domingo, 12 de fevereiro de 2017

Lectorium Rosicrucianum


A História do Lectorium Rosicrucianum

Os primórdios do Lectorium Rosicrucianum datam de 1924, na Holanda, com os trabalhos dos líderes espirituais Jan van Rijckenborgh e Catharose de Petri. Hoje o LRC está ativo em dezenas de países.

A pedra fundamental do Lectorium Rosicrucianum foi lançada em 1924. Nesse ano, os irmãos Zwier Willem Leene (1892-1938) e Jan Leene (1896-1968) entraram para o ramo holandês da Fraternidade Rosacruz (Oceanside, Califórnia, EUA) fundada por Max Heindel em 1909. Em pouco tempo os dois irmãos se destacaram na organização, sendo empossados como dirigentes em 1929.

Em 1930, foi a vez da Sra. Henriette Stok-Huizer (1902-1990) juntar-se aos irmãos Leene. Juntos começaram uma intensa busca espiritual que culminou, em 1935, com a decisão de prosseguirem no caminho espiritual com seu próprio grupo, separando-se da Fraternidade Rosacruz de Max Heindel.

Reedição dos Manifestos dos Rosacruzes clássicos
Em 1935, os irmãos Leene, juntamente com Cor Damme, viajaram para Londres, onde visitaram a Biblioteca Britânica. Foi lá que descobriram os esquecidos manifestos dos Rosacruzes clássicos do século XVII. Traduziram esses manuscritos cuidadosamente e os republicaram em 1936, em holandês, sob o título “O Livro M”. Assim, disponibilizaram novamente esses tesouros espirituais para um público maior no século XX. Vários anos depois, foram publicadas novas edições dos manifestos clássicos – já com a inclusão de seus comentários espirituais completos. Atualmente, estão disponíveis em várias línguas.

Após a morte de Z. W. Leene, em 1938, Jan Leene e H. J. Leene Stok-Huiser continuaram seu trabalho.
Através dos nomes-alma “Jan van Rijckenborgh” e “Catharose de Petri”, eles publicaram vários livros e, ao longo de muitas décadas, construíram uma escola espiritual internacional.

Durante a Segunda Guerra Mundial, as forças de ocupação perseguiram o grupo e o interditaram, impedindo-o de promover reuniões. Então, tiveram de se retirar da vida pública e, temporariamente, trabalhar de forma encoberta. Após o fim do conflito, a comunidade adotou o nome de “Lectorium Rosicrucianum”.

A herança dos cátaros

Em 1946, Jan van Rijckenborgh e Catharose de Petri viajaram para a cidade de Albi, um dos maiores redutos cátaros existentes no sul da França. Fizeram contato com a herança espiritual da antiga fraternidade cátara, que ali viveu e ensinou há cerca de 700 anos. Suas experiências espirituais durante essa viagem e seu encontro em 1954 com “o último Cátaro”, o sr. Antonin Gadal, levaram à reafirmação da antiga Tríplice Aliança da Luz: o triângulo Cátaros, Graal e Rosacruz.

O Lectorium Rosicrucianum como uma escola espiritual gnóstica
Durante esse tempo, os líderes espirituais estabeleceram um novo impulso espiritual que ultrapassava a visão anterior.

O ensinamento gnóstico referente à transfiguração adquiriu a primazia. Esse ensinamento baseia-se na ideia de que o homem é uma entidade multidimensional que contém uma centelha espiritual imortal – a semente de um novo microcosmo (mundo em miniatura). Sendo um microcosmo, o homem tem um destino específico: o caminho do retorno para a ordem de natureza divina original. É assim que ele conseguirá ultrapassar o mundo mortal e seu estado de consciência atual, limitado pelo espaço-tempo. Durante esse processo, o ser humano parte de sua realidade como ser mortal e adquire uma percepção espiritual sobre a causa da existência da mortalidade nesta natureza. Ele também se torna mais autoconsciente ao vivenciar a tensão que se estabelece entre a natureza transitória e a força criadora original.

Portanto, o Lectorium Rosicrucianum constitui uma “Escola Espiritual Gnóstica”, uma vez que a palavra grega Gnosis significa “conhecimento”. Assim, logo que o ser humano começa a empreender o caminho da ressurreição da alma, o conhecimento divino é revelado pela “Rosa” – a centelha imortal do Espírito instalada em seu coração.

A partir de 1946 até os dias de hoje, o impulso gnóstico tem se espalhado sobre o mundo como um aspecto do poder espiritual da nova era de Aquário. Em muitos países foram estabelecidos centros de conferência e núcleos, tanto para os alunos da Rosacruz como para todo o público interessado.

A origem dos rosacruzes

De onde vêm os Rosacruzes, e quem é Cristão Rosacruz? Os ensinamentos de Sabedoria Universal dos rosacruzes remontam a fontes bastante antigas. No início do século 17, o termo “rosacruz”, foi publicado pela primeira vez na Europa nos escritos dos rosacruzes clássicos.

O nome “Rosacruz” vem sendo transmitido desde a Idade Média. Esse nome foi publicado pela primeira vez nos escritos do teólogo do sul da Alemanha Johann Valentin Andreae, no início do século 17. Esses escritos dos rosacruzes clássicos são: “Fama Fraternitatis RC” (publicado em 1614), “Confessio Fraternitatis RC” (1615) e “Núpcias Químicas de Christian Rosenkreuz” (1616).

Uma reforma espiritual universal do mundo
Esses escritos falam a respeito de uma misteriosa Fraternidade, cujo objetivo é uma reforma espiritual universal do mundo. Seu pai-irmão, Christian Rosenkreuz (CRC) , construiu a “Casa Sancti Spiritus” e trabalha como um alquimista com seus irmãos, a fim de criar ouro e um novo corpo para um novo “casal real”.

