpo astral ao mental; à medida que a evolução vai seguindo o seu curso, são vivificados pela vontade, que libera e movimenta o "Fogo Serpentino", denominado Kundalini nos livros hindus. A fase preparatória para a ação direta que libera Kundalini consiste na educação e na purificação dos veículos, porque se esta purificação não fôr completa, o fogo tornar-se-á uma energia destruidora. Por isso insisti tanto, sôbre a purificação, dizendo ser um estado preliminar, indispensável à verdadeira ioga.
Quando o homem se achar em estado de ser auxiliado na vivificação dêstes elos, sem possibilidade de correr perigo, não lhe faltará auxílio desta qualidade, prestado por todos aquêles que procuram constantemente ocasiões de ajudar o aspirante sincero e desinteressado.
Um belo dia, o homem descobre que, mesmo acordado, pode abandonar o seu  corpo físico, e que sem ruptura da consciência pode gozar da mais completa liberdade.
Depois de se repetir êste fenômeno várias vêzes, a passagem de veículo para veículo torna-se fácil e familiar. Quando o corpo astral deixa o corpo físico imerso em profundo sono, há um breve período de inconsciência, e mesmo quando o homem está funcionando ativamente no plano astral, não consegue evitar essa inconsciência ao regressar ao corpo físico. Se estava inconsciente ao abandonar o corpo, é mais que provável que tornará a penetrar nêle inconsciente. No plano astral pode ter uma consciência extraordinà- riamente nítida e ativa e, contudo, a impressão deixada no cérebro físico será nula, inteiramente nula. Mas quando o homem abandona o corpo com plena consciência do que faz; depois de ter desenvolvido a atividade dos elos que ligam os veículos entre si, já não existe para êle abismo nenhum. A sua consciência passa ràpidamente de um plano para outro, atestando-lhe que é o mesmo homem em ambos os planos.
Quanto mais o cérebro físico se habituou a responder às vibrações do corpo mental,mais facilidade há em transpor o abismo que separa o dia da noite. O cérebro torna-se o instrumento cada vez mais obediente do homem, exercendo as fluas atividades sob os impulsos da vontade do seu senhor, semelhante ao cavalo bem amestrado, que obedece à mais ligeira pressão do joelho ou da mão. As portas do mundo astral acham-se abertas de par em par ante o homem que assim reuniu os dois veículos inferiores da consciência.
Êste mundo pertence-lhe, com tôdas as suas possibilidades, com todos os seus podêres mais vastos, com as suas maiores oportunidades de prestar serviço e ministrar auxílio.
Então lhe é concedida a alegria de socorrer os que sofrem e desconhecem quem assim lhes concede alívio aos seus males; de derramar um bálsamo sôbre feridas que logo se curam milagrosamente; de erguer fardos que imediatamente deixam de pesar sôbre os ombros macerados que os suportavam.
Contudo, para atravessar o abismo que separa uma vida de outra vida, tudo isto ainda não é suficiente. Transportar ininterruptamente a recordação através de dias e noites significa somente que o corpo astral funciona de modo razoável e que os elos de ligação entre êsse corpo e o corpo físico desenvolvem uma atividade normal. Se o homem quer transpor o abismo que separa uma vida de outra vida, não lhe basta funcionar em plena consciência no seu corpo astral ou mesmo no seu corpo mental. porque o corpo mental compõe-se de materiais dos planos inferiores do mundo manásico, que não constituem o ponto de partida da reencarnação. O corpo mental desagrega-se quando soa a sua hora, como também sucedeu aos corpos físicos e astral, não podendo, portanto, transportar nada para o outro lado. Numa palavra: pode ou não o homem funcionar conscientemente dentro do seu corpo causal, nos planos superiores do mundo manásico? É o corpo causal que passa de vida para vida; é no corpo causal que todos os materiais são acumulados; é no corpo causal que reside tôda a experiência adquirida, porque é para aí que a consciência se retira depois de cada existência, a fim de descer novamente, ao ter que dar início a mais uma vida. 
Sigamos agora a alma através das várias fases da sua vida fora do mundo físico e vejamos quais são os limites do reino da Morte. O homem retira-se primeiro da parte mais densa do corpo físico; esta decompõe-se gradualmente e é reintegrada no mundo físico; aqui não resta absolutamente nada que possa servir para transmitir o elo magnético da recordação. O homem acha-se agora revestido da parte etérica do seu corpo físico, mas em breve se desfaz dêste invólucro etérico, que por sua vez é reintegrado nos elementos a que pertence. Portanto, nenhuma recordação relacionada com o cérebro etérico o ajudará a transpor o abismo. Continuando a sua peregrinação, passa para o mundo astral, e aí permanece até se libertar do corpo astral, que tem a mesma sorte dos dois precedentes:isto é, o "cadáver astral" desagrega-se também, e restitui os seus materiais ao mundo astral, interrompendo tudo quanto podia servir de base aos elos magnéticos da recordação. O homem chega agora ao corpo mental e vai residir nos níveis rupa do Devacan,onde permanece durante centenas de anos, elaborando faculdades, gozando do fruto das suas obras. Um belo dia, porém, tem de abandonar também êste corpo, substituindo-o pelo corpo causal, para onde transporta a essência de tudo quanto acumulou e assimilou.
Deixa o corpo mental entregue ao processo de desagregação semelhante ao dos outros veículos mais densos, porque a matéria de que se compõe, embora seja sutil sob o nosso ponto de vista, não o é bastante para poder atingir os planos superiores do mundo manásico. Portanto, o homem desembaraça-se dêle, deixando-o incorporar-se gradualmente aos materiais da região que lhe é própria. Assim, mais uma vez, a combinação se resolve nos seus elementos. Durante a sua ascensão, o homem foi abandonando sucessivamente os seus corpos, e só quando chega a planos arupa do mundo manásico é que se acha fora do alcance da Morte e da sua ação dissolvente. Ultrapassa finalmente os domínios da Morte e vai residir no corpo causal, sôbre o qual ela não pode exercer o seu poder e aí armazena todos os tesouros que acumulou. Explica-se assim o seu nome de corpo causal, visto nêle residirem tôdas as causas que afetam as encarnações futuras. O homem deve então principiar a funcionar com plena consciência nos planos arupa do mundo manásico, dentro do seu corpo causal, antes de conseguir que a sua memória transponha o abismo da morte. Uma alma pouco evoluída não pode conservar a sua consciência ao penetrar nessa região; entra, acompanhada de todos os gérmens das suas qualidades; a sua consciência tem um rápido vislumbre do passado e do futuro e em seguida o Ego deslumbrado mergulha numa nova encarnação. Trouxe os gérmens até ao corpo causal e arremessa para cada plano aquêles que a êle pertencem e êsses gérmens atraem, cada um segundo a sua espécie, a substância que lhes convém. Os gérmens mentais atraem portanto em tôrno de si a substância dos planos rupa do mundo mental onde se encontram, e essa substância assim acumulada mostra as características mentais que lhe foram concedidas pelo gérmen interior. A glande só se pode desenvolver num carvalho, e não numa bétula ou num cedro; do mesmo modo, o gérmen mental só se pode desenvolver segundo a sua própria natureza e não segundo outra qualquer. É assim que o Carma procede à construção dos veículos: o homem colhe o que semeia. O gérmen arremessado do corpo causal só se pode desenvolver segundo a sua espécie. Atrai o gérmen da matéria que lhe corresponde e o dispõe na sua forma característica, reproduzindo assim fielmente as qualidades adquiridas pelo homem no passado. Quando penetra no mundo  astral, arremessa os gérmens que pertencem a êsse mundo e os gérmens por sua vez atraem todos os materiais astrais e as essências elementais suscetível de servir aos seus fins. Portanto, assim que o homem entra novamente no plano astral, tornam a aparecer os desejos, as emoções e as paixões que pertencem ao seu corpo de desejo ou corpo astral.