Na Europa do final do Renascimento, essas publicações ganharam atenção considerável. Nos séculos seguintes, vários movimentos rosacruzes se desenvolveram e continuam até a atualidade, compreendendo e praticando as tradições de forma diferente. A história intelectual européia também apresenta muitas figuras que foram influenciadas pelas idéias rosacruzes.

Quem é Cristão Rosacruz?

Cristão Rosacruz, sua fraternidade e a “Casa Sancti Spiritus” não pertencem ao reino da fantasia e não devem ser entendidos historicamente.O “ouro” no qual CRC trabalha não é um metal precioso, mas sim o ouro espiritual do ser humano perfeito. O nome Cristão Rosacruz não é um nome normal, mas sim um nome espiritual que contém um significado secreto.

Cristão Rosacruz é o protótipo do homem que vive do caminho de iniciação cristã, começando com a primeira vocação como aluno e culminando com a ressurreição da Alma-Espírito. O “Casamento Alquímico” é, na verdade, o casamento espiritual de sua Alma renascida com o Espírito de Cristo, formando assim o Homem Imortal com um corpo imortal.

Sabedoria Universal
Em Cristão Rosacruz, que obteve o ensinamento a partir de doze adeptos, está o conhecimento das antigas religiões – incluindo a antiga sabedoria do Egito e Ásia Menor – fundidas em uma nova síntese, um cristianismo esotérico. Rudolf Steiner escreveu sobre isso em sua palestra “O cristianismo rosacruz”.

A origem dos rosacruzes é, portanto, encontrada nos ensinamentos da antiga sabedoria, a “Sabedoria Universal”, que sempre foi e sempre será revelada às pessoas que a procuram. Essa sabedoria é atemporal e eterna, mas é sempre passada para os diversos povos na língua de seu próprio tempo e lugar.

Organização atual do Lectorium Rosicrucianum

Atualmente, o Lectorium Rosicrucianum tem alunos e membros em trinta e seis países: na Europa, América do Sul, América do Norte, África, Ásia, Austrália e Nova Zelândia. A sede da organização internacional situa-se em Haarlem, na Holanda.

Após a morte dos líderes espirituais Jan van Rijckenborgh (1968) e Catharose de Petri (1990), a Rosacruz Áurea é dirigida por um conselho internacional que constitui a Direção Espiritual Internacional. Esse conselho é apoiado por direções e coordenações nacionais, bem como por muitos grupos de trabalho.

O Lectorium Rosicrucianum é uma organização sem fins lucrativos. Ele é inteiramente financiado por contribuições e doações de alunos e membros, sem quaisquer interesses econômicos. O ingresso na organização é possível depois de uma fase de orientação, mediante pedido por escrito e idade mínima de 18 anos.

Núcleos e Centros de Conferência

A Escola Internacional da Rosacruz Áurea mantém sessenta Centros de Conferência em todo o mundo. É aí que a comunidade se reúne nos finais de semana para realizar atividades espirituais mais longas. As administrações das sub-regiões geralmente se localizam nesses Centros de Conferência.

Além disso, em muitas grandes cidades, há núcleos da Escola de Rosacruz Áurea nos quais os alunos, membros e simpatizantes se reúnem regularmente para diferentes atividades. Existem cerca de 130 desses núcleos distribuídos em 36 países.

Para localizar o núcleo mais próximo de sua cidade, dê uma olhada no site nacional da Escola Espiritual da Rosacruz Áurea em seu país e venha nos conhecer!

Fundações e Editoras

Além da organização da Rosacruz Áurea, existem fundações independentes em atividade em vários países. Elas apoiam a divulgação dos ensinamentos rozacruzes, herméticos e gnósticos. Essas fundações organizam simpósios e palestras em cooperação com outras instituições espirituais e especialistas em ciências, artes e religiões.

A literatura dos fundadores do Lectorium Rosicrucianum, bem como obras de outros mestres espirituais históricos ou atuais são publicadas pela própria editora do Lectorium Rosicrucianum em vários idiomas em diversos países. No Brasil, são editados pela Pentagrama Publicações.

Os pilares da filosofia rosacruz

O homem é um ser dual: em sua forma atual, ele é mortal e ao mesmo tempo imortal no tocante à centelha do espírito que reside nas profundezas de seu coração. É através da Transfiguração que surge um ser imortal a partir dessa centelha da Luz: então, ele já pode se manifestar no mundo da vida eterna.

Os ensinamentos rosacruzes baseiam-se na Sabedoria universal que sempre existiu e que será revelada àqueles que a buscam. A Sabedoria universal foi transmitida nos Manifestos dos Rosacruzes Clássicos do século XVII, e contêm o conhecimento dos antigos Mistérios que se fundiram aos Mistérios Cristãos, a fim de criar um Cristianismo esotérico.

Jan van Rijckenborgh (1896-1968) e Catharose de Petri (1902-1990), líderes do Lectorium Rosicrucianum, republicaram os textos rosacruzes clássicos com explicações e comentários adicionais destinados aos alunos da escola espiritual moderna da Rosacruz Áurea e a outros buscadores.

Sabedoria hermética e gnóstica
Os ensinamentos atuais do LRC estão alicerçados na tradição gnóstico-hermética. Esses ensinamentos foram adaptados às necessidades práticas do homem moderno, que é profundamente individualizado.