Para que a consciência das vidas passadas possa subsistir e transmitir através de tôdas estas transformações e todos êstes mundos diferentes, é mister que desenvolva uma grande atividade neste plano elevado das causas, o plano do corpo causal. As pessoas não se recordam das suas vidas passadas porque são incapazes de utilizar conscientemente o seu corpo causal como veículo da sua consciência; êste corpo ainda não desenvolveu nêle uma atividade funcional independente. Existe indubitàvelmente, constitui a essência das suas vidas, o seu verdadeiro "eu" donde tudo dimana, porém não funciona ainda ativamente. A sua atividade é inconsciente, maquinal; ainda não atingiu a sua "consciência própria", e enquanto o não fizer, a memória não poderá transpor sucessivamente todos os planos, e por conseqüência, não poderá também transpor o abismo que separa duas vidas. À medida que o homem avança na senda do progresso, vai tendo vislumbres de consciência que iluminam cada vez mais freqüentemente certos fragmentos do passado; mas esta luz fugitiva deve transformar-se numa luz contínua a fim de dar azo a que se produzam recordações consecutivas.
Perguntar-me-ão: "Será possível estimular êstes vislumbres? Torná-los mais freqüentes?
Será possível apressar o desenvolvimento gradual desta atividade da consciência nos planos superiores? O indivíduo inferior pode trabalhar com êste objetivo em vista, se tiver paciência e coragem; pode esforçar-se cada vez mais por viver no "eu" permanente e por afastar o seu pensamento e a sua energia dos interêsses triviais e efêmeros da vida exterior. Não quero dizer com isto que o homem se deva tornar sonhador e abstrato, absolutamente inútil tanto na vida de família como na de sociedade.
Pelo contrário, todos os seus deveres para com o mundo serão cumpridos com a perfeição que exige a dignidade daquele que os cumpre. Não faz nada tôscamente, sem jeito,como um homem menos evoluído o faria, porque para êle o dever é dever, e enquanto tiver um credor neste mundo e uma dívida para liquidar, não descansará antes de ter pago tudo até ao último real. Cumprirá cada dever com a máxima perfeição, com todo o poder das suas faculdades, com a sua maior atenção. Porém estas coisas não despertarão o seu interêsse, os seus pensamentos não se prenderão com os resultados destas ações, porque só quando tiver cumprido o dever, ficará novamente livre e o seu pensamento regressará à vida permanente, elevando-se até o plano superior, graças à energia das suas aspirações; aí principiará a viver a verdadeira vida, avaliando as trivialidades da vida mundana segundo o seu justo valor, que é absolutamente nulo. Em virtude desta aplicação constante, dêste esfôrço contínuo para pensar de modo abstrato e elevado, o homem principiará a vivificar os elos de transição entre os seus estados conscientes sucessivos, e a introduzir gradualmente na sua vida inferior essa consciência infinita mais vasta que a sua, e que no entanto é seu verdadeiro "Eu". 
Seja qual fôr o plano em que funciona, o homem é sempre um e o mesmo homem, e quando consegue funcionar nos cinco planos sem ruptura de consciência, o seu triunfo é completo. Êsses entes a que chamamos Mestres, os "Homens tornados perfeitos", funcionam na sua consciência no estado de vigília, não só nos três planos inferiores, como também no quarto plano - êsse plano de unidade, denominado "Turiya" no Mandukyopanishad, e ainda no plano superior a todos, o plano do Nirvana. Para ÊIes, a evolução chegou ao seu têrmo; já terminaram o percurso do nosso ciclo atual, e o que ÊIes são, também nós seremos um dia, quando atingirmos o ponto culminante da nossa penosa ascensão.

Isto constitui a unificação da consciência; os veículos conservar-se-ão à nossa disposição para nos servirmos dêles, mas já não conseguirão tolher-nos os movimentos, e o homem poderá empregar qualquer dos seus corpos, segundo a natureza do trabalho que tencione efetuar.
Assim se realiza a conquista da Matéria, do Espaço e do Tempo. Para o homem unificado,já não existem barreiras nem obstáculos. À medida que vai subindo, encontra cada vez menos obstáculos em cada etapa; mesmo no plano astral, a matéria não possui o poder de dividir como neste mundo: não o pode separar dos seus irmãos com a mesma eficácia. O deslocamento no corpo astral é tão rápido que tanto o espaço como o tempo se podem considerar como pràticamente conquistados; embora o homem tenha ainda a noção do espaço que atravessa, a sua rapidez é tamanha que para êle a distância que separa dois amigos um do outro já não existe. Basta esta primeira conquista para reduzir a distância física ao nada. Ao chegar ao mundo mental, o homem descobre em si outro poder: quando pensa num lugar, sente-se imediatamente transportado a êsse lugar; quando pensa num amigo, vê logo o amigo diante de si. Mesmo no terceiro plano, sua consciência transcende as barreiras da matéria, do espaço e do tempo e acha-se sempre presente onde o desejo o leva. Tudo quanto o homem deseja ver, vê-o instantâneamente,assim que a sua atenção foi despertada; tudo quanto ouve numa única impressão, o espaço, a matéria, o tempo, tais como são conhecidos nos mundos inferiores, já não existem; desapareceram; no "eterno agora" já não há seqüência. ' Ao elevar-se mais alto ainda,outras barreiras se desmoronam: as barreiras que existem no interior da sua consciência. Adquire a certeza de que é uno com as outras consciências, com as outras coisas vivas; é-lhe dado sentir como êles sentem, pensar como êles pensam, saber como êles sabem. Pode tornar as limitações dêles suas, por momentos, a fim de compreender exatamente a sua maneira de pensar, conservando contudo a sua consciência própria. Pode servir-se do seu conhecimento mais vasto para ajudar o pensamento mais estreito e mais restrito, identificando-se com êsse pensamento a fim de lhe facilitar a sua expansão. Assume funções inteiramente novas na natureza, quando já se não acha separado dos outros,quando compreende a unidade do Ego com o todo, e principia a espargir as suas energias do plano dessa mesma unidade. Querendo, até se pode identificar com os animais inferiores, para sentir como o mundo se apresenta aos olhos dêles e poder dispensar-lhes o auxílio de que necessitam, pelo qual anseiam e que em vão tentaram obter. 
Portanto, a conquista do homem não o abrange só a êle, mas sim a todos; os podêres cada vez mais vastos que adquire são destinados unicamente ao serviço de todos os que lhe são inferiores na imensa escala da evolução. É assim que se torna "consciente de si" em todo o mundo; eis a razão por que aprendeu a vibrar em uníssono com todos os gritos de dor, com todos os impulsos de alegria ou de tristeza. Atingiu o que se tinha proposto atingir; a sua obra está consumada e o Mestre é o homem "que não tem mais nada que aprender". Não queremos dizer com isto que ÊIe seja onisciente, que tôda espécie de conhecimento se ache simultâneamente presente na Sua consciência; queremos unicamente dar a entender que tudo quanto existe dizendo respeito ao grau de evolução por ÊIe atingido se Lhe acha absolutamente franqueado; para ÊIe não há enigmas; tem logo inteira consciência de tudo quanto lhe desperta a atenção. Tudo quanto vive no nosso ciclo atual de evolução, e não há nada que não viva, é suscetível de ser por ÊIe compreendido, e portanto, auxiliado.
É êste o último triunfo do homem. Tôdas estas coisas de que lhes tenho falado seriam fúteis e triviais se fôssem adquiridas unicamente para beneficiar o "eu" mesquinho, que neste mundo reconhecemos como sendo o "eu".
Todos os passos que me tenho esforçado por te fazer dar nesta senda, leitor amigo,seriam absolutamente inúteis se o resultado fôsse atingires um píncaro isolado, onde permanecerias separado de todos os pecadores, teus irmãos, que sofrem e arrastam uma vida amargurada, em vez de te conduzirem ao âmago de tôdas as coisas, onde tu e êles formam eternamente um uno. A consciência do Mestre expande-se, segundo o Seu desejo, para todos os lados, indiferentemente; assimila-se a todo e qualquer ponto para o qual
ÊIe a dirige; adquire o conhecimento de tudo quanto ÊIe aspira conhecer. E qual é o fim que tem em vista? Fazer que o homem possa auxiliar de uma maneira absolutamente perfeita, obter que ÊIe sinta tudo quanto existe, que dê alento a tudo quanto sofre, que fortaleça tudo quanto é fraco, numa palavra, que ajude a evolução geral. Para o Mestre, o mundo é um vasto "Todo" em evolução, e o seu lugar nêle é o de uma Fôrça consciente que auxilia essa evolução. Pode identificar-se com qualquer etapa da longa caminhada da vida, a fim de dar a essa etapa a assistência necessária. Ajuda os reinos elementais a evoluir em direção à matéria; do mesmo modo ajuda a evolução ascendente dos minerais,das plantas, dos animais e dos homens. Ama e ajuda todos "como a Si mesmo", porque a glória da sua vida consiste em tudo ser êle mesmo e contudo em poder auxiliar todos,tendo a consciência, ao dispensar o auxílio, da Sua própria identidade com aquilo que auxilia.
O mistério do "porquê" disto tudo vai-se revelando gradualmente à medida que o homem se desenvolve e que sua consciência se vai expandindo, tornando-se mais viva,mais extensa, sem nunca perder a noção de si mesma. Quando o ponto se tornou a esfera, vemos que a esfera é afinal o ponto; cada ponto contém tôdas as coisas e sabe que é uno com todos os outros pontos. O exterior constitui afinal o reflexo do interior; a única realidade é a Vida Una, e a diferença é somente uma ilusão que para sempre se dissipou. 

Annie Besant-O Homem E Os Seus Corpos Parte 4



OS OUTROS CORPOS

Ainda nos podemos elevar mais um passo; porém a região onde penetraremos é tão sublime que até mesmo à nossa imaginação se torna quase inacessível, pois o próprio corpo causal não é tudo quanto há de mais elevado e o "Ego Espiritual" não é Manas,mas, sim, Manas unido a Búddhi, por êle absorvido. É isto que constitui o ponto culminante da evolução humana, é aí que a roda dos nascimentos e das mortes finalmente fica estacionária. Vamos tratar dum plano superior àquele que acabamos de estudar, designado às vezes pelo nome de Turiya ou plano de Buda. Neste plano, o veículo da consciência é o corpo espiritual, o Anandamayakosha, ou corpo de bem-aventurança, para o qual os iogues podem passar, a fim de gozarem da eterna bem-aventurança dêsse mundo sublime e conceberem na sua consciência essa Unidade fundamental que passa a ser um fato da experiência direta, em vez de se restringir a uma crença intelectual. Muitos de nós talvez já tenham lido livros que tratam duma certa época futura em que o homem terá adquirido tesouros de amor, sabedoria e poder; em que lhe será dado passar pelo grande portal da Iniciação que marca uma fase decisiva na sua evolução. Ao passar por êsse portal, guiado pelo seu Mestre, o homem eleva-se pela primeira vez até o corpo espiritual, a fim de nêle gozar da unidade que constitui a base de tôda a diversidade do mundo físico, e de tôda a sua separatividade, assim como da separatividade do plano astral e até mesmo da região mental. Só quando êstes ficam para trás e o homem se eleva acima dêles, revestido do seu corpo físico, só então constata, pela experiência direta, que a separatividade pertence unicamente aos três mundos inferiores, que êle se acha munido a todos os seus semelhantes e que, sem perder noção do Ego, a sua consciência se pode expandir e abarcar a consciência dos outros, identificando-se com todos êles. É essa a união a que o homem aspira sem cessar, a união que sentiu ser verdadeira e que nunca conseguiu realizar nos planos inferiores; no plano onde agora se encontra, essa união sublime reina soberana; nunca os seus sonhos mais ousados tiveram uma realização tão completa: o seu "Eu" mais íntimo funde-se, torna-se "uno" com a humanidade.

a) CORPOS TEMPORÁRIOS. – Ao passarmos em revista os corpos do homem, não nos devemos esquecer de mencionar certos veículos temporários que, devido ao seu caráter especial, se podem chamar artificiais. Quando o homem principia a deixar o corpo físico,pode fazer uso do corpo astral, mas enquanto funcionar neste veículo, não pode ultrapassar os limites do mundo astral. É-lhe contudo possível servir-se do corpo mental (o Manas inferior) a fim de penetrar no mundo mental, e êste veículo permitir-lhe-á também percorrer livremente os planos físico e astral. A êste corpo dão freqüentemente o nome de Mâ-yâvi Rûpa ou corpo de ilusão; é, por assim dizer, o corpo mental transformado, para servir  de veículo à atividade separada do indivíduo. O homem arranja o corpo mental à sua imagem,à sua semelhança e nesta forma temporária e artificial pode percorrer livremente os três planos e ultrapassar os limites a que o homem vulgarmente se acha cingido. É a êste corpo que os livros teosóficos se referem freqüentes vêzes; o corpo em que uma pessoa pode viajar, percorrer terras, penetrar no mundo mental, a fim de aí aprender novas verdades, adquirir nova experiência e voltar ao estado de vigília munido de todos os tesouros assim acumulados. A principal vantagem dêste corpo superior é êle não estar sujeito no mundo astral às decepções e ilusões contra as quais o corpo astral só dificilmente se pode defender. Os sentidos astrais que não foram educados, induzem-nos muitas vêzes a erros; é mister adquirir muita experiência, antes de nos fiarmos nas suas indicações.
Êste corpo mental temporàriamente formado acha-se fora do alcance dessas decepções; vê e ouve com rigorosa nitidez; não há ilusões nem alucinações astrais que o consigam enganar. É êste o motivo por que êste corpo é es colhido de preferência por aquêles que se habituara, a estas peregrinações; formam-no quando dêle precisam, abandonam-no depois de se terem servido dêle. Graças a êle, o estudante aprende muitas lições que de outro modo nunca chegaria a aprender; recebe ensinamentos Ide que ficaria privado se não fôsse êsse auxílio.
Tem-se dado o nome de Mâyâvi Rûpa a outros corpos temporários, mas achamos preferível restringir êste têrmo ao corpo acima descrito. Um homem pode aparecer a certa distância num corpo que na realidade não é um veículo da consciência, e sim um pensamento revestido da essência elemental do plano astral. Êstes corpos são geralmente veículos dum pensamento especial, duma vontade particular; excetuando isto, são perfeitamente inconscientes.

b) A AURA HUMANA. – Agora é-nos dado compreender o que na realidade constitui a aura humana e qual a sua significação. A aura é o próprio homem, manifestado simultâneamente nos quatro planos da consciência; o seu poder de funcionar em cada um dêles acha-se em conformidade com o seu desenvolvimento; constitui o agregado dos seus corpos, dos seus veículos de consciência: numa palavra, é o aspecto forma do homem.