A Gnosis – ou o conhecimento de Deus – é ofertada ao homem como uma força de Luz que conduz ao conhecimento interior sobre o relacionamento existente entre Deus, o ser humano e o cosmo. Alguns aspectos desse conhecimento estão disseminados nos escritos atribuídos a Hermes Trismegisto. Esses antigos manuscritos foram reeditados e explicados por Jan van Rijckenborgh e Catharose de Petri e publicados com o título de A Arquignosis Egípcia.

Qual é o objetivo dos rosa-cruzes do Lectorium Rosicrucianum?

O Lectorium Rosicrucianum é uma escola espiritual gnóstica. O objetivo dessa escola é realizar o caminho iniciático de transfiguração, assim como é indicado pelo cristianismo original. Os alunos do Lectorium Rosicrucianum são pessoas que sentem um profundo anseio pela renovação espiritual de suas vidas.

Os alunos do Lectorium Rosicrucianum seguem um caminho espiritual prático, que dá às suas vidas um significado que estavam buscando há muito tempo. O ponto inicial desse caminho é a centelha divina que se encontra no interior do ser humano: ela é o núcleo divino que os rosa-cruzes chamam de “rosa do coração”.

O caminho iniciático cristão

Todas as pessoas que já sentiram esse centro de energia em si mesmas e que fizeram com que ele se tornasse o princípio que dirige suas vidas já se encontram no início do processo de “transfiguração”. A transfiguração é a grande mutação do espírito, da alma e do corpo. A velha personalidade mortal vai abrindo espaço, pouco a pouco, para o desenvolvimento da Nova Alma, que se alimenta de energias completamente diferentes. Já não são energias do velho eu, mas sim forças que vêm do campo de existência imortal. Assim, o objetivo do verdadeiro ser humano é retornar a esse campo, que é o reino divino e que um dia, há muito tempo, foi seu verdadeiro lar. Então, poderá libertar-se da roda da reencarnação neste mundo material.

Durante esse processo de transfiguração, o homem mortal é elevado a um estado de consciência completamente novo. Esse estado é o caminho de iniciação do cristianismo original, tal como é descito por João no Novo Testamento: “É preciso que eu diminua para que o Outro cresça”. O Outro, o imortal, não se sente em casa neste mundo de opostos e antíteses, pois ele vem de uma ordem de natureza mais elevada. É o campo da verdadeira existência, que fica completamente separado das limitações e constrangimentos da vida material que conhecemos e também da vida sombria do “outro lado”, onde os mortos seguem um processo de dissolução entre as reencarnações do microcosmo. Essa ordem de natureza mais elevada está muito acima de tudo isso. É o mundo da Alma-Espírito, da verdadeira criação original. Quem consegue vivenciar essa realidade consegue vivenciar e reconhecer Deus, a Gnosis, dentro de si mesmo.

Alunos rosacruzes seguindo seu caminho

Os rosacruzes são pessoas que “ouviram a voz do Outro” no mais recôndito de seu ser. Conforme vão passando por essa experiência interna, vão (re)conhecendo a Luz da Gnosis. Por isso, eles se colocam a serviço desse “Outro” e vão abrindo cada vez mais espaço para a Luz em suas vidas. Assim, é possível o nascimento de uma nova consciência: uma consciência que é conduzida pela Luz da Nova Alma e do Espírito. Dessa forma, as pessoas se sentem totalmente transformadas. Na Bíblia, esse processo é chamado de “renascer pela Água e pelo Espírito”.

O Lectorium Rosicrucianum tem, como objetivo único, o retorno ao mundo espiritual. Esse objetivo será realizado passo a passo pelos alunos da Escola Internacional da Rosacruz Áurea, ao longo de suas vidas. Consequentemente, o Lectorium Rosicrucianum não tem qualquer interesse em seguir objetivo econômico, científico ou político.

Como os rosacruzes praticam seu caminho espiritual?

No caminho espiritual da Rosacruz, o candidato passa por muitos portais. Acima do primeiro está escrito: “Conhece-te a ti mesmo!” Quem abre seu coração para a luz do espírito começa uma trajetória dinâmica que leva a uma completa renovação de vida, a partir do autoconhecimento.

No Lectorium Rosicrucianum (LRC) estão aqueles que sentem dentro de si um grande anseio por renovação espiritual, que desejam conhecer e vivenciar os mistérios universais – e querem colocar em prática o caminho interior que trará para suas vidas tudo o que esperavam há muito tempo. Os alunos do LRC são pessoas de todas as raças, profissões e níveis sociais – homens e mulheres que estão em busca da Luz do Espírito.

O LRC é uma escola espiritual gnóstica. Na senda iniciática, a Gnosis – aqui compreendida como o conhecimento de Deus – comunica-se diretamente como Luz e força. O LRC é uma escola espiritual porque seu objetivo não é a cultura da personalidade e também não é somente o desenvolvimento da alma, mas sim o “casamento alquímico” da nova alma recém-nascida com o Espírito divino.

A meta é conectar a nova alma do ser humano com o Espírito de Deus, que está oculto no homem como uma semente – como uma promessa. Os alunos do Lectorium Rosicrucianum focalizam suas vidas nessa meta de conectar suas mentes a essa semente do Espírito que se encontra em seu próprio ser interior. Tudo isso vem associado a um profundo anseio por iluminação e pela vivência dessa força. Na prática, é importante aprender a “ouvir a voz da alma e do Espírito” em seu próprio ser e segui-la, passo a passo, em sua vida diária.

Jan van Rijckenborgh – um rosa-cruz e um gnóstico hermético

O nome verdadeiro de Jan van Rijckenborgh era Jan Leene (1896 -1968). Como co-fundador e líder espiritual do Lectorium Rosicrucianum, sua missão de vida consistiu em edificar, juntamente com Catharose de Petri (1902 -1990), a Escola Internacional da Rosacruz Áurea.

Jan van Rijckenborgh nasceu em Haarlem, Holanda. Ainda jovem já buscava a verdade e o profundo significado da vida. Logo percebeu que, muitas vezes, os teólogos e seus seguidores apresentavam certa discrepância entre a fé teórica e a vida real. Esse fato o afastou da Igreja Reformada, à qual seus pais pertenciam. Optou por não atacar a igreja de seus pais, mas decidiu-se, por si mesmo, a realmente praticar o tipo de vida que ali era pregado apenas na teoria.

Sentiu-se bastante motivado pelas declarações de pastor da Igreja Reformada, o professor doutor Arnold Hendrik de Hartog (1869-1938). De Hartog baseava-se nas idéias de Jacob Boehme, cujo conceito hermético sobre as duas ordens de natureza também serviram de grande inspiração para Jan Leene. Essas ideias foram decisivas para seu direcionamento espiritual.

Raízes espirituais e encontros decisivos

A busca espiritual efetuada por Jan Leene juntamente com seu irmão Zwier Willem (“Wim”, 1892-1938), levou-os, em 1924, até a Rozekruisers Genotschap, o ramo holandês da Fraternidade Rosacruz de Max Heindel, cuja sede central era em Oceanside, Califórnia. Ainda em 1924, ele se casou com Joan Ames, com quem teve um filho e uma filha. Em 1929, ele se tornou dirigente desse ramo holandês da Fraternidade Rosacruz.

Durante esse período, os irmãos Leene estudaram intensivamente a obra de Helena Petrovna Blavatsky, Max Heindel e Rudolf Steiner, bem como os Manifestos Rosacruzes e os textos de Comenius e Paracelso. Foram essas fontes espirituais, paralelamente à obra de Jacob Boehme, que definiram as bases de tudo o que viria a acontecer depois.

Na véspera do Natal de 1930, Henriette Stok-Huizer (1902-1990) encontrou-se pela primeira vez com os irmãos Leene e se juntou a eles em sua busca metódica. Posteriormente, ela adotou o nome espiritual de “Catharose de Petri”. Em 1935, os três deixaram a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel e fundaram o Lectorium Rosicrucianum, posteriormente conhecido com Escola Internacional da Rosacruz Áurea.

Escrevendo a respeito de sua motivação e sobre a atitude que mantinham em seu trabalho, Jan van Rijkenborgh declarou:

“Estamos empreendendo uma peregrinação metódica e deliberada. Não queremos morrer nunca mais, e também já não queremos viver. Não queremos estar nunca mais em nenhum lugar desta ordem de natureza, pois percebemos que esta é a ordem da natureza mortal. (…) Então sentimo-nos obrigados a investigar o antigo Tao – de forma bem objetiva, e não de acordo com as orientações das autoridades. (…) Nosso estudo mostrou-nos claramente que existe um reino original, apartado desta ordem de natureza. É um reino que está muito além do Nirvana: um reino que difere substancialmente desta natureza e de suas duas esferas.”.

Esta citação demonstra claramente a mensagem gnóstica de Jan van Rijckenborgh, que tornou-se o elemento central da originalidade de seu ensinamento rosacruz para os séculos XX e XXI. O enfoque categórico e o ardor com o qual ele transmitiu sua mensagem em incontáveis pronunciamentos, inspirou e estimulou aqueles que o ouviram. Ele sempre enfatizou o aspecto da realização: quem traz a libertação não é a filosofia, mas sim a ação – e somente a ação.

Catharose de Petri – mensageira do cristianismo gnóstico

Junto com Jan van Rijckenborgh, Catharose de Petri (1902 -1990) assumiu a liderança espiritual do Lectorium Rosicrucianum. Ela cumpriu essa tarefa realizando o próprio desenvolvimento espiritual e promovendo a expansão do trabalho da Escola Espiritual da Rosacruz Áurea no mundo.

O nome verdadeiro de Catharose de Petri era Hendrikje Stok-Huizer. Desde pequena era uma “buscadora” e se sentia uma estranha neste mundo. Mais tarde – em 1930 – tornou-se uma das fundadoras do Lectorium Rosicrucianum. Ao seu lado, estava Jan van Rijckenborgh.

Fundar e dirigir uma escola espiritual com o objetivo de conduzir um grupo de buscadores ao mundo da alma e do Espírito é uma tarefa que precisa ser alicerçada sobre sólida vocação interior. Conforme relatou mais tarde, Catharose de Petri foi informada sobre essa vocação com a idade de 28 anos “pela fidedigna Ordem da Sagrada Rosa-Cruz”. Essa vivência espiritual aconteceu depois de muitas pesquisas e considerações filosóficas e religiosas. A partir de então, ela soube “que essa escola deveria ser apresentada, como força espiritual, a todos os que anseiam pela libertação da alma”.

Libertar a alma da escravidão do mundo: este é o desejo interior a que Catharose de Petri se refere. Ela menciona uma “escola espiritual” porque o Lectorium Rosicrucianum não é uma “escola para a personalidade” nem tem como centro apenas os aspectos da alma. O objetivo, na verdade, é possibilitar a conexão direta entre a alma humana com a força mais elevada: o Espírito de Cristo.

A sensação de ser uma estranha neste mundo

Desde a idade de oito anos, Hendrikje (Henny) Huizer pensava muito sobre várias questões da existência humana. Por exemplo, sobre a razão e a essência da vida humana na terra. Ela era filha de um construtor de navios em Rotterdam, Holanda. O pai vinha de um lar protestante, e a família da mãe pertencia a uma igreja a favor da Nova Reforma. Contudo, seus pais não eram tão constantes em suas crenças. O anseio de Hendrikje por um conhecimento interior não era muito compreendido nesse contexto. Além disso, os ensinamentos do catecismo recebidos de um pastor da Igreja Reformada não lhe forneciam as respostas que ela esperava.