Assim é que devemos considerar, e não como se fôsse simplesmente uma auréola ou uma nuvem, circundando o corpo físico. O corpo espiritual é o mais sublime de todos; é visível nos Iniciados e nêle irradia o fogo àtmico vivo; êste constitui a manifestação do homem no plano búdico. Segue-se-lhe o corpo causal, a sua manifestação no mundo mental superior, nos seus níveis arúpicos (sem forma), onde o indivíduo reside. Em seguida vem o corpo mental, pertencente aos planos mentais inferiores, e depois sucessivamente os corpos astral, etérico e denso, cada um formar do da matéria da sua própria região e representando o homem tal como êle é em cada uma dessas regiões. Quando o discípulo contempla o ser humano, vê todos êstes corpos que compõem o homem, apresentando-se separadamente em virtude dos seus diferentes graus de matéria e marcando assim o grau de desenvolvimento atingido pelo homem. Quando o poder de visão transcendente do discípulo se acha bastante desenvolvido, é-lhe dado ver cada um dêstes corpos em plena atividade. O corpo físico, o mais pequeno de todos, aparece como uma  espécie de cristalização densa no centro dos outros corpos que o penetram e se expandem em todos os sentidos à volta dêle. Depois temos o corpo astral, mostrando o estado da natureza kâmica que representa um papel tão importante no homem vulgar; repleto das suas paixões, dos seus apetites vis e das suas emoções, varia na delicadeza e na côr, segundo o grau de pureza do homem. Nos sêres grosseiros apresenta-se muito espêsso, e quanto mais delicado fôr o homem, mais êste corpo se vai sutilizando, até atingir o auge da tenuidade no indivíduo altamente evoluído. Segue-se-lhe o corpo mental, que, embora pouco desenvolvido na maioria das pessoas, adquire em muitas outras uma beleza incomparável, variando de côr, segundo o seu tipo mental e moral. Em seguida vem o corpo causal, quase impossível de distinguir na maior parte dos indivíduos, tão fraco é o seu desenvolvimento, tão tênue o seu colorido, tão débil a sua atividade; só graças a um exame muito atento se pode discernir o seu contôrno. Mas se contemplarmos uma alma altamente evoluída, veremos logo que o corpo causal e o corpo espiritual são justamente os que mais sobressaem como representação típica do homem. Apresentam-se resplandecentes de luz, munidos de côres delicadas e sublimes, cujos tons é impossível descrever, pois não se encontram no espectro solar; êstes tons, êstes cambiantes não só são puros e lindíssimos, como também são inteiramente diferentes das côres conhecidas nos planos inferiores. Êstes tons adicionais mostram o progresso do homem quanto às qualidades e podêres sublimes que só existem nessas regiões elevadas. Quem tiver a suprema felicidade de contemplar um dos Mestres, vê-lo-á aparecer sob esta poderosa forma de vida e de côr, sublime e resplandecente, indescritivelmente belo, de uma beleza divina que ultrapassa tudo quanto a imaginação até ali idealizara. O seu aspecto é tão majestoso que logo evidencia a Sua natureza. E contudo, não há ninguém que não possa revestir um dia essa forma resplandecente; a possibilidade de uma perfeição futura jaz em estado latente no filho do homem.
Relativamente à aura, há um ponto que desejo frisar, em virtude da sua utilidade prática.
É-nos permitido defender-nos até um certo limite das incursões dos pensamentos exteriores, graças a uma verdadeira muralha esférica, formada com a própria substância da aura que elevamos em tôrno de nós. A aura responde prontamente ao impulso do pensamento; portanto, se com um esfôrço da imaginação representarmos a sua superfície exterior como estando solidificada sob a forma duma concha, a aura assume realmente essa forma, protegendo-nos contra todos os assaltos do exterior. Esta concha evitará a irrupção de pensamentos vagabundos que circulam na atmosfera astral, evitando portanto também a influência nociva que exerceriam sôbre a mente indefesa. O esgotamento vital que às vêzes sentimos, especialmente quando entramos em contato com pessoas que "vampirizam" inconscientemente o seu próximo, também pode ser poupado da mesma maneira, isto é: formando a concha áurica. As pessoas sensíveis e que se acham exaustas devido a êste sugar das suas fôrças, devem seguir o nosso conselho, a fim de se protegerem.
É tal o poder do pensamento humano sôbre a matéria sutil que é suficiente imaginarmos que estamos dentro de uma concha para isso logo se realizar. 
Se observarmos os sêres humanos que nos rodeiam, vê-los-emos em tôdas as fases do desenvolvimento, mostrando pelo próprio aspecto dos seus corpos o ponto que atingiram na sua evolução enquanto vão percorrendo os vários planos do universo e funcionando em regiões cada vez mais elevadas, a fim de desenvolverem os veículos da consciência que correspondem a estas regiões. A nossa aura mostra-nos tais como somos; à medida que progredimos na vida verdadeira, aumentamos-lhe a beleza; purificamo-la com as nossas vidas sãs e puras e introduzimos-lhe gradualmente qualidades cada vez mais elevadas.
Haverá porventura alguma filosofia da vida que contenha mais esperança, mais poder, mais alegria do que esta? Se observarmos o mundo dos homens só com o olhar físico, apresenta-se-nos aviltado, miserável, aparentemente destituído de esperança; tal é o seu verdadeiro aspecto ante os olhos do corpo físico. Mas se o contemplarmos com a visão mais elevada, como tudo se nos depara de modo diferente! Vemos, é claro, a tristeza e a miséria, vemos o aviltamento e a vergonha; mas sabemos que tudo isso é transitório, temporário, que pertence à infância da raça e que a raça em breve ultrapassará essas coisas mesquinhas. Mesmo quando olhamos para os entes mais baixos, vis e brutais, distinguimos contudo as suas possibilidades divinas e concebemos o que êles virão a ser numa época futura. É esta a mensagem de esperança que a Teosofia traz ao mundo ocidental, uma mensagem de redenção universal da ignorância, e por conseguinte, de emancipação universal da miséria. Não se trata dum sonho, mas sim duma realidade; não é só uma esperança, mas sim uma certeza. Todo aquêle que na sua vida dá sinais de desenvolvimento, constitui, por assim dizer, uma nova confirmação desta mensagem. Os primeiros frutos vão aparecendo em tôda a parte e lá virá um dia em que todo o mundo estará maduro para a colheita e cumprirá a tarefa que o Logos lhe prescreveu ao dar-lhe a vida. 

Annie Besant-O Homem E Os Seus Corpos Parte 3


OS CORPOS MENTAIS

Já estudamos suficientemente o corpo físico e o corpo astral do homem. Estudamos a parte visível e a parte invisível do corpo físico, nas suas funções sôbre o plano físico; seguimo-lo nos seus diferentes modos de atividade, analisamos a natureza do seu desenvolvimento e insistimos sôbre a sua purificação gradual. Depois, consideramos o corpo astral de modo idêntico, observamos igualmente o seu desenvolvimento e as suas funções e os fenômenos relacionados com a sua manifestação no plano astral, ocupandonos por fim da sua purificação. Assim obtivemos uma compreensão mais ou menos nítida acêrca das funções da atividade humana sôbre dois dos grandes planos do nosso universo.
Visto têrmos terminado esta parte do nosso estudo, passemos agora ao terceiro dos grandes planos, o mundo mental. Quando tivermos obtido algum conhecimento acêrca dêste plano, oferecer-se-nos-á à nossa observação uma tríplice região, constando dos mundos físico, astral e mental - o nosso globo e duas esferas que o circundam - uma região que constitui o teatro da atividade humana durante as suas encarnações terrestres e onde o homem também reside durante os períodos que se interpõem entre a morte que encerra uma vida terrestre e o nascimento que dá início a outra vida. Estas três esferas concêntricas formam a escola e o reino do homem; é aí que êle procede ao seu desenvolvimento;é aí que realiza a peregrinação do seu progresso; enquanto as portas da iniciação se não abrirem de par em par para lhe darem passagem, não poderá sair dêsses três mundos, pois para êle não há outro caminho.
O Devachân ou Devaloka, segundo o nome que lhe dão os teósofos, a terra dos deuses,a região feliz e bendita, como muitos lhe chamam nas tradições, acha-se incluída nesta terceira região que denominei mundo mental, não se identificando contudo com ela.
O Devachân é cognominado de região feliz, devido à sua própria natureza e condição que de modo nenhum se coadunam com a tristeza ou com a dor. Constitui um Estado especialmente protegido, onde não é permitida a entrada ao mal positivo; é um lugar de repouso e de bem-aventurança onde o homem assimila serenamente os frutos da sua vida física.
É mister acrescentarmos umas palavras de explicação acêrca do mundo mental, a fim de se evitarem confusões. Êste mundo se acha igualmente subdividido em sete subplanos,mas além disso oferece a particularidade de estas sete subdivisões se separarem em dois grupos distintos: um ternário e um quaternário. Os três subplanos "superiores" são denominados em linguagem técnica "arûpa", ou seja, sem corpo, devido à sua extrema sutileza, ao passo que os quatro inferiores se chamam "rûpa", ou seja, com corpo. O homem possui portanto dois veículos de consciência, nos quais é aplicável o têrmo "corpo  mental". Aplicá-lo-emos, porém, exclusivamente ao veículo inferior, porque o superior é conhecido sob o nome de corpo causal; mais adiante veremos as razões que determinaram esta designação. Os estudantes de teosofia devem familiarizar-se com a distinção entre o Manas Superior e o Inferior; o corpo causal pertence ao Manas Superior, ou seja, o corpo permanente do Ego, ou do homem, que persiste duma vida para a outra. O corpo mental é o do Manas Inferior, que continua a existir depois da morte e passa para o Devachân, acabando, porém, por se desagregar quando a vida na zona "rûpa" do Devachân chega ao seu têrmo.

a) O CORPO MENTAL. – Êste veículo da consciência humana compõe-se dos quatro subplanos inferiores do Devachân, aos quais pertence. Constitui o veículo especial da consciência nessa região do plano mental, mas a par disso também trabalha no corpo astral e através dêle no físico, produzindo tudo o que chamamos manifestações da inteligência no estado normal de vigília. Quando se trata de um homem pouco evoluído, êste corpo não pode, durante a vida terrestre, funcionar separadamente como um veículo da consciência no seu próprio plano, e quando êste homem exerce as suas faculdades mentais,é necessário que estas se revistam de matéria astral e física, para que êle adquira a consciência da sua atividade. O corpo mental é o veículo do Ego, do Pensador para todo o seu trabalho de raciocínio; mas durante os primeiros tempos do Ego, a organização dêsse corpo ainda é bastante imperfeita, o seu aspecto é fraco e indistinto como o corpo astral de um homem pouco evoluído.
A matéria de que se compõe o corpo mental é extremamente tênue e sutíl. Já vimos que a matéria astral é muito menos densa do que mesmo o próprio éter do plano físico.
Agora é mister dilatarmos ainda mais a nossa idéia acêrca da matéria, a fim de concebermos a existência de uma substância invisível tanto à visão astral como à física, demasiado sutil para ser distinguida mesmo pelos "sentidos internos" do homem. Esta matéria pertence ao quinto plano do universo, contando de cima para baixo, ou ao terceiro plano, contando de baixo para cima. Nesta matéria o Ego manifesta-se como inteligência, e no que se lhe segue mais abaixo (o astral), manifesta-se como sensação. O corpo mental apresenta uma particularidade ao mostrar a sua parte exterior na aura humana; à medida que o homem, na série das suas encarnações, se vai desenvolvendo progressivamente, o corpo mental cresce, aumenta em volume e em atividade. Constitui isto uma particularidade que até aqui se nos não tinha deparado.
Em cada encarnação é fabricado um corpo físico, que varia segundo a nacionalidade e o sexo; quanto às suas proporções, calculamos que tenham sido sempre mais ou menos idênticas desde o tempo dos Atlantes até aos nossos dias. O corpo astral, como observamos, desenvolve-se na sua organização, à medida que o homem progride. Mas o corpo mental, êsse aumenta literalmente em volume com a evolução progressiva do homem.
Se observarmos uma pessoa muito pouco evoluída, notaremos que o seu corpo mental dificilmente se distingue; acha-se tão fracamente desenvolvido que só à custa dum esfôrço se consegue vê-lo. Se olharmos em seguida para um homem mais adiantado, que  embora ainda não seja espiritual já tenha desenvolvido as faculdades mentais e educado a inteligência, veremos que o corpo mental dêsse homem se esforça por adquirir um desenvolvimento muito definitivo, e graças à sua organização, reconheceremos que se trata dum veículo da atividade humana. Constitui um objeto de contornos claros e nítidos, formado de material delicadíssimo, dotado de côres admiráveis, vibrando incessantemente com uma enorme atividade, cheio de vida e de vigor, sendo a verdadeira expressão da inteligência no mundo da inteligência.
A sua natureza, portanto, é uma essência sutil; as suas funções consistem em ser veículo imediato onde o Ego se manifesta como inteligência; quanto ao seu desenvolvimento,o corpo mental progride vida após vida, proporcionalmente ao desenvolvimento intelectual; e a sua organização também se vai tornando mais perfeita e definida, à medida que as qualidades e os atributos da inteligência se tornam mais conspícuos e distintos. Não constitui, como o corpo astral, uma cópia exata do homem, quando trabalha de acordo com os corpos astral e físico. Pelo contrário, tem uma forma oval e penetra, é claro, nos corpos físico e astral, envolvendo-os na sua atmosfera resplandecente, que tende sempre a aumentar com o progressivo desenvolvimento intelectual. É escusado dizer que esta forma ovóide vai-se tornando um objeto admirável de beleza, à medida que o homem desenvolve as faculdades superiores da inteligência; a visão astral não o atinge, só se dá a conhecer à visão mais elevada que pertence ao mundo mental. Um homem vulgar que vive no mundo físico não vê nada do mundo astral, embora nêle se ache imerso, até o dia em que despertam os seus sentidos astrais. Do mesmo modo, o homem que só tem os sentidos físicos e astrais em atividade não pode discernir o mundo mental, nem as formas compostas dessa matéria, a não ser que êsses sentidos despertem nêle; e contudo o mundo mental o envolve de todos os lados.
Êstes sentidos mais penetrantes, que pertencem ao mundo mental, diferenciam-se muito daqueles com que aqui nos familiarizamos. A palavra "sentidos" não é bem aplicada,pois devíamos dizer "sentido" isto é, no singular. Dir-se-ia que o espírito se põe em contato com as coisas do seu mundo, como se estivesse à sua superfície. Não existem órgãos especiais da vista, do ouvido, do tato, do gôsto e do olfato; as vibrações que aqui devíamos receber por meio de órgãos distintos dos sentidos, produzem imediatamente tôdas as suas diferentes impressões, assim que entram em contato com o espírito. O corpo mental recebe-as tôdas ao mesmo tempo e tem, por assim dizer, a recepção completa de tudo que consegue impressioná-lo.
Não é fácil exprimir claramente por palavras a maneira como êste sentido recebe um agregado de impressões sem confusão. Para tornar isto mais compreensível, talvez seja melhor dizer que, se um estudante treinado entra nessa região e aí se comunica com outro estudante, o mental fala simultâneamente por meio de côres, sons e formas, de modo que um pensamento completo é transmitido sob a forma duma imagem colorida e musical,em vez de se transmitir só um fragmento por meio de símbolos que denominamos palavras, como aqui fazemos. Certos leitores talvez tenham ouvi do falar de livros antigos  escritos pelos grandes Iniciados em linguagem colorida, a linguagem dos deuses. Muitos chelas conhecem esta linguagem, cujas formas e côres são extraídas da "linguagem" do mundo mental; as vibrações dum único pensamento produzem forma, côr e som. É mister compreender que a inteligência não pensa uma côr, um som ou uma forma, mas, sim, pensa um pensamento, uma vibração complexa em matéria sutil, e êsse pensamento é expresso de tôdas estas maneiras pelas vibrações produzidas. A matéria do mundo mental emite constantemente vibrações, que dão origem a estas côres, a êstes sons, a estas formas; quando um homem funciona no mundo mental independentemente do mundo astral, e do físico, liberta-se das limitações dos seus órgãos dos sentidos, e sente simultâneamente,em todos os pontos do seu ser, as vibrações que no mundo inferior se lhe apresentariam distinta e separadamente.