Depois de se formar, trabalhou em um escritório, onde sofria por não poder compartilhar seu mundo interior com alguém. Muitas vezes, ela sentia-se como uma estranha e era mal compreendida por colegas e amigos.

Com o passar dos anos, sua vocação interna tornou-se cada vez mais profunda, e surgia, cada vez mais claro, uma indagação central: “Em que minha vida se baseia?”. Em 1929, ela se casou com H. J. Stok, que a colocou em contato com a “Nederlandse Genootschap Rozekruisers”, que era a filial holandesa do Max Heindel’s Rosicrucian Fellowship, de Oceanside, Califórnia.

O que é Gnosis?

Ensinamentos religiosos secretos, a busca pela sabedoria divina – esses são alguns dos pensamentos associados com a palavra Gnosis. Mas será que isso significa vivenciar a Gnosis dentro de seu próprio ser? Para descobrir isso, o buscador terá de se voltar à fonte onde nasce a Gnosis.

A Gnosis e os gnósticos, na história intelectual da Europa sempre estão associados com o início da cristandade. No entanto, sempre houve gnósticos, em todos os tempos. É que a Gnosis – ou sabedoria divina – sempre foi e ainda é a força que pode comunicar-se diretamente com todos os seres humanos, sem necessitar de sistemas religiosos e tradições.

A palavra Gnosis vem do grego e significa “Luz do Conhecimento”. Geralmente, pouco e raramente se sabe que tipo de conhecimento e crença os gnósticos possuem, ou que caminho espiritual seguem. A Gnosis somente pode ser vivenciada por alguém que está em ligação direta com ela, a partir de seu coração. No entanto, essa ligação muda de tal modo essa pessoa que, no final, ela já não é a mesma de antes. Mesmo depois de séculos, os textos gnósticos ainda fascinam muitos buscadores.

Durante muitos séculos, as diversas tradições escritas dos primeiros gnósticos cristãos somente eram conhecidas a partir de pistas dadas em textos da Inquisição da igreja católica. A opinião pública voltou a prestar atenção a esses escritos quando, em 1945, foram publicados os manuscritos de Nag Hammadi, no Egito. A partir dessa data, muitos textos sobre gnosticismo vêm sendo publicados.

Através desses escritos antigos, flui um poderoso alento
A Gnosis não é uma estrutura complexa de ideias – embora as antigas escrituras falem uma linguagem que não se revela facilmente ao leitor. Qualquer pessoa que tenta abordar os antigos textos gnósticos de modo unicamente intelectual dificilmente será capaz de compreender a essência de sua mensagem espiritual. Neles, parece existir uma força, um poderoso alento que flui através das palavras, que impulsiona o leitor às profundezas de sua mente. Mas, quando ele abre seu coração, sua intuição, e quando ele tem fé, pode descobrir esse transformador “Alento de Deus”.

Um dos mais famosos textos gnósticos é O Mistério da Pistis Sophia. Jan van Rijckenborgh, um dos fundadores da Rosacruz Áurea, republicou o original gnóstico e analisou esse texto para buscadores espirituais. O título indica com muita precisão a natureza da Gnosis como a ligação entre a fé insolúvel (Pistis, Πίστη) e a sabedoria (Sophia, Σοφία).

A Gnosis é uma irradiação, uma Luz espiritual. Ela está concentrada nos textos gnósticos, e está presente na atmosfera. Ela deseja despertar o ser humano e provocá-lo. Especialmente na atual era de Aquarius, todos os que estão buscando o conhecimento espiritual estarão aptos a descobrir a irradiação gnóstica dentro de si mesmos e a trabalhar com ela.

O núcleo espiritual está no coração do homem
A Gnosis é o conhecimento absoluto. Ela é revelada pelo próprio Ser divino. Ela não exige nenhuma habilidade intelectual humana, nem clama por emoções, nem é uma religião. Ela não pode ser escrita, por mais que tantos e tantos escritos sejam testemunhos dela. Ela também não pode ser ensinada por nenhuma pessoa. O mediador é a própira Gnosis.

A Gnosis é revelada ao homem por meio de um caminho interior que não pode ser nem compreendido nem seguido com os poderes do ego. É que a irradiação gnóstica toca o coração do homem. É aí, no coração, que reside o núcleo central espiritual desse ser: a centelha do Espírito, o princípio imortal que repousa no interior do ser humano. Essa centelha do Espírito não provém do mundo mortal world, no qual o homem vive. Ela nasceu na eternidade, a partir da divina esfera na qual a Gnosis existe. Consequentemente, a irradiação gnóstica pode se corresponder com centelha do Espírito, ou como dizem os rosacruzes – com a Rosa do Coração.

A influência dos Planetas dos Mistérios

O período aquariano fornece novas oportunidades para a Terra e seus habitantes. As influências dos Planetas dos Mistérios, Urano, Netuno e Plutão já se fazem sentir. É essencial perceber como a humanidade está respondendo a essas influências.

O cosmo tem um forte impacto sobre todos os seres que vivem na Terra. Há campos magnéticos que preenchem o universo, enquanto as estrelas e planetas emitem radiação. Nada nem ninguém poderá escapar a essa influência e os seres humanos precisam responder a eles porque o corpo humano é construído com os mesmos elementos da Terra, dos planetas e estrelas. Isso cria uma estreita ligação entre o corpo humano e os corpos estelares. Pelo movimento das estrelas, as influências estão mudando, e a radiação cósmica interage com todos os povos da Terra direta ou indiretamente, através da respiração ou da alimentação.