Mas quando um homem pensa no estado de vigília, e trabalha por intermédio dos seus corpos físico e astral, êsse pensamento então dimana do corpo mental, e passa depois para o corpo astral e por último para o físico; é sempre no mental que os pensamentos têm a sua origem, isto é, o corpo mental constitui o agente do pensamento, a consciência que se arroga o título de "eu". Êste "eu" ilusório, porém, é o único "eu" que a maioria das pessoas conhece. Quando nos ocupamos da consciência do corpo físico,vimos que o homem propriamente dito não tinha a consciência de tudo quanto se passava no corpo físico; as suas funções não dependiam tôdas dêle; era-lhe impossível pensar como as células minúsculas pensavam; na realidade não partilhava da consciência do corpo, considerado como um todo. Mas quando se trata do corpo mental, temos ante os olhos uma região que se identifica tão estreitamente com o homem que até parece ser êle mesmo. "Eu penso", "eu sei", será possível ultrapassar isto? O mental é o Ego no corpo mental e é isso que para muitos constitui o objetivo da busca do Eu. Porém isto só é verdadeiro se nos limitamos ao "estado de vigília". Quem souber que a sua consciência, no "estado de vigília", assim como as sensações do corpo astral, só constituem uma etapa da nossa jornada à busca do Eu; quem tenha aprendido a ir além do corpo astral, compreenderá que esta inteligência por sua vez constitui simplesmente um instrumento do homem verdadeiro. Contudo, como já dissemos, a maioria dos homens não separa, não pode separar em pensamento o homem do seu corpo mental que se lhes afigura ser a sua mais alta expressão, o seu veículo mais perfeito, o "eu" mais elevado que lhes é dado atingir ou conceber. Ora, isto é perfeitamente natural e inevitável, visto o indivíduo, o homem, principiar nesta altura da sua evolução a vivificar êste corpo e a torná-lo eminentemente ativo. Em tempos remotos vivificou o corpo físico fazendo dêle um veículo de consciência e presentemente faz uso dêle com a máxima naturalidade. Vivifica atualmente o corpo astral dos membros atrasados da raça, mas numa grande maioria de casos êste trabalho já se acha realizado, pelo menos em parte. Na nossa Quinta Raça, o homem ocupa-se do corpo mental, e a humanidade agora devia dedicar-se especialmente à construção e à evolução dêste corpo.
Temos portanto o máximo interêsse em compreender a maneira como o corpo mental é construído e como se desenvolve. Desenvolve-se graças ao pensamento. Os nossos pensamentos são os materiais de que nos servimos para construir êste corpo mental. Na realidade construímos o mental quotidianamente, durante cada mês, cada ano da nossa vida, pelo exercício das nossas faculdades mentais, pelo desenvolvimento do nosso poder artístico e das nossas emoções elevadas. Se não exercerdes as vossas faculdades mentais; se, no que diz respeito aos vossos pensamentos, vos contentais unicamente em ser o receptáculo e nunca o criador dêles; se aceitais constantemente o que de fora vos dão, sem nunca tentardes formar qualquer coisa no vosso íntimo; se durante a vida só souberdes recolher os pensamentos dos outros; se o vosso conhecimento acêrca dos pensamentos se limitar a isso, nesse caso passar-se-ão vidas e vidas sem que o vosso corpo mental se desenvolve; partireis e tornareis a voltar, vida após vida, sem que nenhuma modificação se produza no vosso corpo mental; sereis invariàvelmente um indivíduo rudimentar, não evoluído. Pois só exercendo a própria inteligência, utilizando as suas faculdades dum modo produtivo, exercendo-as, trabalhando com elas, exigindo delas um esfôrço contínuo, só assim é que o corpo mental se desenvolve, só assim é que a evolução verdadeiramente humana pode seguir o seu caminho.
Logo que principiardes a compreender isto, tratareis provàvelmente de modificar a atitude geral da vossa consciência no que diz respeito à vida quotidiana; principiareis a observar a sua maneira de funcionar e então logo vos apercebereis que a maior parte dos vossos pensamentos não são vossos; são os pensamentos de outras pessoas que acolhestes pressurosamente; pensamentos que surgem, não sabeis como; pensamentos que vêm, não sabeis de onde; pensamentos que novamente desaparecem, e cujo destino ignorais; e sentireis, com certa amargura e desapontamento, que a vossa inteligência, em vez de estar altamente evoluída, não passa afinal de uma encruzilhada onde os pensamentos perpassam ligeiros. Tentai a experiência, vós que me ledes, e vêde se todo o conteúdo da vossa consciência vos pertence ou se a maior parte não consiste unicamente de coisas emprestadas. Interrompei-vos subitamente durante o dia e observai os vossos pensamentos nessa ocasião; o mais provável é descobrirdes que não pensáveis em coisa nenhuma - muito freqüente - ou então pensáveis de modo tão vago que a impressão recebida pelo princípio mental que em vós existe seria quase nula. Quando tiverdes feito esta experiência várias vêzes, o que vos ajudará a obter uma consciência cada vez mais nítida acêrca de vós mesmos, principiai então a analisar os pensamentos que se acham na vossa consciência e procurai a diferença entre a sua condição à entrada e à saída, isto é, o que vós haveis acrescentado a êsses pensamentos durante a sua estada na vossa consciência. A vossa mentalidade tornar-se-á assim realmente ativa e começará a exercer o seu poder criador. Se formos sensatos, servir-nos-emos do seguinte processo: primeiro escolheremos os pensamentos que acharmos dignos de permanecer em nossa mente, sempre que descobrirmos um pensamento bom, consagrar-lhe-emos tôda a nossa atenção, alimentá-lo-emos, fortalecê-lo-emos, faremos o possível por tornar o seu conteúdo ainda mais valioso a fim de o enviarmos para o mundo astral na qualidade de agente benfazejo. E se encontrarmos um pensamento maligno na mente, apressar-nos-emos a afugentá-lo. O resultado de só acolhermos pensamentos bons e úteis e de nos recusarmos a admitir pensamentos maus, será afluírem à nossa mente cada vez mais pensamentos bons, ao passo que os maus se abstêm de aparecer. O nosso mental, repleto de pensamentos bons e úteis, atuará como um ímã sôbre todos os pensamentos semelhantes que nos circundam; quanto aos pensamento maus, sentir-se-ão repelidos por uma ação automática da própria mente, visto nos recusarmos obstinadamente a admiti-los. A característica do corpo mental será portanto atrair todos os pensamentos bons que erram na atmosfera e repetir todos os pensamentos perversos; submeter os bons a um processo de aperfeiçoamento, tornando-os mais ativos e assim se irá enriquecendo com o material mental acumulado dêste modo, ano a ano. Quando o homem finalmente se desembaraça dos seus corpos físico e astral e penetra no mundo mental, far-se-á acompanhar de todos êstes tesouros amontoados durante a vida terrestre; o conteúdo da inteligência achar-se-á transportado à região a que pertence e o homem empregará a sua vida devacânica a transformar em faculdades e podêres todos os materiais mentais acumulados no mundo físico.
Ao acabar o período devacânico, o corpo mental transmitirá ao corpo causal permanente as características assim formadas, a fim de serem transportadas para a próxima encarnação. Quando o homem regressar, estas faculdades revestir-se-ão da matéria dos planos rupa do mundo mental, a fim de formarem um corpo mental cujo desenvolvimento e organização sejam mais perfeitos, e que é destinado à próxima vida terrestre. Manifestar-se-ão enfim ao passar pelos corpos astral e físico, sob a forma das "faculdades inatas"que as crianças trazem ao nascer. Durante a vida presente acumulamos materiais segundo a maneira acima descrita; durante a vida devacânica transformamos êstes materiais,de esforços separados de pensamento que eram, em faculdade de pensamento, em podêres e faculdades mentais.
É esta a enorme transformação efetuada durante a vida devacânica e visto que êste trabalho se acha previamente limitado pelo uso que faremos da vida terrestre, será bom não pouparmos desde já os nossos esforços. O corpo mental da próxima encarnação depende do trabalho que efetuamos no corpo mental atual; concebe-se, pois, quanto é imensamente importante para a evolução do homem o uso que agora faça do seu corpo mental; é êle que fixa os limites da atividade humana no Devacã, e por conseguinte, é êle que fixa também os limites das qualidades mentais que o acompanharão na sua próxima vida terrestre. Tanto nos é impossível isolar uma vida de outra vida, como criar milagrosamente qualquer coisa. O carma traz-nos a colheita proporcionada ao que semeamos; será parca ou abundante segundo os cuidados que o lavrador dispensou às sementes e à lavoura.
Talvez compreendamos melhor a ação automática do corpo mental, a que já acima nos referimos, se considerarmos a natureza dos materiais de que necessita para a sua construção. O Mental Universal com o qual se acha ligado na sua natureza íntima, constitui,sob o seu aspecto material, o depósito onde êle obtém êstes materiais. Dão origem a todos os gêneros de vibrações, variando em qualidade e em poder segundo as combinações produzidas. O corpo mental atrai automàticamente a matéria suscetível de manter as combinações já nêle existentes, pois tanto no corpo mental como no corpo físico se produz uma troca incessante de partículas, de modo que cada partícula ao desaparecer cede logo o seu lugar a outra partícula semelhante. Se o homem descobre em sua mente tendência malévola e se põe em campo para as modificar, essa sua resolução dá origem a novas vibrações às quais o corpo mental, habituado a responder só às antigas, resiste com tenacidade, causando portanto conflitos e sofrimentos. Mas, gradualmente, as velhas partículas são expelidas e substituídas por outras que respondem às novas vibrações (partículas atraídas automàticamente em virtude da sua própria afinidade) e o corpo mental muda de caráter, muda mesmo de materiais, e as suas vibrações acabam por repelir o mal e atrair o bem. Disto resulta a extrema dificuldade dos primeiros esforços, que são combatidos pelo mental sob o seu antigo aspecto; e disto provém igualmente a facilidade cada vez maior com que nos é dado pensar com sensatez, à medida que o mental se vai transformando, e finalmente a espontaneidade e o prazer que acompanham êste nôvo modo de exercer atividade.
Existe outro modo de auxiliar o desenvolvimento do corpo mental: a prática da concentração.
A concentração é a arte de fixar a mente num ponto e conservá-la aí firmemente, não lhe permitindo que erre ao acaso e sem destino. Devemos educar a nossa mente a pensar duma maneira firme e consecutiva, devemos evitar que as nossas energias mentais se esbanjem em mil pensamentos insignificantes, e que pousem frìvolamente agora nisto, logo naquilo. Um bom exercício a aconselhar é seguir um raciocínio contínuo, no qual cada pensamento emerge naturalmente do pensamento que o precedeu, fazendo assim com que se desenvolva gradualmente as qualidades intelectuais que dão aos nossos pensamentos uma seqüência rigorosa e portanto essencialmente racional. Enquanto o mental assim funciona, seguindo os pensamentos com ordem e método, à medida que se sucedem uns aos outros, adquire simultâneamente novas fôrças que o tornam um instrumento digno para o trabalho ativo do Ego no mundo mental. Êste desenvolvimento do poder de pensar com concentração e seqüência manifestar-se-á no corpo mental cujos contornos se tornarão definidos, o seu rápido progresso, no equilíbrio e na firmeza das suas faculdades; todos os esforços serão compensados pelos progressos que dêles resultam.

b) O CORPO CAUSAL. – Ocupemo-nos agora do segundo corpo mental, que designamos sob o seu nome distintivo de: "corpo causal". Damos-lhe êste nome em virtude de nêle residirem tôdas as causas cujos efeitos se manifestam nos planos inferiores. Êste corpo é "o corpo de Manas", o aspecto "forma" do indivíduo, do verdadeiro homem. Constitui o receptáculo, o reservatório, onde todos os tesouros do homem se acham acumulados para a eternidade e vai-se sempre desenvolvendo mais e mais, à medida que a natureza inferior lhe transmite coisas dignas de nêle serem incorporadas. É no corpo causal que são assimilados todos os resultados duráveis da atividade humana; é nêle que se acham armazenados os gérmens de tôdas as qualidades, a fim de serem transmitidos à próxima encarnação; portanto, as manifestações inferiores dependem inteiramente do progresso e do desenvolvimento dêste homem "cuja hora nunca soa".
Como já acima dissemos, o corpo causal é o aspecto "forma" do indivíduo. Visto só nos ocuparmos aqui do ciclo humano atual, diremos que antes da sua aparição, o homem não existe. Podem existir os tabernáculos físico e etérico já preparados para a sua vinda;as paixões, as emoções, os apetites podem-se acumular gradualmente, a fim de formar a natureza kâmica no corpo astral; porém o homem não existe enquanto não se tenha efetuado o desenvolvimento do ser através dos planos físico e astral, e enquanto a matéria do mundo mental não tenha principiado a evidenciar-se nos corpos inferiores evoluídos.
Quando a matéria do plano mental principia a evoluir lentamente graças ao poder do Ego que prepara a sua própria residência, produz-se um transbordar do grande oceano do Atma-Búddhi, que paira constantemente sôbre a evolução do homem. Esta corrente ascende de matéria mental em evolução, une-se a ela, fecunda-a e gera o corpo causal do indivíduo. As pessoas que conseguem ver nessas regiões elevadas, dizem que êste aspecto "forma" do verdadeiro homem se assemelha a um véu tenuíssimo, de matéria infinitamente sutil, quase invisível, demarcando o ponto em que o indivíduo dá início à sua vida separada, Êsse véu delicado e incolor, de matéria sutil, é o corpo que perdura durante tôda a evolução humana, o fio que sustém e liga entre elas tôdas as vidas humanas, o Sûtrâtma reencarnador, o “fio ego”. Constitui receptáculo de tudo quanto está de acôrdo com a Lei, de todos os atributos nobres e harmoniosos e por conseguinte duráveis. É nêle que se nota o desenvolvimento do homem, o grau de evolução que atingiu. Cada pensamento nobre, cada emoção elevada e sublime ascende até êle, a fim de ser assimilada na sua substância.