Atualmente, as novas condições de irradiação, neste alvorecer da Era de Aquário produzem um aumento geral de vibração na Terra. Isto está por detrás das alterações de muitos processos naturais e ambientais – e especialmente no comportamento do ser humano. As energias liberadas por Urano, Netuno e Plutão têm um papel especial nesse evento.

Segundo os ensinamentos da Sabedoria Universal, todos os planetas envolvem princípios, forças e leis divinas. Os chamados Planetas dos Mistérios, Urano, Netuno e Plutão são especialmente importantes para essas novas influências. Suas órbitas estão situadas além do „Portal de Saturno“, portanto, além da já sobejamente conhecida esfera planetária de nosso sistema solar. Os Planetas dos Mistérios somente passaram a ser conhecidos, sucessivamente, a partir dos séculos 18, 19 e 20 e apenas se tornaram relevantes para a humanidade há pouco tempo. Eles são considerados transmissores esotéricos de energia a partir de fora de nosso sistema solar – e essa será a base da vida futura na Terra.

O homem precisa perceber o Ser divino

As influências de Urano, Netuno e Plutão desejam preparar a humanidade para uma nova consciência. Eles não se servem da forma física do homem para construi-la, pois não há mais nada para construir sobre ela. Eles influenciam o ser humano em seu ser mais profundo, interior, levando-o a um dos maiores conflitos de sua vida. Eles provocam nele uma profunda mudança. O ser humano tem duas opções: ou ele reagirá de forma negativa, que o aprisionará até mais firmemente à Terra, ou ele reagirá positivamente à nova radiação – e, nesse caso, eles terão a oportunidade de abandonar seu egoísmo e participar de uma transformação interior: a Transfiguração. Este é o misterioso renascimento do Novo Homem, o homem divino.

O ponto de partida está oculto no interior do coração do ser humano: é uma centelha divina remanescente, da natureza divina. Os rosacruzes chamam essa centelha de Rosa do Coração. Quem quer que se dedique à Rosa seguirá uma necessidade interior, pois ele não se sente à vontade neste mundo. Urano, Netuno e Plutão lhe oferecerão grandes oportunidades para ajudá-lo a atravessar a fronteira e para que ele possa consumar a transformação interior.

Urano: o fogo purificador

Urano produz um poderoso impacto no coração humano. Ele é limpo e purificado pelas forças ígneas desse Planeta dos Mistérios. Nesse coração, arde o fogo do Amor divino,q ue pode ser uma luz sem paixões e emoções para aqueles que buscam a Verdade. A partir do coração, os raios de Urano entram no sangue e tocam o cérebro e a hipófise – uma das glândulas endócrinas mais importantes. Na hipófise, Urano pode liberar as forças criadoras do homem a partir de energias mais baixas, de tal modo qu e a glândula pituitária ou hipófise – que é a chave para a alma – pode se adaptar à vida mais elevada.

As forças de Urano também se manifestam como intuição, e como a habilidade da nova alma de captar o plano divino para a humanidade. Assim, o ser humano será dotado de possibilidades e capacidades completamente novas. Quem as reconhece e participa desse processo de desenvolvimento, entra em uma vida que está em harmonia com as leis de irradiação. Mas se o ser humano não pode ou não quer responder a essa irradiação, e se as forças renovadoras encontrarem resistência, ele sentirá um sério conflito criado por ele mesmo devido à seu posicionamento defensivo.

Quando começa a Era de Aquário?

Considerada um momento espiritual decisivo para a sociedade, mas principalmente para cada indivíduo, muito se especula sobre o início da Era de Aquário. Ainda está por chegar? Está apenas no início? Ou se encontra em pleno andamento?

Nada mais é como era. Atualmente, as pessoas, a sociedade e a consciência da humanidade mudam rapidamente. Normas e valores se dissolvem, hierarquias e estruturas autoritárias entram em colapso, a ilusão é desmascarada, e as realidades mais sutis são percebidas cada vez mais conscientemente. Desde o início do século XX, sobretudo a partir do final da década de 60, esse processo aumentou. O esoterismo atribui essas grandes mudanças ao signo de Aquário, que envia impulsos espirituais à humanidade.

Quando se inicia o momento da mudança espiritual?

Algumas pessoas sensíveis a impressões atmosféricas sentem que o momento da mudança espiritual já chegou. Contudo, ao investigar quando a Era de Aquário realmente inicia ou iniciou, vemos grandes diferenças. A International Astronomical Union (IAU) data o início dessa era em 2601. A Astrologia coloca o início da Era da Aquário no ano de 2375. O antroposofista Rudolf Steiner e Jan van Rijckenborgh chegam a diferentes conclusões. Enquanto Steiner indica o ano de 3574 como o ano de Aquário, Jan van Rijckenborgh indica o ano de 1908. Uma diferença de 1666 anos. Qual seria a data correta?

Respostas astronômicas e astrológicas

As várias datas resultam dos diferentes pontos de vista em relação ao início da era aquariana. O IAU tem fundamento astronômico. Seus cálculos se baseiam na projeção das constelações físicas sobre a eclíptica, o plano da órbita da terra em redor do sol, a qual traça um círculo imaginário, o equador celestial. O equador terrestre está posicionado num ângulo de 23° 27′ em relação à eclíptica. Assim, a projeção dos doze signos do zodíaco cobre diversos segmentos da eclíptica. Por outro lado, os astrólogos baseiam-se na teoria de que o equador celestial precisa ser dividido em doze segmentos iguais de 30° cada um: o zodíaco astrológico.

Tanto uma como outra abordagem discordam sobre a extensão dos signos do zodíaco. Por isso, seus cálculos chegam a diferentes resultados quanto ao início da Era de Aquário.

A perspectiva da astrosofia
Mais uma vez Rudolf Steiner e Jan van Rijckenborgh mostram abordagens bem diversas a respeito da Era de Aquário. Apesar de ambos, em princípio, terem uma perspectiva astrosófica, suas datas diferem em 1666 anos. Para resolver esse enigma, não devemos olhar para o céu, mas sim refletir sobre o ser humano.

Quando uma pessoa começa a existir? A partir da concepção? A partir dos primeiros movimentos no útero? No momento do parto? Ou será que realmente apenas chega ao mundo quando se torna um adulto, membro da sociedade? A resposta depende também da perspectiva do observador. Jan van Rijckenborgh e Rudolf Steiner se distinguem pelo ponto de vista com que olham para a Era de Aquário.

Para ilustrar isso, é importante lembrar que o impulso aquariano é uma influência do cosmo. O homem responde a ele de três formas: com a mente, a alma e o corpo. Tudo o que move uma pessoa começa na mente. De início, o impulso aquariano se expressou na mente da humanidade, como uma ideia que permaneceu abstrata, sem energia emocional ou física. Nessa fase, o ser humano apenas pensa, fala e escreve sobre a nova ideia.

Algumas pessoas são pioneiras e respondem imediatamente ao novo impulso, enquanto outras, mais inclinadas às velhas ideias, reconhecem-no mais tarde. Com o tempo, a nova ideia se fortalece o suficiente e se revela no plano da alma. Quando isso acontece, o ser humano se apropria da ideia, dá-lhe ânimo e enche-a de vida. É assim que ela ganha impulso. Pouco a pouco, a ideia se torna um fator determinante na vida humana. Então, segue-se a terceira etapa: o ser humano passa a agir. Ele utiliza sua vontade dinâmica e começa a perceber a ideia com plena consciência, convertendo o impulso espiritual em ação. Até que, mais tarde, novo impulso irradia do cosmo, e todas as velhas ideias e estruturas rodopiam caoticamente.

Será que a Era de Aquário já chegou à sociedade atual?

Quem levar em consideração as três etapas da realização do impulso espiritual de Aquário para pesquisar a sociedade onde vive chegará às mais diversas conclusões. De qualquer modo, podemos notar que o caminho do impulso espiritual leva longo tempo, desde o início até a perfeita revelação à humanidade. Passam-se séculos! Essa é também a razão pela qual Rudolf Steiner e Jan van Rijckenborgh têm diferentes perspectivas sobre o início da Era de Aquário.

O primeiro impulso acontece quando a primeira estrela da constelação de Aquário se aproxima do horizonte, exatamente do mesmo modo que o sol já emite sua luz antes mesmo de nascer no horizonte. Essa é a situação que Jan van Rijckenborgh sugere quando fala sobre o ano de 1908. Em 1968, os primeiros grupos de jovens começaram a responder à constelação de Aquário em nível emocional e mental. O movimento hippie dos anos 60 é uma expressão desse fato.

A completa manifestação de Aquário

A colheita cultural desse impulso apenas será revelada plenamente depois de muitos séculos. Ela se manifestará como uma era cultural em que a humanidade ajustará sua ação ao impulso de Aquário. Essa é a fase que Steiner relaciona ao ano de 3574. Essa fase é o auge da Era de Aquário. Contudo, de uma perspectiva espiritual, este período em que vivemos já possui a semente da manifestação total. Afinal, a aurora de um novo ano estrelar despontou, pois Aquário é a última etapa no ciclo de um ano estelar, que dura cerca de 26.000 anos.

Os momentos decisivos estão no agora

A revelação progressiva de um impulso espiritual é ao mesmo tempo coletiva e individual. Tanto a humanidade como o ser humano passam por essa revelação. A Era de Aquário abre oportunidades libertadoras e espirituais: é para elas que Jan van Rijckenborgh apontou, por exemplo, nas cinco conferências de Aquarius, encontros espirituais rosa-cruzes realizados em vários países na década de 1960. Nessas conferências, ele explicou como o buscador deve trabalhar com os raios de Aquário para caminhar na senda que os libertará da roda da vida e da morte. Essa senda impulsiona a alma humana a realizar o renascimento espiritual e a voltar ao campo divino original – ao reino de Deus, onde a alma se religa com a luz do Espírito.

Para os rosa-cruzes, essa senda não está no passado ou no futuro, mas é uma realidade no agora! Todos os que clamam por essa libertação do âmago do ser reconhecerão que este mundo, com seu ciclo de vida e morte, não é sua verdadeira morada – e poderão encontrar sua mudança espiritual a qualquer momento. A Era de Aquário lhes oferece a “água” de possibilidades totalmente novas.

Sob o signo de Aquário

Já faz quarenta anos que muitas pessoas começaram a reconhecer e sentir que tanto elas quanto o mundo estavam entrando em um momento de grande mudança: o musical “Hair” expressou em suas músicas o sentimento de toda uma geração sobre o início da Era de Aquário.

A música Aquarius, do musical “Hair”, expressa os desejos que foram liberados pela nova Era de Aquário, com as seguintes palavras:

Quando a lua estiver na Sétima Casa
E Júpiter alinhar-se com Marte
Então a paz guiará os planetas
E o amor conduzirá as estrelas.

Esse é o alvorecer da Era de Aquário.

Haverá grande harmonia e compreensão
Simpatia e confiança
Sem nenhuma falsidade, censura ou zombaria
Sonhos vivos e dourados das visões
Revelação mística cristalina
E a verdadeira liberação da mente – Aquário!