Consideremos a vida de um homem vulgar e vejamos que elementos pode fornecer para a construção do corpo causal. Êste, imaginá-lo-emos sob o aspecto dum véu tenuíssimo; deve ser fortalecido, deve revestir côres admiráveis, deve-se tornar exuberante de vida, resplandecente, sublime, tomando proporções cada vez mais vastas, à medida que o homem progride e se desenvolve. O homem, quando ainda se acha no princípio da sua evolução, não mostra muitas qualidades mentais; pelo contrário, manifesta sobretudo paixões e apetites. Só deseja, só procura sensações. É como se esta vida íntima do homem projetasse uma pequena porção da matéria delicada de que é composta, em volta da qual o corpo mental se forma; por sua vez o corpo mental prolonga-se até ao corpo astral, entra em contacto com êle, e forma assim uma ligação, uma espécie de ponte pela qual tudo quanto pode passar, passa. Por meio dessa ponte o homem manda os seus pensamentos para o mundo das sensações, das paixões da vida animal, e os pensamentos confundemse com estas paixões e emoções animais. Dêste modo, o corpo mental confunde-se com o corpo astral, e os dois aderem tão fortemente um ao outro que só com dificuldade se separam quando a morte sobrevém. Porém se, durante a sua vida nestas regiões inferiores,o homem emitir um pensamento desinteressado, um pensamento que preste auxílio a um ente querido; se fizer um sacrifício para servir um amigo, produz com isso uma obra durável, uma obra que consegue viver, visto pertencer à natureza do; mundo superior; uma obra que pode elevar-se até ao corpo causal e incorporar-se na sua substância, tornando-o mais belo, dotando-o talvez do seu primeiro tom de côr viva. A vida inteira do homem pouco evoluído só poderá produzir provàvelmente um número limitado dêstes  resultados duráveis, que servem para alimentar o corpo causal. Êste progresso, portanto,é muito lento, porque todo o resto da sua vida não contribui para nada. Os gérmens das suas tendências malignas, produzidas pela ignorância e alimentadas pela prática, são atraídos intimamente e mergulhados numa inércia latente, quando o corpo astral que os recolheu e lhes deu forma, se dispersou no mundo astral. São atraídos intimamente para o mundo mental e aí jazem num estado latente, carecendo de meios de expressão no mundo devacânico; quando o corpo mental por sua vez expira, êstes gérmens penetram no corpo causal e aí permanecem, sempre latentes, num estado de animação suspensa.
Quando, por fim, o Ego atinge o mundo astral, ao regressar à vida terrestre, os gérmens retomam nova vida e são arremessados a fim de reaparecerem na criança sob a forma de tendências malignas. Portanto, podemos considerar o corpo causal como o receptáculo tanto do mal como do bem, visto constituir tudo o quanto resta do homem depois da dispersão dos veículos inferiores; mas o bem é assimilado na sua textura e ajuda-o a desenvolver-se,ao passo que o mal (salvo o caso excepcional que vamos mencionar) permanece no estado de gérmen. Porém, se o homem põe o seu pensamento ao serviço do mal, então inflige ao corpo causal um dano consideràvelmente maior do que se deixasse o mal existir de um modo latente, como gérmen de tristeza e pecado futuros. Além de não ajudar o desenvolvimento do homem verdadeiro, o mal pode, por assim dizer, arrastar e comprometer uma parte do próprio indivíduo; para obter êste resultado, basta ser sutil e persistente. Se o vício persistir, se o mal fôr incessantemente praticado, o corpo mental confunde-se de tal maneira com o corpo astral que lhe é impossível libertar-se dêle inteiramente,chegando mesmo a perder uma parte da sua própria substância, e quando o astral se dispersa, a substância mental regressa à matéria universal, abandonando o indivíduo para sempre.
O véu tênue, semelhante a uma bola de sabão, que constitui o corpo causal, pode portanto tornar-se mais vago, mais rarefeito, em virtude duma existência depravada; não é só o seu desenvolvimento que se atrasa, mas a sua própria constituição sofre uma grande alteração, tornando as suas funções de assimilação mais penosas. Numa palavra,a sua capacidade de se desenvolver parece, até certo ponto, atrofiada. Na maioria dos casos, o dano infligido ao corpo causal não passa disto.
Porém, quando o Ego se tornou poderoso em vontade e inteligência, sem aumentar simultâneamente o seu desinterêsse e o seu amor; quando se contrai em volta do seu centro em vez de se expandir à medida que se desenvolve; quando se faz rodear duma muralha de egoísmo e se serve do seu poder para satisfazer a ambição do seu "eu" em vez de o pôr ao serviço do todo; nestes casos é que surge a possibilidade dum mal mais terrível e mais profundo a que tantas tradições sagradas aludem: a possibilidade do Ego se revoltar conscientemente contra a Lei, lutando com firmeza contra a evolução. Sob a influência das vibrações do intelecto e da vontade, orientada ùnicamente para fins egoístas, o corpo causal reveste-se de côres escuras que resultam da contração e perde o resplendor deslumbrante que constituía o seu atributo característico. Não é um Ego medìocremente evoluído, nem defeitos passionais ou mentais vulgares que podem produzir tamanho mal. Só um Ego com uma evolução muito elevada, cujas energias se manifestem poderosamente no plano manásico, poderá causar semelhante catástrofe. E é por isso que a ambição, o orgulho e os podêres da inteligência aplicados exclusivamente a fins egoístas se tornam mil vêzes mais perigosos, mais mortíferos nas suas conseqüências do que os defeitos mais palpáveis da natureza inferior; o "fariseu" acha-se muitas vêzes mais afastado do "reino de Deus" do que "o publicano e o pecador". É a esta classe que pertence o "feiticeiro negro", o homem que subjuga as suas paixões e os seus desejos, que desenvolve a vontade e os altos podêres da inteligência a fim de se apoderar de tudo para si, para o seu "eu", e não para auxiliar, cheio de júbilo, a evolução do todo. A sua divisa é: tudo para êle, nada para os outros. Êstes homens esforçam-se por manter a separação contra a união; o seu objetivo é atrasar a evolução, em vez de acelerá-la; por isso vibram em discordância com o todo, em vez de vibrarem em uníssono; por isso se acham ameaçados do dilaceramento do seu Ego, desgraça horrível que significa a perda de todos os frutos da evolução.
Todos aquêles que tenham principiado a compreender ligeiramente a natureza e as funções do corpo causal, podem considerar o seu desenvolvimento como o principal objetivo da sua vida; podemos esforçar-nos por pensar desinteressadamente, e contribuir assim para o seu progresso e para a sua atividade. Esta evolução do indivíduo prossegue invariàvelmente, vida após vida, século após século, milênio após milênio; ativando o seu desenvolvimento com os nossos esforços conscientes, trabalhamos em harmonia com a vontade divina e executamos a obra de que fomos incumbidos neste mundo. O mínimo pensamento bom, tôda a ação boa entram no tecido dêste corpo causal e nunca mais se perdem; tudo quanto é bom permanece intacto porque êste é o homem verdadeiro, que vive eternamente.
Vemos, portanto, que, segundo a lei da evolução, tudo quanto é mau, embora pareça momentâneamente poderoso, contém em si próprio o gérmen da sua destruição, ao passo que tudo quanto é bom possui a semente da imortalidade. Isto explica-se pelo fato de todo o mal ser desarmônico, e de estar em oposição com a lei cósmica; portanto, essa mesma lei, mais tarde ou mais cedo, esmagará inexoràvelmente o mal e reduzi-lo-á ao nada. Pelo contrário, tudo quanto fôr bom, visto estar em harmonia com a lei, é por ela transportado, impelido para diante. Fica fazendo parte da corrente da evolução do "não sei quê, que tende para a perfeição e que está muito além de nós" e por isso nunca pode perecer, nunca pode ser destruído. Nisto consiste não só a esperança do homem, mas também a certeza do seu triunfo final; por muito lento que seja o progresso, essa certeza não o abandona; por muito longo que seja o caminho, tem um fim. O indivíduo que é o nosso Ego vai sempre evoluindo e agora não pode ser inteiramente destruído; embora nós muitas vêzes sejamos a causa de que o progresso vá mais lentamente do que seria para desejar, é contudo certo que tudo quanto fazemos para contribuir para êsse progresso, todos os nossos esforços, por muito humildes que sejam, perduram eternamente e constituem nosso legítimo bem por todos os séculos futuros.

Invocações e Evocações: Vozes Entre os Véus

Desde as eras mais remotas da humanidade, o ser humano buscou estabelecer contato com o invisível. As fogueiras dos xamãs, os altares dos ma...