E atualmente? Será que Aquário mudou realmente alguma coisa? Os principais princípios de Aquário são: liberdade, igualdade, fraternidade, idealismo, o descarte de antigos valores, uma nova visão, reconhecimento e ultrapassagem de limites – e é claro que um número cada vez maior de pessoas deseja ardentemente seguir todos esses valores.

Vivendo sob a influência do zodíaco
Quando observamos o sistema solar com seus planetas e luas, fica claro que o planeta Terra gira ao redor do sol durante um ano. Ao mesmo tempo, a Terra se move em um lento movimento retrógrado, durante um período de aproximadamente 26.000 anos, passando por cada um dos doze signos do zodíaco. Portanto, a Terra passa por um novo signo aproximadamente a cada 2.100 anos.

Assim como o ser humano nasce sob a influência de um determinado signo do zodíaco, um novo signo influencia todo o nosso planeta a cada 2.100 anos. E, da mesma forma que cada signo do zodíaco influencia a mente e a vida do ser humano, também podemos dizer que cada um dos signos irradia sua influência sobre toda a humanidade e sobre tudo o que acontece em nosso planeta.

A era que agora está chegando ao fim é a Era de Peixes. Jesus Cristo nasceu na Era de Peixes e é por isso que o peixe é um importante símbolo do cristianismo. O símbolo do peixe desempenha um papel central em muitas histórias da Bíblia. Essa correspondência de símbolos não é casual e pode ser observada em todas as eras do passado e, da mesma forma, na era que está para acontecer. O mundo está assumindo cada vez mais as características de Aquário e, assim, vai sendo regido por esse signo. Sabemos que cada nova era traz consigo grandes mudanças nas condições atmosféricas – e isso afeta a tudo e todos. O que estará implícito na Era de Aquário?

Quem é Cristiano Rosacruz?

Cristiano Rosacruz é um dos personagens mais enigmáticos da história intelectual europeia. Que mistério se esconde por detrás desse nome?

“Quem é Cristiano Rosacruz?” Quando levantamos essas questões nos dias de hoje, inevitavelmente teremos outras indagações a fazer: “Será que esse homem realmente existiu?” e “Quem são os rosacruzes?”.

As respostas a essas perguntas exigem que nos voltemos para nosso interior, em busca da verdade – não a verdade comum ou os fatos históricos – mas sim a verdade atemporal sobre a natureza e o objetivo da existência humana.

Os rosacruzes do Lectorium Rosicrucianum vêem em Cristiano Rosacruz um protótipo espiritual, seu “Pai e Irmão”, fundador da Ordem espiritual. Ao mesmo tempo, consideram que seu nome indica o campo de força que os alimenta. Nos textos clássicos da Rosacruz do século XVII, esse campo de força é chamado de “Casa Sancti Spiritus”. Essas fontes da história espiritual ocidental contêm referências capazes de tocar profundamente um buscador da verdade e talvez ajudá-lo a abrir a porta do conhecimento intuitivo. Esse é o assunto deste artigo.

Os textos da Rosacruz clássica

Todos os que descobrem os três textos originais da Rosacruz clássica se vêem diante de inúmeros e misteriosos símbolos e imagens.
Esses manuscritos foram publicados nos anos de 1614 a 1616 pelo teólogo alemão Johann Valentin Andrea, natural de Calw, Alemanha. Ele pertencia ao assim chamado “Círculo de Tubingen”, uma irmandade de homens espiritualmente inspirados. Os manuscritos nos falam de Cristiano Rosacruz e da Fraternidade da Rosacruz. Os três títulos são:

Fama Fraternitatis R.C.
(O Chamado da Fraternidade Rosacruz, 1614)
Confessio Fraternitatis R.C.
(O Testemunho da Fraternidade Rosacruz, 1615)
As núpcias (al)químicas de Cristiano Rosacruz
(Também “Casamento Alquímico”, ou “Bodas Alquímicas”, 1616)
Essas três obras foram novamente editadas e comentadas por Jan van Rijckenborgh em meados do século XX. Alguns textos e comentários originais podem ser encontrados neste site, na seção de Literatura.

As três descrições de Cristiano Rosacruz

Existem três descrições principais acerca de Cristiano Rosacruz, também chamado de “Irmão CRC”. A primeira é de Rudolf Steiner; a segunda pode ser encontrada na Confessio e na Fama; e a terceira está em As núpcias alquímicas de Christian Rosenkreuz. Todas elas utilizam a linguagem dos mistérios, na qual cada detalhe traz, veladamente, um significado espiritual. Nesses textos, nada é supérfluo ou casual.

Neles, Cristiano Rosacruz é descrito de muitos modos diferentes, porém, em todos eles sempre são destacadas sua grande modéstia e humildade. Ele é absolutamente sincero em sua dedicação e vontade de servir. Ele é percebido pelos leitores como alguém que segue seu caminho espiritual apesar de todas as dificuldades.

Ao mesmo tempo, ele aparece como a personificação luminosa do grande objetivo: a ressurreição do homem imortal. Cristiano Rosacruz é a encarnação de uma realidade espiritual, o protótipo do homem que segue o caminho da iniciação cristã. É a respeito desse homem que lemos no Novo Testamento: “Assim também é a ressurreição dos mortos. O corpo é semeado corruptível, é ressuscitado incorruptível; é semeado em ignomínia, é ressuscitado em glória; é semeado em fraqueza, é ressuscitado em poder. Semeia-se corpo natural, é ressuscitado corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.“ (Primeira Epístola aos Coríntios, 15:42-44).

Fonte:http://www.rosacruzaurea.org.br/